Dieneces escreveu:Além de possuir capacidades muito inferiores ao Piranha IIIC , o Guará não possui capacidade anfíbia , Fabio.
Como eu mesmo mencionei no post anterior:
fabioglobo10 escreveu:A capacidade anfíbia do Piranha IIIC e seu tamanho (principalmente por ser 8x8) não agrega em nada às operações nas favelas.
Pelo contrário, só atrapalha, logo no início da Minustah os militares do EB reportaram que as tropas de outras nações que empregam veículos 8x8 estavam tendo problemas para manobrarem nas ruas e vielas estreitas das favelas haitianas e passavam "aperto" quando eram emboscados. Recentemente saiu uma reportagem no Defesanet sobre a tropa uruguaia que perdeu um veículo 8x8 em uma emboscada, como segue:
"Os dois blindados seguem em velocidade reduzida pelas principais ruas de sua zona de ação. O trânsito quase pára toda vez que passamos. “O OT-64 é um blindado muito grande e pesado para as ruas de Porto Príncipe, gostaria de um Urutu ou um veículo blindado mais leve”, conta o Major Coelho."
"O Teniente Blanco tinha bons motivos para recear pela minha segurança. Em 2005 um desses blindados se acidentou e causou a única baixa uruguaia nessa missão. Em 23 de dezembro de 2006, durante uma patrulha na área de Bois Neuf, um OT-64 foi atacado de diversas posições, “identificávamos o local dos disparos e respondíamos com nosso canhão 7.62mm. Os tiros silenciavam e de repente começam em outro local. Para piorar, nosso carro pára, o motor enguiça e ficamos no meio do fogo cruzado. Os tiros ricocheteavam na blindagem do veículo e o barulho era insurdecedor; entramos em pânico, estávamos em meio à guerra e não tínhamos o que fazer. Nosso capitão disse: “ou saímos ou morreremos aqui”, pedimos apoio urgente às tropas da Minustah que estavam próximas. Tivemos que abandonar o veículo deixando armas e farta munição”, conta um militar que não quis se identificar. "
http://www.defesanet.com.br/missao/haiti_07_6.htmResumindo: Esses são meus principais argumentos.
Mas como você bem mencionou, com certeza eles não foram adquiridos exclusivamente para emprego no Haiti e já faz um bom tempo que o CFN estava carente de um VBTP sobre rodas com capacidade anfíbia.
Por isso:
fabioglobo10 escreveu:Se essa compra do Mowag Piranha IIIC pelo CFN se justificar pela necessidade da MB em operar um VBTP (pois sabemos que seus EE-11 Urutu já foram aposentados a muito tempo) e desenvover um doutrina de emprego para tal, não tenho nada contra, pois sabemos que um similar nacional vai demorar muito tempo e os resultados podem ser questionáveis (essa licitação para o programa VBTP-MR do EB foi um tanto esquisita).
Sem dúvida alguma o Piranha IIIC é um veículo avançado e deverá ser muito bem empregado. Vamos aguardar para ver os resultados.
Saudações cordiais.