cumé? não vão libertar estes?????
Coréia do Norte, país da fome e do terror
Há 20 horas
SEUL (AFP) — A Coréia do Norte, que aceitou neste domingo preparar uma declaração completa com o conteúdo de seu programa nuclear e desativá-lo até o final do ano, vive sob um regime comunista fechado. A ideologia oficial, que prega a auto-suficiência, assola parte da população com a fome, o terror e o subdesenvolvimento.
Mais de um terço das crianças da Coréia do Norte sofrem de grave desnutrição, advertiu recentemente o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Desde 1995, o país é cenário de períodos de fome que provavelmente causaram a morte de centenas de milhares de pessoas.
A fome se explica pelas numerosas catástrofes climáticas que afetam o país, como inundações ou secas. Mas também, segundo os analistas, devido a uma agricultura coletivista e a uma precária rede de distribuição alimentar.
Em relação aos direitos humanos, o cômputo é ainda considerado mais terrível.
"O regime segue cometendo numerosas e graves violações" dos direitos humanos, considerou o Departamento de Estado em seu relatório anual divulgado no final do ano passado.
Entre essas violações, os Estados Unidos denunciam as execuções extrajudiciais, desaparecimentos e prisões arbitrárias, tortura, abortos e infanticídios forçados na prisão, a ausência de liberdade de expressão e de religião e as tentativas do governo de controlar a informação.
Símbolo da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a península coreana foi dividida em duas partes pelo paralelo 38.
A Coréia do Sul e a Coréia do Norte proclamaram sua independência em 1948, antes de se enfrentarem militarmente entre 1950 e 1953, deixando cerca de 3 milhões de mortos em ambos os lados.
A Coréia do Norte foi dirigida com mão-de-ferro por seu fundador Kim Il-Sung até 1994, tendo como sucessor o filho dele, Kim Jong-Il.
O país dedicou a Kim Il-Sung um culto à personalidade próximo da idolatria. No final dos anos 1980, cerca de 34.000 monumentos foram erguidos em sua homenagem.
Depois de sua morte em 1994, continua sendo oficialmente "presidente eterno".
Em 2002, o regime comunista introduziu uma leve dose de economia de mercado, autorizando certa flexibilidade nos preços.
A paranóica corrida nuclear norte-coreana começou há mais de meio século
Há 20 horas
SEUL (AFP) — A vontade de Pyongyang de obter armas nucleares começou na Guerra da Coréia (1950-53), quando os Estados Unidos ameaçaram em várias oportunidades lançar a bomba atômica contra o país comunista, e a paranóia se intensificou após a invasão do Iraque em março de 2003.
Desde crianças, os norte-coreanos rodeados pela propaganda do regime, conviviam com a afirmação de que o imperialismo americano tinha como único objetivo aniquilar o paraíso operário da península coreana com um ataque nuclear.
Os sul-coreanos, por sua vez, aliados de Washington, temiam um ataque do vizinho do norte.
Terminada a Guerra da Coréia, Pyongyang se dedicou a construir a bomba atômica, ao se ver cercada pelos mísseis de Washington localizados na Coréia do Sul e Japão. Com essa finalidade, o regime comunista assinou um acordo com Moscou nos anos 50 que permitiu formar na União Soviética centenas de cientistas.
Por volta de 1960, começou a construção de um complexo de pesquisa nuclear em Yongbyon, ao norte da capital norte-coreana. Os soviéticos ajudaram com a montagem de um reator que esteve em operação em 1965.
Em 1974, a China aceitou formar cientistas norte-coreanos e cinco anos depois começavam as obras de um segundo reator, também em Yongbyon, com cinco megawatts de potência, que começou a ser operacional em 1987 com uma produção anual de cerca de sete quilos de plutônio.
No fim da década de 1980, os norte-coreanos começaram a tratar combustível radioativo e chegaram a extrair uma dezena de quilos de plutônio, suficientes para construir duas bombas nucleares.
Em 1994, Pyongyang assinou um tratado com os Estados Unidos pelo qual se comprometia a congelar seu programa nuclear militar em troca da construção de reatores para seu programa civil. Mas em 2002 Washington denunciou que o acordo havia sido violado: a Coréia do Norte havia suspendido seu programa militar à base de plutônio, mas havia iniciado outro - secreto - de enriquecimento de urânio.
A invasão em 2003 do Iraque, outro país incluído como parte do "eixo do mal" pelo presidente dos EUA, George W. Bush, deu às autoridades norte-coreanas a certeza da "hostilidade" de Washington, argumento repetido exaustivamente para justificar a recusa do regime comunista a participar das novas negociações internacionais.
Pyongyang assegura que Saddam Hussein foi derrotado por não possuir armas nucleares.
"A guerra no Iraque é uma lição que nos diz ser necessário possuir um importante poder de dissuasão", chegou a declarar um porta-voz da chancelaria norte-coreana um mês depois da invasão americana.
Em maio de 2005, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, Mohamed ElBaradei, estimou que os norte-coreanos possuíam "cerca de seis bombas".
Segundo especialistas, esse desenvolvimento não teria sido possível sem a ajuda de Abdul Qadeer Khan, pai da bomba nuclear paquistanesa, que reconheceu ter vendido seus conhecimentos a vários países, incluindo a Coréia do Norte.
http://afp.google.com/article/ALeqM5gse ... MfTYCgFwow