Acordo Brasil-França visa ao submarino nuclear
Quarta, 5 de setembro de 2007, 09h10
Cláudio Leal
Antonio Cruz/Agência Brasil
Waldir Pires, então ministro da Defesa, assinou o acordo pelo lado brasileiro
Um acordo de cooperação militar de conteúdo reservado assinado entre Brasil e França aproximou o governo brasileiro da tecnologia francesa de submarino nuclear. O "Acordo de Intenções das Relações Militares de Defesa" foi assinado em Paris, em junho, pelo então ministro Waldir Pires, sucedido no cargo por Nelson Jobim.
Em 19 de junho, às 15h45, Pires teve uma audiência de 40 minutos com o ministro da Defesa da França, Hervé Morin. Terra Magazine apurou que o acordo viabiliza a troca de informações militares e a aquisição gradual de tecnologia para a construção de um submarino nuclear.
Há em jogo três tecnologias possíveis: a francesa, a americana e a russa (a chinesa está fora de mercado).
O Brasil é capaz de enriquecer urânio, mas precisa desenvolver pesquisas para a construção do casco que suporte baixas profundidades. Os submarinos brasileiros são convencionais, de tecnologia alemã, sem propulsão atômica.
As negociações nesse caminho foram aprofundadas depois da visita do ex-presidente Jacques Chirac ao Brasil, em maio de 2006. Então, a ministra francesa Michèle Alliot-Marie participou de uma reunião no ministério da Defesa. Pires retribuiu a visita, em Paris. Não é, portanto, fruto de simpatia pessoal ou obra do acaso o recente gesto presidente francês, Nicolas Sarkozy. Recém-eleito, Sarkozy defendeu a entrada do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, departamento ultramarino, amplia o interesse da França nas cooperações militares no Atlântico Sul.
Em 10 de julho, no Centro Experimental de Aramar, em Iperó (SP), Lula anunciou a liberação de R$ 1,04 bilhão, em oito anos, para o programa de enriquecimento de urânio em escala industrial, atendendo a parte das queixas dos militares.
Velha reivindicação do comando da Marinha para a defesa do território marítimo brasileiro, a populsão nuclear aumenta a autonomia do submarino. O modelo convencional obriga a subida à superfície em até 72 horas. O modelo nuclear pode ficar submerso durante meses, o que amplia a segurança do monitoramento das plataformas marítimas.
Defesa marinha
Em junho, depois do ato de assinatura, o então ministro Waldir Pires declarou que "a intenção é finalizar em breve a negociação do acordo de cooperação de Defesa e estatuto das Forças Armadas dos dois países, intensificando o diálogo sobre temas de interesse comum em matéria de altas tecnologias".
Procurada, a assessoria do ministério da Defesa não forneceu uma cópia do acordo porque seu conteúdo ainda não é público. Como acordo de intenções, não representa uma posição definitiva, mas aponta a direção dos ventos na aquisição da tecnologia necessária para o avanço do projeto brasileiro do submarino de propulsão atômica.
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