PRick escreveu:
Nem tudo são vantagens, parece existir um aumento da complexidade nos navios multicasco, sobretudo, para controle de danos e avarias.
O que estamos observando é uma melhora significativa no centro de gravidade e da estabilidade dos navios, com o aumento significativo na boca dos cascos, diminuição na altura da superestrutura e uso de materiais compostos mais leves. Todos os novos projetos de FFG e CT´s tem pelo menos 15 até 20 metros de boca.
[ ]´s
Eu tenho observado esta tendência de aumento da boca nas contruções mais novas, parece que virou moda após os americanos lançarem os Arleigh Burke. Não sou engenheiro naval, mas fiquei com a impressão de que embora a boca mais larga tenha trazido algumas vantagens, pagou-se um preço por isto em termos de velocidade, pois os barcos novos são mais lentos que os de gerações anteriores.
Por isto minha curiosidade sobre os multicascos, pois eles em princípio permitiriam uma estabilidade ainda melhor que os cascos mais largos, sem a penalização na velocidade.
Faz algum tempo eu realmente li que haveriam restrições aos multicascos no caso de avarias, pois se o/s eixo/s de um dos lados ficassem inoperantes o barco poderia se ver impedido de navegar devido à assimetria da propulsão. Mas isto se referia apenas aos catamarãs simétricos. No caso de trimarãs (ou de catamarãs assimétricos com um dos cascos muito menor que o outro) o problema não existiria, e a presença dos cascos laterais poderia servir inclusive como proteção para o casco principal.
A proposta que eu ví seria a de um trimarã com os cascos bem afilados para alta velocidade e a maioria do armamento (células verticais de mísseis SS e AA, tubos de torpedos AS e até canhões AA) deslocados para os cascos laterais menores e distantes do casco principal. Mesmo que um destes cascos menores fosse atingido e explodisse o navio sobreviveria e poderia voltar para casa.
No artigo (que eu li em uma revista Popular Mechanics no dentista há muito tempo atrás) o maior impeditivo seria o custo do casco, maior que o de um casco convencional, e eventuais dificuldades de atracação. Mas hoje em dia o custo do casco é o menor dentre os que compõem o preço de um navio militar, e problemas de atracação não me pareceram um bom argumento contra as vantagens da configuração multicasco.
Pensei bastante sobre o assunto desde então, mas fiquei com a dúvida até hoje. Dei uma pesquisada após o comentário do Morcego e achei o link abaixo, que é muito interessante.
http://www.naval-technology.com/projects/trimaran/
Leandro G. Card