#2658
Mensagem
por Booz » Sáb Jun 16, 2007 2:27 am
A situação das favelas é extremamente complexa.
Ao contrário dos guetos em Varsóvia, ou até mesmo do Haiti (onde a situação traz semelhanças com o Rio), aqui o inimigo fica difuso na densa comunidade carente dos nossos guetos.
Penso, e não quero dizer que o que penso seja uma verdade, que a política empreendida - até agora - projetaria acertos se tivesse o imprescindível apoio do EB e dos FN no cerco às favelas. A tática adotada até o momento (essse enfrentamento) pincela o cenário do "martelo e a bigorna". Porém, nem a PM nem a PC e a Federal no Rio reúnem condições logísticas e de pessoal para manter um cerco deste naipe, pelo tempo necessário, e ainda por cima espremer os meliantes até o final.
ão há condições dessas corporações, mesmo em conjunto, isolar e invadir com os efeitos esperados.
Há outras condicionantes que esmerilham ações mais "enérgicas".
Lembremos, os policiais respondem ao CPB, bem como aos seus regulamentos internos institucionais. Não é fácil "desifentar" uma área com população civil no meio. Sem dizer que o custo político de uma chacina, que certamente ocorreria (basta ver o número de vítimas só em algumas escaramuças), levaria de roldão até o molusco. Quando cito, chacina, quero dizer de inocentes, porque o resto pode-se pensar em um jeito.
Por isto, advogo há muito tempo pelo cerco, com homens do EB e dos FN, além do apoio material, a essas concentrações de marginais. E durante este cerco as políciais fariam o serviço para o qual se destinam.
Contudo, para isto há que se mexer em determinados diplomas legais (assunto extremamente explosívo politicamente falando), para que às FFAA possam estar respaldadas a reagir, ou intervir, a quem tente romper o anel militar em torno da área sob sítio. Advogo também que pessoal das unidades de elite das FFAA tenham permissão para acompanhar e AGIR contra a vagabundagem.
Mas jogar a tropa comum em uma batalha, na qual se insere civis inocentes, acho altamente temerário. O desgaste para os militares pode ser ainda pior do que a resultante da intervenção deles na polpitica. Porque isto funcionaria como um jogo de dados, pode dar certo ou não. Então, vamos às probabilidades dos resultados.
1) Dando certo: Ótimo! Parabéns aos militares e coisa e tal. Mas, até quando? Será que os governos irão agir para ocupar o espaço tomado pelo tráfico? Ou, como ocorre sempre, na próxima eleição os políticos corram atrás dos traficantes, dos milicianos e outros donos de currais eleitorais dessas comunidades, fornecendo-lhes resguardo à perpetração dos seus crimes? Se for assim, o jogo recomeça com dados viciados.
2) Não da certo. O Exército aceita a derrota?
Se aceita sairá desmoralizado, se não aceita vai com tudo o que tem. E aí, quem banca esse "tudo o que tem" e o custo (vidas, perdas materiais, moradias etc)? Pode ocorrer um verdadeiro êxodo de favelados. Já imaginaram, hordas de moradores de morro descendo o asfalto em passeatas?
3) Da certo e tudo corre bem. O Exército fica contente, tem ganhos políticos, mas...
o estado continua interessado no mensalão, mensalinho, mesadas, "comer" jornalistas, licitações e, como diz o Túlio, "tales". daí, até quando nosso EB pode manter o martelo e a bigorna, visto que sabe, se frouxar, tudo volta ao que era (pois marginais multiplicam-se feito ratos se o ambiente lhes for propício)?