Marta x Serra: a falsa contenda
por Heitor De Paola em 13 de outubro de 2004
Resumo:
Existe alguma diferença entre Serra e Marta,
entre PSDB e PT? Se existe, eu não conheço, e a candidatura de ambos somente reforça a tese que as eleições no Brasil se resumem, desde 1985, a um verdadeiro me engana que eu voto! Por Heitor de Paola.
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Fico impressionado quando leio analistas políticos de inegável competência afirmarem que em São Paulo haverá uma eleição fundamental no segundo turno. Mesmo o meu amigo José Nivaldo Cordeiro, de quem raramente divirjo, acredita nisto. Ainda bem que em algo divergimos! Pois a meu ver, no dia 31 de outubro haverá em São Paulo uma falsa contenda entre aliados, um logro, uma cortina de fumaça, uma deception, como é bem expressado em inglês.
Alega-se que a vitória de Serra seria um golpe no projeto hegemônico do PT, só que não existe este projeto.
O verdadeiro projeto hegemônico não é do PT, é do Foro de São Paulo, do qual Serra e seu fraudulento PSDB não fazem parte diretamente, mas apoiam discretamente! Exatamente por isto, Serra protagonizou um dos episódios mais ridículos da história da República: a candidatura que não era, pois
o verdadeiro candidato do PSDB, do FHC e do próprio Serra atende pelo nome de Luis Inácio Lula da Silva! Era o candidato do Foro de São Paulo e de Sua Eminência, o Supremo Assassino do Caribe.À pantomima, à palhaçada das eleições presidenciais de 2002, que denunciei num de meus primeiros artigos sobre o tema, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, segue-se agora a eleição em São Paulo – e de quebra também a de Porto Alegre, onde os raros liberais e conservadores vão ter que escolher entre o candidato da ultraesquerda e o da hiperesquerda. Outra falsa contenda!
Como nosso preclaro Presidente adora dizer, “temos que discutir as biografias dos candidatos”. Pois vamos lá. Enquanto a Dona Martinha se refestelava em congressos de psicanálise – onde a conheci pessoalmente e achei-a um belo invólucro para o nada, um vácuo intelectual ambulante – ou nos de “sexologia” (seja lá o que isto significa, talvez trocar de marido?), em seus programinhas cafonas de TV, e discutia a cor preferida de suas calcinhas com o pseudo-intelectual Jô Soares – isto é, a biografia típica de uma imbecil deslumbrada – o que fazia José Serra?
Em 1964 Serra, então Presidente da UNE, participava do comício da Central do dia 13 de março, ao lado de Jango, Brizola e outros que queriam levar nosso País para a órbita de Havana e Moscou. Fugindo da Revolução de 31 de março foi para o Chile, onde junto com FHC e César Maia et caterva, foi parte integrante do “projeto Allende”, o primeiro do Supremo Assassino do Caribe para a América Latina (ou seria América latrina de Fidel?), felizmente frustrado pela decisiva ação das Forças Armadas chilenas sob o comando de Augusto Pinochet. De lá, continuou suas andanças pela esquerda mundial apoiando a ONU e o governo mundial socialista, o projeto cepalino de atraso econômico, junto com o que há de pior na economia das Américas, como Celso Furtado e Maria da Conceição “Tovaritch”.
Mas para compor uma imagem oposicionista foi preciso apoiar um projeto qualificado como neoliberal, uma idiotice que ninguém sabe definir mas que incluía privatizações corruptas deixando nas mãos do Estado onipotente o verdadeiro poder de decisão, via “agências reguladoras”. A alegada desestatização de FHC foi feita por quem não acredita no que está fazendo, senão teria começado pela Petrossauro, pelo Banco (ou Bando?) do Brasil, pela Caixa Econômica Federal e com a extinção pura e simples do BNDES. Como Ministro da Saúde destruiu com golpes de canetaço um dos princípios básicos da sociedade de confiança capitalista: o direito à propriedade intelectual, quebrando demagogicamente patentes para criar os “genéricos” e “por coincidência” passar as férias pós-rescaldo eleitoral, no país onde foram criadas estas verdadeiras piratarias medicamentosas, a Índia.
Existe alguma diferença entre Serra e Marta, entre PSDB e PT? Se existe, eu não conheço. Para usar uma expressão do Nivaldo, “sou daqueles que não vê diferenças entre sociais democratas e petistas”. A social-democracia é a ante-sala da ditadura comunista, nos países mais pobres. Os sociais-democratas começam distribuindo benesses, como aposentadorias integrais, controle de preços, saúde e educação “para todos”, distribuição de medicamentos, etc., tornando quase impossível a instalação de um governo liberal pois o povo não aceitará abrir mão facilmente destas benesses. Ao mesmo tempo, jogam a culpa de seu fracasso no capitalismo e nesta modernosa noção vazia, o neoliberalismo. É claro que deixam o trabalho sujo para os comunistas e continuam posando de bonzinhos esperando retomar o poder e continuar o jogo que impede a instalação da verdadeira liberdade. O Brasil é um país social-democrata desde 1930, mas tudo de ruim é culpa do capitalismo que não existe entre nós. Os únicos que tentaram furar este esquema – além dos primeiros governos militares - acabaram renunciando: Jânio e Collor.
PT e PSDB são ambos estatistas, defendem a Petrossauro e demais intervenções estatais, ambos projetaram e realizaram o desmonte e sucateamento de nossas Forças Armadas e o aviltamento de seus membros com salários de fome e desmoralização, e esta vexaminosa proibição dos filhos de militares transferidos cursarem universidades sem prestar novo vestibular, pois já o fizeram antes; um começou e o outro continua os processos de indenizações milionárias de comunistas e terroristas que mais mereciam a cadeia do que ganhar dinheiro às nossas custas. FHC entregou nosso Banco Central a um dos agentes do diabólico Soros e Lula continuou com o agente mor da banca internacional. Ambos apóiam firmemente o desarmamento dos cidadãos de bem. Ambos aprofundaram a entrega da Amazônia para a ONU e as ONGs européias, enquanto jogam as suspeitas nos EUA. Poderia desfiar um rosário de coincidências e nenhuma, repito, nenhuma diferença. Alguém, por favor, poderia me indicar uma sequer? A resistência a Marta parece ser mais coisa de criança teimosa que bate o pezinho no chão, gritando não gosto do PT, não gosto do Lula! O Supremo Carniceiro Caribeño e os membros de sua quadrilha de malfeitores já devem ter estourado várias garrafas de champagne, comemorando a burrice do eleitorado do maior país do continente.
Bem fiz em obedecer a voz de minha consciência, pela primeira vez, e não comparecer às eleições. Abstive-me conscientemente desta palhaçada que elegeu o trânsfuga César Maia, que já mudou várias vezes de partido mas sempre fez parte do esquema allendista e por isto, tão logo re-eleito, compareceu ao ritual do beija-mão à Metamorfose Ambulante, hipotecando sua solidariedade e apoio ao PT nas falsas contendas do segundo turno no Estado do Rio. Alguém cunhou esta frase excelente: me engana que eu voto!
As eleições no Brasil se resumem, desde 1985, a milhões de assaltados sendo obrigados a escolher qual a quadrilha que vai roubá-los. Ok, continuem me roubando, mas não me obriguem a escolher o ladrão.
O vencedor desta falsa contenda terá todo o direito a herdar o título de Barão – ou Baronesa – de Itararé, a batalha que não houve, vago desde a morte de seu genial inventor, Aparício Torelli. Isto se o eleito em Porto Alegre não reivindicá-lo para si. Neste caso, teríamos ao menos uma verdadeira batalha judicial! Como bem o diz Carlos Alberto Reis Lima em recente artigo: Já vimos que uma contagem como essa (51% das intenções de voto em Porto Alegre) só pode ser atingida por uma ideologia vitoriosa, aquela que domou o povo e o obrigou a gostar de carrascos comunistas: – não existe outra ideologia tão majoritária assim no Brasil que não essa esquerda e seu passado de terror! E Fogaça é do time! O mesmo diria de Serra e de Marta se estivesse em São Paulo (...).
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