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Real vive "lugar ao sol", diz Financial Times
A moeda brasileira está aproveitando seu "lugar ao sol", afirma título de reportagem do diário Financial Times publicada nesta quinta-feira, sobre a forte valorização verificada na véspera por moedas de países emergentes.
O jornal observa que o real teve a maior valorização entre as principais moedas emergentes, que tiveram "uma série de recordes de alta diante do dólar ontem".
A reportagem comenta que as valorizações ocorreram após os dados divulgados na terça-feira pelos Estados Unidos que mostraram uma inflação abaixo do esperado, aumentando o apetite dos investidores por mercados emergentes, considerados mais arriscados.
Além disso, observa o FT, a alta do real foi impulsionada pelo aumento da avaliação do Brasil pela agência de crédito Standard & Poor's.
Analistas consultados pelo jornal afirmam que a tendência de valorização do real deve continuar, apesar das compras de dólares pelo Banco Central para tentar limitar o fluxo de dólares para o mercado interno.
"Efeito Brasil"
A valorização do real e os dados econômicos positivos para os países emergentes ajudaram a valorizar os títulos da dívida argentina na quarta-feira, segundo o diário La Nación, que qualificou o impacto sobre o mercado local de "efeito Brasil".
Segundo o jornal, "o nível que alcançaram os preços de quase todos os títulos brasileiros e o forte diferencial de rendimentos acumulados em relação aos títulos argentinos estariam levando alguns fundos de investimento a escolher entre os dois mercados e a alocar parte dos ganhos obtidos no Brasil para a compra de ativos argentinos".
O diário argentino comenta que "o real subiu quase 7% diante do dólar desde janeiro, após se valorizar quase 9% em 2006 por causa do constante fluxo de divisas ao maior país da América do Sul, que segue aumentando suas exportações e apresenta uma perspectiva de crescimento maior do que a esperada".
Outra reportagem publicada pelo Nación , porém, afirma que o governo argentino deve questionar, em um seminário em Washington nesta quinta-feira, a estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não intervir para conter a valorização da moeda.
Segundo o jornal, "o subsecretário de Política Econômica, Martín Abeles, encarregado da apresentação oficial, expressará que 'para países em desenvolvimento, como a Argentina, o mais lógico é manter o tipo de câmbio competitivo e acumular reservas internacionais para enfrentar o efeito contágio dos mercados financeiros internacionais".
"Esta mensagem se difundirá em um momento-chave, já que o real segue sua marcha ascendente frente ao dólar por causa do forte ingresso de capitais no Brasil e a decisão do governo Lula de não deter essa avalanche, somente moderá-la", diz a reportagem.
"A Argentina insiste na estratégia oposta: manter o tipo de câmbio alto apesar da chuva de dólares que cai sobre a região e das fortes pressões inflacionárias", afirma o jornal.
http://br.invertia.com/noticias/noticia ... B_34855546
A moeda brasileira está aproveitando seu "lugar ao sol", afirma título de reportagem do diário Financial Times publicada nesta quinta-feira, sobre a forte valorização verificada na véspera por moedas de países emergentes.
O jornal observa que o real teve a maior valorização entre as principais moedas emergentes, que tiveram "uma série de recordes de alta diante do dólar ontem".
A reportagem comenta que as valorizações ocorreram após os dados divulgados na terça-feira pelos Estados Unidos que mostraram uma inflação abaixo do esperado, aumentando o apetite dos investidores por mercados emergentes, considerados mais arriscados.
Além disso, observa o FT, a alta do real foi impulsionada pelo aumento da avaliação do Brasil pela agência de crédito Standard & Poor's.
Analistas consultados pelo jornal afirmam que a tendência de valorização do real deve continuar, apesar das compras de dólares pelo Banco Central para tentar limitar o fluxo de dólares para o mercado interno.
"Efeito Brasil"
A valorização do real e os dados econômicos positivos para os países emergentes ajudaram a valorizar os títulos da dívida argentina na quarta-feira, segundo o diário La Nación, que qualificou o impacto sobre o mercado local de "efeito Brasil".
Segundo o jornal, "o nível que alcançaram os preços de quase todos os títulos brasileiros e o forte diferencial de rendimentos acumulados em relação aos títulos argentinos estariam levando alguns fundos de investimento a escolher entre os dois mercados e a alocar parte dos ganhos obtidos no Brasil para a compra de ativos argentinos".
O diário argentino comenta que "o real subiu quase 7% diante do dólar desde janeiro, após se valorizar quase 9% em 2006 por causa do constante fluxo de divisas ao maior país da América do Sul, que segue aumentando suas exportações e apresenta uma perspectiva de crescimento maior do que a esperada".
Outra reportagem publicada pelo Nación , porém, afirma que o governo argentino deve questionar, em um seminário em Washington nesta quinta-feira, a estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não intervir para conter a valorização da moeda.
Segundo o jornal, "o subsecretário de Política Econômica, Martín Abeles, encarregado da apresentação oficial, expressará que 'para países em desenvolvimento, como a Argentina, o mais lógico é manter o tipo de câmbio competitivo e acumular reservas internacionais para enfrentar o efeito contágio dos mercados financeiros internacionais".
"Esta mensagem se difundirá em um momento-chave, já que o real segue sua marcha ascendente frente ao dólar por causa do forte ingresso de capitais no Brasil e a decisão do governo Lula de não deter essa avalanche, somente moderá-la", diz a reportagem.
"A Argentina insiste na estratégia oposta: manter o tipo de câmbio alto apesar da chuva de dólares que cai sobre a região e das fortes pressões inflacionárias", afirma o jornal.
http://br.invertia.com/noticias/noticia ... B_34855546

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Dólar fecha com a maior queda diária em 11 meses
A autoridade monetária voltou a fazer leilão de swap cambial reverso nesta sessão e vendeu o equivalente a US$ 1 bilhão, numa operação que tem efeito de uma compra futura de moeda. Além disso, o BC fez leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou dez propostas, segundo um operador.
O Banco Central tentou, mas não conseguiu evitar que o dólar registrasse nesta quarta-feira a maior queda diária em 11 meses, diante do contínuo ingresso de recursos e da melhora na classificação brasileira pela Standard & Poor's.
Mas o cenário positivo venceu. O dólar encerrou a sessão em queda de 1,41%, a 1,954 reais. Foi o quarto dia seguido de queda, o que colocou a moeda na menor cotação desde 16 de janeiro de 2001.
Nesta quarta, em especial, somou-se ao fluxo bastante forte de ingressos e ao tom positivo dos mercados internacionais, a notícia de que a agência de classificação de risco S&P colocou a nota do Brasil a um degrau abaixo do grau de investimento.
Quando um país atinge esse patamar significa que tem baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros, o que pode atrair mais empresas e recursos.
"Isso só vem a incentivar mais ainda os investidores estrangeiros a virem para cá, a preocupação agora é onde vai parar esse dólar, é a pergunta que não calar", afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.
"O BC vai fazer queda de braço com o mercado até quando? Tudo tem um limite, tem um custo de carregamento", completou.
O BC havia deixado de realizar os leilões de swap cambial reverso há cerca de uma semana, mas continuava com os leilões de compra de dólares. Segundo analistas, a atuação menos firme do BC foi decisiva para a moeda romper, na véspera, a marca psicológica dos R$ 2.
O questionamento do mercado, agora, é sobre o que o governo vai fazer para segurar a queda do dólar, em meio a um cenário que só incentiva essa tendência.
"Com as reservas cambiais que o Brasil já tem, com o risco-país do jeito que está, a confiança do investidor é plena", afirmou Vogeler, acrescentando que o superávit comercial também tem papel importante no fluxo de ingresso de divisas.
Entre as medidas que o governo poderia adotar, o operador citou incentivos à importação e cortes maiores no juro.
Sidnei Nehme, diretor-executivo e economista da corretora de câmbio NGO, também foi incisivo ao afirmar que o preço baixo do dólar pede uma redução maior da taxa de juro.
"Particularmente, trabalhamos com a hipótese de que o BC tem um plano B para a questão e que não consiste simplesmente no corte na área tributária, por isso começamos a identificar no cenário atual a materialização da possibilidade... de um imprevisível corte mais substantivo na Selic", disse o diretor em relatório.
Segundo operadores, o mercado passa a buscar taxas mais baixas para o dólar, uma vez que as operações do Banco Central ainda não têm sido suficientes para reduzir a curva de declínio.
Em relatório, a corretora Link frisou que "os analistas são unânimes em apostar que, se o BC continuar manso, o dólar pode bater, no curto prazo, um nível estimado entre R$ 1,90 e R$ 1,85".
http://br.invertia.com/noticias/noticia ... nN16247242
A autoridade monetária voltou a fazer leilão de swap cambial reverso nesta sessão e vendeu o equivalente a US$ 1 bilhão, numa operação que tem efeito de uma compra futura de moeda. Além disso, o BC fez leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou dez propostas, segundo um operador.
O Banco Central tentou, mas não conseguiu evitar que o dólar registrasse nesta quarta-feira a maior queda diária em 11 meses, diante do contínuo ingresso de recursos e da melhora na classificação brasileira pela Standard & Poor's.
Mas o cenário positivo venceu. O dólar encerrou a sessão em queda de 1,41%, a 1,954 reais. Foi o quarto dia seguido de queda, o que colocou a moeda na menor cotação desde 16 de janeiro de 2001.
Nesta quarta, em especial, somou-se ao fluxo bastante forte de ingressos e ao tom positivo dos mercados internacionais, a notícia de que a agência de classificação de risco S&P colocou a nota do Brasil a um degrau abaixo do grau de investimento.
Quando um país atinge esse patamar significa que tem baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros, o que pode atrair mais empresas e recursos.
"Isso só vem a incentivar mais ainda os investidores estrangeiros a virem para cá, a preocupação agora é onde vai parar esse dólar, é a pergunta que não calar", afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.
"O BC vai fazer queda de braço com o mercado até quando? Tudo tem um limite, tem um custo de carregamento", completou.
O BC havia deixado de realizar os leilões de swap cambial reverso há cerca de uma semana, mas continuava com os leilões de compra de dólares. Segundo analistas, a atuação menos firme do BC foi decisiva para a moeda romper, na véspera, a marca psicológica dos R$ 2.
O questionamento do mercado, agora, é sobre o que o governo vai fazer para segurar a queda do dólar, em meio a um cenário que só incentiva essa tendência.
"Com as reservas cambiais que o Brasil já tem, com o risco-país do jeito que está, a confiança do investidor é plena", afirmou Vogeler, acrescentando que o superávit comercial também tem papel importante no fluxo de ingresso de divisas.
Entre as medidas que o governo poderia adotar, o operador citou incentivos à importação e cortes maiores no juro.
Sidnei Nehme, diretor-executivo e economista da corretora de câmbio NGO, também foi incisivo ao afirmar que o preço baixo do dólar pede uma redução maior da taxa de juro.
"Particularmente, trabalhamos com a hipótese de que o BC tem um plano B para a questão e que não consiste simplesmente no corte na área tributária, por isso começamos a identificar no cenário atual a materialização da possibilidade... de um imprevisível corte mais substantivo na Selic", disse o diretor em relatório.
Segundo operadores, o mercado passa a buscar taxas mais baixas para o dólar, uma vez que as operações do Banco Central ainda não têm sido suficientes para reduzir a curva de declínio.
Em relatório, a corretora Link frisou que "os analistas são unânimes em apostar que, se o BC continuar manso, o dólar pode bater, no curto prazo, um nível estimado entre R$ 1,90 e R$ 1,85".
http://br.invertia.com/noticias/noticia ... nN16247242

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Mesmo influênciado por fatores pontuais como a inflação americana abaixo do esperado, o Real vem se valorizando assustadoramente!
Mesmo o BC comprando diariamente US$ 1 Bi o dólar não para de se desvaorizar, atingindo a marca de R$ 1,95 !
Os dados da econômia são muito animadores (para mim um leigo!
)
Creio que se mantivermos esse rumo cresceremos os 4,5% projetados pelo governo!
Abraços!

Mesmo o BC comprando diariamente US$ 1 Bi o dólar não para de se desvaorizar, atingindo a marca de R$ 1,95 !
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- Dieneces
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Na outra ponta , Sniper , seguirão as demissões na indústria calçadista , e pelo quarto ano seguido , teremos dificuldades na lavoura gaúcha , só pra ficar no meu estado , dois anos de seca e dois anos de câmbio desfavorável , caso da soja , especialmente . Isso que os preços internacionais estão bons . A Argentina comemora mais uma safra cheia , com excelente produção e bons preços . Nós , excelente produção e preços baixos . Algo de errado há .Em dólar , o preço é o mesmo . Os compradores são os mesmos . O dinheiro é o mesmo . Lá tá todo mundo eufórico , renovando frota de máquinas , aqui não tá dando pra pagar as contas . Algo de errado há...Sniper escreveu:Mesmo influênciado por fatores pontuais como a inflação americana abaixo do esperado, o Real vem se valorizando assustadoramente!![]()
Mesmo o BC comprando diariamente US$ 1 Bi o dólar não para de se desvaorizar, atingindo a marca de R$ 1,95 !
Os dados da econômia são muito animadores (para mim um leigo!![]()
)
Creio que se mantivermos esse rumo cresceremos os 4,5% projetados pelo governo!![]()
Abraços!
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Alguns setores da econômia de Minas Gerais (2º maior exportador) também estão sofrendo com a valorização do real.
Mineração, Siderurgia, automóveis e outros setores estão reclamando.
O setor produtivo precisa se adaptar a nova realidade do câmbio flutante. Cortar custos (infelizmente isso inclui demissões), melhorar a produtividade, se modernizar e principalmente se voltar ao mercado interno.
Não adianta ficar de boca aberta chorando e colocando a culpa no governo, as empresas que não se adaptarem a essa realidade serão eliminadas.
É como os economistas estão dizendo, perdem alguns setores e ganham outros, no final as coisas se equilibram.
Mineração, Siderurgia, automóveis e outros setores estão reclamando.
O setor produtivo precisa se adaptar a nova realidade do câmbio flutante. Cortar custos (infelizmente isso inclui demissões), melhorar a produtividade, se modernizar e principalmente se voltar ao mercado interno.
Não adianta ficar de boca aberta chorando e colocando a culpa no governo, as empresas que não se adaptarem a essa realidade serão eliminadas.
É como os economistas estão dizendo, perdem alguns setores e ganham outros, no final as coisas se equilibram.

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Ganham o setor financeiro com seus lucros recordes , o setor petroleiro , por preços elevados no exterior , o siderúrgico , pela mesma razão e mais um que outro . Taxa de câmbio que valorize a moeda , associada aos maiores juros reais do planeta é suicídio para quem efetivamente produz , concentrando capital na mão de poucos . Que me perdoem os economistas que pensam o contrário , mas eles só podem trabalhar para o sistema financeiro. A situação só não é pior , graças a economia informal , que o governo estimula a TODOS , praticarem.Sniper escreveu:Alguns setores da econômia de Minas Gerais (2º maior exportador) também estão sofrendo com a valorização do real.
Mineração, Siderurgia, automóveis e outros setores estão reclamando.
O setor produtivo precisa se adaptar a nova realidade do câmbio flutante. Cortar custos (infelizmente isso inclui demissões), melhorar a produtividade, se modernizar e principalmente se voltar ao mercado interno.
Não adianta ficar de boca aberta chorando e colocando a culpa no governo, as empresas que não se adaptarem a essa realidade serão eliminadas.
É como os economistas estão dizendo, perdem alguns setores e ganham outros, no final as coisas se equilibram.
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- Paisano
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A retórica planilheira
Fonte: http://luisnassifeconomia.blig.ig.com.br/
Fonte: http://luisnassifeconomia.blig.ig.com.br/
A discussão sobre o câmbio entrou no campo dos dogmas sagrados. Acho que é efeito da visita do Papa. Confira as verdades intocáveis.
1. A apreciação cambial era algo inevitável, e os líderes industriais que não prepararam seus associados para esse quadro ainda irão ser cobrados por sua omissão, como coloca meu amigo Celso Ming em sua coluna de ontem no “Estadão”.
Ora, inevitável para quem? Apreciação ou desvalorização cambial não é um dado absoluto, que afeta todas as moedas. Se uma moeda está se apreciando, é em relação a outra moeda que se desvalorizou. É evidente que desvalorizar ou valorizar moedas depende basicamente da maneira como a política econômica atua sobre os fatores de influência no câmbio.
2. Essa história de que medidas de controle de capitais “seria como explodir a panela de pressão, com o feijão indo parar no teto”, como diz o economista Paulo Leme em entrevista ao “Estadão”, faz parte dos clichês que comovem, e não tem base factual.
Há diversas maneiras de conter o fluxo de dólares: fixar tempo de permanência para o capital especulativo, reduzir o diferencial de juros, criar fundos de exportação para produtos primários. Se há excesso de dólares, como que a redução de parte desse fluxo iria explodir a panela de pressão? Pode explodir o negócio do Paulo Leme, que consiste em trazer dólares pelo mercado financeiro para obter ganhos fáceis no país. Mas explodir o país? Trata-se de uma caricatura para enganar trouxa. E tem trouxa para tudo.
3. O dólar vai obrigar a economia a ser competitiva, em uma forma benfazeja de “darwinismo” econômico, como foi dito ontem em evento do ABN-Real.
O que caracteriza a competitividade? Ter produtos de igual ou melhor qualidade que o estrangeiro, a um preço menor ou igual. Se uma empresa nacional tem 30% de ganho de produtividade, isto é, ficou 30% mais eficiente, e o real se valorizou em 30%, todo o aumento de eficiência foi anulado pelo câmbio. E a empresa voltou ao nível de competitividade anterior, comparado ao seu rival estrangeiro. Como dizer, então, que a apreciação do real vai tornar a economia mais competitiva?
4. Com o real apreciado só perdem os setores ineficientes, como diz a primeira página do “Globo” de ontem.
É falso! Perdem todos os fabricantes nacionais em comparação com seus concorrentes importados. Os menos eficientes morrem. Os mais eficientes perdem eficiência. Uma ou outra empresa pode melhorar individualmente, recorrendo à importação. Mas será à custa de seus fornecedores internos, destruindo sua cadeia produtiva e os empregos que gera.
Essa idéia do “darwinismo” econômico é uma das facetas mais cruéis desse financismo que tomou conta do país. Como é de extrema miopia a idéia de que o país passa por uma “reestruturação competitiva”. Setores nascem, crescem a duras penas, se consolidam, treinam seus trabalhadores, aprendem a inovar, a exportar. Quando ganham escala, conseguem investimentos.
No Brasil de hoje, assim como no das três primeiras décadas do século, esse processo natural está proibido. Quando os moveleiros, o setor têxtil, o de calçados conseguiu crescer, veio o câmbio de 1994 e quase os destruiu. Depois, anos para serem reconstruídos. Quando começam a respirar, outro golpe cambial. É a eterna sina do subdesenvolvimento e dos interesses específicos se sobrepondo a um projeto nacional.
- Pedro Gilberto
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Pô Paisano, que coincidência....ia postar justamente este artigo do Nassif....
Mas já que chegaste primeiro, vou colocar outro deveras preocupante:
Será que é isso mesmo queremos pro país? Importador de parafusos?????
[]´s

Mas já que chegaste primeiro, vou colocar outro deveras preocupante:
15/05/2007 23:51
Os espertos e os eficientes
Natan Blanche é o criador da Tendência Consultoria e pessoa que, uma semana antes da explosão do câmbio, em 1999, criou a expressão “arco do atraso” para qualificar os que previam a explosão do câmbio. E um mês depois ironizava os que eram contra a mudança no câmbio.
Agora, o gênio intuitivo do mercado de câmbio sustenta que apenas os ineficientes perdem com o real valorizado. E quem ganha? Os eficientes e os consumidores.
Ontem conheci em Curitiba um fabricante de parafusos. Nos últimos dois anos empreendeu um esforço hercúleo e ganhou 20% de eficiência. Sua fábrica tem a menor relação produto/energia consumida do estado. Seria um campeão em qualquer economia normal, candidato a crescer vigorosamente e a investir.
No entanto, todo esse esforço permitiu-lhe apenas a sobrevivência, porque concorrentes menos eficientes (porém mais espertos) passaram a importar parafusos da China, beneficiados pelo câmbio esperto.
Ganham os importadores, perdem os exportadores, perdem os trabalhadores, perdem os competidores nacionais, ganham eventualmente alguns setores mais voltados para o mercado interno e a salvo da concorrência internacional.
Todas essas minúcias são deixadas de lado. Segundo o grande Natn, o mundo está dividido entre ineficientes que perdem e eficientes que ganham.
Seria mais sincero dizendo que não são necessariamente os eficientes que ganham: são os “espertos”. Mas não seria esperteza admitir que suas afirmações são pura esperteza, para não espantar os “patos” que caem no conto do clichê.
http://luisnassif.blig.ig.com.br/
Será que é isso mesmo queremos pro país? Importador de parafusos?????
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
- Dieneces
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Cito o meu exemplo pessoal , Paisano . Até dois anos atrás eu integrava uma empresa agropecuária que plantava soja , fundamentalmente , no Tocantins e aqui no RS . Cessamos as atividades , apesar de o Brasil ser extremamente competitivo no setor . Não dava pra produzir , gastava-se 100 para produzir 75 , 80 , no máximo 90 . Custos fixos em ascensão , notadamente combustível e pessoal , 12 funcionários fixos e 14 eventuais , demitidos , fora cerca de vinte outros de subcontratadas . Hoje , trabalho com o mesmo segmento , só no mercado especulativo . Minha rentabilidade aumentou e muito , não gero um único emprego específico , a sociedade ganha quase nada com isso . Fiz o que reza cartilha , diminui custos , demiti funcionários , me desgasto menos (passo mais tempo ao computador que sujando as botas) , otimizei meus rendimentos com isso...só que a cartilha esqueceu de pensar nas bocas famintas e com pouca instrução que perderam seus empregos... se bem que tem o bolsa-família...que deve ser o setor financeiro que sustenta... 

Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Obviamente que são econômias completamente diferentes da nossa,mas fico pensando como são as coisas na zona Euro...
Será que lá, com uma moeda sempre muito forte e valorizada acontece essa invasão de parafusos Chineses ?
Será que a Alemanha, França, Espanha são pobres coitados que não conseguem exportar por causa do câmbio ?
Será que não estamos desviando o foco de outros problemas para o câmbio?
Será que a única forma de sustenatarmos nossa econômia é desvalorizando artificialmente o Real?
Definitivamente não concordo com esse coitadismo...
Será que lá, com uma moeda sempre muito forte e valorizada acontece essa invasão de parafusos Chineses ?
Será que a Alemanha, França, Espanha são pobres coitados que não conseguem exportar por causa do câmbio ?

Será que não estamos desviando o foco de outros problemas para o câmbio?
Será que a única forma de sustenatarmos nossa econômia é desvalorizando artificialmente o Real?
Definitivamente não concordo com esse coitadismo...


- Dieneces
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Como falar em competição com a China , que trabalha com custos que ora são econômicos , ora políticos . Pratica um capitalismo totalitário (a expressão é minha mesmo) , onde os salários e leis trabalhistas são próximas da escravidão , o câmbio é fixo e controlado e o governo é uma ditadura comandada pelo politburo . E assim mesmo , utiliza muitas medidas protecionistas . Contem outra piada , por favor... 

Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
- Pedro Gilberto
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Dieneces escreveu:Ganham o setor financeiro com seus lucros recordes , o setor petroleiro , por preços elevados no exterior , o siderúrgico , pela mesma razão e mais um que outro . Taxa de câmbio que valorize a moeda , associada aos maiores juros reais do planeta é suicídio para quem efetivamente produz , concentrando capital na mão de poucos . Que me perdoem os economistas que pensam o contrário , mas eles só podem trabalhar para o sistema financeiro. A situação só não é pior , graças a economia informal , que o governo estimula a TODOS , praticarem.
Esse é ponto Dieneces.....hoje quem está ganhando muito dinheiro é o mercardo financeiro ao embolsar a diferença de juros nacionais ante ao que vigora no exterior. Além disso há o ataque ao câmbio para anular riscos de desvalorização e ainda ganhar algum mais.
Pra exemplificar, seguem abaixo análises do mercardo financeiro, são textos mais tecnicos e sua leitura é massante, mas vale a pena ler:
03/05/2007 - 09h10
Análise: Maio promete repetir distorções cambiais
SÃO PAULO - O Banco Central (BC) comprou US$ 11,8 bilhões em abril e, mesmo assim, o dólar acumulou no mês desvalorização de 1,12%. Isso significa que o BC comprou menos do que deveria e, por isso, a cotação da moeda caiu por causa do incontrolável fluxo de dólares? Não adianta fazer nada frente ao superávit da balança comercial? Não é nada disso. O BC adquiriu no mês passado a totalidade do superávit de US$ 10,73 bilhões registrado pela balança cambial e mais o acréscimo feito pelos bancos em suas posições vendidas . Estas avançaram de US$ 6,5 bilhões para US$ 7,5 bilhões. E, mesmo assim, o dólar caiu. A queda do dólar não tem, portanto, relação com o movimento físico contabilizado pela balança cambial. Resulta das arbitragens financeiras e as operações derivativas envolvendo dólares virtuais , não-físicos. O comportamento do câmbio no primeiro dia útil de maio mostrou que essa distorção tende a se repetir no novo mês.
Depois de três altas, motivadas pelas clássicas e monótonas incertezas sobre os rumos da economia americana, o dólar fechou ontem em baixa de 0,63%, cotado a R$ 2,0240. Não por culpa direta do BC. Ele se esforçou nas duas frentes erigidas como suficientes para impedir a sobrevalorização cambial. Às 15h30, fez o leilão habitual de compra à vista, retirou dos bancos cerca de US$ 500 milhões. E, logo em seguida, anunciou a venda de 12,7 mil contratos cambiais de swaps reversos, por meio dos quais comprou a termo US$ 600 milhões. Tudo inútil. Inclusive a imprevisibilidade . O fator surpresa das primeiras incertas cambiais desde que o BC voltou a vender swaps reversos, no mês passado, já não funciona mais. Ele vinha leiloando os swaps ou de manhã ou às 12h30. A realização da venda às 15h35 não serviu para assustar o mercado. Afinal, os swaps reversos não são encarados como punição, mas como excelente e rentável negócio, pois pagam a Selic mais a variação cambial negativa.
O BC tem culpa pela sobrevalorização do real pela via indireta, a monetária. As operações com derivativos e que arbitram diferenças de taxa de juros têm o superávit comercial apenas como pano de fundo de referência. Elas se aproveitam na verdade do juro real de 8,4% pago pela Selic. E a queda que o BC induzirá na taxa real por meio dos cortes feitos no juro nominal é, do ponto de vista do capital estrangeiro, convenientemente parcimoniosa. A estrutura a termo dos juros acentuou ontem a inclinação negativa de sua curva. Quanto mais distante o vencimento, maior a queda. O CDI cedeu 0,03 ponto para julho próximo, 0,04 ponto para outubro, 0,05 ponto para janeiro, 0,09 para janeiro de 2009 e 0,13 ponto para janeiro de 2010. A taxa do swap de 360 dias recuou de 11,32% para 11,26%. A razão é que o mercado finalmente se convenceu de que o Copom será agressivo nos próximos cortes de Selic. O que é isso? Pelo menos duas baixas consecutivas de 0,50 ponto. Mesmo que, na melhor das hipóteses admitidas pelas instituições, a Selic venha a fechar 2007 com taxa de 10,5%, o juro real brasileiro, na casa dos 7%, ainda será dos maiores do mundo.
O otimismo do primeiro dia útil de maio terá de ser rechecado hoje e amanhã. O mercado americano já irá se retrair hoje em preparação à divulgação, amanhã, do relatório oficial de emprego referente a abril. Do ângulo do Federal Reserve (Fed), de pouco vale um crescimento da atividade industrial se não receber a chancela da criação de novos postos de trabalho. Estes, ao gerar demanda, podem ter mais influência sobre a inflação do que aquela.
(Luiz Sérgio Guimarães | Valor Econômico)
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/05/03/ult1913u68457.jhtm
16/05/2007 - 08h35
Análise: BC se rende a estrangeiro ´vendido´
SÃO PAULO - O Banco Central (BC) perdeu a queda-de-braço que vinha travando com os especuladores internacionais. A batalha se dava sobretudo nos mercados derivativos da BM & F. A partir da segunda quinzena de abril, a briga se intensificou com a volta maciça dos leilões de venda de contratos de swaps reversos. Ao comprar dólares no mercado futuro por meio desses instrumentos, o BC tinha o objetivo de estancar a queda futura, o principal foco de pressão de baixa sobre a cotação à vista. O auge da disputa ocorreu no dia 3 de maio, quando o BC vendeu o equivalente a US$ 3,15 bilhões em swaps reversos. Os especuladores diminuíram sua ofensiva diante da firmeza do BC? Pelo contrário, redobraram o seu cacife.
Os hedge funds, que haviam iniciado o ano com posições " vendidas " em US$ 7,6 bilhões nos pregões de cupom cambial e dólar futuro, ampliaram a aposta para US$ 10,18 bilhões no final de abril. E ao longo de maio intensificaram o jogo, a ponto de o último posicionamento oficial conhecido, referente à segunda-feira, revelar posição " vendida " de US$ 16,20 bilhões. Em apenas nove pregões, a aposta de que o BC não conseguiria segurar a queda do dólar cresceu 59,14%, ou US$ 6,02 bilhões. Ontem, ficou claro para o mercado todo que o BC iria capitular. E hoje os hedge funds irão embolsar as vultosas chamadas de margem que serão pagas pelos " comprados " em câmbio.
O BC desistiu de brigar tanto no mercado futuro - há cinco dias não oferece swaps reversos - quanto à vista. Depois das pesadas intervenções de compra feitas no mês até sexta-feria passada, no valor total de US$ 7,09 bilhões, o BC atuou timidamente na segunda-feira (volume de US$ 616 milhões) e sobretudo ontem, quando adquiriu somente US$ 424 milhões, justamente no dia em que estava sendo encostado na parede. O leilão de compra feito ontem pelo BC visou unicamente a sancionar a cotação abaixo de R$ 2,00. Comprou moeda pagando apenas R$ 1,9840. Depois da apatia demonstrada por ele no leilão realizado somente quando faltava meia-hora para o encerramento das operações, o dólar caiu mais um pouco, fechando a R$ 1,9830, desvalorização de 1,29% em relação ao preço de segunda-feira, de R$ 2,009.
O capital estrangeiro ganhou este ano mais com a desvalorização do dólar do que com o juro doméstico. Quem entrou com US$ 100 milhões no último dia útil de 2006 e transformou-os em R$ 213,7 milhões pelo câmbio da época (R$ 2,1370), depois aplicou o dinheiro no CDI (rendimento de 5% do início do ano até agora), e reconverteu a aplicação pelo dólar de ontem, mandou de volta US$ 113,154 milhões, ou seja ganho bruto de 13,15% em apenas quatro meses e meio. Vale dizer que, de janeiro a meados de maio, o estrangeiro ganhou aqui, sem risco algum, o equivalente a dois anos e meio de aplicação em títulos do Tesouro americano.
O diferencial entre as taxas de juros internas e externas pode até aumentar se o Copom não intensificar o movimento declinante da taxa Selic. A sobreoferta de dólares que desencadeou ontem o teste definitivo da barreira dos R$ 2,00 foi motivada pela percepção de que o Federal Reserve (Fed) reduzirá o juro básico americano ainda este ano. Isto porque o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês) de abril surpreendeu positivamente. O índice cheio aumentou 0,4%, para projeção de 0,5%, e o núcleo, de 0,2%, saiu em linha com as expectativas. Diante disso, o capital financeiro foi atrás da rentabilidade recorde e sem risco paga pelo Brasil.
E quando o BC resolver aumentar a velocidade de queda da taxa Selic os investidores que mais irão ganhar serão justamente os estrangeiros. São eles os que estão " vendidos em taxa " no mercado futuro de juros da BM & F. A derrocada do dólar incentivou os investidores a assumirem posições prefixadas e as projeções de CDI sofreram quedas expressivas. Os contratos que mais tombaram ontem foram os mais longos, os preferidos do capital externo. A taxa para janeiro de 2009 cedeu 0,08 ponto, para 10,65%. E o CDI para janeiro de 2010 recuou 0,11 ponto, a 10,39%.
Para alguns analistas, a desistência formal do BC em segurar o dólar sinaliza aos tesoureiros e gestores de fundo a intenção de imprimir um novo ritmo de queda à taxa Selic. O mercado se prepara para um corte de 0,50 ponto na reunião do Copom do dia 6 de junho. Poderia até ser um corte maior, já que os modelos econométricos utilizados pelo BC e pelo mercado, ainda rodando com dólar na casa de R$ 2,05, estão desatualizados. Mesmo a R$ 2,05, fornecem, para uma Selic em dezembro de 11%, inflação de 3,5% no fim do ano. Com dólar a R$ 1,80 (novo piso enxergado pelo mercado), a inflação ficará perto de 3% para a mesma Selic de 11%.
(Luiz Sérgio Guimarães | Valor Econômico)
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/05/16/ult1913u69117.jhtm
Sempre que posso tento ler essa coluna diária, aqui tem mais links e que sempre repetem essa análise.
http://noticias.busca.uol.com.br/uol/index.html?rd=1&ref=Economia&q=An%E1lise+valor+guimar%E3es
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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No meu caso não é coitadismo , Sniper . Estou ganhando mais agora . Sozinho , antes dividia com cerca de 120 pessoas , direta e indiretamente . Mas não me sinto mais feliz por isso , acredite . Quanto a perda de mercados pela valorização do Euro na Comunidade Européia ... eles importaram , estão importando e querem importar países inteiros , para não perderem mercados : Romênia , Polônia , Bulgária , Eslováquia , Rep. Checa , Eslovênia , Croácia , Hungria , Turquia, etc...Sniper escreveu:Obviamente que são econômias completamente diferentes da nossa,mas fico pensando como são as coisas na zona Euro...
Será que lá, com uma moeda sempre muito forte e valorizada acontece essa invasão de parafusos Chineses ?
Será que a Alemanha, França, Espanha são pobres coitados que não conseguem exportar por causa do câmbio ?![]()
Será que não estamos desviando o foco de outros problemas para o câmbio?
Será que a única forma de sustenatarmos nossa econômia é desvalorizando artificialmente o Real?
Definitivamente não concordo com esse coitadismo...

Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Sniper escreveu:Obviamente que são econômias completamente diferentes da nossa,mas fico pensando como são as coisas na zona Euro...
Será que lá, com uma moeda sempre muito forte e valorizada acontece essa invasão de parafusos Chineses ?
Será que a Alemanha, França, Espanha são pobres coitados que não conseguem exportar por causa do câmbio ?![]()
Será que não estamos desviando o foco de outros problemas para o câmbio?
Será que a única forma de sustenatarmos nossa econômia é desvalorizando artificialmente o Real?
Definitivamente não concordo com esse coitadismo...
Também não concordo em usar o cambio como corretor das deficiências da economia brasileira.
Mas o problema Sniper é que também não posso admitir em cotações artificialmente valorizadas. Afinal o real está se valorizando pelo sucesso da balança comercial? Não. É a fraqueza do dolár que está valorizado o real mais que as outra moedas? Também não.
O que está fazendo o câmbio diminuir são duas coisas: a teimosia do BC em não ajustar a taxa Selic de acordo com o risco-país e a especulação em cima dessa mesma taxa.
E enquanto o BC não se convencer que precisa fazer o ajuste (eles ainda se vêem como übermeschen e portanto são infalíveis), quem vai sofrer é a economia real. Só mais um depoimento:
17/05/2007 13:56
Os moveleiros e a produtividade
Enviado por: Rogério
Aos que desconhecem a indústria: sou gerente de produção da indústria moveleira, trabalho com 100% da produção voltada para exportação.
No primeiro trimestre de 2007, aumentamos a produtividade em 24% referente ao mesmo período de 2006. Vocês sabem o que aumentar a produtividade? Significa produzir mais com o mesmo número de pessoas e com os mesmos equipamentos, isto é um número invejável e de alcance difícil. Quem é da área sabe que aumentar 10%, é razão para soltar foguetes já que não se pode alterar a estrutura dos produtos(diminuir qualidade de madeira e ferragens por exemplo, nem pensar) .
Porém este aumento de produtividade tem um limite, e já chegamos lá, o que vamos fazer com mais essa queda de cotação? Diminuir a produção, ou seja os produtos em que se gasta mais para produzir do que se recebe por eles (custo negativo), irão sair de linha, haverá lacunas na produção mensal, ou seja , haverá demissões. Não podemos ligar pro cliente lá fora e dizer"temos que aumentar 10% o preço", aliás podemos, mas a resposta é : "não aceitamos aumentos, compraremos da China".
Espero que os leigos tenham entendido, já que li em muitos blogs que os empresários têm que se ferrar, pra aprender a ser mais competitivo.
Detalhe: anualmente comprávamos máquinas novas, para melhoria de qualidade e produtividade, ou seja nas vacas gordas investimos na fábrica, porém agora, os bancos do Lula (inclusive os oficias), fecharam as portas para empréstimos , inclusive de equipamentos (tipo Finame), porquê? Risco de inadimplência muito grande no ramo moveleiro, na verdade muitas empresas já devem mais que o patrimônio.
http://luisnassif.blig.ig.com.br/
[]´s
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