Lula quebra patente de remédio de combate à aids

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Seagal, Steven
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#16 Mensagem por Seagal, Steven » Sáb Mai 05, 2007 11:41 am

Dinivan escreveu:Que vergonzoso. Y luego dicen que a ver si Brasil entra en la OCDE... desde luego haciendo semejantes chantajes y ROBANDO a las empresas, es poco probable que lo consigan. Estos medicamentos cuestan muchísimo de desarrollar y las empresas que lo hacen tienen derecho a recibir algo a cambio; evidentemente seguirán investigando nuevos remedios, porque los países desarrollados y respetuosos de la legalidad y conocedores de la importancia de mantener un buen sistema institucional, seguiremos compensando a estas empresas por sus esfuerzos. Su gobierno sin embargo ha decidido convertirse en un free rider por las buenas; otros pagamos y ustedes copian. Pero claro, mientras tanto ustedes si que se aprovechan del sistema capitalista vendiendo sus productos... me gustaría saber que pensarían si los Chinos copiaran completamente un avión de Embraer, seguro que no los haría mucha gracia.

Dinivan,

Entendo que o seu exemplo foi extremamente infeliz - ao menos sob uma ótica humanista. Não está se tratando de quebra de patentes para a fabricação de blindados, cargueiros ou automóveis. Trata-se de quebra de patente para a fabricação de medicamentos, cuja utilização minora os efeitos devastadores da AIDS. Portanto, é razoável que um Estado, em detrimento do interesse de um fabricante e em benefício da dignidade humana de milhões de indivíduos, adote uma medida como essa. Imagino que você não tenha dificuldades para fazer uma ponderação envolvendo os dois interesses: de um lado, interesses de centenas de milhares de pessoas intimamente relacionados com saúde pública, qualidade de vida e dignidade; doutro, interesses puramente econômicos.

Ademais, não há que se falar em roubo, porquanto a medida, salvo engano, é prevista no próprio Tratado Internacional que dispõe sobre a matéria:

Esta é a primeira vez que o País recorre ao licenciamento compulsório, previsto no acordo de propriedade intelectual (Trips) da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por outro lado, podemos discutir se a forma utilizada (Decreto) foi a mais adequada. Particularmente, creio que não. Populismo, talvez.
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gadugovitch
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#17 Mensagem por gadugovitch » Sáb Mai 05, 2007 12:43 pm

Dinivan escreveu:
Se você soubesse o quanto de extratos vegetais e conhecimentos tradicionais saiem do Brasil, sobretudo da Amazônia, via biopirataria, não diria uma bobagem dessas.

Lo diría, de hecho lo vuelvo a decir si quiere. Es cierto que las empresas hacen investigación en muchas regiones del planeta buscando nuevos componentes, pero es que eso no es robar a nadie, eso precisamente es un coste más añadido a la investigación en medicamentos.


A legislação brasileira prevê que o contrabando de extratos vegetais da flora brasileira é crime - biopirataria. Desse modo, levar do Brasil extratos vegetais sem a autorização de órgão competente é roubo. No Brasil é assim que funciona; nas outras partes do Mundo eu não sei te dizer.


Dinivan escreveu:De hecho si lo desean, cobrénles 1€ por cada planta arrancada, estoy seguro que estas empresas estarían dispuestas a pagarlo.


Você está de sacanagem, né?
Acha que 1 euro por planta arrancada é justo?
Assim, você nos insulta.
Não sei se sabe, mas para produzir um determinado remédio em escala, basta uma planta (ou parte de planta) apenas.
Quer mesmo que os laboratórios ganhem fortunas em cima de um patrimônio natural que pertence ao Brasil? Quer mesmo que os brasileiros paguem caro por remédios produzidos a partir de extratos vegetais contrabandeados do Brasil?
Na minha opinião, o Brasil deveria radicalizar e não reconher qualquer patente farmacêutica estrangeira que advenha de pesquisa com extratos da flora ou fauna brasileira. Se o governo brasileiro, do qual você está a reclamar, fosse sério, já teria feito isso a muito tempo e não precisaríamos ficar naquela de tentar combater o impossível, a biopirataria.
Está irado? Uma fumacinha está saindo dos seus ouvidos?
Tome um copo de tang!
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Dinivan
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#18 Mensagem por Dinivan » Sáb Mai 05, 2007 1:18 pm

Entendo que o seu exemplo foi extremamente infeliz - ao menos sob uma ótica humanista. Não está se tratando de quebra de patentes para a fabricação de blindados, cargueiros ou automóveis. Trata-se de quebra de patente para a fabricação de medicamentos, cuja utilização minora os efeitos devastadores da AIDS. Portanto, é razoável que um Estado, em detrimento do interesse de um fabricante e em benefício da dignidade humana de milhões de indivíduos, adote uma medida como essa. Imagino que você não tenha dificuldades para fazer uma ponderação envolvendo os dois interesses: de um lado, interesses de centenas de milhares de pessoas intimamente relacionados com saúde pública, qualidade de vida e dignidade; doutro, interesses puramente econômicos.

No no, yo no he discutido si es un robo justo o injusto (aunque lo de "robo justo" suena un poco extraño la verdad, pero supongo que pueden haber situaciones extremas en las que sea posible), solo he dicho que el gobierno del Brasil es un ladrón FREE RIDER: pues dígame, si todos los países actuaran como el Brasil, ¿quién cree que investigaría la cura para el SIDA? mucho me tempo que tendría que hacerlo Lula en su laboratorio casero, con unas probabilidades de éxito bastante bajas todo sea dicho. Aquí el problema es que mientras ustedes van a estar robando y disfrutando de un medicamento a precios muy bajos, los países desarrollados (y otros no tan desarrollados pero legales) vamos a tener que pagar todo el montante de la investigación. ¿Recibiremos alguna compensación por ello? o por lo contrario, ¿aún así seguirán acusando al primer mundo de aprovecharse de los países pobres?
Lo peor es que Brasil no es Botswana. Mientras ustedes van a robar a las multinacionales farmacéuticas, se están gastando cifras astronómicas en desarrollar cohetes espaciales y submarinos nucleares que no van a ninguna parte... Pues no parece que les falte tanto dinero como para comprar medicamentos, no.

A legislação brasileira prevê que o contrabando de extratos vegetais da flora brasileira é crime - biopirataria. Desse modo, levar do Brasil extratos vegetais sem a autorização de órgão competente é roubo. No Brasil é assim que funciona; nas outras partes do Mundo eu não sei te dizer.

Não sei se sabe, mas para produzir um determinado remédio em escala, basta uma planta (ou parte de planta) apenas.
Quer mesmo que os laboratórios ganhem fortunas em cima de um patrimônio natural que pertence ao Brasil?

Me parece absolutamente deplorable que un país quiera apropiarse del uso y disfrute de un tipo de planta solo porque está en su suelo. Hablan de justicia social con los medicamentos como excusa para robar y a la vez me cuenta que si a ustedes no les da la gana no debería poder sacarse una planta para desarrollar un nuevo fármaco. Me parece mucha hipocresía por parte del Brasil ciertamente, ¿porqué ustedes pueden robar en nombre de la justicia social y sin embargo una empresa no puede sacar una planta del país para ayudar a toda la humanidad?

Acha que 1 euro por planta arrancada é justo?

Depende. Solo si es una especie en peligro de extinción o porque si se mueve una especie a otro lugar se puede crear un desequilibrio ecológico, veo correcto que el gobierno de Brasil intente poner impedimentos, pero solo y únicamente por esas razones, no porque le pertenezca a Brasil. Por la misma razón, hasta 1€ me parece demasiado dinero por coger una planta que no esté en peligro y que se llevará a un laboratorio para investigarla, ¿pues quién es Brasil para apropiarse de una especie animal perteneciente a toda la humanidad?
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Malandro
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#19 Mensagem por Malandro » Sáb Mai 05, 2007 1:47 pm

Para acrescentar ao debate . Não é a primeira vez que o país quebra uma patente de ago relacionado à Aids . Que um país miserável da Äfrica faça isso , vá lá . Mas o Brasil é um país de renda média .E se para cá cobram mais do que em outros países seria pelo menos interessante ouvir e DIVULGAR ( algo demais para nossa imprensa vermelha bitlolada) .
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#20 Mensagem por Sniper » Sáb Mai 05, 2007 2:34 pm

Antes de mais nada gostaría de lamentar as declarações do senhor Dinivan.

O senhor podería ao menos se informar antes de sair por aí escrevendo bobagens! :roll:

Um pouco de informação ao senhor:

Brasil decreta licenciamento compulsório do Efavirenz

Pela primeira vez, o Brasil decreta o licenciamento compulsório de um medicamento. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assina nesta sexta-feira (04), em Brasília (DF), decreto que oficializa o licenciamento compulsório do anti-retroviral Efavirenz. O laboratório Merck teve prazo de sete dias para se pronunciar após a declaração de interesse público pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, por meio da portaria nº. 886 em 24 de abril último. Nesse período o laboratório ofereceu desconto de 30% sobre o preço de US$ 1,59 por comprimido, valor pago atualmente pelo Governo Federal. Essa proposta foi considerada insatisfatória, já que o Brasil pode conseguir o produto até por US$ 0,45.

O licenciamento compulsório permite que o Ministério da Saúde importe versões genéricas do Efavirenz de laboratórios pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A qualidade, a segurança e a eficácia do medicamento importado oferecido aos pacientes brasileiros estão asseguradas pelos testes de bioequivalência e biodisponibilidade exigidos. Atualmente, três laboratórios indianos atendem as exigências da OMS. São eles: Cipla, Ranbaxy e Aurobindo.

O anti-retroviral Efavirenz é o medicamento importado mais utilizado no tratamento da aids. Atualmente, 38% dos doentes utilizam o remédio nos seus esquemas terapêuticos. Estima-se que até o final deste ano, 75 mil das 200 mil pessoas farão uso daquele medicamento.
Com os valores praticados pelo Laboratório para o país, o custo por paciente/ano equivale a US$ 580, o que representaria um orçamento anual de US$ 42,9 milhões para 2007. Os preços do produto genérico variam de US$ 163,22 a US$ 166,36 o custo por paciente/ano. A partir desses valores, com o licenciamento compulsório, a redução de gastos em 2007 será em torno de US$ 30 milhões. A estimativa de economia até 2012, data em que a patente Efavirenz expira, é de US$ 236,8 milhões.


A decisão do governo brasileiro está em absoluta conformidade com os preceitos internacionalmente exigidos, bem como com a legislação nacional vigente. O licenciamento compulsório por interesse público caracteriza-se como medida legítima e necessária para a garantia do acesso ao Efavirenz a todos os pacientes que fazem uso do medicamento por intermédio do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde.

Interesse público - O licenciamento compulsório é uma flexibilidade prevista no artigo 31 do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionadas ao Comércio (TRIPS, sigla em Inglês). A prática é utilizada por países desenvolvidos, como Itália e Canadá para produtos farmacêuticos e também por países em desenvolvimento. No caso dos anti-retrovirais, Moçambique, Malásia, Indonésia e Tailândia já se utilizaram do dispositivo. Tailândia, inclusive, decretou recentemente o licenciamento compulsório do Efavirenz.

No Brasil, o licenciamento compulsório pode ser implementado a partir de circunstâncias previstas na Lei de Propriedade Industrial Brasileira, tais como o exercício abusivo dos direitos, abuso do poder econômico, não-exploração local, comercialização insatisfatória, emergência nacional e interesse público.

No caso do anti-retroviral Efavirenz, a licença compulsória se fundamentou no interesse público tendo em vista a necessidade de assegurar a viabilidade do PN DST/AIDS. Essa forma deve ser concedida para uso não-comercial, exploração não exclusiva, e de forma temporária, com prazo de vigência determinado, podendo, entretanto, ser prorrogado, perdurando enquanto existir o interesse público. Ressalta-se que, de qualquer forma, está assegurado o pagamento de royalties ao detentor da patente.

Ministério da Saúde
http://www.brasil.gov.br/noticias/ultim ... enz_brasil

Efavirenz: Questões sobre o licenciamento compulsório - 04/05/2007

1) O QUE É LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO?

O licenciamento compulsório é a autorização outorgada pelo Estado para que terceiros possam explorar a patente sem o consentimento do titular, desde que atendidos os requisitos legais.

2) QUAL O IMPACTO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NO ACESSO AOS MEDICAMENTOS ANTI-RETROVIRAIS?

Desde a década de 90, a expansão da pandemia do HIV/Aids juntamente com a entrada em vigor, em janeiro de 1995, do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Acordo TRIPS) da Organização Mundial do Comércio (OMC), vêm dificultando a ação dos governos, principalmente dos países em desenvolvimento, no que se refere à implementação de políticas de medicamentos. A expansão da epidemia impõe a necessidade de adoção de medidas que incluem o tratamento da infecção pelo HIV e das doenças oportunistas, além de medidas preventivas. Segundo especialistas de várias disciplinas, entre eles o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, o Acordo TRIPS, ao estabelecer que todos os países membros da OMC devem reconhecer o direito de propriedade intelectual para invenções em todas as áreas tecnológicas, incluindo a área de fármacos, por um período mínimo de 20 anos, permitiu às empresas farmacêuticas comercializar seus produtos patenteados a preços, muitas vezes, mais elevados que o necessário para se garantir o retorno do investimento feito em pesquisa e desenvolvimento, impactando diretamente no acesso da população a estes bens essenciais.

Tal panorama ensejou um crescente movimento internacional de luta por acesso a medicamentos, que envolve representantes de organismos internacionais, ONG¿s e de governos. Nesta busca pelo maior equilíbrio, a necessidade de se garantir o acesso a medicamentos vem sendo reiterada em diversos foros internacionais, entre os quais merece destaque a Declaração Ministerial sobre o Acordo TRIPS e Saúde Pública ¿ conhecida como Declaração de Doha ¿, assinada em novembro de 2001, em Doha, Catar, na qual se reafirma o direito dos países de implementar o Acordo TRIPS da OMC, de modo a melhor atender aos interesses da saúde pública.

Nesta Declaração, a Organização Mundial do Comércio reconhece as preocupações referentes ao impacto da propriedade intelectual no preço dos medicamentos, além de admitir que o Acordo TRIPS não impede, nem deve impedir que os países Membros da OMC adotem medidas para proteger a saúde pública, reiterando ainda, que o referido Acordo pode e deve ser interpretado e aplicado de maneira que o apóie os países Membros a proteger a saúde pública e, em particular, promover o acesso aos medicamentos.

3) É LEGAL FAZER O LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO?

O licenciamento compulsório é uma flexibilidade prevista no artigo 31 do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionadas ao Comércio (TRIPS, sigla em Inglês) já utilizado por diversos países tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, podendo ser implementado a partir de várias circunstâncias previstas na Lei de Propriedade Industrial Brasileira, tais como o exercício abusivo dos direitos, abuso do poder econômico, não exploração local, comercialização insatisfatória, emergência nacional, interesse público. No caso em questão, como se demonstrou anteriormente, todos os aspectos levaram a caracterização do interesse público.


4) POR QUE FAZER LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO DO EFAVIRENZ?

O Efavirenz é medicamento importado mais utilizado na terapia anti-retroviral. Atualmente 38% dos pacientes utilizam esse medicamento. Estima-se que até o final de 2007, 75 mil, das 200 mil pessoas em terapia anti-retroviral estarão usando esse fármaco. Além disso, a programação de compra para 2007, somente do Efavirenz 600mg, ao custo atual (US$ 1,59/comprimido) equivale a US$ 42.930.000, ou seja, cerca de US$ 580 por paciente/ano.

O laboratório detentor da patente Merck estabelece preços diferenciados para os diversos países com base no IDH e/ou com base na prevalência do HIV, fazendo com que os preços variem de US$ 277,40 a US$ 697,00 por paciente/ano. No Brasil os preços do Efavirenz encontram-se estacionários desde 2003, apesar do crescente número de pacientes que utilizam o medicamento.
Importante notar ainda, que no cálculo do preço praticado no país, a empresa desconsidera aspectos absolutamente relevantes como: o grau de acesso da população ao tratamento, o número absoluto de pacientes que utilizam a droga ou mesmo se é utilizado como terapia inicial, como é o caso do Brasil.

Para exemplificar a diferença nos preços praticados nos diferentes mercados, verificou-se que o Brasil possui acesso universal ao tratamento, ou seja, cerca de 75.000 pessoas em uso do Efavirenz. Entretanto, o valor deste medicamento é 136% maior que o ofertado pelo mesmo laboratório para a Tailândia, que atualmente viabiliza acesso a cerca de 60% das pessoas com indicação do tratamento, algo em torno de 17.000 pessoas em uso daquele fármaco.

O Ministério da Saúde, no entendimento de que tem cumprido seu compromisso de garantia de acesso universal a todas as pessoas com Aids em tratamento anti-retroviral, considerou insuficiente a proposta de redução de 2% (dois pontos percentuais) no preço do Efavirenz 600mg para a contratação da programação para 2007 em virtude das reduções noticiadas e dos preços que estão sendo praticados no mercado internacional pela própria MSD. Solicitou à MSD que os preços fossem compatíveis com o crescente consumo do medicamento no Brasil e com os preços que vêm sendo praticados internacionalmente, informando à empresa que aceitaria o mesmo preço ofertado para a Tailândia, ou seja, Efavirenz 600mg a US$ 20,21 por frasco com 30 comprimidos, o que equivale a cerca de US$ 245,88 por paciente/ e cerca de US$ 0,65/comprimido. Entretanto, conforme já mencionado, a empresa se mostrou absolutamente intransigente com relação a possibilidade de maior redução do preço praticado no país.

Ressalta-se, ainda, que o Brasil recebeu através do UNICEF e da OPAS propostas de fornecimento do Efavirenz 600 mg por laboratórios pré-qualificados pela OMS com preços variando entre US$ 12.076.203,60 (US$ 163,22 por paciente/ ano, ou US$ 0,4472/comprimido) a US$ 12.676.842,00 (US$ 166,36 por paciente por ano ou US$ 0,4558/comprimido). Estes preços configuram uma redução de gastos somente com o Efavirenz 600mg de cerca de US$ 30.000.000,00 por ano no contrato de 2007, e uma estimativa de economia até 2012, data da expiração da patente, no valor de US$ 236.852.000,00 , mantidos os preços ofertados pela MSD ao Brasil em 2007 comparados aos oferecidos pelos laboratórios indianos pré-qualificados pela OMS, e estimando-se o nº de pacientes em uso do Efavirenz.

Percebe-se assim, que para assegurar e garantir o acesso universal a um número cada vez maior de pacientes ao medicamento Efavirenz, é fundamental a redução significativa do preço sem infringir direitos, buscando a viabilidade do Programa Nacional de DST/Aids.

5) QUAIS OS REQUISITOS LEGAIS PARA O LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO DO EFAVIRENZ?

No caso do Efavirenz, como se demonstrou anteriormente, todos os aspectos levam à caracterização do interesse público. Diferentemente das demais circunstâncias que ensejam o licenciamento compulsório, o interesse público (bem como a emergência nacional) deve ser concedida de ofício, sem prejuízo da remuneração cabível ao titular da patente.

Esta forma de licenciamento compulsório segue um procedimento diferenciado, no qual, inicialmente, o interesse público deve ser declarado pelo Poder Executivo Federal. O Decreto nº 3.201/1999 delega ao Ministro de Estado da pasta de interesse a competência para praticar tal ato, concretizado por meio da Portaria 886, de 24 de maio de 2007. De acordo com o artigo 31 de TRIPS, foi concedido à empresa o prazo de sete dias para apresentação de proposta que atendesse ao interesse público. Nesse período, o Laboratório apresentou nova proposta, entretanto, sem atender ao interesse nacional. O Presidente da República, então, optou por conceder o licenciamento compulsório para fins de uso público não-comercial das patentes do Efavirenz.

Evidentemente, para não ferir os direitos do detentor da patente, em consonância com o artigo 31, b, de TRIPS, bem como com a LPI, o licenciamento compulsório fundado no interesse público deve ser concedido para uso não comercial, exploração não exclusiva, e de forma temporária, ou seja, deve ter o prazo de vigência determinado, podendo, entretanto, ser prorrogado, perdurando enquanto existir o interesse público. Ressalta-se que, de qualquer forma, resta assegurada a remuneração devida ao detentor da patente.

Desta forma, em absoluta conformidade com os preceitos internacionalmente exigidos, bem como com a legislação nacional vigente, o licenciamento compulsório por interesse público caracterizou-se como medida legítima e necessária para a garantia do acesso ao Efavirenz a todos os pacientes que fazem uso do medicamento por intermédio do Programa Nacional de DST/Aids.

6) TENTOU-SE ALGUMA NEGOCIAÇÃO PRÉVIA COM O LABORATÓRIO PARA A REDUÇÃO DO PREÇO?

Antes de declarado o interesse público, o Governo Brasileiro buscou negociar com a empresa Merck Sharp & Dohme, a redução do preço para o contrato de 2007 em inúmeras reuniões. No entanto, a empresa não demonstrou empenho em atender ao interesse público nacional, resultando, no fracasso da negociação.

Observando discrepâncias de preço e o impacto orçamentário que implicavam a viabilidade econômica do Programa Nacional de DST/Aids, o Governo Brasileiro iniciou negociação de preços que transcorreu desde novembro de 2006 até abril de 2007.

Durante as tratativas, a Merck Sharp & Dohme (MSD) propôs acordo de cooperação em que se previa a transferência de tecnologia para Farmanguinhos até 2011, próximo a data de expiração da patente do medicamento, estimando-se uma redução de 12% em seu preço. Ocorre, no entanto, que a redução representa tão- somente o valor da isenção tributária da importação dos insumos que seria realizada por Farmanguinhos e não mais pela Merck Sharp & Dohme, não caracterizando assim, uma diminuição real do preço. O Acordo previa ainda que os insumos deveriam ser adquiridos por Farmanguinhos da própria MSD. Ressalta-se que a transferência de tecnologia somente se completaria após 2010, sendo que antes disso Farmanguinhos somente faria a embalagem primária e secundária do produto e sua respectiva rotulagem. Entendeu-se que todos os aspectos do Acordo de Cooperação proposto pela MSD não atendiam o interesse nacional, e desta forma, foi recusado.

A MSD propôs uma redução de apenas 2% no preço do medicamento sendo que o Ministério da Saúde considerou insuficiente, tendo em vista as reduções anunciadas pela própria MSD sobre as melhoras no seu processo de produção, os preços praticados no mercado internacional, bem como a incompatibilidade com o crescente consumo do Efavirenz no Brasil.

O Governo Brasileiro solicitou à MSD a redução do preço do medicamento ao mesmo nível do ofertado para a Tailândia, ou seja, Efavirenz 600mg a US$ 20,21 por frasco com 30 comprimidos, para apresentação em 200mg solicitou que fosse mantida a proporcionalidade por preço por frasco referido acima (US$ 24,41). No que tange à solução oral, aceitaria os preços praticados para os países de primeira categoria, ou seja, US$ 16,92 por frasco de 30mg/ml suspensão oral com 180ml. Tal proposta não foi aceita pela Merck Sharp & Dohme.

A empresa foi irredutível em relação ao preço. Assim, devido às dificuldades de negociação e a necessidade de aquisição de mais medicamentos, as tratativas foram encerradas sem que se chegasse a um acordo satisfatório para o Governo Federal.

Cabe ressaltar que a lei norte-americana de patentes e cláusulas do Acordo de livre comércio dos países norte-americanos não estipulam a necessidade de negociações prévias com os detentores da patente no caso do licenciamento compulsório por interesse público.

7) COM O LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO, OS PACIENTES CORREM O RISCO DE FICAR SEM O MEDICAMENTO?

O medicamento licenciado tanto pode ser importado quanto produzido nacionalmente.
Com o aumento da demanda global, existem hoje sete produtores internacionais de versões genéricas, sendo que três deles (Cipla, Ranbaxy, Aurobindo são pré-qualificados pela OMS).

8) COMO O GOVERNO PODE GARANTIR QUE O EFAVIRENZ GENÉRICO SEJA DE QUALIDADE?

Até que se estabeleça a produção nacional do medicamento, o Governo vai importar o medicamento genérico de laboratórios internacionais pré-qualificados pela OMS, que exige testes de bioequivalência e biodisponibilidade com o intuito de garantir a segurança, qualidade e eficácia do fármaco.

Sendo assim, há garantias de que o medicamento a ser distribuído no Brasil terá passado por todos os testes necessários para assegurar a qualidade farmacêutica do produto.

9) O DETENTOR DA PATENTE DO EFIVARENZ NÃO ESTÁ SENDO LESADO?

O artigo 31, alínea h, do Acordo TRIPS define que o titular dos direitos receberá uma remuneração adequada segundo as circunstâncias próprias de cada caso, tendo em conta o valor econômico da autorização, preceito este totalmente contemplado pela Lei de Propriedade Industrial Brasileira.

Documentos do ¿United Nations Development Program¿ (UNDP), da Organização Mundial de Saúde, estudos econômicos relevantes e os procedimentos aplicados por outros países demonstram as formas de fixação do percentual dos ¿royalties¿ a serem pagos ao titular das patentes. Para o caso específico de licenciamento compulsório de medicamentos anti-retrovirais, o padrão sugerido pelo UNDP e pela OMS é 0,5% a 4%.

A seguir, exemplificam-se os valores mais comumente utilizados pelos países em desenvolvimento, em casos de licenciamento compulsório de medicamentos anti-retrovirais. A Malásia ofereceu a GlaxoSmithKline 4% de remuneração por todas a patentes referentes a anti-retrovirais. Moçambique fixou em 2% a remuneração por todas as patentes referentes a três medicamentos anti-retrovirais (3TC+d4T+NVP). A Zâmbia, por sua vez, concedeu licença compulsória, estabelecendo o valor de 2,5% do preço do medicamento genérico. A Indonésia e a Tailândia definiram o percentual de 0,5%.

A partir das avaliações feitas o Governo Federal chegou ao valor de 1,5% para pagamento de royalties ao titular das patentes, garantindo assim, seus direitos a remuneração devida.

10) OUTROS JÁ FIZERAM LICENCIAMENTO COMPULSÓRIO?

A prática do licenciamento compulsório para produtos farmacêuticos é utilizada com freqüência tanto por países desenvolvidos, como por exemplo, Itália e Canadá quanto por países em desenvolvimento. No caso dos anti-retrovirais, países em desenvolvimento já lançaram mão dessa flexibilidade tais como: Moçambique, Malásia, Indonésia e, mais recentemente, Tailândia.

Mais informações
Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde
Tel: (61) 3448-8100
Fax: (61) 3225-7338
Plantão: (61) 9962-3752
E-mail: imprensa@saude.gov.br

http://portal.saude.gov.br/portal/aplic ... icia=29719

Dinivan escreveu:Que vergonzoso. Y luego dicen que a ver si Brasil entra en la OCDE... desde luego haciendo semejantes chantajes y ROBANDO a las empresas, es poco probable que lo consigan.


O senhor está fazendo acusações muito sérias, você tem noção da gravidade do que está escrevendo ? Baseado em que você acusa o Brasil de ROUBO e CHANTAGEM ?


Dinivan escreveu:Estos medicamentos cuestan muchísimo de desarrollar y las empresas que lo hacen tienen derecho a recibir algo a cambio


O governo brasileiro está pagando os devidos Royalties ao laboratório Merk detentor das patentes:
A partir das avaliações feitas o Governo Federal chegou ao valor de 1,5% para pagamento de royalties ao titular das patentes, garantindo assim, seus direitos a remuneração devida.


Dinivan escreveu:Su gobierno sin embargo ha decidido convertirse en un free rider por las buenas; otros pagamos y ustedes copian. Pero claro, mientras tanto ustedes si que se aprovechan del sistema capitalista vendiendo sus productos


Mais uma vez o senhor esta acusando e ofendendo um país sem ao menos saber sobre o que está falando! Se informe primeiro antes de escrever tamanha sandice! :evil:

Dinivan escreveu:me gustaría saber que pensarían si los Chinos copiaran completamente un avión de Embraer, seguro que no los haría mucha gracia.


Exemplo completamente fora de contexto!

O Brasil não está COPIANDO o medicamento, não está produzindo o medicamento no país e sequer obtendo lucro sobre a patente da Merk.

O Brasil está apenas se valendo das prerrogativas legais dos acordos da OMC aos quais o país é signatário e CUMPRIDOR das suas obrigações e também dos seus direitos, buscando apenas um fornecedor que garanta um produto a um preço justo!

Espero que o senhor tenha se informado a respeito e que não volte a escrever asneiras! :wink:
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#21 Mensagem por Dinivan » Sáb Mai 05, 2007 3:02 pm

Ok. Dos cosas sniper. La primera es que la noticia que yo había oído en la radio y luego leído decía textualmente que Brasil iba a violar la patente de los retrovirales y producir el fármaco para obligar a las empresas a bajar sus precios, de ahí mi absoluta indignación por el asunto. Si la patente del retroviral de Merck ya ha expirado, entonces es cierto que no se está violando y por consecuencia las noticias eran erróneas. De hecho aquí en España no sé si se obliga, pero en muchos casos la sanidad solo ofrece en principio el genérico. Pero entonces no sé a que viene tanto alboroto, pues esto es algo que se hace todos los días.

Espero que o senhor tenha se informado a respeito e que não volte a escrever asneiras!

La segunda es que si no hubiese escrito asneiras (que por cierto no me parecen burradas y mantengo completamente en el caso de que alguien intente violar una patente) usted no habría respondido y como mínimo habría una persona más que ha sido mal informada y que pensaría que Brasil es un país tercermundista. Digo como mínimo porque de los que me han respondido antes tampoco lo habían explicado así, por lo que es posible que tampoco lo supieran. Como ve no está mal abrir la boca si uno luego reconoce su equivocación.
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#22 Mensagem por Sniper » Sáb Mai 05, 2007 3:14 pm

Sem problemas dinivan ! :D

Da próxima vez, procure informações melhores... :wink:

Abraço!
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#23 Mensagem por Dinivan » Sáb Mai 05, 2007 4:24 pm

Bueno en realidad la cosa no parece muy clara. Legal sí, pero que Brasil se está comportando de mala manera también es cierto.

Brazil to break Merck AIDS drug patent
Government wants lower price on anti-retroviral medication

Updated: 12:29 p.m. ET May 4, 2007

RIO DE JANEIRO, Brazil - President Luiz Inacio Lula da Silva took steps Friday to make an inexpensive generic version of an AIDS drug made by Merck & Co. available in Brazil despite the U.S. drug company’s patent.

Silva issued a “compulsory license” that would bypass Merck’s patent on the AIDS drug efavirenz, a day after the Brazilian government rejected Merck’s offer to sell the drug at a 30 percent discount.

A compulsory license is a legal mechanism that allows a country to manufacture or buy generic versions of patented drugs while paying the patent holder only a small royalty.

Brazilian law and rules established under the World Trade Organization allow for compulsory licenses in a health emergency or if the pharmaceutical industry uses abusive pricing.

Merck had offered to sell the drug for $1.10 per pill, down from $1.57, while Brazil was seeking to purchase the drug at 65 cents a pill, the same price Thailand pays.

Earlier in the day, Amy Rose, a spokeswoman for Whitehouse Station, N.J.-based Merck, said the company would be “profoundly disappointed if Brazil goes ahead with a compulsory license.”

It was the first time Brazil has bypassed a patent.

After Thailand moved to override patents on three anti-AIDS drugs, including those made by Abbott Laboratories Inc. and Merck, the United States placed Thailand on a list of copyright violators.

“As the world’s 12th largest economy, Brazil has a greater capacity to pay for HIV medicines than countries that are poorer or harder hit by the disease,” Merck said in a statement after Silva’s announcement.

Ballooning costs
While AIDS activists applauded the move, the U.S.-Brazil Business Council denounced the move as a step backward.

“Just days after Brazil was recognized for improving its enforcement of intellectual property rights, this is a major step backward for the country’s development. Brazil is working to attract investment in innovative industries that rely on IP, and this move will likely cause investments to go elsewhere,” the council said in a statement.

Although Brazil had threatened to bypass drug patents in the past, the country had always reached a last-minute agreement with drug manufacturers.

Brazil provides free AIDS drugs to anyone who needs them and manufactures generic versions of several drugs that were in production before Brazil enacted an intellectual property law in 1997 to join the WTO.

But as newer drugs have emerged, costs ballooned and health officials warned that without deep discounts, they would be forced to issue compulsory licenses.

Efavirenz is used by 75,000 of the 180,000 Brazilians who receive free AIDS drugs from the government. The drug currently costs about the government about $580 per patient per year.

The Health Ministry says that a generic version of efavirenz would save the government some $240 million between now and 2012, when Merck’s patent expires.
http://www.msnbc.msn.com/id/18490388/


Brazil Threatens to Break Drug Patent
By VIVIAN SEQUERA 04.25.07, 6:19 PM ET

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Brazil said Wednesday it could strip the patent on an anti-AIDS drug produced by German pharmaceutical giant Merck KGaA if the company did not offer Latin America's largest country a deeper discount.

Health Minister, Jose Gomes Temporao signed a decree declaring Merck (nyse: MRK - news - people )'s Efavirenz anti-retroviral drug a "public interest" medicine - the first step in a process that could lead Brazil to break Merck's patent.

The company now has 10 days to negotiate lower prices with the government, the Health Ministry said in a statement. If the two sides do reach a deal, Brazil could issue a compulsory license which would allow the country to produce the drug generically, paying Merck only a small royalty.

Brazil allows for the issuance of compulsory licenses in cases of a health emergency or if the pharmaceutical industry is deemed to be engaged in abusive pricing.

Efavirenz is the most widely used medication by Brazil's anti-AIDS program which provides free medicines for anyone who needs them.

In 2005, Brazil threatened to break the patent on Kaletra, an anti-AIDS drug produced by Abbott Laboratories (nyse: ABT - news - people ) Inc., but the two sides reached an agreement and the company's patent was not broken.

In November, Brazil began price reduction negotiations with Merck, demanding the same 0.65 cents per 600 milligram pill the company charges the Thai government. Brazil at the time was paying $1.59 per pill, the statement said.

Merck proposed a 2 percent reduction, which the government turned down.

Brazil has repeatedly managed to win price reductions in recent years from big pharmaceutical companies by threatening to break patents but has never actually done so.

"Merck remains committed to reaching a negotiated agreement with Brazil's Ministry of Health," Amy Rose, a company spokeswoman said in a statement. "The company does not believe compulsory licensing is in the best interest of patients. Mercks focus is to work with the government of Brazil to help achieve its objective of improving treatment for HIV/AIDS patients."
http://www.forbes.com/feeds/ap/2007/04/25/ap3653156.html


etc. etc.
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gadugovitch
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#24 Mensagem por gadugovitch » Sáb Mai 05, 2007 7:18 pm

Dinivan escreveu:
A legislação brasileira prevê que o contrabando de extratos vegetais da flora brasileira é crime - biopirataria. Desse modo, levar do Brasil extratos vegetais sem a autorização de órgão competente é roubo. No Brasil é assim que funciona; nas outras partes do Mundo eu não sei te dizer.

Não sei se sabe, mas para produzir um determinado remédio em escala, basta uma planta (ou parte de planta) apenas.
Quer mesmo que os laboratórios ganhem fortunas em cima de um patrimônio natural que pertence ao Brasil?

Me parece absolutamente deplorable que un país quiera apropiarse del uso y disfrute de un tipo de planta solo porque está en su suelo. Hablan de justicia social con los medicamentos como excusa para robar y a la vez me cuenta que si a ustedes no les da la gana no debería poder sacarse una planta para desarrollar un nuevo fármaco. Me parece mucha hipocresía por parte del Brasil ciertamente, ¿porqué ustedes pueden robar en nombre de la justicia social y sin embargo una empresa no puede sacar una planta del país para ayudar a toda la humanidad?


Esse seu discurso é o discurso dos que não possuem riqueza biológica em seu território nacional e, talvez, por isso, vem aqui com um tal discurso. Talvez, se a Espanha tivesse toda a riqueza biológica que o Brasil tem, pensasse de maneira diferente. Esse discurso de "para ajudar toda a humanidade", "é de toda a humanidade", "em nome da humanidade", enfim, é o discurso de quem não tem e, mesmo assim, briga para também poder desfrutar. Não aceito que desfrutem do que é do Brasil, mas compreendo os olhos grandes do colega.

Dinivan escreveu:
Acha que 1 euro por planta arrancada é justo?

Depende. Solo si es una especie en peligro de extinción o porque si se mueve una especie a otro lugar se puede crear un desequilibrio ecológico, veo correcto que el gobierno de Brasil intente poner impedimentos, pero solo y únicamente por esas razones, no porque le pertenezca a Brasil. Por la misma razón, hasta 1€ me parece demasiado dinero por coger una planta que no esté en peligro y que se llevará a un laboratorio para investigarla, ¿pues quién es Brasil para apropiarse de una especie animal perteneciente a toda la humanidad?


Se tal espécie vegetal ou animal for endêmica do território brasileiro, então, pertence apenas ao Brasil, e não a toda a humanidade. Se o sr. está a reclamar do governo brasileiro porque este quebrou a patente do fármaco que era propriedade do laboratório, por que vem, na via contrária, contestando a propriedade que o Brasil tem sobre sua flora e fauna?
Essa sua opinião contraria claramente os interesses do Brasil e é muita ousada, uma vez que vem expô-la justamente aqui, onde os brasileiros são esmagadora maioria.
Está irado? Uma fumacinha está saindo dos seus ouvidos?
Tome um copo de tang!
Carlos Mathias

#25 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mai 05, 2007 8:38 pm


Esse seu discurso é o discurso dos que não possuem riqueza biológica em seu território nacional e, talvez, por isso, vem aqui com um tal discurso. Talvez, se a Espanha tivesse toda a riqueza biológica que o Brasil tem, pensasse de maneira diferente. Esse discurso de "para ajudar toda a humanidade", "é de toda a humanidade", "em nome da humanidade", enfim, é o discurso de quem não tem e, mesmo assim, briga para também poder desfrutar. Não aceito que desfrutem do que é do Brasil, mas compreendo os olhos grandes do colega.


Exatamente. Sendo assim, vamos internacionalizar as reservas de petróleo, as reservas de Euros, os estoques de armas nuclears... Vamos internacionalizar tudo para o bem da humanidade, para salvar as criançinhas!

Mas enquanto quiserem fazer caridade com a nossa Amazônia, depois de destruirem todas as suas florestas, mas mantendo o resultado no seu bolso, aí não, aí podem ficar por aí mesmo.
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Pasquale Catozzo
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#26 Mensagem por Pasquale Catozzo » Dom Mai 06, 2007 6:55 am

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos divulgou uma nota nesta sexta-feira em que critica a decisão do governo brasileiro de quebrar a patente do remédio Efavirenz, anti-retroviral utilizado no tratamento contra a Aids, e diz que a medida pode desestimular novos investimentos no país.

"Poucos dias depois de o Brasil ser reconhecido por melhorar a aplicação dos direitos de propriedade intelectual, o governo deu um grande passo para trás", afirma, na nota, Daniel Christman, vice-presidente sênior para Assuntos Internacionais da Câmara.

A Câmara de Comércio americana, que representa mais de 3 milhões de empresas nos Estados Unidos, diz que a decisão brasileira pode afastar os investimentos estrangeiros no país.

"A questão é: o Brasil está trabalhando para atrair investimento em indústrias inovadoras, que dependem de propriedade intelectual, e esta decisão vai provavelmente fazer com que os investimentos vão para outro lugar", acrescenta a nota.

"Encerrar as negociações com a Merck e tomar sua propriedade intelectual envia um sinal perigoso para os investidores", diz o texto.

"Os pesquisadores da Merck investiram centenas de milhões de dólares para desenvolver este remédio. Claramente, ainda havia espaço para negociar uma solução aceitável para os dois lados", afirma.

Proposta rejeitada

Foi a primeira vez que o governo brasileiro anunciou o licenciamento compulsório de um medicamento, embora já tivesse ameaçado, em 2001 e 2003, fazer o mesmo com outros anti-retrovirais dos laboratórios Roche e Abbott.

Nestes casos, as empresas reduziram o preço de venda ao governo e a patente foi mantida.

A proposta da Merck, de conceder um desconto de 30%, foi rejeitada pelo Ministério da Saúde, que enviou ao gabinete presidencial a proposta de licenciamento compulsório do remédio, que pode ser importado da Índia ou produzido no Brasil.

O governo americano não fez nenhum comentário sobre o assunto até a manhã desta sexta-feira.

Em cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar a decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a diferença de preço cobrada pela Merck, fabricante do remédio, no Brasil e em outros países, e ameaçou estender o licenciamento compulsório para outros remédios.

"Hoje, é o Efavirenz. Amanhã, pode ser qualquer outro comprimido, se não tiver os preços justos", afirmou. "Entre o nosso comércio e a nossa saúde, vamos cuidar da nossa saúde", disse o presidente.

O Brasil paga US$ 1,59 por comprimido de Efavirenz, e propôs pagar US$ 0,65. A versão genérica, produzida na Índia, pode custar US$ 0,45 e gerar uma economia ao governo de US$ 30 milhões por ano.

O presidente disse que o preço cobrado pela empresa não é justo "não só do ponto de vista ético, mas do ponto de vista político e econômico". "Como se o doente brasileiro fosse inferior ao doente da Malásia", afirmou Lula, na cerimônia.

Pirataria

A associação das empresas americanas também lembra que "ironicamente" a decisão do governo brasileira acontece pouco tempo depois de os americanos terem reconhecido os avanços do país na área de propriedade intelecutual.

Na última segunda-feira, um relatório do Departamento de Comércio dos Estados Unidos reconheceu os "esforços vigorosos" do Brasil para combater a pirataria, apesar de afirmar que o problema ainda existe "em altos níveis" no país.

O relatório anual incluiu 43 países em três listas. A primeira recomenda o monitoramento prioritário de violações da propriedade intelectual. A segunda determina o monitoramento não-prioritário.

Depois de anos na primeira lista, o Brasil foi incluído na segunda lista neste ano.

A Câmara americana lembra que o progresso na área foi um fator fundamental para a extensão, em dezembro, do Sistema Geral de Preferências, que permite a exportação de produtos brasileiros sem pagamento de impostos.

Diante da decisão brasileira, a Merck divulgou uma nota sobre os riscos da medida para pesquisas sobre novas drogas.

"Esta expropriação de propriedade intelectual manda um sinal desanimador para companhias que se baseiam em estudos sobre a atratividade de se realizar pesquisas arriscadas sobre doenças que afetam o mundo em desenvolvimento, potencialmente afetando pacientes que podem necessitar de novas e inovadoras terapias que poderiam salvar vidas", afirma a nota.

A empresa também diz que o mundo desenvolvido não pode arcar com todos os custos dessas pesquisas e que o Brasil, como a 12ª maior economia do mundo, teria condições de pagar pelo medicamento.
"Gutta cavat lapidem"
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Dinivan
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#27 Mensagem por Dinivan » Dom Mai 06, 2007 7:20 am

Esse seu discurso é o discurso dos que não possuem riqueza biológica em seu território nacional e, talvez, por isso, vem aqui com um tal discurso. Talvez, se a Espanha tivesse toda a riqueza biológica que o Brasil tem, pensasse de maneira diferente. Esse discurso de "para ajudar toda a humanidade", "é de toda a humanidade", "em nome da humanidade", enfim, é o discurso de quem não tem e, mesmo assim, briga para também poder desfrutar. Não aceito que desfrutem do que é do Brasil, mas compreendo os olhos grandes do colega.

Sinceramente no creo que todos los brasileños compartan su visión egoísta y ladrona, de lo contrario sería bastante triste la verdad. Pues ustedes se aprovechan de los avances de Merck y cía, pero el resto del mundo no puede aprovecharse de lo que el Brasil puede ofrecer. Entonces le recuerdo que el mundo necesita tanto al Brasil como el Brasil necesita al mundo (corrijo, el Brasil necesita más al mundo que a la inversa, hay más selvas y especies en otras partes del globo). Y no, no me importaría que algún laboratorio utilizase especies Españolas para avanzar en la ciencia siempre que la especie en cuestión no esté en peligro de extinción.

Se tal espécie vegetal ou animal for endêmica do território brasileiro, então, pertence apenas ao Brasil, e não a toda a humanidade. Se o sr. está a reclamar do governo brasileiro porque este quebrou a patente do fármaco que era propriedade do laboratório, por que vem, na via contrária, contestando a propriedade que o Brasil tem sobre sua flora e fauna?
Essa sua opinião contraria claramente os interesses do Brasil e é muita ousada, uma vez que vem expô-la justamente aqui, onde os brasileiros são esmagadora maioria.

Para la pregunta, vea la respuesta que hay más abajo. Y no, yo no voy contra los intereses de nadie; y si así se queda más feliz, le diré que me gusta mucho lo que acaba de hacer su gobierno...

Exatamente. Sendo assim, vamos internacionalizar as reservas de petróleo, as reservas de Euros, os estoques de armas nuclears... Vamos internacionalizar tudo para o bem da humanidade, para salvar as criançinhas!

Permítame que le diga que eso es una tontería. No estamos hablando de oro o petróleo, estamos hablando de seres vivos. Yo no sé ustedes, pero en mi opinión hay una inmensa diferencia entre un mineral y un animal y me parece una salvajada decir que una especie le pertenece a "x" o "y" país. Solo por dar un ejemplo, ustedes están comiendo gracias al cultivo de especies de todo el mundo, ¿se imaginan que alguien les hubiera prohibido por ejemplo sembrar trigo? Ya me gustaría verles alimentándose de los frutos de sus amados árboles selváticos.
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#28 Mensagem por VICTOR » Dom Mai 06, 2007 8:41 am

Dinivan está mostrando um lado desse episódio que é importante de ser levado em conta.

Sou médico e trabalho (entre outras coisas) com Pesquisa Clínica, que é a introdução e avaliação de novos medicamentos na prática clínica. E lhes digo: quando a mãe de vcs tem colesterol alto e vive 15 anos a mais por causa de uma estatina que está tomando, ou quando seu pai cura um câncer com ajuda de um quimioterápico de última geração, podem ter certeza que foram gastos milhões ou bilhões de dólares para sintetizar, testar, aprovar e fabricar aqueles remédios. E o lucro vindo da venda deles será reinvestido em novas pesquisas.

O que acontece se todo mundo começar a quebrar patentes de antiretrovirais? Muito simples: as empresas não vão investir nessa determinanda área, porque o risco do negócio passa a suplantar os potenciais rendimentos. Elas vão investir em outros tipos de medicamentos que não têm tanto risco de terem sua patente quebrada.

:arrow: O que acontece então? Acaba o progresso. Ou alguém acha que o glorioso Ministério da Saúde ou o espetacular presidente Lulla vão investir e desevolver medicamentos? Ou alguma economia justa e perfeita como Cuba ou Coréia do Norte vai inventaralgo de útil para o resto da humanidade? Não! Na prática, o que mantém milhões de pais, mães, irmãos e filhos VIVOS pelo mundo todo é a ABISSAL quantidade de dinheiro investida na pesquisa por novos medicamentos.

Muita gente vai fica brava comigo, porque usei termos blasfemos como lucro, investimento, risco, rendimento.Desculpem. Depois eu lavo a boca com sabão. Mas não esqueçam de lembrar sua mãe de tomar seu anti-hipertensivo na hora certa! :wink:
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#29 Mensagem por Carlos » Dom Mai 06, 2007 10:03 am

Código: Selecionar todos

O presidente disse que o preço cobrado pela empresa não é justo "não só do ponto de vista ético, mas do ponto de vista político e econômico". [b]"Como se o doente brasileiro fosse inferior ao doente da Malásia", afirmou Lula, na cerimônia[/b]. 


Acho que esse é o fator que levou a quebra da patente. Porque a política de preços de um medicamento é diferente de um país para o outro?

O que acontece se todo mundo começar a quebrar patentes de antiretrovirais? Muito simples: as empresas não vão investir nessa determinanda área, porque o risco do negócio passa a suplantar os potenciais rendimentos. Elas vão investir em outros tipos de medicamentos que não têm tanto risco de terem sua patente quebrada.


Isso já acontece em relação a malária, que por ser uma doença que só acontece em regiões pobres do planeta, não há nenhum interesse em desenvolver nenhum medicamento ou vacina com a mesma intensidade que se tem contra a Aids. Se algum dia a Aids ficar restritiva a África (devido ao grande número de infectados) os investimentos em novas drogas para as novas mutações da doença simplesmente cessará.

Falou,

Carlos.
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#30 Mensagem por Sniper » Dom Mai 06, 2007 10:18 am

VICTOR escreveu:Dinivan está mostrando um lado desse episódio que é importante de ser levado em conta.

Sou médico e trabalho (entre outras coisas) com Pesquisa Clínica, que é a introdução e avaliação de novos medicamentos na prática clínica. E lhes digo: quando a mãe de vcs tem colesterol alto e vive 15 anos a mais por causa de uma estatina que está tomando, ou quando seu pai cura um câncer com ajuda de um quimioterápico de última geração, podem ter certeza que foram gastos milhões ou bilhões de dólares para sintetizar, testar, aprovar e fabricar aqueles remédios. E o lucro vindo da venda deles será reinvestido em novas pesquisas.

O que acontece se todo mundo começar a quebrar patentes de antiretrovirais? Muito simples: as empresas não vão investir nessa determinanda área, porque o risco do negócio passa a suplantar os potenciais rendimentos. Elas vão investir em outros tipos de medicamentos que não têm tanto risco de terem sua patente quebrada.

:arrow: O que acontece então? Acaba o progresso. Ou alguém acha que o glorioso Ministério da Saúde ou o espetacular presidente Lulla vão investir e desevolver medicamentos? Ou alguma economia justa e perfeita como Cuba ou Coréia do Norte vai inventaralgo de útil para o resto da humanidade? Não! Na prática, o que mantém milhões de pais, mães, irmãos e filhos VIVOS pelo mundo todo é a ABISSAL quantidade de dinheiro investida na pesquisa por novos medicamentos.

Muita gente vai fica brava comigo, porque usei termos blasfemos como lucro, investimento, risco, rendimento.Desculpem. Depois eu lavo a boca com sabão. Mas não esqueçam de lembrar sua mãe de tomar seu anti-hipertensivo na hora certa! :wink:


Concordo plenamente Victor.

Mas penso que os laboratórios deveríam saber equilibrar os seus lucros, o valor a ser investido em P&D e os custos de seus produtos aos países.

Não sou especialista, mas parece que no caso em questão isso não ocorreu... :wink:

Abraços!
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