Polémica do Curriculo do 1º ministro Português Sócrates

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#31 Mensagem por P44 » Qua Abr 11, 2007 4:24 am

Carta aberta a José Sócrates



Vicente Jorge Silva
Jornalista

Senhor primeiro-ministro,

O pretexto oficial da sua entrevista logo à noite na RTP é fazer o balanço de dois anos de governo. Mas o pretexto verdadeiro é outro - e é esse que motiva a principal curiosidade dos portugueses, que esperam ouvi-lo falar, finalmente, sobre o atribulado folhetim das suas qualificações académicas. É um sinal dos tempos que um caso aparentemente anedótico e exterior ao seu desempenho como primeiro- -ministro acabe por sobrepor-se à apreciação da actividade governativa. Mas a história das democracias está cheia de episódios assim, por mais que lhe custe (e nos custe) admiti-lo. Goste-se ou não, o que está neste momento a ser escrutinado não é a qualidade de um Governo mas a qualidade de carácter do seu chefe. E o juízo feito sobre esse carácter acabará por influenciar decisivamente a confiança que os cidadãos depositam em si e no seu Governo.

O sr. primeiro-ministro deixou arrastar demasiado tempo um episódio que deveria ter esclarecido assim que ele se tornou público, seguindo aquele sábio princípio de quem não deve não teme (ou outros semelhantes, como o da mulher de César). A sua vitimização como alvo de uma campanha de assassínio de carácter não só não o ajudou como envenenou ainda mais o clima de suspeição que já pairava à sua volta. As canhestras tentativas de pressão de alguns dos seus assessores junto de certos media para impedir a difusão do folhetim, somadas às sucessivas correcções do seu currículo académico no site do Governo, só pioraram - só podiam ter piorado - as coisas. E à medida que se iam conhecendo novos porme- nores obscuros e pouco compreensíveis do caso, a dificuldade de explicar o que deveria ser transparente tornou-se ainda maior. Receio, por isso, que seja já tarde para uma explicação que dissipe definitivamente as nuvens que se têm avolumado.

Segui com atenção a conferência de imprensa do ministro da Ciência e Ensino Superior na passada segunda-feira, em que divulgou o despacho provisório de encerramento compulsivo da Universidade Independente (UnI). José Mariano Gago foi sagaz e inteligente, como seria de esperar dele, nomeadamente na defesa vigorosa do exemplo dado pelo agora chefe do Governo - que "voltou à escola" e se preocupou em enriquecer o respectivo percurso académico quando nada o obrigava a isso. Só que também essa intervenção apareceu tardiamente e por demais "colada" à entrevista desta noite na RTP. Além disso, tirando a explicação fornecida sobre o "buraco" existente no seu ano de licenciatura na UnI, continuámos sem perceber muitos outros pormenores bizarros e incompreensíveis do imbróglio. Permanece misterioso o facto de uma universidade que no último ano acumulou tantas situações de descalabro e se transformou num caso de polícia tenha merecido, num passado ainda muito recente, apreciações positivas por parte das inspecções escolares. Como se compreende este mergulho súbito no abismo, quando não existiam oficialmente indícios anteriores de que isso poderia ocorrer? Há aqui, com efeito, excessivas contradições e numerosas peças que não encaixam no puzzle.

O sr. primeiro-ministro vai ser entrevistado esta noite por dois jornalistas com um percurso profissional acima de toda a suspeita. Infelizmente, isso não impede que essa entrevista pareça ter sido agendada politicamente em seu exclusivo benefício e num território controlado por si. Admito que se trate de uma suposição injusta, mas é o preço da suspeita que se instalou e, também, da sua obsessão permanente em domesticar a agenda mediática - obsessão que agora se vira contra si.

Se há um lugar onde é mediada a relação entre governantes e governados, esse lugar é a Assembleia da República. E no momento em que por iniciativa do PS se anuncia uma reforma que pretende revitalizar o Parlamento, por maioria de razão deveria ser aí o sítio certo para o sr. primeiro-ministro proceder ao balanço dos dois anos de Governo e esclarecer todas as dúvidas sobre o caso que, queira-o ou não, ameaça manchar a sua credibilidade.

Quando fui seu colega como deputado do PS, propus a realização de um debate entre políticos e jornalistas, onde cada uma das partes assumisse frontalmente as suas razões e responsabilidades respectivas. Talvez se tratasse de uma iniciativa ingénua, mas teria pelo menos o mérito de clarificar os campos e separar as águas. Você e alguns dos seus amigos viram isso com maus olhos, porque, para si, há no jornalismo uma natureza pérfida que não pode ser deixada à rédea solta e tem de ser ferreamente enquadrada pelo poder político. Eu, que sempre combati o corporativismo jornalístico e a promiscuidade entre o poder político e os media, constato agora que a sua incompreensão do papel do contrapoder jornalístico numa sociedade democrática não é estranha à súbita derrapagem da sua agenda mediática. Espero, muito sinceramente, que tire conclusões proveitosas desse facto. Seria útil para si, para o seu Governo e para a saúde da democracia portuguesa.



http://dn.sapo.pt/2007/04/11/opiniao/ca ... rates.html




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#32 Mensagem por P44 » Qua Abr 11, 2007 4:31 am

3520 escreveu:Sabe que mais P44 apesar de tudo quase aposto que o Scorates será reeleito outra vez...


Com o meu voto não será de certeza, mas em democracia temos de aceitar a vontade do povo.

Claro que ao contrário do que o 1º ministro pensa, esse mandato não lhe confere o "Direito Divino"...

Para mim , ao longo de mais de 30 anos, PS e PSD revelaram ser as 2 faces da mesma moeda...o jogo de interesses, o compadrio, a cunha, tudo de mal que representa a sociedade portuguesa...não é de agora, basta ler Ramalho Urtigão, no século passado , tudo se mantém igual, na verdade cada vez mais me convenço que nós (Portugal inteiro) , não temos saída, "nascemos" para este triste Fado.

Com todo o respeito, amigo 3520, podes acreditar em tudo o que este governo apregoa...eu e a minha familia que sentimos NA PELE as politicas deste governo, já não acreditamos (aliás nunca acreditámos, nenhum de nós votou PS nas últimas eleições e muito menos o farei de futuro!)

Aliás a única vez que votei PS foi em 1995 e jurei para nunca mais!

Voltando ao Sr. Sócrates, a ele aplica-se bem o ditado:
"Á mulher de César não lhe basta ser séria, é preciso parecê-lo!"

A mim tanto me faz que o homem seja ou deixe de ser engenheiro, a mim INCOMODA-ME e REVOLTA-ME que este homem que tanto apregoa a seriedade, seja na verdade mais um mentiroso....




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#33 Mensagem por P44 » Qua Abr 11, 2007 4:49 am

Charlie Golf escreveu:Amanhã, logo a seguir ao Telejornal, o... hmmm... ah, o Sr. José Sócrates irá explicar tudinho na RTP1. Vou fazer pipocas e tudo. :mrgreen:


In Inimigo Público - "se não aconteceu, podia ter acontecido", sexta 16.03.2007

« Agora que o 'estado de graça' parece ter acabado, PM quer copiar ideia do Major Valentim Loureiro

"Sócrates quer ser julgado na televisão"
...Bom, não é na "televisão", é na RTP

E não é propriamente "julgado",
é no púlpito a falar com os dois dedos esticados

E não é bem ele a falar... é a LER O TELEPONTO

"serei apenas eu, o powerpoint e os portugueses" »



;. não tinha acontecido, mas parece que vai acontecer.

(O Inimigo Público está a ficar especialista em futurologia :shock: )




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#34 Mensagem por P44 » Qua Abr 11, 2007 8:24 am

Portugiesischer Regierungschef José Socrates unter Druck - Politiker soll Unwahrheit über sein Studium gesagt haben

In Portugal sind akademische Titel jeder Art extrem wichtig. Ministerpräsident Jose Sócrates etwa läßt sich als "Herr Ingenieur" ansprechen - hat aber damit derzeit ein riesiges Problem. Im Zuge von Ermittlungen gegen eine Lissaboner Privatuni kamen Merkwürdigkeiten ans Licht, die den berühmten Ex-Studenten betreffen. Vier der fünf Abschlussprüfungen soll er etwa am selben Tag gemacht haben und ein Professor behauptet, Só- crates nie an der Universität gesehen zu haben. Heute abend will der Regierungschef in die Offensive gehen und dem gespannten Publikum im portugiesischen Staatsfernsehen aus seiner Studentenzeit berichten.


http://www.dradio.de/kulturnachrichten/ ... 0/drucken/


Portugal: Das Geisterdiplom des Herrn Sócrates
05.04.2007 | 18:29 | Von unserem Mitarbeiter MARTIN DAHMS (Die Presse)

Der Regierungschef ist seit 1996 diplomierter Bauingenieur. Oder auch nicht.

Madrid/Lissabon. „Unser Premierminister ist ein brillanter Mann, von schneller Auffassungsgabe und praktischer Intelligenz“, findet Luís Arouca, Rektor der Lissaboner „Universidade Independente“. Das Lob, ausgesprochen in einem Interview vor gut einem Monat, mag José Sócrates, Portugals sozialistischem Regierungschef, schmeicheln. Aber wahrscheinlich wäre es ihm lieber, wenn Arouca überhaupt nichts mehr über ihn sagte.

Am 28. März wurde der Rektor festgenommen und stundenlang wegen Unregelmäßigkeiten in den Büchern der von ihm geführten Privatuniversität verhört. Am Rande der Ermittlungen sind auch Merkwürdigkeiten über den Ex-Studenten Sócrates ans Licht gekommen. Der heute 49-Jährige schrieb sich Ende 1995 an der Uni ein, um das ein Jahr zuvor in Coimbra begonnene Studium der Bauingenieurwissenschaften abzuschließen. Damals war er bereits Staatssekretär unter Ministerpräsident António Guterres. Am 8. September 1996 wurde die Diplomurkunde für Sócrates ausgestellt.

Auf die erste Merkwürdigkeit stieß die Wochenzeitung „Expresso“: Der 8.September war ein Sonntag. Zur Entlastung zitiert die Zeitung einen Professor: „In Privatuniversitäten wird oft auch sonntags gearbeitet.“


http://www.diepresse.com/home/politik/a ... k/index.do

Portugals Regierungschef ein falscher Ingenieur?
Zweifel an Diplom von José Sócrates / Der Sozialist spricht von Rufmordkampagne


LISSABON Ist José Sócrates wirklich ein Bauingenieur? Oder stimmt etwas nicht mit dem Hochschulzeugnis des portugiesischen Ministerpräsidenten? Schon seit Wochen waren im Internet Spekulationen zirkuliert, die Zweifel am Diplom des sozialistischen Regierungschefs schürten. Mittlerweile griff auch die seriöse Presse das Thema auf.

Der Hochschulabschluss des Ministerpräsidenten wurde in einem Schneeballeffekt zu einem Dauerthema, das die Schlagzeilen der Zeitungen in Portugal bestimmt. Das angesehene Blatt "Público" fand nach Recherchen in Universitätsarchiven heraus: "In den Studienunterlagen von Sócrates gibt es eine Reihe von Unregelmäßigkeiten." Auf mehreren Bescheinigungen fehle das Datum, die Unterschrift des Dozenten oder das Siegel der Hochschule.

Die Wochenzeitung "Expresso" setzte noch eins drauf. Sie stellte fest, dass das Datum, an dem das Diplom ausgestellt wurde, auf einen Sonntag fiel, die Hochschule also vermutlich geschlossen war. Verantwortliche der Universität versicherten dem Blatt, Sócrates an der Hochschule nie gesehen zu haben. Den Kurs "Fachenglisch" habe der Politiker beim damaligen Rektor belegt, obwohl dieser nicht der zuständige Dozent gewesen sei. Die Zeitung "Correio da Manhã" verbreitete als Aprilscherz die Meldung, der Regierungschef kehre als Student an die Uni zurück, um sich ein "glaubwürdiges Diplom" zuzulegen.

Sócrates selbst sieht sich als das Opfer einer Rufmordkampagne. "Es ist bedauerlich, dass solchen Unterstellungen zur Publizität verholfen wird", erklärte er. Der Sozialist hatte sein Examen 1996 an der Universidade Independente in Lissabon abgelegt. Bei der Wahl vor zwei Jahren führte er die Sozialisten erstmals zur absoluten Mehrheit im portugiesischen Parlament.


http://www.wiesbadener-kurier.de/politi ... id=2779010

"no pasa nada, no pasa nada"

:roll: :roll:




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#35 Mensagem por 3520 » Qua Abr 11, 2007 4:08 pm

Com todo o respeito, amigo 3520, podes acreditar em tudo o que este governo apregoa...eu e a minha familia que sentimos NA PELE as politicas deste governo, já não acreditamos (aliás nunca acreditámos, nenhum de nós votou PS nas últimas eleições e muito menos o farei de futuro!)


:wink:

P44, como já referi o país estava num estado calamitoso ( e outros factores como a cosntante subida do petroleo tambem contribuiram bastante ) de maneiras que houve a subida de preços de tudo e mais alguma coisa, foi necessario tomar medidas impopulares, mas tambem acredito piamente que houve familias mais prejudicadas e sacrificadas do que outras.

Eu fui um daqueles que teve a sorte de a crise não ter batido à minha porta com tanta "convicção" e tenho a perfeita cosnciencia que neste momento há no nosso país muitas familias a passar um mau bocado.

Mas sabe que houve organizações de reconhecido merito que tinham aponta à uns meses atras que mais medidas (impopulares claro) tinham que ser aplicadas para baixar os deficit e recuperar e economia, o governo optou por não as aplicar e teve resultados... positivos :wink:
À uns anos um país sul americano ( penso que a argentina ) tambem fez exactamente o oposto do recomendado por uma organização desse tipo e recuperou a economia.

P44, eu tenho orgulho em dizer que ainda acredito, e nestes ultimos tempos com as boas noticias do deficit ( etc ) acredito cada vez mais, só acho que se não for a proprio povo portugues a acreditar e a deitar as mãos à obra nunca mais sairemos definitivametne do fosso, temos que pensar nas gerações futuras de portugueses e portuguesas que se "deus quiser" não precisaram de passar pelo sufoco que nós estamos a passar hoje em dia. Se portugal tivesse seguido espanha e tivesse aplicado muitas das reformas que infeliz só estão a ser aplicadas com este governo concerteza hoje em dia não estariamos na fossa. :?

PS: temos que deixar de ser o país que só se une quando a selecção joga :wink:




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#36 Mensagem por Wolfgang » Qua Abr 11, 2007 4:36 pm

O julgamento do outro Sócrates foi bem mais edificante...




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#37 Mensagem por 3520 » Qua Abr 11, 2007 6:57 pm

Sócrates recusa tratamento de favor na UnI

O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou hoje ter sido objecto de qualquer tratamento de favor no ano lectivo em que frequentou a Universidade Independente (UnI), quer no plano de estudos, quer no processo de equivalências.

Na entrevista conjunta à RTP e a RDP, conduzida pelos jornalistas José Alberto Carvalho e Maria Flor Pedroso, Sócrates disse que a polémica em torno da suas habilitações literárias não perturbou as suas funções de primeiro-ministro e adiantou que apenas falou agora, depois de o Governo ter tomado uma decisão sobre o encerramento da UnI.

José Sócrates afirmou que frequentou a UnI porque este estabelecimento de ensino superior privado tinha «regime pós-laboral», porque quis ter uma licenciatura em engenharia civil e porque «essa universidade tinha prestígio na altura».

«Não mudei do ISEL para a UNI para ter mais facilidades» em terminar o curso, referiu. Numa das questões mais polémicas levantadas nas últimas semanas - o processo de equivalências que obteve entre o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) e a Uni -, José Sócrates negou «a insinuação» de ter tido um tratamento de favor.




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#38 Mensagem por P44 » Qui Abr 12, 2007 7:31 am

Eu confio no bom senso e no julgamento dos Portugueses disse JS.Pois bem, as pessoas com bom senso entenderam perfeitamente a sua técnica de falar sem parar e de nem responder ás questões que lhe foram ou podiam ser postas e perceberam sem margem de dúvida qual é o seu caracter Snr JS.
-Mesmo para mentir é preciso saber fazê-lo.
-JS foi apanhado de surpresa pelo escândalo na UNI onde hipotéticamente se tinha licenciado sem favorecimentos( era essa a imagem que ele queria passar) por isso não esclareceu de imediato as dúvidas que se punham qto a sua licenciatura.Esperou 3 semanas para se preparar e para forjar um processo que sabia teria que apresentar.
-Ninguém muda de uma Universidade de prestigio como o ISEL para uma Universidade recem criada( mas já com prestigio!!!) como a Independente pq "estava ali ao lado" e tinha horário post laboral ( qd a ISEL tb tem).
-Os alunos sem privilégios não podem fazer exames numa outra Universidade sem que o certificado de equivalências seja apresentado e apreciado.
-Fazer 5 cadeiras 4 das quais leccionadas pelo mesmo Prof que tb o tinha avaliado no ISEL e que era membro do PS é puro favorecimento e só quem é cego ou burro não percebe.
-Enviar um Fax a um reitor que "mal conhece"dizendo-se "desgostoso"pq não pode aceitar o cargo de docência e assinar: SEU é uma explicação que só alguém desprovido de um minimo de inteligência pode aceitar..
-As pessoas com bom senso sabem como se faz uma licenciatura de 6 anos sem favorecimentos à custa de muito trabalho e as vezes com grandes dificuldades económicas e percebem muito bem a diferença entre o seu procedimento e o de um 1º Ministro que devia dar o exemplo de honestidade e caracter e utiliza meios pouco claros para obter uma licenciatura feita a martelo.

A decência, a honestidade e o caracter devem estar acima de qualquer filiação partidária e o PS, BE e PCP demonstraram neste processo que esses valores são completamente despreziveis.
Maria Francisca
(licenciada em Medicina -6 anos de curso sendo trabalhadora estudante para custear as despesas)


http://www.doportugalprofundo.blogspot.com/




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#39 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Abr 12, 2007 7:42 am

"É assim que se faz em todas as universidades"



Francisco Almeida Leite
Gonçalo Fernandes Santos (imagem)

José Sócrates respondeu ontem a várias dúvidas que se têm avolumado sobre o seu processo de licenciatura na Universidade Independente, concluído em 1996, classificando-as como "insinuações".

"Não mudei do ISEL para a Universidade Independente para ter mais facilidades", garantiu o primeiro-ministro, numa alusão ao pedido de equivalências que iniciou em Setembro de 1995.

O primeiro-ministro começou por esclarecer que demorou mais de 20 dias a responder à polémica porque estava em curso um "processo de inspecção" à UnI: "As minhas responsabilidades como primeiro-ministro sobrelevam sobre a minha imagem política." Dizendo que havia chegado o momento para se defender, Sócrates mostrou as suas habilitações em vários papéis e afirmou, taxativamente: "Tenho um bacharelato, uma licenciatura e um MBA, fiz sete anos e meio de ensino superior."

Visivelmente irritado a dada altura da entrevista - conduzida por José Alberto Carvalho e Maria Flor Pedroso -, José Sócrates foi obrigado a clarificar que a razão da sua mudança do ISEL para a UnI se deveu ao facto de esta ser "uma universidade que estava ali ao lado", "com prestígio na altura" e que funcionava "em regime pós-laboral".

Candidatura fora do prazo

Para o primeiro-ministro aquelas são as únicas razões para ter decidido completar o plano curricular para lhe garantir o grau de licenciado na UnI e não no ISEL. Sócrates lembrou que o pedido de equivalências foi feito antes [Setembro de 1995] de ser membro do Governo [Outubro de 1995]. Daí que tenha refutado a ideia de que tenha existido "um certo favor pelo facto de ser membro do Governo".

Reagindo a informações que ontem mesmo davam conta de que o processo de candidatura à UnI fora concluído fora do prazo, José Sócrates reagiu com violência: "Para mim, como para todos os alunos. Já chega disto." Sócrates disse calcular "que seja assim o procedimento. As cadeiras que disse ter feito, confirmei depois".

Ontem, o Público Online dava conta de que o certificado do ISEL "foi passado quase um ano depois de terminar o prazo fixado por lei para a instrução do processo de transferência para a UnI". Em resposta a mais esta polémica, José Sócrates garantiu: "A UnI confiou na minha palavra. É assim que se faz em todas as universidades, acho eu."

Sobre o facto de o grau de licenciatura ter sido obtido num domingo, dia 8 de Setembro de 1996, Sócrates desvalorizou o assunto. "Um aluno não é responsável pelas universidades", disse. Já sobre as notas terem sido lançadas no mês anterior, deu esta resposta: "Em Agosto? Presumo que é normal, muitos professores disseram-me que é comum."

Sócrates tentou ao longo da entrevista passar sempre a ideia de que facultou toda a informação possível aos jornalistas que a requisitaram, chegando ao ponto de falar de assuntos que ainda não vieram a público. Como foi o caso de ter revelado "insinuações" de que não havia pago propinas, mostrando os recibos e dizendo que os havia inscrito nas suas declarações de IRS, ou quando revelou ter sido convidado para dar aulas na Independente pelo ex-reitor Luiz Arouca já depois de ser membro do Governo. O primeiro-ministro disse ter recusado por ser incompatível -o que explicará o fax dirigido a Arouca, em que fala do decreto do seu "desconsolo" e se despede com um atencioso "do seu José Sócrates" - com as funções de governante e garantiu que apenas assentiu a dar alguns seminários.

Outra das ideias fortes que Sócrates quis deixar foi a de não ter qualquer relação de proximidade com o antigo reitor Luiz Arouca, afirmando que só o conheceu quando lhe deu aulas de Inglês Técnico. "Venho agora a saber que existia um outro professor de Inglês Técnico", responsável por outros alunos, já que a sua turma foi descrita como "um pouco especial" por incluir sobretudo pessoas que requereram transferências e eram já portadoras de habilitações ao nível do bacharelato.

Sobre António José Morais, que foi seu professor em quatro cadeiras no último ano, Sócrates assegurou que só o conheceu na UnI e referiu--se ainda à polémica dos dois registos no seu currículo de deputado em 1992: "Não me lembro, passaram-se 14 anos."




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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#40 Mensagem por P44 » Qui Abr 12, 2007 8:03 am

O primeiro-ministro disse ter recusado por ser incompatível -o que explicará o fax dirigido a Arouca, em que fala do decreto do seu "desconsolo" e se despede com um atencioso "do seu José Sócrates" - com as funções de governante e garantiu que apenas assentiu a dar alguns seminários.


:arrow: http://www.cne.pt/dl/1incompatibilidades2002.pdf

Artigo 7º
Regime geral e excepções
1 - A titularidade de altos cargos públicos implica a incompatibilidade com quaisquer outras funções remuneradas.
2 - As actividades de docência no ensino superior e de investigação não são incompatíveis com a titularidade de altos cargos públicos, bem como as inerências a título gratuito. 3 - Os titulares de altos cargos públicos em sociedades anónimas de capitais maioritária ou exclusivamente públicos podem requerer que lhes seja levantada a incompatibilidade, solicitando autorização para o exercício de actividades especificamente discriminadas, às entidades que os designaram.
4 - As situações previstas no número anterior devem ser fundamentadamente autorizadas pela assembleia geral da empresa, devendo a acta, nessa parte ser publicada na 2ª Série do Diário da República.


Além de outras questões que o Público de 10-4-2007, ficaram algumas questões por esclarecer na entrevista do primeiro-ministro José Sócrates à RTP-1:
a questão da sua utilização do título de "engenheiro"
a questão das equivalências concedidas na Universidade Independente
a questão da leccionação do Inglês Técnico
a questão da "pós-graduação em Engenharia Sanitária"


Pergunto-me se nunca ninguém viu um certificado de licenciatura!

No jornal Público pode ver-se o mesmo documento que foi apresentado hoje na entrevista na RTP1, ou melhor, aparentemente uma cópia de "certificado".

Antes de mais, devo explicar que (pelo menos na Universidade que frequento há uma diferença entre certificado de habilitações e de licenciatura - é que o primeiro pode ser pedido em qualquer ano da licenciatura e nele constam as cadeiras em que um aluno obteve aprovação, a nota obtida e a data em que a obteve [dia x - mês z - ano y]; já o segundo, o de licenciatura, só se pode obter depois de terminado o curso...não sem antes se ter requerido a emissão do diploma e depois comprovar, através da exibição do recibo relativo ao pagamento efectuado para que se emita o diploma....simplificando, quando se requere a emissão do certificado de licenciatura tem de se comprovar através de um recido, que já se requereu a emissão do diploma. Normalmente demora uma semana a emissão do certificado de licenciatura e uma ano a emissão do diploma. Já o certificado de habilitações é dado na hora (viva a informática) ou, na pior das hipóteses, um dia ou dois depois.

Voltando ao certificado publicado para quem quiser ver.... começa por não indicar que tipo de certificado é....costumam dizer CERTIFICADO DE LICENCIATURA - o que não é o caso. Depois, relativamente às cadeiras efectivamente feitas na UnI apenas ficamos a saber as notas obtidas e o ano lectivo. Mas não o dia e o mês.
Depois, diz qualquer coisa como "Concluiu o curso em 08-09-1996...". Já aqui foi assinalado que este dia corresponde a um Domingo (!!!!!!) e também que a data da conclusão da licenciatura corresponde ao dia em que o aluno realizou a última prova de uma qualquer cadeira que e a última em que lhe falta obter aprovação. E, como aqui foi assinalado tambem, isso quer dizer que se fez um exame num Domingo.

Mas ninguém reparou que a data de emissão deste certificado é "17-06-2003"??????????

Estranho não????
E o Diploma??? Não o vi na entrevista à RTP. Afinal já se passaram quase três anos (desde a data de emissão deste certificado). Então porque não foi apresentado?

E mais considerações não teço pois já me alonguei...

Boa noite a todos!
estudante universitário | 12.04.07 - 2:31 am | #


Reagindo a informações que ontem mesmo davam conta de que o processo de candidatura à UnI fora concluído fora do prazo, José Sócrates reagiu com violência: "Para mim, como para todos os alunos. Já chega disto." Sócrates disse calcular "que seja assim o procedimento. As cadeiras que disse ter feito, confirmei depois".


Alguém que me exclareça se isto É LEGAL? :lol: Então para se transferir não tem de PROVAR que está a frequentar o curso X para puder ir para o curso Y????
Então cá é só "confiar na palavra"?

E como questionou o JA Carvalho, então qq aluno desonesto pode andar um ano a fazer um curso, já que não tem de apresentar provas :?: :!: :lol:




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#41 Mensagem por P44 » Qui Abr 12, 2007 10:54 am

reacções...

12.04.2007, Vasco Pulido valente

O sr. primeiro-ministro negou ontem na televisão, indignadamente, que fosse "um especialista em relações públicas". Temos de o acreditar. Mas não há dúvida que ontem na televisão o sr. primeiro-ministro até pareceu "um especialista em relações públicas". Para começar, arrumou com brandura o caso da sua carreira académica, que afinal não é um caso. A Universidade Independente mandou e ele cumpriu. Quanto à burocracia, não sabe, nem se interessa. Quanto ao dr. António José Morais, que lhe "deu" quatro cadeiras, não o conhecia antes. Quanto ao resto, toda a sua vida de estudante só revela "nobreza de carácter", vontade de "melhorar" e de se "enriquecer" (intelectualmente). Um exemplo que ele, aliás, recomenda aos portugueses. Ponto final.
A minha ignorância não me permite contestar explicações tão, por assim dizer, "transparentes". Claro que nunca ouvi falar de um professor que "desse" quatro cadeiras no mesmo ano ao mesmo aluno, nem num reitor que ensinasse "inglês técnico", nem num conselho científico que fabricasse um "plano de estudos" para "acabar" uma licenciatura. Falha minha, com certeza. Se calhar, agora estas coisas são normais.
O sr. primeiro-ministro também declarou que ele e o seu gabinete não telefonam a jornalistas com a intenção malévola de os "pressionar". Pelo contrário, só os querem esclarecer. Ficamos cientes.
Fora isto, Sócrates demonstrou facilmente que o governo é óptimo e que ele é determinado, decidido, inabalável, responsável e bom. Portugal inteiro está, como lhe compete, agradecido.

Pedro Mexia

O debate começou bem e foi ficando progressivamente mais complicado, a partir mais ou menos dos 20 minutos. Porque um debate que normalmente seria sobre o estado da Nação a meio de um mandato do Governo, acabou por ser sobre o currículo académico do primeiro-ministro.
José Sócrates começou bem, tentando mostrar algum sentido de Estado ao querer separar o seu caso do da Independente. Foi habilidoso. O seu caso exigia, porém, prova documental, e talvez uma entrevista numa televisão não fosse a melhor maneira de a produzir. Conseguiu desmontar bem o alegado caso de assassínio de carácter, mas acabou por se atrapalhar nos pormenores. Ficou muito emperrado na questão emenda dos documentos da Assembleia da República, bem como nas notas lançadas pela Independente a um domingo. As questões de facto foram remetidas para casos de secretaria.
José Sócrates quis ainda reconhecer que existem diferenças entre dar explicações aos jornalistas e fazer pressões e foi cínico sobre a OPA. Ninguém acredita que o Governo não tivesse desse indicações à Caixa Geral de Depósitos. Foi de uma candura que soou a cinismo.
Foi interessante nesta entrevista a palavra blogosfera ter entrado nesta entrevista na discussão política.

Miguel Gaspar

O único momento verdadeiramente surpreendente da entrevista do primeiro-ministro à RTP foi quando explicou que escreve o pronome seu no fim das cartas, para ser como o inglês yours. Isso e a ideia de que, afinal, o substantivo engeheiro não designa uma competência mas sim um rótulo social definiram uma entrevista que valeu pelo que não se viu. Desde logo não se viu o balanço dos dois anos do Governo, que era a justificação da entrevista. Ora, gastou-se mais tempo com a Independente. A entrevista ou era uma coisa ou era outra. As duas, não podia ser. O dois-em-um não podia dar certo. José Alberto Carvalho conseguiu o tom certo numa conversa que o entrevistado queria de bom tom. Esforçou-se e tinha sem pre uma pergunta engatilhada. Nomeadamente no dossiê Independente. Maria Flor Pedroso, que é da rádio, estava a jogar fora e deixou-se ficar num papel mais apagado. Ganhou a noite, o primeiro-ministro? Pareceu-me que sim. E como, nestas coisas de televisão, o que importa é parecer, se pareceu, deve ter sido. A entrevista foi um bom sintoma daquilo a que está reduzida a política portuguesa: um aeroporto que ainda não existe e uma coisa que não se sabe se alguma vez foi uma universidade. Onde estão a ideologia, a Europa, as questões sociais? Nada. Sócrates gosta de passar a imagem do homem de acção que fala pouco. O problema é não ter obra para mostrar. Pouco mais pode fazer do que imitar o treinador do Benfica: prometer a Lua, iludir as derrotas e prometer a taça no ano que vem. Mas os eleitores sabem que é a fingir.

Antonio Barreto

Simplesmente patético! Um primeiro-ministro a defender-se com um arguido! Um primeiro-ministro a considerar insinuações as mais legítimas dúvidas da imprensa e da opinião pública!
Um primeiro-ministro que acha normal que um deputado, ministro depois, se matricule em curso superior e obtenha diploma académico de recurso (feito em três universidades diferentes), ainda por cima em estabelecimento não reconhecido pela respectiva Ordem profissional!
Um primeiro-ministro que não percebe que um deputado e um membro do governo não têm os mesmos direitos, ou antes, as mesmas faculdades que os outros cidadãos e não podem nem devem apresentar-se como candidatos a cursos pós-laborais que lhe confiram estatuto académico a que aspiram!
Um primeiro-ministro que considera normal e desculpável que os seus documentos oficiais curriculares sejam corrigidos e alterados ao gosto das revelações públicas!
Era tão melhor julgar os políticos por razões políticas e não por motivos pessoais ou de carácter! São, infeliz e necessariamente, sinais dos tempos. Dinheiro, sexo, cultura, vida familiar, gosto e carácter transformaram-se em critérios de avaliação. O facto, gostemos ou não, faz parte das regras do jogo.
Com a política totalmente centrada na personalidade do líder, é natural que a totalidade da personalidade seja motivo de interesse e escrutínio. A ponto de, infelizmente, superar os fundamentos e os resultados da acção política. Sócrates está a pagar os custos desta nova tendência. E a verdade é que ele não soube, não quis ou não pôde matar o abcesso à nascença. O facto de o não ter feito avolumou o episódio. Ter dado à imprensa e à opinião pública espaço e tempo para deslindar o confuso mistério dos seus diplomas foi um erro fatal. Ter tentado exercer pressões sobre a imprensa e os jornalistas foi igualmente uma imperícia infantil. Ter a necessidade de mostrar diplomas na televisão revela uma situação em que a palavra já vale pouco e a confiança se esvai. Ter tentado justificar o facto de se matricular, como "humilde deputado", e de se graduar, como ministro, é inútil. Mas revela uma crença perigosa: a de que acha natural e legítimo que um deputado e um membro do governo possam fazer tudo isso!
É possível que este homem seja Primeiro-ministro mais dois anos ou até que consiga ser reeleito. Mas uma coisa é certa: a confiança está ferida. Ora, enquanto a utilidade pública vai e vem, a confiança, quando quebra, não tem cura. As feridas de carácter não cicatrizam.


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#42 Mensagem por P44 » Sex Abr 13, 2007 6:46 am

Público * 12 Abril 2007 * pg. 41

“FACTOS E ESTRATÉGIAS por Constança Cunha e Sá

(...)
Quem havia de dizer que, ainda há dois meses, se assinalavam os dois anos de Governo com hagiografias do primeiro-ministro que o apresentavam como um politico autoritário e determinado, especializado na arte da propaganda e no cálculo preciso das suas intervenções. (...) aparece, de repente, enfiado numa estratégia suicida, incapaz de perceber os sinais do país e a lógica da informação, sem conseguir travar a sua arrogância e a sua teimosia de sempre. O estado de graça de um político acaba invariavelmente assim, quando as qualidades do passado se transformam, de um dia para o outro, nos grandes defeitos do presente.
(...)
Curiosamente, não parece ocorrer a ninguém que o “silêncio” do primeiro-ministro seja apenas fruto do impasse criado pela revelação de alguns factos que dificilmente se conseguem explicar. (...) o primeiro-ministro pode apresentar-se na qualidade de vítima. Falar de campanhas obscuras. Apresentar diplomas. Juntar certificados. Remeter para a Universidade Independente. Desculpar-se com os “lapsos” da Assembleia da República. Desvalorizar as alterações do seu curriculum oficial. Descrever o MBA que não completou. Referir a pós-graduação que não possui.
O que não pode é apagar os factos que vieram a público nas últimas semanas:
- o facto do seu plano de equivalências não estar sequer assinado;
- o facto de ter feito quatro cadeiras com um único professor que, na altura, era adjunto do Governo a que pertencia;
- o facto de ter passado no exame de Inglês Técnico sem que o regente da cadeira lhe tenha posto, alguma vez, os olhos em cima;
- o facto de se dar como engenheiro civil quando a sua licenciatura nunca foi reconhecida pela Ordem dos Engenheiros;
- o facto de não se lembrar do nome de nenhum dos seus dois professores;

Ou seja, o facto indesmentível do seu currículo académico não revelar a exigência e o rigor que o seu Governo gosta de exigir a todos os portugueses – revelando simultaneamente a imensa fragilidade politica de um primeiro-ministro provinciano que tinha na modernidade e na qualificação a sua imagem de marca.
(...)
Só que este caso, na sua aparente menoridade, revela três factos que, em qualquer democracia, se podem tornar fatais. Antes de mais, mostra que a licenciatura do primeiro-ministro está longe de obedecer aos padrões de uma licenciatura normal. Em segundo lugar, prova que o primeiro-ministro se apresentou com títulos académicos que não possuía. E por último, confirma as fragilidades de uma comunicação social, que, apesar do esforço feito nos últimos dias, tem dificuldade em resistir à necessidade de controlo que se detecta no poder socialista.”




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#43 Mensagem por P44 » Dom Abr 15, 2007 8:17 am

Sócrates: números errados
2007/04/14 | 20:44
Certificado entregue na Câmara da Covilhã, com data de 1996, tem indicativos no telefone e fax que só entraram em vigor em 1999. Independente vai investigar possíveis falsificações. José Sócrates diz que pediu certificado em 2000

Multimédia:
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MAIS:
Sócrates: a polémica continua

[artigo actualizado às 22:58]

O documento entregue por José Sócrates na Câmara da Covilhã tem números que não estavam em vigor à data da alegada emissão do certificado. A informação foi avançada este sábado pela TVI. Segundo a estação de televisão o indicativo «21», no número de telefone e fax visíveis no certificado de 1996 só entraram em vigor em 1999. Tal como o código postal com sete dígitos, também visível no rodapé do documento, só começaram a ser usados em 1998.

Contactado pela Agência Lusa, fonte do gabinete do primeiro-ministro disse que o certificado foi solicitado por José Sócrates em 2000 e enviado à Câmara da Covilhã no mesmo ano, remetendo para a Universidade Independente explicações sobre o facto de existir uma data de 1996 num documento passado em 2000.

Os referidos números estão no final da primeira página do certificado entregue na Covilhã, entretanto tornado público, e parecem fazer parte do timbre do documento: «tel.: 21 836 19 00 e fax.: 21 836 19 22. No código postal vê-se - 1800-255 Lisboa».

O mesmo problema dos números não se verifica no certificado mostrado por José Sócrates na sua entrevista na RTP, já que este foi passado em 2003. Data em que já estavam em vigor os novos indicativos e o código postal com sete dígitos. O papel timbrado em que foi escrito o certificado alegadamente emitido em 1996 é igual ao emitido em 2003.

Recorde-se que a Universidade emitiu dois certificados de habilitações a José Sócrates. No decorrer da semana foram noticiadas diferenças na data de conclusão da licenciatura, no número de cadeiras e nas notas dessas disciplinas.

Independente suspeita de falsificações

Em declarações à TVI a assessora da Universidade já tinha afirmado que o dossier de José Sócrates estava «guardado num cofre» e tinha alertado para a possibilidade de alguém ter «forjado documentos» para denegrir a imagem da instituição de ensino.

Mas esta noite, através de um comunicado, a Reitoria da UnI anunciou que vai apurar responsabilidades quanto à existência de vários certificados de habilitações de José Sócrates passados pela instituição, considerando que a existirem documentos díspares «alguns poderão ser forjados».

«Em prol da verdade e transparência, afirma-se que a haver documentos díspares, alguns poderão ser forjados e por isso vamos apurar responsabilidades», indicou a reitoria em comunicado.

Câmara da Covilhã fala em erro da UnI

Também o presidente da Câmara da Covilhã, que já o era em 2000, Carlos Pinto (PSD), confirmou, este sábado, à agência Lusa que a Câmara recebeu um certificado de habilitações de José Sócrates em Setembro de 2000.

No entanto, afirmou Carlos Pinto «o certificado tinha um erro, tinha menos um algarismo no ano», ou seja, em vez de ter «08/08/96» tinha como data de conclusão de curso «08/08/9».

Uma vez detectado o erro, declarou Carlos Pinto, «a Câmara pediu a José Sócrates, através de um ofício, que enviasse novo certificado com os números todos».

Segundo o autarca, «no espaço de dias [e ainda em Setembro] a Câmara recebeu outro certificado», já completo - com data de conclusão do curso de 08/08/96 - mas num papel timbrado com os dados de morada, código postal e números de telefone actualizados da UnI.

Carlos Pinto considera que se está perante «um falso problema». «Se houve erro foi da universidade», uma vez que «o comportamento de José Sócrates para com a Câmara foi irrepreensível», sublinhou.

Após uma pequena pesquisa o PortugalDiário encontrou informações relativas a estes novos factos em vários blogues, que revelam também os documentos. Veja o link relacionado.


http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... div_id=291




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#44 Mensagem por P44 » Qua Abr 18, 2007 9:33 am

Inspecção-geral da Educação esteve ontem nas instalações
Processo de Sócrates na Independente faz referência a isenção de propinas, avança o "Sol"
18.04.2007 - 11h53 PUBLICO.PT



A investigação interna ao processo de José Sócrates enquanto aluno da Unversidade Independente terá detectado uma informação que o indica como isento do pagamento de propinas, avança hoje o jornal "Sol" na sua edição online.

Na semana passada, numa entrevista na RTP1, o primeiro-ministro afirmou que pagou todas as propinas do seu curso na Independente e mostrou os comprovativos.

O texto de hoje do jornal "Sol", assinado pelas jornalistas Felícia Cabrita e Graça Rosendo, indica que a Inspecção-geral do Ensino Superior esteve ontem, entre as 15h00 e as 17h30, nas instalações da Universidade Independente (UnI) com o objectivo de recolher informações sobre o processo de José Sócrates.

Segundo o mesmo jornal, a inspecção-geral saiu das instalações da universidade sem os documentos que pretendia levar porque a direcção da UnI alegou que os inspectores já os tinham analisado e "não encontraram razões para os levar".

Ainda de acordo com o semanário, que cita uma fonte da UnI, não identificada, os inspectores já se tinham deslocado à universidade anteontem, acabando por marcar um encontro para ontem.

Processo tem o trabalho de Inglês Técnico e pautas

Em relação ao processo de José Sócrates enquanto aluno da UnI, o jornal noticia — sempre com base em fontes da universidade — que o único elemento de avaliação que consta do documento é um trabalho de Inglês Técnico, datado de 22 de Agosto de 1996, enviado ao reitor da universidade com um cartão da Secretaria de Estado do Ambiente (cargo que Sócrates desempenhava à época), com a frase manuscrita: "Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês". Para além deste trabalho, constam também do processo as pautas com as notas das cadeiras feitas por Sócrates, que apresentam alguns valores diferentes, como já avançou o PÚBLICO.

A conferência de imprensa da Universidade Independente, que deveria ter decorrido ontem, foi adiada para hoje. Segundo as fontes contactadas pelo "Sol", o adiamento ficou a dever-se ao facto de "ainda estarem a ser investigados diversos diplomas passados pela universidade".


http://www.publico.clix.pt/shownews.asp ... idCanal=21

Documento entregue à Câmara da Covilhã
Prova de Inglês Técnico de Sócrates tem data posterior à conclusão da licenciatura, diz "Expresso"
17.04.2007 - 19h46



A prova escrita de Inglês Técnico de José Sócrates tem uma data posterior à conclusão da licenciatura, segundo o certificado de habilitações entregue à Câmara da Covilhã, revelou o jornal "Expresso".

Elaborado pelo então secretário de Estado no dia 22 de Agosto de 1996, o teste de Inglês Técnico foi classificado pelo reitor Luís Arouca quatro dias depois, a 26 de Agosto. A nota deverá ter sido lançada de imediato, ao que se terá seguido a emissão do certificado de habilitações, também com data de 26 de Agosto, que Sócrates posteriormente entregou na Câmara da Covilhã.

Nesse certificado, escreve-se que José Sócrates teria concluído a sua licenciatura no dia 8 de Agosto de 1996. Confrontado com o certificado de habilitações da Covilhã, o gabinete do primeiro-ministro disse ao "Expresso" no sábado passado que estava "demonstrado" que o primeiro-ministro se licenciou em 8 de Agosto, ficando assim "explicada a situação de uma alegada conclusão da licenciatura num domingo: podia ter acontecido, mas não aconteceu".

Recorde-se que, no certificado que José Sócrates apresentou na entrevista à RTP1, a data de conclusão da licenciatura era de 8 de Setembro de 1996, um domingo, facto que fez manchete do "Expresso" no passado dia 7 de Abril e que foi apresentado como "normal" pela Universidade Independente.


http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1291426




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#45 Mensagem por Túlio » Qua Abr 18, 2007 9:40 am

Mas tem que pagar propina para estudar aí??? :shock: :shock: :shock: :shock:

Ou propina quer dizeire outra kôza em Portugal? Aqui quer dizer suborno... :?




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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