Koslova escreveu:chm0d escreveu:
Bolovo, fiz uma pergunta no outro forum, mas ninguem sabe me dizer... porque os ocidentais não fazem um missil Anti-Navio supersonico?
OBS: É uma duvida real.
Abs.
Tem dois motivos.
O primeiro é que os mísseis anti navios ocidentais prezam pela diversidade de plataformas, ao contrario de mísseis russos que são semi dedicados as suas plataformas.
Com a doutrina de multi-plataformas os volumes de produção dos mísseis foram muito elevados, por exemplo:
Exocet 3000+ Unidades produzidas.
Harpoon 10.000+ Unidades produzidas.
Alem do elevado volume de produção, ambos são mísseis que podem ser disparados de aviões, navios e submarinos.
Da mesma forma que não existem mísseis supersônicos no ocidente, também não existem plataformas especializadas como bombardeiros e submarinos somente para o transporte destas armas. Assim como em navios de superfície a capacidade ASuW é trocada por capacidade de projeção de poder sobre terra com os mísseis de cruzeiro.
Perde-se de um lado, ganha-se de outro.
Se a URSS tivesse uma esquadra de superfície com vários porta aviões, provavelmente a necessidade de melhores mísseis anti navios seria uma realidade que acarretaria em mísseis supersônicos anti navio dentro da OTAN
Com elevados valores de produção ai entra a segunda parte da historia que é somente política.
Os fabricantes de mísseis ocidentais não tem interesse em contratos de desenvolvimento, para eles é mais vantajoso como negocio a continuidade do fornecimento dos modelos já em produção, isto gera uma relação de realimentação com as Forças Armadas operadoras e não existe muito interesse em mudar esta regra de negocio.
Porque a Boeing e a MBDA que faturam bilhões de dólares com os seus mísseis anti navios iriam querer contratos de desenvolvimento que não chegariam a US$ 500mi para produzir um míssil onde somente as forças armadas de seus paises poderiam usar, em função de preço e sofisticação.
É mais ou menos a seguinte questão.
A Dassault como empresa preferira fabricar o Rafale ou um caça leve como o Gripen ou F-16? Seguramente a segunda opção oferece a ela mais chances de negocio, já que o cliente, isto é, o governo francês ira comprar o caça de qualquer forma, mas o cliente externo, este por sua vez não necessariamente compara o Rafale.
Com os mísseis anti navios aconteceu a mesma coisa, e a questão política tem imperado.
Houveram projetos de mísseis supersônicos no ocidente, na primeira metade dos anos de 1980 um projeto de míssil supersônico com massa e dimensão compatível com o Harpoon chegou a fase de demonstração de conceito, mas por questões políticas foi cancelado.
Na França o ANF também foi cancelado em função de uma reengenharia financeira da marinha francesa em meados dos anos de 1990 com a entrada em serviço do novo porta aviões e de novos submarinos lançadores de misseis balisticos.
Paises como Taiwan tem colocado em serviços mísseis supersônicos, uma prova de que a questão não é necessariamente tecnológica, apenas uma composição de fatores como doutrina e interesses econômicos e políticos.
Legal, obrigado pela resposta.
Abs.