Bárbara Leite escreveu:Retomando a primeira postagem do tópico, gostaria de saber onde estão os dados sobre o "crescimento " da classe média?
Esta estória de que a classe baixa saiu do chão é bem verdade, mas esqueceram de mencionar que não houve um crescimento das classes diferentes, por igual. O que está havendo é uma troca: a classe pobre está subindo, e a classe média descendo! Isto não é desenvolvimento!!!Isto é apenas um "revezamento" !! A classe pobre está comendo! Ótimo! Mas a classe média está em extinção e todos sabem disto! Apenas as notícias não são divulgadas e estes dados fornecidos pela mídia vêm ocultar o que realmente está acontecendo...Desculpem a franqueza, mas alguém aqui sentiu progresso na sua vida financeira? Por favor: queira me dizer como conseguiu?
Concordo com você. Um estudo recente do IBGE mostrou que a classe média quase não ganhou renda nos últimos anos. Mas é fácil saber o motivo disso, afinal o país não cresceu de forma suficiente.
A boa notícia é que a classe média, por ser mais instruída do que as classes mais pobres, tem mais facilidade de fazer sua renda crescer quando a economia do país reage. Podemos dizer que se a renda dos mais pobres atualmente está aumentado, só precisamos almejar um crescimento mais forte do país, que daí todas as classes serão beneficiadas e não somente um grupo de renda em particular.
Carlos escreveu:México supera Brasil em ranking de TI
O fato de o Brasil ter movimentado US$ 9,09 bilhões em software no ano passado e comprado mais de 7 milhões de computadores, números que remetem a um dos melhores resultados do setor nos últimos anos, não foi suficiente para fazer com que o país alcançasse uma posição de destaque no ranking anual de competitividade tecnológica, estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).
Batizado de Networked Readiness Index (NRI), o relatório divulgado ontem analisa qual foi o impacto das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na competitividade das empresas e no processo de desenvolvimento econômico e social de cada país ao longo de 2006. O Brasil, que em 2005 ficou com a 52ª posição do ranking geral - depois de ocupar a 46ª no ano anterior -, caiu agora para a 53ª colocação.
Com esse resultado, foi ultrapassado por países como o México, um de seus principais concorrentes no mercado latino-americano de TIC. Ao subir seis posições no estudo, os mexicanos alcançaram a 49% colocação, embora a internet seja um serviço acessado por apenas 17 pessoas em cada 100 habitantes daquele país, média que sobe para 19 no Brasil. ´´Um conjunto de fatores explica o porquê dessa mudança no ranking. Acesso à web é apenas um item´´, disse a economista sênior do WEF e co-editora do estudo, Irene Mia, em entrevista ao Valor. ´´O Brasil evoluiu no setor, mas ainda apresenta uma série de problemas no que se refere à educação e à burocracia estatal.´´
Na edição mais recente, o relatório do Fórum Econômico Mundial analisou 122 países. O Chad, país da região central da África, ficou com o último lugar, posição que foi ocupada pela Etiópia no ano anterior. No topo do ranking está a Dinamarca, que subiu duas posições em relação ao estudo do ano passado. Uma das maiores surpresas do relatório foi a queda dos Estados Unidos, que no ano passado lideraram o ranking e agora ocupam a sétima colocação.
Os latino-americanos, de maneira geral, não conseguiram cavar posições de destaque. Entre os países da região, a pior colocação é a do Paraguai (114ª), seguido pela Bolívia (104ª) e Nicarágua (103ª). O Chile, por outro lado, ocupa a melhor colocação (31ª), embora tenha caído duas posições na comparação com o relatório anterior.
Neste ano, comentou Irene, os destaques ficaram mesmo a cargo dos pequenos países da América Central, embora ainda estejam bem longe dos líderes. Exemplos são a República Dominicana (66ª ), que subiu 23 posições; a Costa Rica (56ª ), que saltou 13 colocações; e a Guatemala (79ª ), que deixou 19 países para trás.
Embora o desempenho brasileiro não dê margem para comemorações, a economista do WEF chamou a atenção para algumas áreas específicas em que o país se destacou - como, por exemplo, nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Nesse quesito em particular, o Brasil ocupou a 30ª colocação do ranking, enquanto o México ficou na 60ª posição e o Chile, na 48ª. ´´O Brasil é hoje a nação que mais investe em P&D em toda a América Latina´´, disse Irene. ´´Mas não basta. É preciso criar regras mais flexíveis para que o mercado receba toda essa inovação.´´
Outro item do desempenho nacional que também se destacou foi a sofisticação do mercado financeiro, área em que o Brasil ocupou a 28ª colocação entre as 122 nações avaliadas.
André Borges
Esse estudo mostra que ainda somos um país de quantidade e que deve no quesito qualidade. Se não me engano, em gastos em TI, o Brasil é o 7º ou 8º no mundo.
Porém, ainda acho que esse tipo de estudo não dá a visão real das coisas. Não sei se é o peso que eles dão para educação que é alto (espero que seja corrigido com a iminente distribuição de computadores para escolas) ou eles não avaliam direito a burocracia estatal. Mas eu queria saber se países que estão à nossa frente possuem declaração eletrônica de impostos ou votação eletrônica. Mais uma vez, depende do peso dado a cada variável do estudo.
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Vou postar uma notícia.
Desigualdade está superestimada
Rio, 10 de Abril de 2007 -
Estudo mostra que diferença entre ricos e pobres é cerca de 16% menor que a estimada pelo IBGE. Além do Produto Interno Bruto (PIB), a renda dos brasileiros vem sendo subestimada. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calcula que R$ 219 bilhões não constam da pesquisa de referência para medir a renda do País – a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), que serve de base para medir a concentração de riqueza. A inclusão de novas fontes de renda nas contas do Ipea mostra que a diferença entre ricos e pobres é cerca de 16% menor do que se estima na pesquisa.
Ricardo Paes de Barros, Gabriel Ulyssea e Samir Cury simularam o impacto dos gastos do governo sobre a redução da concentração de renda com o objetivo de responder se "A desigualdade de renda no Brasil está subestimada?" Viram que não está, pelo contrário. Os pesquisadores transformaram em renda serviços como educação e saúde recebidos pelas famílias. Também entraram nesta conta apólices de seguro e FGTS. O resultado foi uma renda cerca de 24% a 32% maior que a da Pnad, dependendo do valor dos gastos públicos.
Com este exercício, os pesquisadores do Ipea concluíram que o índice de Gini, usado para calcular concentração de renda, está de fato superestimado. Quanto mais próxima de zero, mais distribuída está a renda.
Pela metodologia que inclui os gastos do governo para medir a renda, concluíram que o coeficiente de Gini cai de 0,583 para 0,503, dependendo da distribuição dos serviços prestados pelo governo. "Algumas pessoas tiraram o crédito da recente diminuição da desigualdade, dizendo que houve concentração porque a renda do capital aumentou e, então, decidi provar essa tese e vimos que não é verdade, a queda da desigualdade não está subestimada", conta Ulyssea, autor do estudo.
No caso dos mais pobres, a diferença é ainda maior porque os benefícios excluídos na contagem da Pnad têm mais importância no orçamento destes. "O grau de subestimação da renda entre os 10% mais pobres é muito maior do que em outras classes de renda", assinala o estudo, referindo-se à diferença entre a renda da Pnad e de outras pesquisas do IBGE.
A renda das famílias medida pela Pnad não inclui décimo-terceiro salário, seguro-desemprego, vale-transporte, auxílio-refeição, trocas, doações, férias nem gastos do governo com prestação de serviços públicos, entre outros componentes da renda de ativos e transferências. O resultado é uma renda total 26% menor do que a estimada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), segundo cálculo do Ipea. Os autores fizeram a mesma comparação com o Sistema de Contas Nacionais. Neste caso, a renda é 27% maior que a da Pnad. A maior diferença entre a Pnad e a POF está no cálculo da renda do trabalho, por causa dos chamados benefícios não-monetários, entre eles o recebimento de hora-extra. A renda de ativos, com mais impacto sobre a renda dos mais ricos, não pesa tanto no impacto geral. Aluguéis e juros ganhos pelas famílias também não aparecem na Pnad com tanta ênfase como na POF.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Sabrina Lorenzi)
http://gazetamercantil.com.br/integraNo ... 751%2cUIOU