Propulsão Naval

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Einsamkeit
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Propulsão Naval

#1 Mensagem por Einsamkeit » Qua Mar 28, 2007 11:45 pm

Buenas, vou abrir o topico para discutirmos primeiramente a propulsao do futuro SNB, e qualquer outro tipo de propulsao naval

Walter, O modelo de propulsao que citei é moderno para o cenario atual? existe algum mais moderno?

Aquele sistema de propulsao em tubo é realmente inviavel?




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Re: Propulsão Naval

#2 Mensagem por WalterGaudério » Qui Mar 29, 2007 9:35 am

Einsamkeit escreveu:Buenas, vou abrir o topico para discutirmos primeiramente a propulsao do futuro SNB, e qualquer outro tipo de propulsao naval

Walter, O modelo de propulsao que citei é moderno para o cenario atual? existe algum mais moderno?

Aquele sistema de propulsao em tubo é realmente inviavel?


Não existe propriamente um arranjo "mais moderno ou menos moderno", o que existe nas marinhas já detentoras de grande experiência em termos de propulsão naval submarina é a otimização da configuração de propulsão.

Exemplo. Um país que tenha tecnologia avançada de reatores nucleares, mas não seja tenha tanta expertise assim em turbinas navais(pelo menos com desempenho aceitável para ser instaladfo à bordo de um sub) pod optar por acoplar como vc disse motor(es)(turbogeradores) elétricos e transmitir essa energia mecânica diretamente ao eixo.

De quem eu estou falando?

Marine Nationale.

Foi essa basicamente a configuração adotada nas Classes Rubis/ Amethiste. Os franceses obviamente sabiam fabricar uma turbina, mas (isso é pura especulação minha) os testes realizados contra-indicaram a instalação do equipamento pretendido à bordo de submarinos(muito provavelmente pelo fato do NRI deste equipamento não atender as exigências mínimas de geração de ruído,vibração e tamanho).

Os Rubis/Amethiste tem então os mais poderosos motores elétricos em operação em qualquer submarino no mundo, sendo capazes de render cerca de 8.500 shp(algumas fontes citam 9.500 shp :shock: :shock: , vou ficar devendo).

O SNB no entanto, deverá(isso tb é especulação minha) usar uma configuração relativamente ortodoxa, com a fonte geradora de energia sendo o reator propriamente dito, turbogeradores, turbinas, transmissão.

É isso aí, vou ver se escrevo coisa melhor no fim de semana.

sds

Walter




Editado pela última vez por WalterGaudério em Qui Mar 29, 2007 12:36 pm, em um total de 1 vez.
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LeandroGCard
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#3 Mensagem por LeandroGCard » Qui Mar 29, 2007 12:29 pm

cicloneprojekt,

Porque exatamente o SNB deverá utilizar a configuração mais tradicional?

Entendo que ela é a mais empregada, pois é mais leve para uma mesma potência transmitida (dispensa geradores e motores elétricos de grande porte), e aparentemente foi considerada mais adequada para se alcançar grandes velocidades submersas (30 - 35 nós), mas não acho que seja uma escolha óbvia para o Brasil.

Além de mais barulhenta, os requisitos para o desenvolvimento das turbinas são mais rígidos (imagino que elas tem que poder trabalhar com torques mais altos) e tem que ser desenvovido todo um sistema de transmissão que só iria complicar e atrasar o projeto.

Com um acoplamento elétrico poderia ser mais fácil desenvolver as turbinas (um dos maiores empecilhos para o SNB no momento) e pode-se utilizar a tecnologia já desenvolvida para os motores e controles de potência do Tikuna (em escala maior ou simplesmente duplicados).

A velocidade do sub seria certamente menor (20 - 25 nós talvez?), mas contínua (vantagem do nuclear), e acho que isto já atende bem os requisitos não?

Um abraço

Leandro G. Card




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#4 Mensagem por WalterGaudério » Qui Mar 29, 2007 1:08 pm

LeandroGCard escreveu:cicloneprojekt,

Porque exatamente o SNB deverá utilizar a configuração mais tradicional?

Entendo que ela é a mais empregada, pois é mais leve para uma mesma potência transmitida (dispensa geradores e motores elétricos de grande porte), e aparentemente foi considerada mais adequada para se alcançar grandes velocidades submersas (30 - 35 nós), mas não acho que seja uma escolha óbvia para o Brasil.

Além de mais barulhenta, os requisitos para o desenvolvimento das turbinas são mais rígidos (imagino que elas tem que poder trabalhar com torques mais altos) e tem que ser desenvovido todo um sistema de transmissão que só iria complicar e atrasar o projeto.

Com um acoplamento elétrico poderia ser mais fácil desenvolver as turbinas (um dos maiores empecilhos para o SNB no momento) e pode-se utilizar a tecnologia já desenvolvida para os motores e controles de potência do Tikuna (em escala maior ou simplesmente duplicados).

A velocidade do sub seria certamente menor (20 - 25 nós talvez?), mas contínua (vantagem do nuclear), e acho que isto já atende bem os requisitos não?

Um abraço

Leandro G. Card


Leandro, como havia dito eu estava apenas conjecturando.

Parti do princípio de que não se desejaria reinventar a roda, partindo-se dessa forma para algo, pelo menos teoricamente mais palatável em termos de arquitetura.

A questão das turbomáquinas realmente é um entrave ao projeto do submarino nuclear(que no momento não existe, como já esclarecido em recentes declarações do ex-comandante da MB), pois pelo menos agora não vejo como conseguir transferência de tecnologia em uma área em que só se transfere pacotes fechados.

Um arranjo como o dos Rubis/Amethiste franceses já foi pensado(o termo correto é conjeturado) pela MB. Acho que devemos ficar de olho em qual saída adotará a ìndia que ao meu ver está limitada a duas possibilidades. Uma turbina do tipo VM-50 russa ou algo do tipo DA-80 ucraniana. Não sei se eles desenvolvem projetos aotóctones nessa área.

Mas , se não seguirmos este caminho tradicional, com todos esses óbces que vc citou muito bem, a nossa sáida será realmente(literalmente) "à francesa" , perdoe o trocadilho.

O motor elétrico Exitado por imãs de terras raras-ME-EITR que vem sendo desenvolvido na USP/COPPE UFRJ(não sei se a COPPE ainda está no projeto, agora a UFRS também entrou na jogada, pesquisando de maneira independente) seria uma solução, pois é uma máquina vocacionada para operações tanto de alta como baixa frequência de transmissão dispensando as engrenagens redutoras responsáveis por parte considerável do NRI global gerado por um submarino nuclear.


Mas a MB no momento está devido as limitações orçamentárias geradas , apenas aperfeiçoandso o protótipo do reator. Não existe(até onde sei, e sei bem pouco mesmo) uma linha de pesquisa visando , no momento definir qual será a arquitetura adotada na propulsão do SNB.

Mas tuas observações saõ pertinentes.

sds

Walter

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#5 Mensagem por LeandroGCard » Qui Mar 29, 2007 1:12 pm

Obrigado pelas informações cicloneprojekt.

Abraços,

Leandro G. Card




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