Para terem uma ideia, quando o meu pai esteve na Escola Prática de Cavalaria, no início dos anos 80, dizia-se que quando se conseguisse fazer sair os blindados do quartel, já os espanhóis estavam em Lisboa...
Infelizmente o JNSA tem toda a razão.
Há um professor universítário conhecido, que é militar da Marinha que diz que em Portugal só se começa a planear as suas aquisições quando o inimigo já trepa pelas colinas de Lisboa.
E é mesmo assim.
No passado e mais ainda no presente.
Não é teoria, mas a realidade.
Hoje, se um conflito houvesse, a Espanha teria os meios para em menos de 24 horas tomar todo o território continental.
O melhor mesmo era declarar Lisboa, Porto e outras regiões como locais abertos, para evitar confrontos.
Imaginem um confronto entre os nossos M-60 e os
Leopard de Espanha ou os novos blidados de rodas de Espanha contra os nossos Cahimite
Os nos ares os nossos 40 F-16 contra os F-18 e EF de Espanha.
Um massacre sem sentido.
A única forma de resistência seria uma guerra de guerrilha, desgastante, e essa só poderia ser alimentada pelo exterior, através de desembarques clandestinos na costa, que Espanha se esforçaria por dificultar.
E uma resistência passiva, movida por um grande movimento social de patriotas.
Se houvesse aviso prévio teriamos que retirar toda a frota da Armada e Força Aérea para os Açores e para Cabo Verde.
Quanto a uma ajuda brasileira, e apesar de ter uma Armada interessante, de pouco poderiam fazer para furar o bloqueio na rota imposta pelos submarinos de Espanha, mais as 3 F-100.
As 6 fragatas
Santa Maria (OHP) faria o serviço em relação aos aviões do Brasil e de Portugal que tentassem atacar os navios de Madrid.
O
S. Paulo de pouco serviria, senão para transportar algumas tropas e aviões para um assalto ao continente, a partir dos Açores (caso Espanha não os tomasse).
Os LPD's do Brasil só seriam úteis para transporte de tropas e materiais até aos Açores, porque para o Portugal continental, só serviriam após o estabelecimento de uma testa de ponte, muito improvavel.
Os 23 C-130 brasileiros para transporte de homens e equipamento teriam que fazer escala em Cabo Verde até chegarem aos Açores (a eterna falta de meios estratégicos de projecção aérea)
Poderiamos ainda contar com algumas tropas de outros países amigos, como Angola, mas apenas ao nível de infantaria, de que nada serviriam num cenário de Portugal ocupado militarmente.
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Perante um ataque surpresa, Espanha numa noite poderia fechar a barra do Tejo e toda a nossa Marinha ficaria bloqueada e inoperacional.
As poucas bases poderiam ser bombardeadas e as pistas inutilizadas em 1 hora.
Portanto, não é pessimismo, mas realismo.
Depois desse golpe de força, em menos de 48 horas, por terra o exército espanhol poderia por estrada tomar os centros urbanos e controlar as comunicações, aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.
Fechar o trânsito em 3 pontos, cortando o país em 3.
Não teriamos qualquer hipótese, a menos que houvesse um grande movimento internacional que forçasse a Espanha a recuar (como aconteceu com a 1ª guerra do Golfo, em relação ao Koweit ocupado pelo Iraque).
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Daí que como tenho escrito, e apesar de um conflito que degenerasse numa guerra seja uma hipótese extremamente remota, Portugal, tal como a Espanha o está a fazer nos dias de hoje (sem que de igual modo ameaças reais e credíveis estejam no seu horizonte, mas que não abdica de vir a ter 6 F-100, com Tomahawks para lá das
Santa Maria, de um PA e de dois LPD's), se deveria armar positivamente, não numa perspectiva belicista, mas para atinguir um patamar suficientemente dissuasor para qualquer ameaça à sua integridade territorial.
Nestor:
Se prefere as mulatas, parabéns pelo vosso bom gosto.
Até se costuma dizer, em relação à descoberta do "novo mundo" que Espanha ficou com a Prata dos incas e os portugueses com as mulatas e a caipirinha.
Quem ficou a ganhar?