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Mensagem
por Mateus Dias » Sex Mar 04, 2005 4:50 pm
Sumário
A Força Aérea Brasileira(FAB), anunciou recentemente, que o programa de US$700 milhões para comprar 12 caças( Programa F-X) estava cancelado, porque o avião estaria tecnologicamente obsoleto, entre o tempo da compra e as entregas. Mas é mais provável, que o negócio tenha sido encerrado por razões financeiras e políticas.
Análise
A Força Aérea Brasileira emitiu uma nota, em 24 Fevereiro, que cancelava o processo de US$ 700 milhões, para a compra de 12 caças avançados. A explicação era de que foi encerrado porque os caças estariam obsoletos, entre o tempo da compra e quando da entrega. Entretanto, há somente três caças em desenvolvimento que estão na fronteira tecnologicamente, e dois sob a consideração: o caça americano F-22 Raptor, o JSF e o europeu Eurofighter. O Brasil provavelmente não está pretendendo estes aviões. Os Estados Unidos não recompensam, em geral, os países que se opõem as suas iniciativas políticas -- tais como Brasil -- com seus armamentos avançados, e abrir caminho para o Eurofighter, significaria forjar um novo relacionamento com o consorcio formado pelos países: Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha.
Stratfor acredita que a compra foi cancelada porque o governo do Presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva, não tem os recursos financeiros ou a sustentação política no Congresso necessária para a transação. Stratfor pensa também que a Força Aérea Brasileira foi forçada a suspender o programa porque o Exército -- que é politicamente mais poderoso -- está promovendo uma doutrina da defesa nacional, que tornará a compra de aviões caça tecnologicamente avançados desnecessária.
A Força Aérea Brasileira é a maior na América Latina, com uma frota de aviões com capacidade de combate que consiste nos equipamentos: A/T-29 Super Tucano avião de ataque produzido no Brasil,no avião de ataque e de interceptação aérea, o americano F-5BR/M ( Defesanet sendo modernizado no Brasil) , e no caça francês Mirage IIIEBR. A Força Aérea Brasileira tinha planejado comprar o novo caça, desde 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, como a última fase de seu plano de modernização. Fontes da Força Aérea Brasileira afirmaram que a decisão de escolha tinha se estreitado a dois modelos: o Mirage BR 2000 do consórcio Franco/Brasileiro e o russo Sukhoi Su-35.
Quando Luiz Inácio "Lula" da Silva assumiu como presidente, em janeiro 2003, adiou o processo com a afirmação, "os fundos seriam necessários para trabalhos sociais". Após dois anos sem progresso ou decisões aparentes, o programa foi cancelado -- apesar do status da França e da Rússia, serem considerados aliados estratégicos e econômicos, do governo "da Silva" .
O programa do caça da Força Aérea não está alinhado com a doutrina militar do Brasil, que olha não somente às ameaças externas, mas também ameaças internas. A Lei Complementar no. 69, do Brasil, indica que a missão das forças armadas é defender o país e cooperar no desenvolvimento nacional e na defesa civil. Isto dá às forças armadas um foco em ações de segurança internas, incluindo a segurança na região de Amazônia -- já comentada anteriormente por Stratfor, deverá ser o foco da ação militar do Brasil. O Exército ressaltou a necessidade ao desenvolver "Projeto Calha Norte", uma prioridade do governo para fornecer a segurança e promover o desenvolvimento econômico na região da Amazônia.
A segurança da Amazônia é em termos militares "um conflito da baixa intensidade" ( low intensity conflict)-- que na selva requer um grande número de forças em terra, com suprimento aéreo. Para manter-se dentro dessa doutrina militar, as necessidades do Brasil são: mais barcos de patrulha, helicópteros, aviões de transporte, caças subsônicos e mais forças no terreno para garantir a segurança da Amazônia, onde: os contrabandistas de madeira, garimpeiros de diamantes e metais preciosos e os grupos ilegais do narcotráfico vagueiam livremente, às vezes lutam contra os camponeses sem terra pobres.
O orçamento militar anual de Brasil é aproximadamente US$10 bilhões, de acordo com os dados do Departamento de Estado, dos Estados Unidos . Entretanto, a maior parte desse orçamento vai para o pagamento do pessoal militar e a manutenção de equipamentos em geral. As Forças Armadas, não têm a disposição um orçamento que permita a aquisição de novos equipamentos; assim a a obtenção de fundos deve passar através do Congresso, obter fundos para novos equipamentos militares é uma tarefa dura frente aos políticos brasileiros.
Cada serviço das Forças Armadas tem tentado proteger a prioridade de seus projetos -- Exército, defesa da Amazônia; a Marinha, seu submarino de propulsão nuclear; e a Força Aérea os caças avançados. Mas dado ao poder político do Exército, que supera ao da Força Aérea e da Marinha --na importância na execução da defesa nacional do Brasil e nos planos de segurança -- é provável que os investimentos favoreçam o Exército, sobre as listas de equipamentos high-tech, desejados pela Marinha e da Força Aérea.
Apesar da nota da Força Aérea Brasileira, o programa do caça foi cancelado para razões financeiras, políticas e estratégicas. Brasil não tem o orçamento militar para suportar a aquisição de caças avançados tecnologicamente, e a Força Aérea não tem o poder político para tal compra.
As despesas de defesa do Brasil focalizarão equipamentos que apóiem "operações de conflito da baixa intensidade", tais como veículos blindados, helicópteros e barcos de patrulha produzidos no Brasil. Os equipamentos adicionais que o Brasil poderá comprar de outros países: helicópteros de ataque, da Rússia, da França ou dos Estados Unidos; equipamentos de sensoriamento remoto dos Estados Unidos; e os barcos de patrulha fluvial da Suécia , irão servir à doutrina militar de defesa do país, que não inclui a necessidade aviões de alta tecnologia.
É o texto que o Vinicius colocou traduzido
Mateus Dias
BRASIL ACIMA DE TUDO !!!