P44 escreveu:A respeito das Type 23, e já que refere os problemas de logistica, como acha que a ROMÉNIA (com 2 Broadsword batch 2), a Bulgária (li que pretendem pelo menos UMA Broadsword batch 2) se vão safar?
P. ex. o Chile só tem UMA Broadsword, e pelo que li se calhar a HMS Norfolk (Type 23) também irá para o Chile...vão receber também as 2 JvH e duas Karel Dormann...
Se o Chile aguenta com tantos navios de tipos e origens diferentes, nós não porquê
Rui Elias Maltez escreveu:Porque o Chile, tal como Espanha tem um povo com espírito prático
faz-se o que é preciso fazer e deixemos os "estados de alma" para trás.
Em Portugal, a nossa mentalidade é muito "barroca", temos que ter sempre os "topos de gama" para no fim não lhes poder chegar e assim não termos nada.
Porque em vez de se olhar para o essencial, que é a falta de fragatas para a Marinha, preocupamo-nos com o acessório, que são os rodriguinhos de futebol de praia, do tipo logísticas, se o radar deve ser este ou aquele, se o calibre da peça deve ser maior que o outro, e se coaduna com o da outra plataforma atracada ao lado.
Olha-se para a árvore e esquece-se a floresta.
Infelizmente sempre assim foi, e pelos vistos, continuará a ser.
Rui, desculpe lá, mas não podia discordar mas de si...
As preocupações que eu refiro, ou que pessoas mais conhecedoras desta matéria referem, como o Papatango e o JLRC, não são o reflexo de "uma mentalidade barroca", nem "rodriguinhos de futebol de praia" (gostei da imagem...
).
A sua comparação da Espanha com estes países não faz qualquer sentido, pois nos seus sistemas navais, a Espanha preza essa uniformidade logística.
Outros países, nomeadamente exteriores à NATO, preferem ter armamento para "fazer vista", sem que consigam ter qualquer nível de operacionalidade. Portugal tem uma Marinha pequena, e por isso a uniformidade logística é algo a defender.
O que é que prefere - ter uniformidade logística, e em 5 navios conseguir colocar 2 ou 3 no mar a qualquer momento, ou ter 7 ou 8 navios, para ter o mesmo número de plataformas disponíveis???
É preciso ter a noção de que ter, por exemplo, um míssil anti-aéreo diferente do que o que é usado na Armada Portuguesa, implica treinar de modo diferente os seus operadores e pessoal de manutenção, ter maiores dificuldades em transferir o pessoal de unidade para unidade, ter reservas de guerra e sistemas logísticos duplicados, etc... Ou seja, o dobro do custo, para metade da operacionalidade, duplicação de estruturas, etc.
Nós não somos, ao contrário do que se gosta de dizer, uma República das Bananas, e o pessoal da Armada sabe isso... Prefiro ter menos fragatas, mas retirar-lhes maior "produto operacional", do que ter mais duas ou três Type 23, que só vêm confundir a logística da Armada, aumentar custos de operação, treino e manutenção, o que se traduz em menos horas de mar, ou seja, mais fragatas, mas na prática, quase a mesma capacidade a um custo muito superior.
No fundo, é uma relação custo-benefício altamente prejudicial.