Uma crítica ao São Paulo

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Slip Junior
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#16 Mensagem por Slip Junior » Seg Jan 31, 2005 5:42 pm

Rui Elias, quanto à sua sugestão para que a nossa Marinha adquiria ou construa um bom LPD semelhante ao NavPoL português, gostaria de lembrá-lo que já temos 2 LSD (aqui NDD - Navio de Desembarque-Doca) de 12000 t em nossa esquadra: o Ceará e o Rio de Janeiro.

Apesar de serem já um tanto velhos, ainda possuem uma aparência muito boa e acredito que devam durar pelo menos mais uma década e meia no serviço ativo.

Somado à esses navios já existentes: existe a previsão de um Navio-Transporte de Apoio (NTrAp) que tem um custo orçado em R$140 milhões (aproximadamente US$50 milhões) e cujo edital de licitação e projeto básico já deve estar aprovado.

Também vale mencionar que em 2001, a Marinha Brasileira incorporou um porta-conteiner de 29.000 t chamado Lloyd Atlântico que foi modificado em Navio de Apoio Logístico da Esquadra (NApLog) e denominado G-40 Atlântico Sul.

No entanto, o mesmo nem sequer consta na relação de navios do site oficial da Marinha Brasileira ( http://www.mar.mil.br/Marinha_do_Brasil/menu_navios.htm ) e a notícia mais recente que tenho do mesmo é a seguinte:

"Um antigo porta-containeres do Lloyd Brasileiro, o "Lloyd Atlântico", foi repassado à Marinha e totalmente reformado, virou o " Atlântico Sul".
Pois a força armada tentou alugar a embarcação, mas sem sucesso. O navio está ancorado junto a uma unidade militar, no Rio, há mais de um ano, o que é um desperdício. Melhor seria cedê-lo a um armador privado, pois renderia algum dinheiro e ainda reduziria o gasto do país com afretamento de unidades estrangeiras."


Fonte: http://www.marinhamercante.com.br/coluna.asp?ID=2863

Abraços




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rodrigo
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#17 Mensagem por rodrigo » Seg Jan 31, 2005 7:51 pm

O São Paulo representa uma projeção de força única na América do Sul. Nenhum vizinho do Brasil tem essa capacidade, e mesmo um PA desarmado é uma grande ameaça. Mas para enfrentar uma ameaça do 1º mundo, não temos nada relevante, somente um ataque kamicase dos submarinos.

Alguém falou na Guerra das Malvinas, naquele conflito, se os argentinos tivesse arriscado somente um ataque a partir do 25 de Mayo, os ingleses teriam que se basear bem mais longe das ilhas, e consequentemente os HARRIER teriam menor autonomia de patrulha e interceptação, e que teria ajudado muito nos ataques realizados pela FAA.




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alex
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#18 Mensagem por alex » Ter Fev 01, 2005 12:22 am

Slip, postei um item aqui no forum perguntando sobre este navio(Atlantico Sul) mitico e foi respondido pelo Fox, com uma pagina da MB, informando que o referido navio foi entregue em leasing para a iniciativa privada.
Não podemos contar com o referido.




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Vinicius Pimenta
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#19 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Fev 01, 2005 12:51 am

Vale lembrar que em caso de guerra os navios da marinha mercante são usados no esforço de guerra. A frota mercante brasileira é bastante significativa. Claro que não exclui o fato de que a MB precisa de meios próprios. O programa de reaparelhamento da Marinha (o Plano Fênix da MB) contempla uma série de novos meios e modernização.




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#20 Mensagem por JL » Ter Fev 01, 2005 1:32 am

Gente não quero ser pessimista, mas eu desde dos 10 anos, hoje estou com quase 38, visito os navios da Marinha Brasileira, aqui no porto de Santos, estive a bordo de todos os antigos contratorpedeiros e submarinos, só no velho Minas Gerais estive mais de 08 vezes. Acompanhei a Guerra das Malvinas em loco e pesquisei sobre o assunto.
Alguns pontos.

A Marinha não operou caças no Minas por problemas políticos e por causa de uma briga com a FAB, se não tivesse havido estes entraves, poderiamos ter tido caças a muito tempo como a Argentina teve, de Phanters a Skyhawks embarcados no 25 de mayo. Alias a capacidade do 25 de mayo nas malvinas era quase nula. Porque, porque simplesmente ele não alcançava uma velocidade mínima que pudesse gerar uma pressão aerodinamica (vento) para permitir lançar os A4 com carga e combustível suficiente para o ataque a frota da Royal Navy. O nosso Minas tinha o mesmo problema, máquinas velhas, apesar de todas as inúmeras reformas. Pois de dois em dois anos o Minas aparecia com uma antena nova no seu mastro, houve época que na minha adolescencia fazia desenhos toda a vez que o navio visitava o porto para acompanhar a evolução.

Por que digo isso, simplesmente porque desde 1977 eu estou ouvindo essa historia de aprendizagem, da Marinha do futuro, etc. Inclusive o tal submarino nuclear. Me desculpem não acredito mais. Pois para mim soa mais como utupia. Se o Brasil um dia crescer economicamente ao ponto em que todos os problemas sociais comecem a ser resolvidos então teremos F.As como discutem aqui no Fórum. Senão teremos o que temos hoje.


E se houver a necessidade. Respondo já houve quando ocorreu a II Guerra Mundial e pegou a gente de calças curtas.
Outros exemplos basta olhar as forças argentinas nas Malvinas.
Papel é papel, ordens de batalha no papel são uma coisa. Em 1982 a Argentina tinha 04 submarinos dois Tipo 209 e dois Guppy, operaram apenas o San Luis (tipo 209) e o Santa Fé (Guppy) com problemas técnicos serissimos. Quero dizer que em caso de guerra se estivemos sozinhos não haverá de onde obtermos mísseis, recursos e aviões etc. Somente se estivermos do lado de uma potëncia como EUA, teremos fornecimento de recursos militares como tivemos na IIGM.

Mas talvez os nossos militares sonhem em utilizar a nossa frota de mar azul nas chamadas forças de paz da ONU sem enxergar que tudo não passa de atender interesses maiores.

O que temos hoje é isso uma ordem de batalha forte, mas uma força deficiente. Lamentavelmente estamos muito mais indefesos que muita gente pensa.

PARA REFLEXãO: O que voces fariam se dois submarinos "inimigos" convencionais depositassem, de surpresa, nas saidas do Porto do Rio de Janeiro e no Porto de Santos, algumas minas de fundo de alta tecnologia, com detonação por avançados sistemas acusticos, por pressão e magnéticos combinados. Teriamos um porta aviões bloqueado no porto, junto com a frota. Para fazer isso não precisa ser super potencia. Há para finalizar não me falem dos Aratu.

Outras perguntas como a Marinha vigia as plataformas da Petrobras e qual os planos para defende-las. Nosso Petroleo vem todas delas e estão ao alcance da FAB. Puxa hoje não temos coisas comuns ao nossos vizinhos como um avião de asa fixa com mísseis anti-navio ou algo sofisticado como sensores acusticos fixos monitorando o fundo do oceano. Me digam quais são as defesas de Fernando de Noronha e a Ilha da Trindade, se uma potëncia quiser ocupa as ilhas e as usa como bases contra nós. E a Foz do Amazonas, a fronteira com a Guiana, quem vigia. Por hoje um cargueiro entra desembarca um bote até a costa e ninguém vai saber e tem gente preocupada em levar porta aviões para a costa da Africa, para o Indico, para o Atlantico Austral, sei-lá para onde. Ou fazer uma batalha de Midway com os Hermanos.

Desculpe eu sou civil posso criticar a vontade. Mais submarinos, torpedos nacionais de alta tecnologia, mais guerra de minas defensiva e ofensiva, mais comandos e mergulhadores de combate, mais patrulhas, mais aviões de ataque e de esclarecimento baseados em terra, navios de escolta stealth, navios de apoio logistico, navios tanque, melhores salários para os militares e depois o porta-aviões e com dinheiro a gente faz um. Tchau.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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#21 Mensagem por nemesis » Ter Fev 01, 2005 1:54 am

JL escreveu:Mais submarinos, torpedos nacionais de alta tecnologia, mais guerra de minas defensiva e ofensiva, mais comandos e mergulhadores de combate, mais patrulhas, mais aviões de ataque e de esclarecimento baseados em terra, navios de escolta stealth, navios de apoio logistico, navios tanque, melhores salários para os militares e depois o porta-aviões e com dinheiro a gente faz um. Tchau.



hehehehe :wink: , ae sim............




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#22 Mensagem por alex » Ter Fev 01, 2005 1:59 am

Vinicius disse:

Vale lembrar que em caso de guerra os navios da marinha mercante são usados no esforço de guerra. A frota mercante brasileira é bastante significativa. Claro que não exclui o fato de que a MB precisa de meios próprios. O programa de reaparelhamento da Marinha (o Plano Fênix da MB) contempla uma série de novos meios e modernização.


Olha, já faz um tempo disse a mesma coisa neste forum sobre os aviões comerciais, sobre a FAB contratar voos charters para transportar tropas do exercito para a Amazonia, executando uma manobra ou exercicio, para testar esse conceito (parecido as manobras dos EUA com o Egito nos anos 80, acho que foram chamadas de Desert Star).
Pra que...... Parece que eu joguei pedra na cruz, falei palavrão , matei um padre, etc.
No entanto os EUA, atraves destas manobras com aviões comerciais, pode fazer uma ponte aerea eficiente na primeira guerra do golfo.

O programa de reaparelhamento da marinha esta atualmente MORTO.
Esta concentrado nas niterois, atualização de caça minas (lento,lento) , Barroso, Tikuna, etc.
Se alguem ler o Forum de 02 anos atrás vai encontrar os mesmos assuntos de hoje comentando as mesmas coisas.
Se ler as mesmas revistas de defesa de 02 anos atrás e hoje vai encontrar : "olha estamos estudando", " esta planejado" , "cabe a aprovação do presidente ....."
O ultimo projeto NOVO era um navio patrulha de 1.200 toneladas, que foi replanejado para 500 toneladas(!!!!!!) e que esta parado....
Outro projeto era 04 transportes que não foi aprovado por questão de falta de recursos e voltou para a prancheta para ser redimensionado.(Valha-me Deus).
Acho que nesses dois anos incorporamos apenas 02 navios fluviais, e só.




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#23 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Fev 01, 2005 9:09 am

Slip:

Se se refere ao da Classe Ceará, de facto são navios com boas capacidades, embora algo envelhecidos, mas já não correspondem ao padrões modernos de LPD's ou LHD's.

Repare:

Quanto helis pesados ou médios pode transportar?

E com uma capacidade para 500 homens, acha o suficente?

Nem chega a 4 companhias!

Por isso, julgo que ao nível de planeamento o Brasil poderia abater ou vender esses dois que possui, e com o que pouparia na sua manutenção e operação, investir num bom e grande LPD moderno, para juntar ao S. Paulo.




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#24 Mensagem por Alcantara » Ter Fev 01, 2005 4:55 pm

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(Fonte:http://www.naviosdeguerrabrasileiros.hpg.ig.com.br/A/A114/A114.htm)


O NApLog Atlântico Sul - G 40, no AMRJ durante os trabalhos de adaptação para o serviço na MB. (foto: Edson Lucas)




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