Estão os americanos a cercar o Brasil?

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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helio
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#16 Mensagem por helio » Seg Jan 03, 2005 8:38 am

Amigos

A existencia de militares norte-americanos no estrangeiro sempre foi marcante. Mas convém esclarecer que os EUA por pior que possam parecer, sempre fazem este tipo de intervenção com a anuência dos países. Por exemplo, no Peru e Colombia, foi feito um acordo para combater o trafico de drogas, e isto é feito através de equipamento de rastreamento americano. Até nós temos militares estrangeiros atuando: são os ucranianos utilizando Alcântara.

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P44
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#17 Mensagem por P44 » Seg Jan 03, 2005 10:02 am

Há uns tempos o Jornal português "Público" publicou este comentário de um analista politico que achei interessante...relativamente ás tentativas dos EUA de asfixiar também a Europa com vista ao objectivo do Dominio Imperial do Mundo(pode ser tudo "paranoia" :wink: mas que parece ter lógica parece...) que acham vcs????

Artigo publicado em 29.10.2004

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Mateus Dias
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#18 Mensagem por Mateus Dias » Seg Jan 03, 2005 2:28 pm

Estudo do Exército detecta

"cinturão" militar dos EUA

Brasil perde capacidade de projetar poder na região, diz relatório




RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO



Relatórios do CIE (Centro de Inteligência do Exército), em Brasília, revelam que o Exército brasileiro mapeou a presença militar dos Estados Unidos na América do Sul. Os três estudos, feitos em 2002, indicam que pelo menos 6.300 militares norte-americanos estavam baseados ou realizaram operações no continente entre 2001 e 2002.

Os militares americanos construíram pistas de pouso em cidades próximas do Brasil, no Paraguai e na Bolívia, instalaram radares e bases aéreas em nove localidades do Peru, montaram destacamentos e inscreveram dezenas de soldados em cursos preparatórios para combate em selva e contra o narcotráfico em diversos países sul-americanos.

Trechos e dados desses relatórios de inteligência do CIE -um deles intitulado "Presença dos Estados Unidos na América do Sul"- são a base do trabalho do coronel de infantaria José Alberto da Costa Abreu apresentado em novembro de 2002 na Eceme (Escola de Comando e Estado Maior do Exército), no Rio, para a conclusão do seu curso de especialização em Política Estratégia e Alta Administração Militar.

"Os principais reflexos para o Brasil da expressiva presença norte-americana nos países da América do Sul são: diminuição da capacidade brasileira de projetar poder em âmbito regional e a existência de um "cinturão" de instalações norte-americanas próximas às fronteiras brasileiras, principalmente na região amazônica", conclui o estudo do coronel.

Um coronel de engenharia do CIE foi o orientador do trabalho.

O CIE é o principal órgão de inteligência do Exército. É um órgão de assessoramento do comandante, no mesmo nível do Gabinete do Comandante e da Consultoria Jurídica.





No regime militar, então chamado de Centro de Informações, ficou conhecido por planejar o combate à guerrilha do Araguaia, no início dos anos 70.




Mestrado



A Eceme é a mais alta escola de formação dos oficiais do Exército, correspondendo ao mestrado no ensino civil.

Os relatórios do CIE utilizados pelo coronel apontam que, em número de militares, a presença americana mais expressiva ocorria, em 2002, na Bolívia. Pelo menos 5.000 homens dos Estados Unidos atuavam no país, que mantinha também a maior embaixada do continente, com 900 funcionários.

Além disso, soldados das forças especiais dos EUA "procuram levantar possíveis focos de grupos armados que possam, resistir às ações contra o narcotráfico" principalmente nas regiões cocaleiras de Chapare e Yungas, onde o governo boliviano colocou em prática, na década de 90, um plano de destruição das áreas de cultivo da coca, o "Plano Dignidade".

Desde 1999, a população indígena da região, que reivindica o direito ao cultivo tradicional da planta, tem reagido contra o plano de ocupação militar da região. O líder da oposição no país, Evo Morales, é da região.




Vôos clandestinos



"Existem, na Bolívia, diversas instalações de radar e de comunicações inseridas no sistema de comando e controle (C2) do Comando Sul dos EUA, destinadas a rastrear vôos clandestinos e a coordenar as atividades de combate ao narcotráfico. A operação e a manutenção desses equipamentos são feitas por técnicos norte-americanos", diz o estudo.

O Comando Sul, ligado ao Departamento de Defesa e com sede em Miami, estabelece e executa a política militar americana para a América do Sul.

A Colômbia, com atividade de pelo menos 500 militares norte-americanos, de acordo com o estudo, autoriza que militares do 7º Grupo das Forças Especiais dos Estados Unidos conduzam treinamentos em três batalhões colombianos antinarcóticos. O país tem recebido "mais assistência militar e policial dos EUA em treinamento, equipamento e armamento do que toda a América Latina e Caribe juntos". O Congresso americano autorizou recentemente o emprego de 800 militares na Colômbia.

Em 2001, 400 americanos teriam participado de um exercício na Argentina, e 465, em dois exercícios no Paraguai.




Assistência social




As atividades no Paraguai se estenderam por três meses (de abril a junho), na forma das chamadas Aciso (Ações Cívico-Sociais), cujo objetivo formal é prestar assistência social às famílias pobres.

Entre 1996 e 1997, segundo o estudo do coronel, foram construídas pistas de pouso nas cidades fronteiriças com o Brasil Pedro Juan Caballero, Salto del Guairá e Coronel Oviedo.

No Equador, funciona a única Localidade de Operações Avançadas (FOL, em inglês) dos norte-americanos no continente. Por um acordo de cooperação de novembro de 1999, o governo equatoriano autorizou o uso americano da Base de Manta, na província de Manabi, que emprega quatro aviões grandes e quatro aviões médios. Um deles, o P-3 Orion, "é dotado de equipamentos óticos, acústicos e infravermelhos e os dados obtidos devem ser compartilhados com a inteligência da Força Naval equatoriana".




Região amazônica tem operações



DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO


Operações militares na região amazônica, exercícios para missões de paz e intercâmbio com oficiais americanos são os principais investimentos do governo dos Estados Unidos no Exército e em órgãos de segurança do Brasil.

Entre 1996 e 2002, de acordo com base de dados do Banco Central fornecida à CPI do Banestado, pelo menos R$ 11 milhões foram remetidos pelo governo norte-americano para contas bancárias de delegados da Polícia Federal brasileira. Parte do dinheiro foi destinada a financiar a Operação Cobra, realizada pela Polícia Federal na fronteira com a Colômbia para combate ao narcotráfico.

O Exército, em seu site na internet, divulga que o Exercício Forças de Paz, realizado anualmente, é "patrocinado pelo Comando Sul do Exército dos Estados Unidos". O de 2003, realizado em Buenos Aires, na Argentina, reuniu militares da Bolívia, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Equador, do Paraguai, do Peru, do Uruguai e da Venezuela.

Outra tese apresentada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, sediada no Rio, permite conhecer uma visão americana sobre o assunto.

No estudo intitulado "A história das relações internacionais dos Estados Unidos e a luta contra as drogas", o major de infantaria do Exército americano Frederick Stephen Barrett, aceito como aluno da instituição como parte do intercâmbio entre os dois países, afirma que o Brasil é mais reticente aos americanos do que outros países do continente.

"Embora alguns países realmente tenham recebido com bom grado o envolvimento de tropas americanas na guerra contra as drogas, o Brasil considera qualquer envolvimento direto de tropas americanas como uma ameaça à soberania nacional. Portanto, o assunto nem mesmo é discutido", escreve o major.

"Os brasileiros são inflexíveis em relação a não extraditar cidadãos brasileiros para os Estados Unidos por causa de transgressões relativas a drogas", descreveu Barrett




Mateus Dias
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#19 Mensagem por alex » Seg Jan 03, 2005 3:32 pm

Uhm, os americanos , aqueles caras que estão no Iraque e não conseguem
lidar um com uma guerrilha sunita que quase não tem armas e estão levando um couro em nome de Alá ?

Que tem dificuldade de por 150.000 homens num protetorado ?

Pensam um dia em controlar uma parte do Brasil?

bem, mesmo com todos os nossos problemas eu tenho que fazer uma pergunta indiscreta: Em que hotel eles vão se hospedar ? :) :) :) :)




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#20 Mensagem por Sniper » Seg Jan 03, 2005 4:00 pm

alex escreveu:Uhm, os americanos , aqueles caras que estão no Iraque e não conseguem
lidar um com uma guerrilha sunita que quase não tem armas e estão levando um couro em nome de Alá ?

Que tem dificuldade de por 150.000 homens num protetorado ?

Pensam um dia em controlar uma parte do Brasil?

bem, mesmo com todos os nossos problemas eu tenho que fazer uma pergunta indiscreta: Em que hotel eles vão se hospedar ? :) :) :) :)


Se localiza a 7 palmos abaixo da terra! :D Tem capim pela raiz nas 3 refeições! :D hauhuahua! [018] [008] [007] [017] [009]




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#21 Mensagem por FinkenHeinle » Seg Jan 03, 2005 5:47 pm

P44 escreveu:(pode ser tudo "paranoia" :wink: mas que parece ter lógica parece...)


Para mim, é paranóia, pois antes falavam que a Invasão do Iraque era também para "cercar a Rússia", agora falam o mesmo da Europa,...


Ora, convenhamos...




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#22 Mensagem por FinkenHeinle » Seg Jan 03, 2005 5:49 pm

alex escreveu:Uhm, os americanos , aqueles caras que estão no Iraque e não conseguem
lidar um com uma guerrilha sunita que quase não tem armas e estão levando um couro em nome de Alá ?

Que tem dificuldade de por 150.000 homens num protetorado ?


O problema no Iraque é lutar contra um inimigo invisível, que luta não só com fuzis, mas também com carros e homens-bomba.

É o inimigo que não tem farda, ele usa roupas comuns. É esse o grande perigo de guerras urbanas!




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#23 Mensagem por P44 » Ter Jan 04, 2005 8:41 am

Hoje o Governador de Bagdad foi ter com Alá...

Governador de Bagdá é assassinado e ataque suicida mata 10





Reuters


07:48 04/01


BAGDÁ (Reuters) - Homens armados mataram o governador de Bagdá, no assassinato da autoridade mais importante no Iraque em oito meses, e um homem-bomba matou 10 pessoas perto da Zona Verde nesta terça-feira, na crescente campanha para prejudicar a eleição de 30 de janeiro.

A morte do governador Ali al-Haidri mostra o poder dos insurgentes de atacar no centro da classe governante do Iraque, provocando novas dúvidas sobre a capacidade das forças de segurança iraquianas de proteger políticos e eleitores durante a votação.

O assassinato aconteceu horas depois que um suicida lançou um caminhão de combustível contra um posto de controle perto da Zona Verde, o complexo que abriga o governo do Iraque e as Embaixadas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. A explosão criou uma bola de fogo gigante que balançou a capital, disseram fontes médicas e da polícia.

O ataque, que feriu 58 pessoas, representou novas cenas de carnificina e destruição em Bagdá, um dia depois que 17 membros das forças de segurança foram mortos em uma série de emboscadas e explosões no país.

Os ataques dão continuidade às tentativas dos rebeldes sunitas de expulsar as forças lideradas pelos EUA, enfraquecer o governo interino apoiado pelos norte-americanos e intimidar os eleitores para que não votem. Líderes iraquianos dizem que os guerrilheiros também querem provocar uma guerra civil.

Ainda há poucos detalhes sobre a morte de Haidri. Ele é a autoridade mais importante assassinada em Bagdá desde a morte do chefe do Conselho de Governo, em maio, em uma ataque suicida.

Haidri, chefe da província de Bagdá, sobrevivera a outra tentativa de assassinato, em setembro.

A explosão de terça-feira atingiu um posto gerenciado por membros da polícia e da Guarda Nacional nos arredores da Zona Verde, disseram policiais e testemunhas. Suicidas atingiram a entrada do complexo diversas vezes desde a invasão liderada pelos EUA, em 2003.

O Ministério do Exterior da Grã-Bretanha disse durante a noite que três cidadãos britânicos foram mortos em uma explosão em Bagdá na segunda-feira, mas não deu mais detalhes.

Também nesta terça-feira, um fuzileiro naval dos EUA morreu em ação na província de Al Anbar, a oeste de Bagdá, segundo o Exército norte-americano.




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#24 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jan 07, 2005 11:29 am

Eu não vou aqui colar o post que já coloquei noutro local do forum sobre esta questão.

O que é pena á que antes dos EUA terem aliciado o governo de S. Tomé para que ali estabelecessem uma base, fizeram esse mesmo convite a Portugal, e este "assobiou" para o lado.

Os americanos já têm em S. Tomé as antenas da Rádio Voz da América que antes estavam na Costa do Marfim.

E agora parece que já não estão interessados numa base permanente, mas sim numa espécie de "estação naval" com um porto de águas profundas onde de tempos a tempos possam ali estacionar os seus navios, e já estão a pagar a ampliação da pista do aeroporto para que ali aterrem aviões de transporte estratégico e os estacionem por dias.

Portugal poderia ter preenchido esse vazio estratégico a tempo, e se houvesse entre Portugal, Brasil e Angola uma efectiva articulação e cooperação ao nível de Defesa, poderiam ser países capazes com as suas forças e mais algum investimento ao nível de projecção, preencher esse vazio que agora Washington se prepara para tomar, ao arrepio e desafiando mesmo as tradicionais pretenções francesass na área.

Um triângulo estratégico lusófono no Atlântico Sul poderia dar lugar a uma realidade que não sendo hostil aos EUA poderiam manter esse país mais calmo em relação à zona.

Pela parte de Portugal, bastaria investir na ampliação do porto existente, e ali fazer aportar em permanência uma ou duas corvetas, rotativamente e efectuar visitas regulares com uma fragata, para além de uma pequena base permanente, com um C-130 e 3 helis médios e mais 2 pesados, e em termos de recursos humanos uma companhia e mais outra de logística, utilizada por exemplo para efeitos de cooperação.

Julgo mesmo que seria mais proveitoso para Portugal esse esforço, que a despeza que está a fazer no Iraque ou no Kosovo.

E eventualmente fazer deslocar de tempos a tempos para a ilha uma pequena força de 5 a 8 caças para "exercícios" :wink:

Mas se quiserem, convido-os a lerem o que postei em tempos neste forum sobre esta questão.




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talharim
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#25 Mensagem por talharim » Sex Jan 07, 2005 10:42 pm

Estudo do Exército detecta

"cinturão" militar dos EUA

Brasil perde capacidade de projetar poder na região, diz relatório



Com certeza o Brasil está perdendo capacidade de influencia e projeçao no nosso proprio terreno (América do Sul),

Os americanos mandam e desmandam na Colombia,principalmente nas suas FAs,vide que melaram a compra dos Tucanos e que seria uma ótima vitrine para nosso ALX,operando numa regiao de guerra,os tucaninhos iriam provar a sua eficiencia...

Os EUA tambem ja tem alguma penetraçao na Bolivia,Peru e Paraguai...

Eu acho que esse aumento de influencia americana na America Latina se deve mais a fatores economicos (Leia-se ALCA),estao tentando isolar o Brasil nas negociaçoes a ponto de nos forçar a aceitar um acordo nao muito bom para nós.

A America do Sul sempre foi e sempre será considerada pelos EUA o seu quintal,apenas eles teriam influencia politica e militar sobre nós...mas ultimamente estamos sentindo esse "aumento" das relaçoes por causa da instabilidade na Venezuela,o Bush esta muito preocupado com o povo (Traduzindo para o Ingles = Petróleo) Venezuelano,e entre outras coisas acordos bilaterais com Uruguai,Chile e Argentina com o unico intuíto de enfraquecer a posiçao brasileira frente as negociaçoes ALCA.

Falows!




"I would rather have a German division in front of me than a French

one behind me."

General George S. Patton.
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