Mais um capítulo da novela "Projeto FX"

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Mais um capítulo da novela "Projeto FX"

#1 Mensagem por Paisano » Sex Dez 10, 2004 11:58 pm

No momento em que o País busca reativar a indústria bélica, os EUA negam tecnologia ao Brasil e tentam interferir na compra dos caças da FAB

Mário Simas Filho
Colaborou: Eduardo Hollanda (DF)


Ainda este ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convocar uma reunião do Conselho de Defesa Nacional (CDN) para ajustar a sintonia de um importante plano estratégico para o País. Trata-se de um projeto para retomar a capacidade competitiva da indústria bélica nacional, sucateada nos últimos 20 anos. O projeto, batizado de Política Nacional da Indústria de Defesa (PNID), será divulgado oficialmente no primeiro semestre do ano que vem, com um investimento inicial de aproximadamente R$ 3 bilhões. A palavra de ordem para nortear todas as ações da PNID é transferência tecnológica. Nesse cenário serão desenvolvidas as ações para o reequipamento das Forças Armadas, inclusive o projeto FX, que prevê a compra de 12 ou mais caças supersônicos para substituir os antigos Mirage III da Força Aérea Brasileira (FAB). “É urgente a compra desses aviões, pois os nossos não têm mais condições de voar”, tem dito com frequência o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno.

A licitação para a compra dos caças foi aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2 de janeiro de 2003, no seu segundo dia de governo, Lula anunciou que o processo seria interrompido, mas em outubro retomou a licitação. Até agora, porém, o governo não chegou a um consenso sobre qual avião comprar – participam da disputa os russos com o Sukhoi Su-35 e o Mig-29, os EUA com o F-16, a Suécia e o Reino Unido com o Gripen JAS-39 e os franceses, parceiros da brasileira Embraer, com o Mirage 2000-5 BR – e o prazo de validade das propostas vence no final deste ano. Pautado pelo interesse da transferência tecnológica e do desenvolvimento da empresa nacional, o presidente Lula, de comum acordo com oficiais da FAB, parlamentares e diversos ministros membros do CDN, fez a opção pelo Mirage. Tentou obter a unanimidade do Conselho de Defesa Nacional, mas não conseguiu. “Se houver divergências em um processo como esse poderá haver um tiroteio desagradável”, disse o presidente a um interlocutor militar, há cerca de três meses. O maior obstáculo para a unanimidade era o ex-ministro da Defesa José Viegas, que, nos bastidores, regia o coro dos favoráveis à compra do avião russo, muitos deles da própria FAB. Quando Viegas deixou o Ministério, Lula fez uma nova sondagem no CDN e constatou que havia um forte movimento em favor do Gripen, o que inviabilizou o anúncio da compra dos novos caças.

Briga antiga – Oficiais da Aeronáutica afirmam que ainda no governo de FHC houve uma enorme pressão, inclusive com interesses dos Estados Unidos, para que o Brasil comprasse o Gripen. Fernando Henrique não cedeu, mas também não a enfrentou. Deixou o abacaxi para o sucessor descascar. Essas mesmas forças é que voltaram a atuar nos últimos meses, agora com novos interlocutores. Apesar de ser apresentado como um avião feito pela Suécia e pelo Reino Unido, o Gripen possui diversos componentes americanos, inclusive mísseis, radares e processadores. E não é segredo para ninguém que os Estados Unidos não têm o menor interesse em transferir tecnologia, especialmente nessa área. Documentos obtidos por ISTOÉ comprovam isso. Para que empresas americanas possam transferir tecnologia militar a outros países, é necessário que obtenham a autorização do Escritório de Controle de Negócios de Defesa, no Departamento de Estado dos Estados Unidos. Recentemente, duas autorizações envolvendo o Brasil foram negadas. Uma delas se refere a um míssil anti-radiação, capaz de localizar o alvo através do calor. No documento do Departamento de Estado dos EUA em resposta à empresa, a mensagem vem sem rodeios: “Mísseis anti-radiação têm uma significativa capacidade de combate. A introdução dessa capacidade na região da América Latina é incompatível com os interesses da segurança nacional dos Estados Unidos.” O segundo pedido refere-se à tecnologia anti-radar, o que permite a seu portador escapar dos aviões adversários. “Esta tecnologia excede o nível de capacidade aprovado para o Brasil”, registra o documento do governo americano.

Por trás da disputa entre Mirage e Gripen está uma velha briga que já teve o Brasil como palco na ocasião da compra dos equipamentos para o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O processador – coração do avião, responsável pelo comando dos sistemas de armas e de radares – do Gripen é americano, produzido pela Raytheon, a mesma empresa que forneceu os radares do Sivam. No Mirage, o processador é fabricado pela Thales, antiga Thonson, que perdeu a disputa no projeto Sivam. “Os americanos já têm ingerência nos radares da Amazônia, não passaram tecnologia e não podemos, agora, cair na mesma armadilha com os aviões”, diz um membro do Conselho de Defesa Nacional. “O fato do Gripen ser mais barato não pode nos obrigar a abrir mão da transferência tecnológica.” Na parceria com a Embraer, os franceses asseguram toda transferência de tecnologia, o que permitirá ao Brasil montar um sistema de armas independente, inclusive envolvendo a Avibrás, empresa nacional que detém tecnologia de ponta na fabricação de mísseis. Além disso, a Embraer poderá alçar vôos mais altos. “Com a tecnologia supersônica poderemos apostar na construção de aviões comerciais ainda mais competitivos do que os EMB 170 e EMB 190”, diz Maurício Botelho, presidente da Embraer.

Sem licitação – Se até o final do ano o governo não conseguir construir a unanimidade no CDN, o presidente Lula poderá, no ano que vem, fazer a compra sem licitação, o que é permitido por lei, uma vez que se trata de equipamentos de segurança nacional. Será, portanto, o momento privilegiado para incrementar a PNID. No Ministério da Defesa, já se costura a possibilidade de, uma vez livre da licitação, o Brasil comprar um avião mais moderno do que os oferecidos até agora.
Nesse caso, a menina-dos-olhos da FAB é o francês Rafale. “Precisamos contar com o que há de mais moderno e com a garantia de que haverá transferência de tecnologia para a indústria nacional”, disse o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar. Seja Rafale, seja outro avião equivalente, o desafio é saber se o governo irá enfrentar a pressão dos Estados Unidos, pois os americanos já estão irritadíssimos com a pretensão da Venezuela de modernizar sua Força Aérea com caças russos.

Fonte: Revista IstoÉ
Editado pela última vez por Paisano em Sáb Dez 11, 2004 12:11 am, em um total de 3 vezes.
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#2 Mensagem por Paisano » Sáb Dez 11, 2004 12:03 am

Autorizações envolvendo o Brasil foram negadas:
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Fonte: Revista IstoÉ
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#3 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Dez 11, 2004 3:09 am

Estava lendo com curiosidade até o meio do texto quando percebi que tratava-se de mais uma "matéria" da IstoÉ (QuantoÉ). Já bastou pra perceber que trata-se de mais um artigo comprado pela Embraer.

Uma delas se refere a um míssil anti-radiação, capaz de localizar o alvo através do calor.


Noooossa. :roll:
Vinicius Pimenta

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#4 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Dez 11, 2004 10:48 am

Vinicius Pimenta escreveu:Estava lendo com curiosidade até o meio do texto quando percebi que tratava-se de mais uma "matéria" da IstoÉ (QuantoÉ). Já bastou pra perceber que trata-se de mais um artigo comprado pela Embraer.

Uma delas se refere a um míssil anti-radiação, capaz de localizar o alvo através do calor.


Noooossa. :roll:


Hahahaha... :lol: :lol: :lol: QuantoÉ!! Mto boa...

E essa do MAR-1 ser capaz de localizar alvos pelo calor é cruel demais!! Algum ufanista de plantão poderá dizer que que a Mectron está produzindo uma versão IR do MAR-1, hahahaha...
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#5 Mensagem por Marcos Sanchez » Sáb Dez 11, 2004 8:14 pm

e o piro de tudo, comprar rafale, qts vamos comprar, quatro, três para voar e outro para canibalizar, hahahahah :lol: :lol:


com que $$$$$$$$$$ vamos comprar rafale, só agora é que a frança arrumou $$$ para comprá-los mesmo estando prontos desde 1999.


Absurdo....

E o pior para quem não sabe o CTA já esta desenvolvendo e testando a tinta para reduzir a assinatura radar.


Palhaçada esse FX, agora quero mesmo é saber do F5BR, pq só acredito na hora que os caças estiverem em anapolis.

abraços
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#6 Mensagem por fredom » Sáb Dez 11, 2004 8:32 pm

o artigo fala mais ou menos o que eu tinha dito que ia acontecer e muitos duvidaram, segue as provas que eu já tinha previsto isso.

pensando, com mais calma, acho que o FX nao saiu por causa da embraer, que apoiou o sucatao, se a embraer tivesse entrado com o rafale ou su-35 concerteza esse assunto ja teria cido encerrado. minha opiniao e' de que o governo vai cancelar essa licitacao, nao ira comprar nenhum tampao, no maximo alguns F-5 pra suprirem a necessidades e escolher ou o rafale ou o ef-2000 em uma posterior concorrencia sem licitacao, seguindo os criterios expostos naquele artigo que foi postado aki no forum(entrevista com um brigadeiro) e que por isso o FX nunca sera concluido, anotem o que eu digo, quem viver vera' o rafale nas cores da FAB.


eu levantei a hipotese de rafale, exatamente por causa da embraer, haja visto que em uma escolha entre o rafale e ef-2000 a embraer novamente seria ajudada.
_________________


acho que seria uma desculpa para não fazer a compra do consorcio liderado pela embraer. pois como a licitação seria cancelada, a embraer poderia participar dessa nova compra sem ter que ficar atrelada ao mir-2000.



o que acham mais um pouco de treino eu chego perto de nostradamus :lol:
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#7 Mensagem por fredom » Sáb Dez 11, 2004 8:43 pm

e o piro de tudo, comprar rafale, qts vamos comprar, quatro, três para voar e outro para canibalizar, hahahahah


com que $$$$$$$$$$ vamos comprar rafale, só agora é que a frança arrumou $$$ para comprá-los mesmo estando prontos desde 1999.


Absurdo....


qual a sua opinião??? deveriamos comprar F-22?? o rafale é um avião moderno adente perfeitamente os requisitos da FAB e disputa diretamente com EF-2000, se a sua preferencia for pelo SU-35 e a respeito mas não acho que ele seja melhor que o EF-200 ou Rafale.

E o pior para quem não sabe o CTA já esta desenvolvendo e testando a tinta para reduzir a assinatura radar.


Palhaçada esse FX, agora quero mesmo é saber do F5BR, pq só acredito na hora que os caças estiverem em anapolis.

abraços


legal :wink: eu não sabia disso... muito bom :!: , sera que essa pintura poderá ser utilizada nos F-5 ,A-1 ou até mesmo nos R-99. :?:
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#8 Mensagem por ZeRo4 » Sáb Dez 11, 2004 9:31 pm

Bem alguns já diziam...

"Jornalista é, Aquele profissional que estuda um pouquinho de cada coisa para falar com a propriedade de um especialista sobre um assunto do qual ele não faz a menor idéia."

Entretando, não vejo motivo para chacota de tal situação, visto que o conteúdo do texto em si é mais político do que uma aula sobre mísseis. Portanto, acho que apesar de desejável não é preciso que o jornalista seja um especialista em sistemas missilísticos para escrever uma matéria que envolve mais política do que mísseis, portanto acho que essa gafe pode passar batida.

Agora, o mais interessante (considero eu assim...), que foram as "negações" dos Americanos ao Brasil ninguém comentou. Em alguns tópicos no passado fui constantemente sabatinado, alguns Foristas diziam que era viagem da minha cabeça, que não existiam provas. Gostaria que estes foristas em si, não me lembro de todos, mas com certeza eles se lembram... comenta-sem partes obtidas do textos como:

“Esta tecnologia excede o nível de capacidade aprovado para o Brasil”

“Os americanos já têm ingerência nos radares da Amazônia, não passaram tecnologia e não podemos, agora, cair na mesma armadilha com os aviões”

Fora, é claro, as fotocópias dos documentos que comprovam tais afirmações (essas eu salvarei inclusive no meu HD...). Somando-se isso a fatos extensamentos conhecidos e discutidos como F-4 Phantom e MAA-1 fora outros que com certeza não me lembro agora. Ainda acham que a "posição" dos Americanos perante nós mudou ou "vem mudando" com alguns disseram ?! não vejo nenhuma diferença do caso F-4 para o atual MAR-1.

Ainda acham válida a opção de compra de material Americano, mesmo dps de todos estes casos e mesmo após a mais nova notícia de que os Americanos também estavam dando suas cartas (e mais sujas ainda... com o GRIPEN) no programa F/X ?!

Pra finalizar, tem muita gente dizendo que é matéria paga, que a revista é "IstoÉ"... todos sabemos da reputação de algumas revistas (i.e Veja...), mas gostaria de abrir o olho dos foristas que ainda não estão tomados pelas veias Americanas, de q por mais que haja a hipótese da matéria ser paga, o texto possui pontos importantes que nos mostram claramente como somos tratados pelos Americanos...

É por essas e outras que eu digo... Equipamento Americano ?! Não mais... se não for pra ter Su-35 ou Mirage2000BR novos que sejam Mirage2000 e Su-27SK usados e modernizados.
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#9 Mensagem por Marcos Sanchez » Sáb Dez 11, 2004 10:09 pm

qual a sua opinião??? deveriamos comprar F-22?? o rafale é um avião moderno adente perfeitamente os requisitos da FAB e disputa diretamente com EF-2000, se a sua preferencia for pelo SU-35 e a respeito mas não acho que ele seja melhor que o EF-200 ou Rafale.

e ai freedon, blz

Eu nunca me reportei contrariamente ao rafale, pelo contrário tenho uma foto dele no meu avatar. Me referi ao fato de que nossos governantes não tem dinheiro para comprá-lo, só se a Dassault resolveu baixar o preço para poder vendê-lo ao brasil.

Perai !

O rafale não tem nenhum ctt de exportação, a frança precisa vender mais unidades para reduzir o custo e manutenção, e a venda para nós seria um golpe aos americanos e russos e possivelmente reabertura de um enorme mercado ( lembrem-se de qto eles ganharam com os mirage III).

O que vcs acham ? seria uma blz ver rafales em anapolis, e eles já tem cft

abraços
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#10 Mensagem por Slip Junior » Dom Dez 12, 2004 9:43 am

Oi ZeRo4, não sei se você estava se referindo à mim na sua mensagem, mas, em qualquer caso, eu respondo.

ZeRo4 escreveu:“Esta tecnologia excede o nível de capacidade aprovado para o Brasil”

Eles podem achar o que quiserem, mas o fato é que nada podem fazer para acabar com o programa de desenvolvimento do pintura anti-radar.

“Os americanos já têm ingerência nos radares da Amazônia, não passaram tecnologia e não podemos, agora, cair na mesma armadilha com os aviões”

É verdade, por isso, sou contra a aquisição dos F-16C/D Block 50/52's.

Ainda acham válida a opção de compra de material Americano, mesmo dps de todos estes casos e mesmo após a mais nova notícia de que os Americanos também estavam dando suas cartas (e mais sujas ainda... com o GRIPEN) no programa F/X ?!

A compra de material militar dos EUA sempre foi e, continuará sendo por um longo tempo ainda, uma opção válida uma vez, que gostando ou não, ainda são um dos nossos maiores aliados e um dos maiores fornecedores das nossas forças armadas. O que muda é que com o fim da Guerra Fria temos maior liberdade de escolha e novas possibilidades apareceram.

Sobre o Gripen, isso é apenas uma grande besteira que o IstoÉ inventou e é praticamente a unica que insiste nisso: o fato de que alguns subsistemas do Gripen são de procedência norte-americana em nada comprometem a transferência de tecnologia por parte da Consórcio Gripen Internacional porque o que seria transferido, seja qual for o vencedor, são os códigos-fontes. E, de qualquer forma, se existir algum problema legal relacionado aos FC's, eles podem ser facilmente substituidos por qualquer outro que obdeça as normas MIL-STD-1553/B.

É por essas e outras que eu digo... Equipamento Americano ?! Não mais... se não for pra ter Su-35 ou Mirage2000BR novos que sejam Mirage2000 e Su-27SK usados e modernizados.

A compra de material militar usado, seja de qual for o país, implica em nenhuma transferência de tecnologia. É óbvio que tanto o Mirage 2000E quanto o Su-27SK são caças ainda para serem temidos no campo de batalha, mas o fato é que o F-16 possui um custo-benefício muito maior e poderiam ser implantados sem maiores delongas ao mesmoque garantiam uma grande interoperacionalidade com a força de caças atual (F-5 e A-1).

Abraços
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#11 Mensagem por ZeRo4 » Dom Dez 12, 2004 10:22 am

Slip Junior escreveu:Oi ZeRo4, não sei se você estava se referindo à mim na sua mensagem, mas, em qualquer caso, eu respondo.


Sinceramente não me lembro Slip, mas agradeço sua resposta :)

ZeRo4 escreveu:“Esta tecnologia excede o nível de capacidade aprovado para o Brasil”


Slip Junior escreveu:Eles podem achar o que quiserem, mas o fato é que nada podem fazer para acabar com o programa de desenvolvimento do pintura anti-radar.


Mas não foi isso que eu quis dizer, eu estava me referindo as "travas" que os Americanos impõe a nós Brasileiros. Em tópicos passados alguns foristasa consideravam isso uma "viajem" minha, onde não existiriam provas e dizendo que o comportamento deles perante a nós mudou... entretando eu não vejo mudanças quando tentamos possuir material bélico estratégico! Veja na época da aquisição dos MirageIII, nos negaram o F-4 Phantom pois naquela época o vetor fazia tamanha diferença! hj em dia eles já liberam os F-18 E/F, mas sabem que o vetor em si (sem toda opção entre armamentos...) não é capaz de fazer muita coisa.

ZeRo4 escreveu:“Os americanos já têm ingerência nos radares da Amazônia, não passaram tecnologia e não podemos, agora, cair na mesma armadilha com os aviões”


Slip Junior escreveu:É verdade, por isso, sou contra a aquisição dos F-16C/D Block 50/52's.


Sou contra a aquisição dos F-16 C/D e também sou contra a aquisição de F-16 usados em qualquer padrão. Eu sei que o F-16 usado é uma opção apetitosa mas mesmo assim acho que para um casa usado (que será usado portanto como tampão...) existem outras opções para que nós possamos nos sentir mais seguros e confiáveis.

ZeRo4 escreveu:Ainda acham válida a opção de compra de material Americano, mesmo dps de todos estes casos e mesmo após a mais nova notícia de que os Americanos também estavam dando suas cartas (e mais sujas ainda... com o GRIPEN) no programa F/X ?!


Slip Junior escreveu:A compra de material militar dos EUA sempre foi e, continuará sendo por um longo tempo ainda, uma opção válida uma vez, que gostando ou não, ainda são um dos nossos maiores aliados e um dos maiores fornecedores das nossas forças armadas. O que muda é que com o fim da Guerra Fria temos maior liberdade de escolha e novas possibilidades apareceram.


Eu sei que ainda dependemos dos mesmos, mas acredito que é de grande valia desde já passar a procurar equipamento semelhante de outros fornecedores.

Slip Junior escreveu:Sobre o Gripen, isso é apenas uma grande besteira que o IstoÉ inventou e é praticamente a unica que insiste nisso: o fato de que alguns subsistemas do Gripen são de procedência norte-americana em nada comprometem a transferência de tecnologia por parte da Consórcio Gripen Internacional porque o que seria transferido, seja qual for o vencedor, são os códigos-fontes. E, de qualquer forma, se existir algum problema legal relacionado aos FC's, eles podem ser facilmente substituidos por qualquer outro que obdeça as normas MIL-STD-1553/B.


Será ?! não foram eles que "barraram" a venda de Gripens pro Paquistão ?! É como eu digo, onde há fumaça... há fogo.

ZeRo4 escreveu:É por essas e outras que eu digo... Equipamento Americano ?! Não mais... se não for pra ter Su-35 ou Mirage2000BR novos que sejam Mirage2000 e Su-27SK usados e modernizados.


Slip Junior escreveu:A compra de material militar usado, seja de qual for o país, implica em nenhuma transferência de tecnologia. É óbvio que tanto o Mirage 2000E quanto o Su-27SK são caças ainda para serem temidos no campo de batalha, mas o fato é que o F-16 possui um custo-benefício muito maior e poderiam ser implantados sem maiores delongas ao mesmoque garantiam uma grande interoperacionalidade com a força de caças atual (F-5 e A-1).


Slip antes que outros foristas misturem as coisas, quando me referi a equipamento usado não fiz nenhuma correlação com transferência tecnológica. Apenas estaria mais confortável com Mirage2000 ou Su-27SK pensando: "Menos um equipamento de origem Americana..."

Se for pra comprar mais F-16, prefiro que se comprem mais F-5E

Slip Junior escreveu:Abraços


Vlw, pra ti tbm :P
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#12 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Dez 12, 2004 12:43 pm

Também falaram que eu estava viajando, ficando maluco, queriam provas documentais e aí, como eu disse, elas aparecem antes mesmo de qualquer decisão à respeito do FX, mas o engraçado é que se os americanos bloquearem os sistemas do gripen não tem problema, basta que nós integremos um processador a ele. Mas quando falei de integração ao Su-35 de sistemas ocidentais disseram que era gastação de dinheiro, que isso e aquilo. Pô,deixa ver se eu entendi, no gripen pode, mas no Su não, mesmo com um monte de transferência tecnológica... gastar com um pode, com outro não, ainda que este segundo seja bem mais barato de se adquirir e até talvez de operar, já que fará o mesmo com menos aviões. É isso mesmo?
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#13 Mensagem por ZeRo4 » Dom Dez 12, 2004 2:46 pm

Carlos,

O problema é... quando o equipamento analisado em si é de origem ocidental (principalmente de procedência Americana...), eles são analisados de um modo mais "leve" ou "relax", ou seja, os problemas nunca são demais e são facilmente "resolvíveis".

Já do outro lado, quando o equipamento em análise é de procedência Russa problemas relativamente pequenos ou problemas em que o "tempo" se encarregaria de resolver (i.e logística) as coisas são vistas como um bicho de sete cabeças, problemas intransponíveis e etc.

Na minha opinião rola uma espécie de "vistas grossas" para os equipamentos de procedência ocidental.

Eu penso em hipóteses para esse tipo de comportamento...

1. Puro preconceito com material de procedência Russa, visto que mesmo dps de várias "travas" dos Americanos por exemplo o pessoal continuar cogitando comprar equipamento deles, mesmo tendo similares em outros fornecedores.

2.. Medo de mudar para o "novo" mesmo que o novo traga mais benefícios que nós nunca experimentaríamos com o "velho". O que difere esse caso do acima, é que aqui não existe preconceito... mas apenas o medo (justificável...) de se tentar uma novidade e não dar certo.

Na minha opinião grande parte dos foristas que defendem a aquisição de equipamento Americano se encaixa na primeira opção entretando tentam se "esconder" na segunda opção.
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Carlos Mathias

#14 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Dez 12, 2004 2:58 pm

É por isso que eu gosto de ver M1A1 furado de RPG e Apache cheio de furo de IGLA lá no Iraque, imagens valem mais que um milhão de palavras.
PS: Nem de longe desejo mal às tripulações destas máquinas.
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#15 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Dez 12, 2004 3:05 pm

ZeRo4,

Sinceramente não me lembro Slip, mas agradeço sua resposta


Era comigo também. :wink:

Mas não foi isso que eu quis dizer, eu estava me referindo as "travas" que os Americanos impõe a nós Brasileiros. Em tópicos passados alguns foristasa consideravam isso uma "viajem" minha, onde não existiriam provas e dizendo que o comportamento deles perante a nós mudou... entretando eu não vejo mudanças quando tentamos possuir material bélico estratégico!


Primeiro quero deixar claro que o que eu vou dizer refere-se ao que eu tinha dito, não vou responder por ninguém. Bem, da minha parte nunca neguei que somos passíveis de veto. Veto sobre compras de materiais sensíveis como equipamentos para mísseis. Isso eu sei e sequer tiro a razão deles. Como eu falei antes, se fosse no nosso caso eu também não gostaria que o Brasil cedesse tal tecnologia. O que eu discordava e continuo discordando, é em relação a embargos. Isso é que não creio termos mais chances do que com qualquer outro fornecedor.

Veja na época da aquisição dos MirageIII, nos negaram o F-4 Phantom pois naquela época o vetor fazia tamanha diferença! hj em dia eles já liberam os F-18 E/F, mas sabem que o vetor em si (sem toda opção entre armamentos...) não é capaz de fazer muita coisa.


E? Existem várias opções de armamentos no mercado em iguais condições e até melhores que os americanos.

Sou contra a aquisição dos F-16 C/D e também sou contra a aquisição de F-16 usados em qualquer padrão. Eu sei que o F-16 usado é uma opção apetitosa mas mesmo assim acho que para um casa usado (que será usado portanto como tampão...) existem outras opções para que nós possamos nos sentir mais seguros e confiáveis.


Respeito sua opinião, mas discordo. A única opção melhor que o F-16 seria, talvez, o F-5BR.

Eu sei que ainda dependemos dos mesmos, mas acredito que é de grande valia desde já passar a procurar equipamento semelhante de outros fornecedores.


Claro. É por isso que denfendo, como a esmagadora maioria, a compra de qualquer aeronave que não seja o F-16 no F-X. Já em relação a caças usados, o custo-benefício pesa em favor do caça americano, queira ou não.

Slip antes que outros foristas misturem as coisas, quando me referi a equipamento usado não fiz nenhuma correlação com transferência tecnológica. Apenas estaria mais confortável com Mirage2000 ou Su-27SK pensando: "Menos um equipamento de origem Americana..."

Se for pra comprar mais F-16, prefiro que se comprem mais F-5E


Tudo bem, direito seu. Eu não veria diferença alguma (a não ser em relação a desempenho).

----------------------------------------

Carlos Mathias,

Também falaram que eu estava viajando, ficando maluco, queriam provas documentais e aí, como eu disse, elas aparecem antes mesmo de qualquer decisão à respeito do FX,


Provas de vetos. Grande coisa. Isso é público e notório e nunca foi negado por nós. Questionamos sobre embargos.

mas o engraçado é que se os americanos bloquearem os sistemas do gripen não tem problema, basta que nós integremos um processador a ele. Mas quando falei de integração ao Su-35 de sistemas ocidentais disseram que era gastação de dinheiro, que isso e aquilo. Pô,deixa ver se eu entendi, no gripen pode, mas no Su não, mesmo com um monte de transferência tecnológica...


Se você considera a performance do Su-35 superior, ao substituir os sistemas russos por ocidentais, você estaria fazendo um "downgrade" nas suas capacidades. Qual a vantagem nisso?

gastar com um pode, com outro não, ainda que este segundo seja bem mais barato de se adquirir e até talvez de operar, já que fará o mesmo com menos aviões. É isso mesmo?


Esse "segundo" é o Su-35? Para adquirir ele pode ser mais barato. Para operar, não. Isso de fazer o mesmo com muitos aviões é muito relativo. Lembre-se, nem sempre o vetor aparentemente melhor será o mais adequado para você.
Vinicius Pimenta

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