Navio Argentino atira em Navio Brasileiro
Moderador: Conselho de Moderação
- Lauro Melo
- Sênior
- Mensagens: 3312
- Registrado em: Qui Jun 24, 2004 10:36 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
- Contato:
Vista dos danos à chaminé, vidros da ponte de comando e também danos consideráveis aos lançadores sextuplos do míssil antiaéreo míssil antiaéreo GWS-25 SEAWOLF. Nos dois containeres situados mais à frente estão dois mísseis antinavio MM-38 EXOCET.
Penetração do casco provavelmente abaixo da linha d´água
http://www.defesanet.com.br/marinha/f49 ... r/img5.gif
Superestrutura da Chaminé mostrando as partes atingidas. Observar o ataque ao diretor de tiro do míssil Sea Wolf, em primeiro plano bastante danificado
Superestrutura da Chaminé mostrando as partes atingidas. Observar o ataque ao diretor de tiro do míssil Sea Wolf, em primeiro plano bastante danificado
Nota Defesanet
No fim de semana. 4-5 Dezembro, circulou na WEB, fotos dos danos ocasionados na Fragata F-49 Rademacker, durante a Operação Fraterno na semana passada.
Publicamos essas fotos como informação para os nossos leitores.
Danos da F-49 Rademacker
A análise preliminar das fotos postadas na WEB indicam, que a Fragata F49 Rademacker sofreu diversos impactos. Talvez mais de duas dezenas de munições de canhões Bofors 40mm. O que está conforme com alguns relatos vindos de Buenos Aires. Se não fosse pelos vidros blindados da ponte ( área de comando do navio), poderiam ter sido bem mais do que os cinco tripulantes feridos( 4 brasileiros e um observador argentino) .
Observar que a parte mais atingida foi a região das torres o que confirma que o sistema de direção de tiro do Destructor (Destroyer) A.R.A. D-13 Sarandi adquiriu as emissões eletromagnéticas, ou a própria estrutura da Rademacker . Acima da ponte estão vários sistemas eletrônicos, tais como: radar de vigilância combinada; radar de navegação e dois radares de direção de tiro.
Originária da Inglaterra onde operou na Royal Navy, com o nome HMS F-89 Battleaxe e teve participação em combate nas Guerra das Malvinas/Falklands. A tripulação é geralmente composta de 273 homens, entre oficiais e praças.
Defesanet
Para outros artigos sobre a Operação Fraterno
Nota da Armada Argentina sobre a Operação Fraterno
http://www.defesanet.com.br/marinha/fraterno
Notícias de jornal I
http://www.defesanet.com.br/marinha/fraterno1
Notícias de jornal II
http://www.defesanet.com.br/marinha/fraterno2
"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9417
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 239 vezes
- Agradeceram: 545 vezes
- Lauro Melo
- Sênior
- Mensagens: 3312
- Registrado em: Qui Jun 24, 2004 10:36 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
- Contato:
Galera se conseguirem salvar esta foto em seu micro e aumentar a claridade da foto, poderá ver inúmeros buracos. Parece que nesta torre foi onde a maior quantidade de impactos.
FOX - Quando puder analise estes estragos.
http://www.defesanet.com.br/marinha/f49 ... r/img6.gif
FOX - Quando puder analise estes estragos.
http://www.defesanet.com.br/marinha/f49 ... r/img6.gif
"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9417
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 239 vezes
- Agradeceram: 545 vezes
Coincidencia ou não?
Fogo muy amigo
Em exercício militar, navio argentino acerta fragata brasileira na véspera do Dia da Amizade
Fernando F. Kadaoka
Coincidência: a fragata brasileira Rademaker, que foi da Marinha britânica, já tinha escapado dos canhões argentinos nas Malvinas
A resposta tarda, mas não falha. Exatamente 22 anos depois da derrota para o Reino Unido na Guerra das Malvinas (1982), nuestros hermanos argentinos acertaram novamente uma fragata britânica. Um tiro de canhão atingiu em cheio o navio HMS Battleaxe F-89, na segunda-feira 29. Mas nessas duas décadas muita água rolou. A fragata não mais faz parte da Royal Navy (Marinha Britânica), e sim do 2º Esquadrão de Fragatas da Marinha do Brasil, com o nome de Rademaker. O famigerado disparo de canhão, que chegou com mais de 20 anos de atraso, foi, na realidade, um acidente ocorrido a 300 quilômetros de Cabo Frio (RJ), onde os dois países realizavam exercícios de tiro. Por sinal, esses exercícios em conjunto, que acontecem desde 1978, têm a eloquente alcunha de “Operação Fraterno”. Como se não bastassem as décadas de atraso, o acidente aconteceu um dia antes de uma data especial, o Dia da Amizade Argentino-Brasileira. Também conhecida como “dia dos muy amigos”, idéia dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner. Como se vê, muy amigos.
O combinado entre as duas Marinhas era que, às 21h30, um navio argentino deveria acertar uma granada iluminativa atirada ao mar pela fragata Rademaker. Pois bem, deveria. No entanto, o tiro saiu pela culatra e acertou a fragata brasileira. As causas do acidente estão sendo investigadas pela Marinha brasileira, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). O acidente deixou cinco feridos. Quatro militares da Marinha do Brasil e um oficial argentino.
Parece piada, mas não é. A fragata brasileira atingida acidentalmente pelo navio argentino é uma remanescente da guerra das Malvinas, tendo, inclusive, participado de combates na região. Construída por um estaleiro escocês em 1976, ela foi incorporada à Royal Navy em 1980 com o nome de HMS Battleaxe F-89. Por 17 anos, a fragata de mais de 130 metros de comprimento serviu à Sua Majestade, participando, até mesmo, da guerra do Iraque (1990). Em 1994, a Marinha do Brasil assinou a compra da Battleaxe e de outros quatro navios por cerca de US$ 170 milhões. E, finalmente, no dia 30 de abril de 1997, a fragata deu baixa na Marinha Britânica e tornou-se a mais nova arma de guerra brasileira, sendo então batizada de Rademaker em homenagem ao almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald, que foi ministro da Marinha e depois vice-presidente. Se, na Guerra das Malvinas, a fragata conseguiu escapar dos disparos argentinos, dessa vez não foi possível.
Fogo muy amigo
Em exercício militar, navio argentino acerta fragata brasileira na véspera do Dia da Amizade
Fernando F. Kadaoka
Coincidência: a fragata brasileira Rademaker, que foi da Marinha britânica, já tinha escapado dos canhões argentinos nas Malvinas
A resposta tarda, mas não falha. Exatamente 22 anos depois da derrota para o Reino Unido na Guerra das Malvinas (1982), nuestros hermanos argentinos acertaram novamente uma fragata britânica. Um tiro de canhão atingiu em cheio o navio HMS Battleaxe F-89, na segunda-feira 29. Mas nessas duas décadas muita água rolou. A fragata não mais faz parte da Royal Navy (Marinha Britânica), e sim do 2º Esquadrão de Fragatas da Marinha do Brasil, com o nome de Rademaker. O famigerado disparo de canhão, que chegou com mais de 20 anos de atraso, foi, na realidade, um acidente ocorrido a 300 quilômetros de Cabo Frio (RJ), onde os dois países realizavam exercícios de tiro. Por sinal, esses exercícios em conjunto, que acontecem desde 1978, têm a eloquente alcunha de “Operação Fraterno”. Como se não bastassem as décadas de atraso, o acidente aconteceu um dia antes de uma data especial, o Dia da Amizade Argentino-Brasileira. Também conhecida como “dia dos muy amigos”, idéia dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner. Como se vê, muy amigos.
O combinado entre as duas Marinhas era que, às 21h30, um navio argentino deveria acertar uma granada iluminativa atirada ao mar pela fragata Rademaker. Pois bem, deveria. No entanto, o tiro saiu pela culatra e acertou a fragata brasileira. As causas do acidente estão sendo investigadas pela Marinha brasileira, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). O acidente deixou cinco feridos. Quatro militares da Marinha do Brasil e um oficial argentino.
Parece piada, mas não é. A fragata brasileira atingida acidentalmente pelo navio argentino é uma remanescente da guerra das Malvinas, tendo, inclusive, participado de combates na região. Construída por um estaleiro escocês em 1976, ela foi incorporada à Royal Navy em 1980 com o nome de HMS Battleaxe F-89. Por 17 anos, a fragata de mais de 130 metros de comprimento serviu à Sua Majestade, participando, até mesmo, da guerra do Iraque (1990). Em 1994, a Marinha do Brasil assinou a compra da Battleaxe e de outros quatro navios por cerca de US$ 170 milhões. E, finalmente, no dia 30 de abril de 1997, a fragata deu baixa na Marinha Britânica e tornou-se a mais nova arma de guerra brasileira, sendo então batizada de Rademaker em homenagem ao almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald, que foi ministro da Marinha e depois vice-presidente. Se, na Guerra das Malvinas, a fragata conseguiu escapar dos disparos argentinos, dessa vez não foi possível.
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Essa informação da participação do navio da guerra das Malvinas está errada, de acordo com o site da RAF:
http://www.raf.mod.uk/falklands/rnau.html
http://www.raf.mod.uk/falklands/rnau.html
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
-
- Intermediário
- Mensagens: 166
- Registrado em: Dom Dez 21, 2003 10:43 am
- Localização: Capão Bonito
- Mateus Dias
- Avançado
- Mensagens: 418
- Registrado em: Seg Mar 01, 2004 11:56 am
- Contato:
- Paisano
- Sênior
- Mensagens: 16163
- Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
- Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
- Agradeceu: 649 vezes
- Agradeceram: 285 vezes
- Contato:
Rademaker (F-49) - uma avaliação inicial do acidente©
Guilherme Poggio &
Alexandre Galante
Poder Naval OnLine
Durante a realização da Operação Fraterno deste ano, um navio de guerra da Argentina, noticiado como sendo o contratorpedeiro Sarandí (D-13), acabou disparando acidentalmente contra a fragata da Marinha do Brasil Rademaker (F-49), ferindo cinco militares. O acidente aconteceu na noite do dia 29 de novembro, ao largo da cidade de Cabo Frio, durante a realização de exercícios navais com disparo contra alvos. Os feridos, quatro brasileiros e um argentino, foram removidos por helicóptero e encaminhados para o Hospital Naval Marcílio Dias. Seu estado não foi considerado grave. A fragata voltou ao Rio de Janeiro por meios próprios.
Avaliação das informações disponíveis
Imagens aéreas fornecidas pela televisão e fotos à distância publicadas na mídia impressa não mostram muita coisa. Pode-se concluir rapidamente que, além do triste fato de ferir cinco militares, os estragos foram pequenos e o navio voltará a operar plenamente em pouco tempo. No entanto, uma análise mais próxima mostra que a situação não é bem essa. Fotos divulgadas na internet mostram as áreas efetivamente atingidas e a dimensão dos danos.
O tipo de armamento que disparou contra a fragata pode ser identificado por duas características básicas. Primeiramente, o diâmetro das perfurações permite afirmar que o calibre da arma empregada é de pequeno porte para os padrões de armamento de tubo usualmente empregados no meio naval (algo entre 20 e 40 mm). Além disso, a grande quantidade de perfurações (foram contadas cerca de quinze) demonstra ser um armamento de tiro rápido.
Pode-se ainda especular que a munição utilizada não é do tipo 3P nem incendiária. Dentre as opções possíveis, pode-se afirmar que os disparos vieram dos reparos duplos Oto Merala 40L70 de 40 mm. Nos contratorpedeiros da classe Almirante Brown existem quatro reparos distribuídos próximo ao passadiço (proa) e junto ao hangar (popa), cobrindo praticamente todos os quadrantes do navio. Estes reparos possuem uma cadência de tiro elevada (600 por minuto) e são empregados principalmente contra ameaças aéreas (aeronaves e mísseis Sea Skimmer).
As fotos mostram ainda que os projéteis vieram de proa, indicando que os navios deveriam estar em coluna ( um atrás do outro). Esta posição (em coluna) é comum durante a realização de exercício de tiro AAe sobre granada ou foguete iluminativo. O vento relativo atua de forma a afastar a granada/foguete da formatura. Sendo assim, é mais provável que os disparos tenham sido feitos pelos reparos de popa (localizados ao lado do hangar). O alinhamento vertical dos tiros está bastante definido, mas não é possível afirmar o sentido (de cima para baixo ou ao contrário). Os diversos impactos que existem nos vidros do passadiço foram causados por estilhaços e fragmentos diversos. Tudo indica que estes foram os reais causadores de ferimentos nos militares. Um ser humano não tem chances de sobreviver a um impacto direto de 40 mm.
Possíveis causas
A falha humana não pode ser descartada e somente o inquérito poderá avaliar. Existe possibilidade do vento relativo ter mudado durante o exercício e a granada/foguete ter derivado para a direção na Rademaker. Neste caso, a ordem de tiro já mais poderia ter sido dada.
Porém, existe uma questão técnica que deve ser explorada. Casos de sistemas autônomos que entraram em funcionamento sem que um operador estivesse no comando já ocorreram no passado. Inclusive, na Marinha dos EUA ocorreram casos de sistemas CIWS Vulcan Phalanx, operando no modo autônomo, disparando contra forças amigas sem o menor controle. No caso em questão, uma das prováveis causas do acidente seria uma falha no software que controla os canhões de 40 mm. Possibilidade esta também levantada pelo jornal argentino Clarín.
Informações não oficiais dão conta que um outro incidente envolvendo os canhões de 40 mm aconteceu há quatro anos atrás e por muito pouco não atingiu um outro navio brasileiro. Em 1996, durante um exercício de tiro contra um rochedo localizado em mar aberto, a corveta Spiro (que coincidentemente também participa da Operação Fraterno deste ano) deveria disparar seus canhões de 40 mm. Ao se aproximar do ponto de disparo, o sistema entrou em pane e os reparos de proa e popa (nas corvetas classe Meko 140 só existem dois reparos de 40 mm, um na proa e outro na popa) começaram a girar de forma totalmente descontrolada. A tripulação tentou tudo o que era possível mas o sistema só voltou ao normal quando foi totalmente "resetado". A Marinha da Argentina tem conhecimento do problema e já trabalha há algum tempo desenvolvendo um software próprio para substituição.
Conseqüências e danos
Os estragos observados na bochecha ou em qualquer outra parte do costado e da superestrutura, incluindo o passadiço, não apresentam grandes problemas para serem reparados. As maiores preocupações estão nos sensores e armamentos, não só pelo custo mas também pelo tempo que será dispendido, bem como a existência ou não de peças de reposição.
Não foram observados dados nos containeres que alojam os mísseis MM-38 Exocet. Já o lançador sêxtuplo de proa do sistema GWS-25 (mísseis Seawolf) foi duramente castigado. É possível ver que as aberturas de três células foram bastante danificadas. Caso não seja possível reparar o lançador, é muito provável que um dos existentes na fragata Dodsworth (atualmente na "Reserva") sirva como substituto. A diretora de tiro ( Marconi Type 910), localizada logo acima do passadiço, talvez tenha sido a mais afetada. Dificilmente voltará a funcionar e será necessário uma nova. Os tiros que acertaram o mastro aparentemente não acarretam muita preocupação. Porém, deve-se atentar para toda fiação e cabeamento existente ali que comunica e alimenta os sensores como o MAGE. Toda essa parte deverá ser vistoriada para uma posterior substituição das peças danificadas.
Em resumo, para que a Rademaker volte ao estado em que se encontrava será necessário um período relativamente longo de reparos. O custo dos mesmos também é uma preocupação. As verbas para os programas já são fortemente contingenciadas. O que dizer de situações como essas. Ao que tudo indica, colocar a Rademaker novamente em plena atividade desencadeará o processo de canibalização da Dodsworth.
Fontes: Defesanet e Poder Naval Online
Guilherme Poggio &
Alexandre Galante
Poder Naval OnLine
Durante a realização da Operação Fraterno deste ano, um navio de guerra da Argentina, noticiado como sendo o contratorpedeiro Sarandí (D-13), acabou disparando acidentalmente contra a fragata da Marinha do Brasil Rademaker (F-49), ferindo cinco militares. O acidente aconteceu na noite do dia 29 de novembro, ao largo da cidade de Cabo Frio, durante a realização de exercícios navais com disparo contra alvos. Os feridos, quatro brasileiros e um argentino, foram removidos por helicóptero e encaminhados para o Hospital Naval Marcílio Dias. Seu estado não foi considerado grave. A fragata voltou ao Rio de Janeiro por meios próprios.
Avaliação das informações disponíveis
Imagens aéreas fornecidas pela televisão e fotos à distância publicadas na mídia impressa não mostram muita coisa. Pode-se concluir rapidamente que, além do triste fato de ferir cinco militares, os estragos foram pequenos e o navio voltará a operar plenamente em pouco tempo. No entanto, uma análise mais próxima mostra que a situação não é bem essa. Fotos divulgadas na internet mostram as áreas efetivamente atingidas e a dimensão dos danos.
O tipo de armamento que disparou contra a fragata pode ser identificado por duas características básicas. Primeiramente, o diâmetro das perfurações permite afirmar que o calibre da arma empregada é de pequeno porte para os padrões de armamento de tubo usualmente empregados no meio naval (algo entre 20 e 40 mm). Além disso, a grande quantidade de perfurações (foram contadas cerca de quinze) demonstra ser um armamento de tiro rápido.
Pode-se ainda especular que a munição utilizada não é do tipo 3P nem incendiária. Dentre as opções possíveis, pode-se afirmar que os disparos vieram dos reparos duplos Oto Merala 40L70 de 40 mm. Nos contratorpedeiros da classe Almirante Brown existem quatro reparos distribuídos próximo ao passadiço (proa) e junto ao hangar (popa), cobrindo praticamente todos os quadrantes do navio. Estes reparos possuem uma cadência de tiro elevada (600 por minuto) e são empregados principalmente contra ameaças aéreas (aeronaves e mísseis Sea Skimmer).
As fotos mostram ainda que os projéteis vieram de proa, indicando que os navios deveriam estar em coluna ( um atrás do outro). Esta posição (em coluna) é comum durante a realização de exercício de tiro AAe sobre granada ou foguete iluminativo. O vento relativo atua de forma a afastar a granada/foguete da formatura. Sendo assim, é mais provável que os disparos tenham sido feitos pelos reparos de popa (localizados ao lado do hangar). O alinhamento vertical dos tiros está bastante definido, mas não é possível afirmar o sentido (de cima para baixo ou ao contrário). Os diversos impactos que existem nos vidros do passadiço foram causados por estilhaços e fragmentos diversos. Tudo indica que estes foram os reais causadores de ferimentos nos militares. Um ser humano não tem chances de sobreviver a um impacto direto de 40 mm.
Possíveis causas
A falha humana não pode ser descartada e somente o inquérito poderá avaliar. Existe possibilidade do vento relativo ter mudado durante o exercício e a granada/foguete ter derivado para a direção na Rademaker. Neste caso, a ordem de tiro já mais poderia ter sido dada.
Porém, existe uma questão técnica que deve ser explorada. Casos de sistemas autônomos que entraram em funcionamento sem que um operador estivesse no comando já ocorreram no passado. Inclusive, na Marinha dos EUA ocorreram casos de sistemas CIWS Vulcan Phalanx, operando no modo autônomo, disparando contra forças amigas sem o menor controle. No caso em questão, uma das prováveis causas do acidente seria uma falha no software que controla os canhões de 40 mm. Possibilidade esta também levantada pelo jornal argentino Clarín.
Informações não oficiais dão conta que um outro incidente envolvendo os canhões de 40 mm aconteceu há quatro anos atrás e por muito pouco não atingiu um outro navio brasileiro. Em 1996, durante um exercício de tiro contra um rochedo localizado em mar aberto, a corveta Spiro (que coincidentemente também participa da Operação Fraterno deste ano) deveria disparar seus canhões de 40 mm. Ao se aproximar do ponto de disparo, o sistema entrou em pane e os reparos de proa e popa (nas corvetas classe Meko 140 só existem dois reparos de 40 mm, um na proa e outro na popa) começaram a girar de forma totalmente descontrolada. A tripulação tentou tudo o que era possível mas o sistema só voltou ao normal quando foi totalmente "resetado". A Marinha da Argentina tem conhecimento do problema e já trabalha há algum tempo desenvolvendo um software próprio para substituição.
Conseqüências e danos
Os estragos observados na bochecha ou em qualquer outra parte do costado e da superestrutura, incluindo o passadiço, não apresentam grandes problemas para serem reparados. As maiores preocupações estão nos sensores e armamentos, não só pelo custo mas também pelo tempo que será dispendido, bem como a existência ou não de peças de reposição.
Não foram observados dados nos containeres que alojam os mísseis MM-38 Exocet. Já o lançador sêxtuplo de proa do sistema GWS-25 (mísseis Seawolf) foi duramente castigado. É possível ver que as aberturas de três células foram bastante danificadas. Caso não seja possível reparar o lançador, é muito provável que um dos existentes na fragata Dodsworth (atualmente na "Reserva") sirva como substituto. A diretora de tiro ( Marconi Type 910), localizada logo acima do passadiço, talvez tenha sido a mais afetada. Dificilmente voltará a funcionar e será necessário uma nova. Os tiros que acertaram o mastro aparentemente não acarretam muita preocupação. Porém, deve-se atentar para toda fiação e cabeamento existente ali que comunica e alimenta os sensores como o MAGE. Toda essa parte deverá ser vistoriada para uma posterior substituição das peças danificadas.
Em resumo, para que a Rademaker volte ao estado em que se encontrava será necessário um período relativamente longo de reparos. O custo dos mesmos também é uma preocupação. As verbas para os programas já são fortemente contingenciadas. O que dizer de situações como essas. Ao que tudo indica, colocar a Rademaker novamente em plena atividade desencadeará o processo de canibalização da Dodsworth.
Fontes: Defesanet e Poder Naval Online
- Rui Elias Maltez
- Sênior
- Mensagens: 13951
- Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
- Localização: Sintra, Portugal
- Agradeceram: 1 vez
- Contato:
Bem, depois de observar as fotos, e à excepção do furo na chapa, parecem-me danos ligeiros, embora de conserto caro (principalmente nos lançadores).
Espero que a Marinha já esteja a preparar o orçamento para enviar a factura para Buenos Aires.
Agora se esses danos foram provocados por munições de treino, imagine-se se fosse com munição de guerra
E na Argentina: Já abriram um inquérito?
Espero que a Marinha já esteja a preparar o orçamento para enviar a factura para Buenos Aires.
Agora se esses danos foram provocados por munições de treino, imagine-se se fosse com munição de guerra
E na Argentina: Já abriram um inquérito?
- Lauro Melo
- Sênior
- Mensagens: 3312
- Registrado em: Qui Jun 24, 2004 10:36 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
- Contato:
Foto da fragata Rademaker indicando os pontos onde foram observados danos ou perfurações causadas por projéteis (pontos em vermelho)
Detalhe do mastro duramente castigado pelos projéteis de 40 mm. A direita da foto a diretora de tiro de proa do sistema GWS-25 muito danificada.
Vista do passadiço ao fundo. Em primeiro plano o lançador de proa do Seawolf bastante danificado e os contêineres de MM-38 Exocet.
Em resumo, para que a Rademaker volte ao estado em que se encontrava será necessário um período relativamente longo de reparos. O custo dos mesmos também é uma preocupação. As verbas para os programas já são fortemente contingenciadas. O que dizer de situações como essas. Ao que tudo indica, colocar a Rademaker novamente em plena atividade desencadeará o processo de canibalização da Dodsworth.
A fragata Rademaker entrando na Baia de Guanabara. Ela foi a última das quatro fragatas Tipo 22 - Lote 1 a chegar ao Brasil
"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
- alex
- Sênior
- Mensagens: 2433
- Registrado em: Sáb Ago 30, 2003 8:49 pm
- Agradeceu: 10 vezes
- Agradeceram: 79 vezes
Sendo um pouco pessimista acho que a Rademeker será dada como baixa logo, pois a Dodsworth estava em melhores condições ( e nem foi atingida por canhões!!!) e foi para a reserva (baixa). Pelo que eu sei a Dodsworth estava precisando de (pelo menos)manutenção em suas turbinas e não tendo grana foi para o saco, já a rademaker vai ter mais custos para substituição de radar, fiação e casulos com misseis. se esses equipamentos não estiverem disponiveis na Dodsworth o que a Mb vai fazer ? vai comprar peças usadas na Royal Navy ? se não haver essas peças vai fazer um upgrading de um só navio?
- Lauro Melo
- Sênior
- Mensagens: 3312
- Registrado em: Qui Jun 24, 2004 10:36 pm
- Localização: Rio de Janeiro - RJ
- Contato:
Alex,
Alex,
Existem navios parecidos ( Tipo 22 - Lote 1, 2 e 3 ) como estes no Chile ( 1 ), Romênia ( acho que 3 ), Inglaterra ( 2 ativa e 2 reserva ).
E parece que os mísseis Seawolf são usados em outras embarcações que não as Tipo 22. Creio também que a diretora de tiro Marconi Type 910, também esteja em outras embarcações.
As 4 ( quatro ) fragatas saíram por US$ 170 milhões ou seja US$ 42,5 ( milhões ) por unidade.
Agora quanto ficaria este conserto ? Creio que se o valor for perto do que custa uma usada ( Tipo 22 - Lote 3 ), que se compre outra usada. Se o valor for bem menor ( e acho que é o caso ), que se compre peças usadas ou novas.
Se não tiver dinheiro agora espere mais 6 meses ou 1 ano para comprar as peças.
Pois não podemos perder uma fragata, deste nível por tão pouco.
sds,
se esses equipamentos não estiverem disponiveis na Dodsworth o que a Mb vai fazer ? vai comprar peças usadas na Royal Navy ? se não haver essas peças vai fazer um upgrading de um só navio?
Alex,
Existem navios parecidos ( Tipo 22 - Lote 1, 2 e 3 ) como estes no Chile ( 1 ), Romênia ( acho que 3 ), Inglaterra ( 2 ativa e 2 reserva ).
E parece que os mísseis Seawolf são usados em outras embarcações que não as Tipo 22. Creio também que a diretora de tiro Marconi Type 910, também esteja em outras embarcações.
As 4 ( quatro ) fragatas saíram por US$ 170 milhões ou seja US$ 42,5 ( milhões ) por unidade.
Agora quanto ficaria este conserto ? Creio que se o valor for perto do que custa uma usada ( Tipo 22 - Lote 3 ), que se compre outra usada. Se o valor for bem menor ( e acho que é o caso ), que se compre peças usadas ou novas.
Se não tiver dinheiro agora espere mais 6 meses ou 1 ano para comprar as peças.
Pois não podemos perder uma fragata, deste nível por tão pouco.
sds,
"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
- talharim
- Sênior
- Mensagens: 9831
- Registrado em: Sex Mai 07, 2004 11:40 pm
- Localização: Santos-SP
- Agradeceram: 212 vezes
Mas nao foram justamente os sistemas + caros da fragata que foram atingidos?
O conserto deve ficar na casa dos milhoes.............
Se a Argentina nao pagar o conserto,eu acho que a MB vai acabar aposentando antecipadamente a Dodsworth...........por falta de verbas para variar um pouco.....................
O conserto deve ficar na casa dos milhoes.............
Se a Argentina nao pagar o conserto,eu acho que a MB vai acabar aposentando antecipadamente a Dodsworth...........por falta de verbas para variar um pouco.....................