Uma critica ao projeto das corvetas Inhaúma
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Uma critica ao projeto das corvetas Inhaúma
O texto abaixo visa a discussão, antes de tudo desejo esclarecer que não trabalho de forma direta ou indireta para Marinha Brasileira, apenas gosto de navios de guerra, não trabalhando inclusive em nada ligado a área naval. E as minhas fontes são a observação e estudo de publicações comum a todos, livros, revistas e sites sobre assuntos navais.
O projeto das corvetas classe Inhaúma, visavam um navio destinado à missões de defesa aproximada e afastada do litoral e para promover a escolta de comboios de cabotagem ou transoceânicos, porém na minha opinião gerou um navio, desproporcional nas suas formas e dimensões e com erros de projeto que comprometeram todo o desempenho futuro.
Peço que observem fotos das corvetas e prestem atenção principalmente no casco. É bem visível que a proa da corveta Inhaúma é muito baixa, com uma amurada também baixa, em relação ao tamanho da estrutura principal da embarcação, maciça e alta. O contraste é evidente, principalmente quando se observa a proa e a popa. Outro ponto visível é a torre do canhão Vickers Mk.8 é desproporcionalmente grande em relação ao tamanho minúsculo da proa, logo a seguir vemos uma superestrutura alta, a qual se destaca de forma desproporcional ao casco Ou seja, temos uma fragata montada num casco de uma corveta.
O que isto ocasiona, um navio de condições marinheiras ruins, existem fotos das corvetas, em que a proa afunda no mar, ficando quase que submersa. Existem "histórias" a respeito da instabilidade, inerente ao projeto das corvetas classe Inhaúma. Porém a prova disto, pode ser obtida pela observação das fotos.
O mar brasileiro, não é sempre calmo, temos uma situação de oceano, muito diferente das encontradas no Mar Báltico, no Mar Vermelho, nós estamos de frente para um oceano aberto. Todos sabem que quando entra uma frente fria mais forte, o mar no litoral do Sudeste para baixo, fica violento, bravio. Imagine uma corveta instável, balançando como um cavalo bravo. A perfomace dos sensores e sistemas de armas também são degradados, inclusive a operação do helicóptero embarcado pode se tornar inviável, comprometendo o principal atributo do navio, ser uma arma de guerra.
Pelo seu formato alto, acredito que o eco de radar das Inhaúma também é maior, bem como a chaminé fica num nível alto o que também a torna mais visível em termos de radiação infra-vermelha.
O canhão de proa, também demonstra o que ocorreu no processo, pois existem inclusive gravuras da corveta, quando estava sendo projeta, armada com dois canhões Bofors de 57 mm, um na proa e outro na popa. Mas aí entrou a necessidade de substituir os contratorpedeiros, que tinha na sua maioria 06 bocas de fogo, com 5 polegadas de calibre (127mm) e a questão de fornecer fogo de apoio aos fuzileiros, no bombardeio costeiro, coisa que canhões leves não se prestam. Como já se usava os Vickers Mk 8 de 4.5 pol., nas fragatas, resolveram padronizar.
Isto até certo ponto não é um erro, pois se houve perdas na capacidade de defesa aérea, houve um ganho na capacidade guerra anti-superfície e bombardeio costeiro, no que diga se passagem o canhão saiu se muito bem na Guerra das Malvinas. Navios de projeto antigo de pequeno porte também utilizavam o Mk.8 como as corvetas de desenho Vosper Mk 5 ( fragata iraniana classe Saam) de 1290 toneladas, com (94,4 m x 10, 4 m x 3,4 m) a fragata desenho Vosper Mk 7 (fragata Líbia Dat Assawari) de 1625 toneladas ( 101,6 x 11,08 x 3,4 ). Outros exemplos a fragata Maku Rajakumarn possui dois Mk 8 (proa e popa) deslocando também 1900 tons. (97,5 m x 11m x 5,5m). Mesmo assim este canhão não é uma arma difundida mundialmente. Sendo que eu particularmente acho que uma corveta não se destina a missões de apoio de fogo.
Logicamente o ganho de peso com o uso de um reparo mais leve poderia ser aproveitado em outros sistemas. Vejamos um reparo Mk. 8 pesa 25.700 kg (sem munição) e um Oto Melara de 76 mm pesa 7.500 kg (sem munição), este reparo italiano está instalado inclusive no hidrofólio italiano Sparviero de apenas 62,5 toneladas e 22,9 m de comprimento. Isso dá uma sobra de 18.200 kg, na parte da proa.
O calibre faz diferença na quantidade de munição embarcada, o que no caso da Inhaúma deve ser pequeno devido ao peso e volume da munição de 4.5 polegadas muito maior que uma de 3 pol. Exemplo munição de 4.5 pol Anti-aérea 36,5 kg (projétil 20,86 kg) no caso a munição de 3 pol. 76 mm, completa pesa 12,5 kg (projétil 6,3 kg). Agora uma carga de 400 munições de 4.5 polegadas pesa 14.600 kg pelo mesmo peso podemos levar 1168 projéteis de 3 polegadas. Em termos de autonomia e logística, os ganhos são consideráveis..
Outros ponto criticáveis são os meios de defesa anti-aérea, pois a opção de basear a capacidade de defesa anti-aérea do navio em apenas dois canhões Bofors 40 mm L70 (cadencia de 300 tiros por min. – alcance de 4000 m para alvos aéreos, munição de fragmentação com espoleta de proximidade) deixou o navio vulnerável ao extremo, vejamos a seguinte hipótese do navio operando ser atacado por um helicóptero do tipo Lynx armado com mísseis Sea Skua, o alcance do míssil é de 15.000 m, guiado por um feixe de iluminação de onda contínua produzida pelo radar Seaspray, no nariz do helicóptero, que graças ao alcance do Sea Skua fica fora do alcance dos projéteis de 40 mm, podendo atirar sossegado os seus mísseis em salvas, seria possível os 40 mm destruírem os pequenos petardos de 22,2 cm de diametro, voando a Mach 0,9. E caso conseguisse sucesso poderia destruir em seqüência rápida dois, três ou até quatro Sea Skua, e se um só atingir a embarcação, então a condição de combate do navio poderia ser tão degradada que ele ficaria inútil. Infelizmente a nossa corveta quando atuando sozinha contra um Lynx é um verdadeiro pato, nadando tranqüilo na lagoa frente a um caçador com uma espingarda calibre .12 .
Neste ponto comparativamente as corvetas classe Descubierta com um lançador de mísseis de 08 tubos Raytheon Sea Sparrow ou a classe Esmeralda do Equador, com um lançador de 04 tubos do Aspide, podem atirar contra o helicóptero um míssil, que segue o mesmo processo de direção por iluminação. Uma vez destruído o helicóptero lançador o Sea Skua perde a direção, porque perde a fonte de iluminação radárica do alvo.
Infelizmente a Barroso, manteve uma só boca de 40 mm, para a sua defesa, pese ser uma arma mais moderna.
Na Guerra Anti-Submarino (ASW). A presença da capacidade de operar um helicóptero vetor de torpedos Mk 46, constitui-se um trunfo para as Inhaúma, pois permite que ela persiga teoricamente um submarino veloz de propulsão nuclear ou lance ataques a grandes distancia. No entanto partindo do principio que corvetas são navios destinados a operar em águas costeiras, portando rasas, estranho que a corveta dependa unicamente do torpedo Mk 46 como arma anti-submarino, seja lançada pelos reparos triplos Mk 32 ou pelo helicóptero, como é comumente escrito, o torpedo Mk 46 é uma arma com desempenho otimizado para águas profundas. Então creio que na hipótese de ter que combater um submarino em águas rasas a nossa corveta ficaria com problemas, que não ocorreriam se ela tivesse um sistema como o lançador Bofors de 375mm de foguetes ASW, uma arma excelente nas águas rasas, Estes lançadores podiam ser retirados das fragatas classe Niterói, visto estes navios já se destinarem a atuar em águas mais profundas.
Algumas pessoas podem questionar esta arma, como obsoleta, mas veja os casos de submarinos intrusos e não identificados, ocorridos na Argentina, Venezuela por exemplo, você dispara um torpedo e “bum” manda o submarino para o fundo, com o lança foguetes é possível disparar um tiro de advertência, lançando um foguete nas proximidades programado para explodir numa certa profundidade. O foguete de 375 mm, tem um alcance efetivo de 3100 metros e não perde eficácia inclusive quando numa tempestade, quando os torpedos perdem desempenho e o helicóptero não pode decolar. Para mim é uma espécie de baioneta do combate anti-submarino.
Faltou na Inhaúma um decoy anti-torpedo do tipo SLQ 25 Nixie, presente nas Descubierta, que também contam com o sistema Prairie/Masker de mascaramento.
Um ponto que não gosto são os mísseis anti-navio, primeiro acho que quatro é muito pouco, segundo não gosto da escolha do Exocet MM 40. Penso que deveríamos a muito ter um míssil nacional. Vale a pena lembrar da história de que a Marinha iria ficar “sócia” de Israel no desenvolvimento do Gabriel se a Avibrás, não tivesse entrado no jogo oferecendo o Barracuda. Mas não sendo o caso prefiro o Otomat, naquela época o Otomat Mk 1 já oferecia um alcance de 80 km com uma ogiva de por volta 210 kg, sendo 60 kg de explosivo. Pelo menos 06 mísseis Otomat, para a nossa corveta ser um navio de respeito.
Faltou também dois canhões de manejo manual, na nossa marinha chamados de metralhadoras, no calibre 20mm, ótimos para segurança no porto quando o navio está atracado, melhores ainda para uso no patrulhamento territorial, nas abordagens e para fazer parar barcos de pesca que não obedecem as ordens.
A também a questão da propulsão, optar por uma turbina a gás, ou uma propulsão totalmente diesel, qual a melhor opção. Pessoalmente gosto da propulsão, formada totalmente por motores diesel, acredito ser mais econômica, com maior garantia de nacionalização e menor dependência externa.
Bem esta aí a Barroso, um improved do projeto Inhaúma, com modificações na proa, na popa. O que eu gostaria de saber é o que vocês pensam das nossas corvetas, inclusive quando comparadas a outras como a classe espanhola Descubierta e as argentinas Meko 140.
O projeto das corvetas classe Inhaúma, visavam um navio destinado à missões de defesa aproximada e afastada do litoral e para promover a escolta de comboios de cabotagem ou transoceânicos, porém na minha opinião gerou um navio, desproporcional nas suas formas e dimensões e com erros de projeto que comprometeram todo o desempenho futuro.
Peço que observem fotos das corvetas e prestem atenção principalmente no casco. É bem visível que a proa da corveta Inhaúma é muito baixa, com uma amurada também baixa, em relação ao tamanho da estrutura principal da embarcação, maciça e alta. O contraste é evidente, principalmente quando se observa a proa e a popa. Outro ponto visível é a torre do canhão Vickers Mk.8 é desproporcionalmente grande em relação ao tamanho minúsculo da proa, logo a seguir vemos uma superestrutura alta, a qual se destaca de forma desproporcional ao casco Ou seja, temos uma fragata montada num casco de uma corveta.
O que isto ocasiona, um navio de condições marinheiras ruins, existem fotos das corvetas, em que a proa afunda no mar, ficando quase que submersa. Existem "histórias" a respeito da instabilidade, inerente ao projeto das corvetas classe Inhaúma. Porém a prova disto, pode ser obtida pela observação das fotos.
O mar brasileiro, não é sempre calmo, temos uma situação de oceano, muito diferente das encontradas no Mar Báltico, no Mar Vermelho, nós estamos de frente para um oceano aberto. Todos sabem que quando entra uma frente fria mais forte, o mar no litoral do Sudeste para baixo, fica violento, bravio. Imagine uma corveta instável, balançando como um cavalo bravo. A perfomace dos sensores e sistemas de armas também são degradados, inclusive a operação do helicóptero embarcado pode se tornar inviável, comprometendo o principal atributo do navio, ser uma arma de guerra.
Pelo seu formato alto, acredito que o eco de radar das Inhaúma também é maior, bem como a chaminé fica num nível alto o que também a torna mais visível em termos de radiação infra-vermelha.
O canhão de proa, também demonstra o que ocorreu no processo, pois existem inclusive gravuras da corveta, quando estava sendo projeta, armada com dois canhões Bofors de 57 mm, um na proa e outro na popa. Mas aí entrou a necessidade de substituir os contratorpedeiros, que tinha na sua maioria 06 bocas de fogo, com 5 polegadas de calibre (127mm) e a questão de fornecer fogo de apoio aos fuzileiros, no bombardeio costeiro, coisa que canhões leves não se prestam. Como já se usava os Vickers Mk 8 de 4.5 pol., nas fragatas, resolveram padronizar.
Isto até certo ponto não é um erro, pois se houve perdas na capacidade de defesa aérea, houve um ganho na capacidade guerra anti-superfície e bombardeio costeiro, no que diga se passagem o canhão saiu se muito bem na Guerra das Malvinas. Navios de projeto antigo de pequeno porte também utilizavam o Mk.8 como as corvetas de desenho Vosper Mk 5 ( fragata iraniana classe Saam) de 1290 toneladas, com (94,4 m x 10, 4 m x 3,4 m) a fragata desenho Vosper Mk 7 (fragata Líbia Dat Assawari) de 1625 toneladas ( 101,6 x 11,08 x 3,4 ). Outros exemplos a fragata Maku Rajakumarn possui dois Mk 8 (proa e popa) deslocando também 1900 tons. (97,5 m x 11m x 5,5m). Mesmo assim este canhão não é uma arma difundida mundialmente. Sendo que eu particularmente acho que uma corveta não se destina a missões de apoio de fogo.
Logicamente o ganho de peso com o uso de um reparo mais leve poderia ser aproveitado em outros sistemas. Vejamos um reparo Mk. 8 pesa 25.700 kg (sem munição) e um Oto Melara de 76 mm pesa 7.500 kg (sem munição), este reparo italiano está instalado inclusive no hidrofólio italiano Sparviero de apenas 62,5 toneladas e 22,9 m de comprimento. Isso dá uma sobra de 18.200 kg, na parte da proa.
O calibre faz diferença na quantidade de munição embarcada, o que no caso da Inhaúma deve ser pequeno devido ao peso e volume da munição de 4.5 polegadas muito maior que uma de 3 pol. Exemplo munição de 4.5 pol Anti-aérea 36,5 kg (projétil 20,86 kg) no caso a munição de 3 pol. 76 mm, completa pesa 12,5 kg (projétil 6,3 kg). Agora uma carga de 400 munições de 4.5 polegadas pesa 14.600 kg pelo mesmo peso podemos levar 1168 projéteis de 3 polegadas. Em termos de autonomia e logística, os ganhos são consideráveis..
Outros ponto criticáveis são os meios de defesa anti-aérea, pois a opção de basear a capacidade de defesa anti-aérea do navio em apenas dois canhões Bofors 40 mm L70 (cadencia de 300 tiros por min. – alcance de 4000 m para alvos aéreos, munição de fragmentação com espoleta de proximidade) deixou o navio vulnerável ao extremo, vejamos a seguinte hipótese do navio operando ser atacado por um helicóptero do tipo Lynx armado com mísseis Sea Skua, o alcance do míssil é de 15.000 m, guiado por um feixe de iluminação de onda contínua produzida pelo radar Seaspray, no nariz do helicóptero, que graças ao alcance do Sea Skua fica fora do alcance dos projéteis de 40 mm, podendo atirar sossegado os seus mísseis em salvas, seria possível os 40 mm destruírem os pequenos petardos de 22,2 cm de diametro, voando a Mach 0,9. E caso conseguisse sucesso poderia destruir em seqüência rápida dois, três ou até quatro Sea Skua, e se um só atingir a embarcação, então a condição de combate do navio poderia ser tão degradada que ele ficaria inútil. Infelizmente a nossa corveta quando atuando sozinha contra um Lynx é um verdadeiro pato, nadando tranqüilo na lagoa frente a um caçador com uma espingarda calibre .12 .
Neste ponto comparativamente as corvetas classe Descubierta com um lançador de mísseis de 08 tubos Raytheon Sea Sparrow ou a classe Esmeralda do Equador, com um lançador de 04 tubos do Aspide, podem atirar contra o helicóptero um míssil, que segue o mesmo processo de direção por iluminação. Uma vez destruído o helicóptero lançador o Sea Skua perde a direção, porque perde a fonte de iluminação radárica do alvo.
Infelizmente a Barroso, manteve uma só boca de 40 mm, para a sua defesa, pese ser uma arma mais moderna.
Na Guerra Anti-Submarino (ASW). A presença da capacidade de operar um helicóptero vetor de torpedos Mk 46, constitui-se um trunfo para as Inhaúma, pois permite que ela persiga teoricamente um submarino veloz de propulsão nuclear ou lance ataques a grandes distancia. No entanto partindo do principio que corvetas são navios destinados a operar em águas costeiras, portando rasas, estranho que a corveta dependa unicamente do torpedo Mk 46 como arma anti-submarino, seja lançada pelos reparos triplos Mk 32 ou pelo helicóptero, como é comumente escrito, o torpedo Mk 46 é uma arma com desempenho otimizado para águas profundas. Então creio que na hipótese de ter que combater um submarino em águas rasas a nossa corveta ficaria com problemas, que não ocorreriam se ela tivesse um sistema como o lançador Bofors de 375mm de foguetes ASW, uma arma excelente nas águas rasas, Estes lançadores podiam ser retirados das fragatas classe Niterói, visto estes navios já se destinarem a atuar em águas mais profundas.
Algumas pessoas podem questionar esta arma, como obsoleta, mas veja os casos de submarinos intrusos e não identificados, ocorridos na Argentina, Venezuela por exemplo, você dispara um torpedo e “bum” manda o submarino para o fundo, com o lança foguetes é possível disparar um tiro de advertência, lançando um foguete nas proximidades programado para explodir numa certa profundidade. O foguete de 375 mm, tem um alcance efetivo de 3100 metros e não perde eficácia inclusive quando numa tempestade, quando os torpedos perdem desempenho e o helicóptero não pode decolar. Para mim é uma espécie de baioneta do combate anti-submarino.
Faltou na Inhaúma um decoy anti-torpedo do tipo SLQ 25 Nixie, presente nas Descubierta, que também contam com o sistema Prairie/Masker de mascaramento.
Um ponto que não gosto são os mísseis anti-navio, primeiro acho que quatro é muito pouco, segundo não gosto da escolha do Exocet MM 40. Penso que deveríamos a muito ter um míssil nacional. Vale a pena lembrar da história de que a Marinha iria ficar “sócia” de Israel no desenvolvimento do Gabriel se a Avibrás, não tivesse entrado no jogo oferecendo o Barracuda. Mas não sendo o caso prefiro o Otomat, naquela época o Otomat Mk 1 já oferecia um alcance de 80 km com uma ogiva de por volta 210 kg, sendo 60 kg de explosivo. Pelo menos 06 mísseis Otomat, para a nossa corveta ser um navio de respeito.
Faltou também dois canhões de manejo manual, na nossa marinha chamados de metralhadoras, no calibre 20mm, ótimos para segurança no porto quando o navio está atracado, melhores ainda para uso no patrulhamento territorial, nas abordagens e para fazer parar barcos de pesca que não obedecem as ordens.
A também a questão da propulsão, optar por uma turbina a gás, ou uma propulsão totalmente diesel, qual a melhor opção. Pessoalmente gosto da propulsão, formada totalmente por motores diesel, acredito ser mais econômica, com maior garantia de nacionalização e menor dependência externa.
Bem esta aí a Barroso, um improved do projeto Inhaúma, com modificações na proa, na popa. O que eu gostaria de saber é o que vocês pensam das nossas corvetas, inclusive quando comparadas a outras como a classe espanhola Descubierta e as argentinas Meko 140.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
- Lauro Melo
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JL,
Tudo bem ? Muitas de suas dúvidas podem ser resolvidas no tópico abaixo :
http://defesabrasil.com/forum/viewtopic ... 49&start=0
Onde nossos amigos explicam bem algumas questões. Sobre a comparação : classe espanhola Descubierta, as argentinas Meko 140 e as nossas corvetas.
Creio que as classe Inhaúma são melhores que as Meko 140 Argentinas.
Mas quem pode responder a estas questões de forma brilhante é nosso Amigo Fábio ( FOX ), que anda meio sumido.
Valeu,
Tudo bem ? Muitas de suas dúvidas podem ser resolvidas no tópico abaixo :
http://defesabrasil.com/forum/viewtopic ... 49&start=0
Onde nossos amigos explicam bem algumas questões. Sobre a comparação : classe espanhola Descubierta, as argentinas Meko 140 e as nossas corvetas.
Creio que as classe Inhaúma são melhores que as Meko 140 Argentinas.
Mas quem pode responder a estas questões de forma brilhante é nosso Amigo Fábio ( FOX ), que anda meio sumido.
Valeu,
"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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- VICTOR
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Salve JL, interessante post o seu.
Realmente, as Inhaúmas têm problemas sérios de equilíbrio em mar alto, a julgar pela quantidade de relatos desse tipo.
São vasos bem maiores do que uma corveta tradicional, em termos de deslocamento, sendo mais uma fragata leve. Não que isso seja ruim - plataformas como as A200 da África do Sul têm deslocamento ao redor 2000t, e são usadas em funçoes semelhantes às Inhaúmas - ou seja, patrulha, com capaidade limitada de combate "total". Isso ocorre também em outras marinhas - parece ter havido alguma conclusão geral de que as corvetas menores de 1000t não têm custo benefício adequado, preferindo-se vasos maiores, que têm maior versatilidade e autonomia.
Agora, enquanto o conceito é interessante por um lado, sua execução não parece ter sido muito boa, na prática. Coisa que seria resolvida com projetos subseqüentes, mas é uma pena que o projeto da Barroso tenha demorado tanto - com certeza, hoje já se estaria pensando na próxima geração após a Barroso, caso o programa seguisse o cronograma. E seria um vaso ainda mais equilibrado, e assim por diante. Vivendo e aprendendo... garanto que os EUA não inventaram um Ticonderoga do nada, e sim chegaram paulatinamente ao design ideal, geração após geração.
abraço,
Realmente, as Inhaúmas têm problemas sérios de equilíbrio em mar alto, a julgar pela quantidade de relatos desse tipo.
São vasos bem maiores do que uma corveta tradicional, em termos de deslocamento, sendo mais uma fragata leve. Não que isso seja ruim - plataformas como as A200 da África do Sul têm deslocamento ao redor 2000t, e são usadas em funçoes semelhantes às Inhaúmas - ou seja, patrulha, com capaidade limitada de combate "total". Isso ocorre também em outras marinhas - parece ter havido alguma conclusão geral de que as corvetas menores de 1000t não têm custo benefício adequado, preferindo-se vasos maiores, que têm maior versatilidade e autonomia.
Agora, enquanto o conceito é interessante por um lado, sua execução não parece ter sido muito boa, na prática. Coisa que seria resolvida com projetos subseqüentes, mas é uma pena que o projeto da Barroso tenha demorado tanto - com certeza, hoje já se estaria pensando na próxima geração após a Barroso, caso o programa seguisse o cronograma. E seria um vaso ainda mais equilibrado, e assim por diante. Vivendo e aprendendo... garanto que os EUA não inventaram um Ticonderoga do nada, e sim chegaram paulatinamente ao design ideal, geração após geração.
abraço,
- Vinicius Pimenta
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Foi o primeiro projeto do tipo no Brasil. Como na vida, você aprende com seus erros. A MB sabe muito bem os pontos positivos e os negativos das Inhaúmas e procurou ao máximo solucioná-los na Barroso. Você só começa a fazer algo de bom com a prática. Na sua primeira tentativa você dificilmente vai conseguir algo fora de série. As Inhaúma foram parte importante para a capacitação do país em projeto de navios de combate. Os ensinamentos (bons e ruins) foram colhidos. Estão sendo usados não apenas na Barroso mas também em outros projetos de navios brasileiros.
O pensamento de que é dinheiro jogado fora, ao meu ver é um erro. Pensar assim é pensar que o MAA-1, as Inhaúma, o AMX foram dinheiro jogado fora quando na verdade são o ponto de partida para o desenvolvimento de novos sistemas no país. Não adianta pensar assim só porque há outros países com coisas melhores. É claro que há. Mas deve-se levar em consideração que esses países não chegaram a esse ponto por acaso. Eles investiram ao longo do tempo em pesquisa e desenvolvimento e agora têm os resultados. Nosso país sempre negligenciou essa área.
Seria, portanto, de se aplaudir - e não criticar, muitas vezes sem realmente parar para pensar - a MB e a sua tentativa de conseguir uma autonomia no projeto de seus navios. Ou então, talvez se ache ser mais interessante continuarmos dependentes de vetores de segunda mão, já expurgados dos seus primeiros operadores como fizemos até hoje e que continuaremos fazendo, a menos que essa mentalidade mude e possamos desenvolver nós próprios navios para, quem sabe um dia, sermos capazes de projetar e construir equipamentos excepcionais.
Sonho? Pode ser. Com um pensamento pequeno, não passará disso mesmo. Agora, com trabalho e iniciativas como a da MB, pode ser possível.
O pensamento de que é dinheiro jogado fora, ao meu ver é um erro. Pensar assim é pensar que o MAA-1, as Inhaúma, o AMX foram dinheiro jogado fora quando na verdade são o ponto de partida para o desenvolvimento de novos sistemas no país. Não adianta pensar assim só porque há outros países com coisas melhores. É claro que há. Mas deve-se levar em consideração que esses países não chegaram a esse ponto por acaso. Eles investiram ao longo do tempo em pesquisa e desenvolvimento e agora têm os resultados. Nosso país sempre negligenciou essa área.
Seria, portanto, de se aplaudir - e não criticar, muitas vezes sem realmente parar para pensar - a MB e a sua tentativa de conseguir uma autonomia no projeto de seus navios. Ou então, talvez se ache ser mais interessante continuarmos dependentes de vetores de segunda mão, já expurgados dos seus primeiros operadores como fizemos até hoje e que continuaremos fazendo, a menos que essa mentalidade mude e possamos desenvolver nós próprios navios para, quem sabe um dia, sermos capazes de projetar e construir equipamentos excepcionais.
Sonho? Pode ser. Com um pensamento pequeno, não passará disso mesmo. Agora, com trabalho e iniciativas como a da MB, pode ser possível.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- alex
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Esqueci, foi um desperdicio de tempo também.
Para ter as Inhaumas a Mb cancelou um projeto de patrulheiros de 700 toneladas o que nos faz ter hoje um mix de navios como a Imperial Marinheiro (que deveria ter sido desativada há muito tempo) e classe River o que deve causar um belo gasto, ou seja não temos uma guarda costeira padronizada.
Ou a MB poderia ter criado uma classe Niteroi aperfeiçoada ,mesmo que tivesse que ser em menor quantidade, seriam navios melhores que as subfragatas Inhaumas.
Mas não podemos esquecer que nos anos 80 construir corvetas era fashion....
pena que eu sou um dos contribuintes deste Brasil e não fico muito feliz com o mau uso do meu dinheiro (proporcionalmente é claro) usado nestes "barcos "..quem sabe não dá para por um canhão de 76 mm no bicho tirar uns equipamentos e usa-lo para patrulha maritima?
Para ter as Inhaumas a Mb cancelou um projeto de patrulheiros de 700 toneladas o que nos faz ter hoje um mix de navios como a Imperial Marinheiro (que deveria ter sido desativada há muito tempo) e classe River o que deve causar um belo gasto, ou seja não temos uma guarda costeira padronizada.
Ou a MB poderia ter criado uma classe Niteroi aperfeiçoada ,mesmo que tivesse que ser em menor quantidade, seriam navios melhores que as subfragatas Inhaumas.
Mas não podemos esquecer que nos anos 80 construir corvetas era fashion....
pena que eu sou um dos contribuintes deste Brasil e não fico muito feliz com o mau uso do meu dinheiro (proporcionalmente é claro) usado nestes "barcos "..quem sabe não dá para por um canhão de 76 mm no bicho tirar uns equipamentos e usa-lo para patrulha maritima?
- Rui Elias Maltez
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A propósito de navios patrulha, com alguma capacidade oceânica, Portugal tem em curso a construção de um conjunto de 12 "patrulhões" que substituirão as actuais corvetas das classes João Coutinho e Baptista de Andrade.
Parece que a Argentina se mostrou interessada no projecto dos nossos "patrulhões" (NPO's), e poderá adquirir os direitos para que nos seus estaleiros contrua um conjunto de navios semelhantes.
O projecto não é especialmente inovador, e é mesmo muito inspirado em certos navios da Guarda Costeira dos EUA.
Mas só quando estiverem na água, e forem submtidos a provas é que poderemos tirar conclusões.
Errar, todos eram.
Mas se as Inhauma não forem suficientemente boas, não deseperem, que más também não me parece que sejam, pelo menos do ponto de vista estrutural.
Parece que a Argentina se mostrou interessada no projecto dos nossos "patrulhões" (NPO's), e poderá adquirir os direitos para que nos seus estaleiros contrua um conjunto de navios semelhantes.
O projecto não é especialmente inovador, e é mesmo muito inspirado em certos navios da Guarda Costeira dos EUA.
Mas só quando estiverem na água, e forem submtidos a provas é que poderemos tirar conclusões.
Errar, todos eram.
Mas se as Inhauma não forem suficientemente boas, não deseperem, que más também não me parece que sejam, pelo menos do ponto de vista estrutural.
Blz JL,
Concordo em quase tudo com a sua opinião! Agora, se me permite gostaria de fazer alguns comentários.
Muita gente associa o fato da falta de estabilidade ao projeto Corveta, mais isso poderia acontecer também com uma fragata, destróier e até mesmo em um NAe. Portanto, se a MB tivesse optado por construir uma classe de fragatas (peso superior a 3.000 ton) no lugar da Inhaúma, quem poderia garantir que essa classe também não sofreria com o mesmo mal!?
Sobre o canhão eu também concordo! Na minha opinião a melhor opção seria um injetor de 57 mm, e as diferença seriam ainda maior se comparado ao Mk 8. Sem contar que a Inhaúma ganharia ainda uma 3° opção de injetor antiaéreo. Essa diferença de peso poderia quem sabe ser convertido em um novo armamento (talvez SAM ou foguete ASW) e até mesmo em melhorias nos valores de CG, que está relacionado ao peso do corpo (embarcação no caso), empuxo (E) e centro de carena (CC), e esse valores são os responsáveis pelo equilíbrio do corpo, tornando o vetor estável, instável ou até mesmo indiferente.
A falta de mísseis de defesa antiaérea, na minha opinião foi o grande pecado da MB! Se fosse possível a adição de SAM na Inhaúma (na minha opinião com algumas modificações seria possível, porem hoje está longe de ser uma prioridade), eu optaria por um sistema que tivesse lançador selado (pelo menos 8 mísseis), podendo assim ser instalado até mesmo na proa, independentemente de inundação ou não. Uma boa opção seria o Umkhonto-IR, e no futuro a MB poderia contar com esse míssil para defesa de ponto (corvetas), juntamente com o Aster 15 para defesa de aérea curta (fragatas ASW e NAe) e Aster 30 para defesa de aérea (AAW). Na verdade seriam dois modelos de mísseis diferentes, pois existe pouca diferença entre o Aster 15 e 30 (basicamente o motor).
Essa parte eu não concordo! Os motores a diesel são úteis nas condições de aceleração máxima para atingir alta velocidade, porem tem um consumo maior se comparado ao a gás, que por sua vez não possui bom desempenho em aceleração, tendo à função de manter a velocidade constante. Algumas vantagens do gás seriam um menor peso por metro cúbico, menor assinatura térmica e visual (fumaça). Então na minha opinião a MB fez uma boa opção pelo sistema CODOG (com 2 motores a diesel e 1 gás).
Na minha opinião, a MB deveria manter em seu inventaria de 4 a 8 corvetas nos moldes da Barroso (com SAM) ou Lekiu (Malásia), e a função primaria seria a defesa costeira.
Kapal DiRaja Jebat (classe Lekiu)
Falou!!!
Concordo em quase tudo com a sua opinião! Agora, se me permite gostaria de fazer alguns comentários.
Muita gente associa o fato da falta de estabilidade ao projeto Corveta, mais isso poderia acontecer também com uma fragata, destróier e até mesmo em um NAe. Portanto, se a MB tivesse optado por construir uma classe de fragatas (peso superior a 3.000 ton) no lugar da Inhaúma, quem poderia garantir que essa classe também não sofreria com o mesmo mal!?
Sobre o canhão eu também concordo! Na minha opinião a melhor opção seria um injetor de 57 mm, e as diferença seriam ainda maior se comparado ao Mk 8. Sem contar que a Inhaúma ganharia ainda uma 3° opção de injetor antiaéreo. Essa diferença de peso poderia quem sabe ser convertido em um novo armamento (talvez SAM ou foguete ASW) e até mesmo em melhorias nos valores de CG, que está relacionado ao peso do corpo (embarcação no caso), empuxo (E) e centro de carena (CC), e esse valores são os responsáveis pelo equilíbrio do corpo, tornando o vetor estável, instável ou até mesmo indiferente.
A falta de mísseis de defesa antiaérea, na minha opinião foi o grande pecado da MB! Se fosse possível a adição de SAM na Inhaúma (na minha opinião com algumas modificações seria possível, porem hoje está longe de ser uma prioridade), eu optaria por um sistema que tivesse lançador selado (pelo menos 8 mísseis), podendo assim ser instalado até mesmo na proa, independentemente de inundação ou não. Uma boa opção seria o Umkhonto-IR, e no futuro a MB poderia contar com esse míssil para defesa de ponto (corvetas), juntamente com o Aster 15 para defesa de aérea curta (fragatas ASW e NAe) e Aster 30 para defesa de aérea (AAW). Na verdade seriam dois modelos de mísseis diferentes, pois existe pouca diferença entre o Aster 15 e 30 (basicamente o motor).
A também a questão da propulsão, optar por uma turbina a gás, ou uma propulsão totalmente diesel, qual a melhor opção. Pessoalmente gosto da propulsão, formada totalmente por motores diesel, acredito ser mais econômica, com maior garantia de nacionalização e menor dependência externa.
Essa parte eu não concordo! Os motores a diesel são úteis nas condições de aceleração máxima para atingir alta velocidade, porem tem um consumo maior se comparado ao a gás, que por sua vez não possui bom desempenho em aceleração, tendo à função de manter a velocidade constante. Algumas vantagens do gás seriam um menor peso por metro cúbico, menor assinatura térmica e visual (fumaça). Então na minha opinião a MB fez uma boa opção pelo sistema CODOG (com 2 motores a diesel e 1 gás).
Bem esta aí a Barroso, um improved do projeto Inhaúma, com modificações na proa, na popa. O que eu gostaria de saber é o que vocês pensam das nossas corvetas, inclusive quando comparadas a outras como a classe espanhola Descubierta e as argentinas Meko 140.
Na minha opinião, a MB deveria manter em seu inventaria de 4 a 8 corvetas nos moldes da Barroso (com SAM) ou Lekiu (Malásia), e a função primaria seria a defesa costeira.
Kapal DiRaja Jebat (classe Lekiu)
Falou!!!
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Guilherme de Almeida
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Vinicius Pimenta escreveu:Foi o primeiro projeto do tipo no Brasil. Como na vida, você aprende com seus erros. A MB sabe muito bem os pontos positivos e os negativos das Inhaúmas e procurou ao máximo solucioná-los na Barroso. Você só começa a fazer algo de bom com a prática. Na sua primeira tentativa você dificilmente vai conseguir algo fora de série. As Inhaúma foram parte importante para a capacitação do país em projeto de navios de combate. Os ensinamentos (bons e ruins) foram colhidos. Estão sendo usados não apenas na Barroso mas também em outros projetos de navios brasileiros.
O pensamento de que é dinheiro jogado fora, ao meu ver é um erro. Pensar assim é pensar que o MAA-1, as Inhaúma, o AMX foram dinheiro jogado fora quando na verdade são o ponto de partida para o desenvolvimento de novos sistemas no país. Não adianta pensar assim só porque há outros países com coisas melhores. É claro que há. Mas deve-se levar em consideração que esses países não chegaram a esse ponto por acaso. Eles investiram ao longo do tempo em pesquisa e desenvolvimento e agora têm os resultados. Nosso país sempre negligenciou essa área.
Seria, portanto, de se aplaudir - e não criticar, muitas vezes sem realmente parar para pensar - a MB e a sua tentativa de conseguir uma autonomia no projeto de seus navios. Ou então, talvez se ache ser mais interessante continuarmos dependentes de vetores de segunda mão, já expurgados dos seus primeiros operadores como fizemos até hoje e que continuaremos fazendo, a menos que essa mentalidade mude e possamos desenvolver nós próprios navios para, quem sabe um dia, sermos capazes de projetar e construir equipamentos excepcionais.
Sonho? Pode ser. Com um pensamento pequeno, não passará disso mesmo. Agora, com trabalho e iniciativas como a da MB, pode ser possível.
Concordo plenamente! Acho que algumas pessoas se esquecem que até para o ModFrag a classe Inhaúma teve a sua parcela de importância no desenvolvimento de boa parte dos sistemas nacional de guerra eletrônica. Ou seja, se esse projeto não serviu para nada, eu não sei então o que seria útil! Acho que a aquisição de mais algumas fragatas Garcia ou Leander na época, seria uma boa opção para a MB!?
Falou!!!
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Fox escreveu:Lauro, estou sumido por culpa das benditas provas de fim de ano!
Fala Fabio,
Certamente se mandar bem nas provas, igual vc manda aqui nas forças navais, vai ser 10 em todas matérias. No mais; boa sorte e que tudo de certo.
Valeu,
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TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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Aproveitando o ensejo da discussão sobre a Inhaúma, queria ampliar o tema, eu possuo uma edição antiga da revista Segurança e Defesa, nº 03,janeiro/fevereiro de 1985, comprada na época, em que na pagina 24, tem uma entrevista com o Almirante Maximiano E.S.Fonseca, feita por Mario Roberto Vaz Carneiro e Carlos Roberto Vieira da Silveira, em 09 de janeiro de 1985. Ou seja quase há 20 anos atrás.
É uma entrevista longa e muito interessante. Nela o Almirante cita algumas coisas interessantes
1) os israelenses propuseram sociedade no míssil Barak pela quantia de US$ 10 milhões.
2)Precisamos de minas já. A Marconi inglesa propos a fabricação no Brasil da Stonefish... Houve outra idéia, a da firma italiana Mizar, que propos a fabricação no Brasil em duas modalidades diferentes; optamos pela que a Marinha entraria com US$ 2 milhões, correspondente a um certo numero de minas e firmas brasileiras associadas fabricariam os artefatos.
3)Para mim a melhor solução teria sido o torpedo italiano Whitehead-Motofides, que seria fabricado aqui. Entretanto, eles demoraram a apresentar um proposta e os ingleses tinham facilidade em nos conseguir o financiamento; assim acabamos comprando o Tigerfish.
4) Para mim o melhor míssil era o Gabriel III, de Israel.... A vantagem principal é que Israel transferiria toda a tecnologia para nós. Entretanto, razões de ordem política e economica ditaram a aquisição do MM40.
Caramba, em resumo poderiamos hoje ter um torpedo nacional, uma mina de fundo nacional, um míssil anti-aéreo nacional e um míssil anti-navio nacional. E não desenvolvemos nada em termos de armamento naval, além de uma mina de contato e um lançador de chaffs.
É uma entrevista longa e muito interessante. Nela o Almirante cita algumas coisas interessantes
1) os israelenses propuseram sociedade no míssil Barak pela quantia de US$ 10 milhões.
2)Precisamos de minas já. A Marconi inglesa propos a fabricação no Brasil da Stonefish... Houve outra idéia, a da firma italiana Mizar, que propos a fabricação no Brasil em duas modalidades diferentes; optamos pela que a Marinha entraria com US$ 2 milhões, correspondente a um certo numero de minas e firmas brasileiras associadas fabricariam os artefatos.
3)Para mim a melhor solução teria sido o torpedo italiano Whitehead-Motofides, que seria fabricado aqui. Entretanto, eles demoraram a apresentar um proposta e os ingleses tinham facilidade em nos conseguir o financiamento; assim acabamos comprando o Tigerfish.
4) Para mim o melhor míssil era o Gabriel III, de Israel.... A vantagem principal é que Israel transferiria toda a tecnologia para nós. Entretanto, razões de ordem política e economica ditaram a aquisição do MM40.
Caramba, em resumo poderiamos hoje ter um torpedo nacional, uma mina de fundo nacional, um míssil anti-aéreo nacional e um míssil anti-navio nacional. E não desenvolvemos nada em termos de armamento naval, além de uma mina de contato e um lançador de chaffs.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
- Lauro Melo
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Blz JL,
Na minha opinião a MB teve diversos erros nas ultimas décadas. Mas também teve inúmeros acertos. Num balanço geral até teve mais acertos do que erros.
E vamos ser sinceros com a MB, ela foi a força que mais de atualizou e a que esta mais avançada entre nossas forças e mesmo entre vários países do mundo ( vide construção de submarinos e navios ).
O projeto das Fragatas classe Niterói é notável. Com bom índice de nacionalização.
Temos um ótima base aeronaval.
Temos bons helicópteros. ( Lynx, Super-Puma etc )
Bons navios patrulha.
Bons submarinos. – Com bom índice de nacionalização.
Nossas corvetas, apesar dos erros, fórum o único projeto nacional de um pais latino Americano.
Em termo de mísseis apesar de não termos projetos nacionais, também não estamos tão defasados, já que nossas fragatas tem mísseis de certa forma atuais.
Acho que erros existiram, mas a MB mais acertou do que errou.
sds,
Na minha opinião a MB teve diversos erros nas ultimas décadas. Mas também teve inúmeros acertos. Num balanço geral até teve mais acertos do que erros.
E vamos ser sinceros com a MB, ela foi a força que mais de atualizou e a que esta mais avançada entre nossas forças e mesmo entre vários países do mundo ( vide construção de submarinos e navios ).
O projeto das Fragatas classe Niterói é notável. Com bom índice de nacionalização.
Temos um ótima base aeronaval.
Temos bons helicópteros. ( Lynx, Super-Puma etc )
Bons navios patrulha.
Bons submarinos. – Com bom índice de nacionalização.
Nossas corvetas, apesar dos erros, fórum o único projeto nacional de um pais latino Americano.
Em termo de mísseis apesar de não termos projetos nacionais, também não estamos tão defasados, já que nossas fragatas tem mísseis de certa forma atuais.
Acho que erros existiram, mas a MB mais acertou do que errou.
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TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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- FinkenHeinle
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Rui Elias Maltez escreveu:Errar, todos eram.
Principalmente em sua primeira tentativa!
Mas, acho que o mais importante é aprender com os erros, e espero que a MB tenha feito isso.
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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