TROCA DE COMANDO
Comando da Marinha pede mais recursos
O discurso de posse do almirante Julio Soares de Moura Neto, que assumiu ontem o comando da MARINHA, foi marcado por críticas ao desaparelhamento e ao baixo orçamento da instituição. O almirante destacou que houve uma recuperação a partir de 2004, mas considera que ainda falta muito para que o Brasil tenha uma MARINHA corretamente equipada.
"Em que pese a gradual recuperação do patamar desde 2004, verifica-se que, pelo menos nos últimos dez anos, o nosso orçamento tem ficado aquém do que é preciso", afirmou. Moura Neto alertou que, caso seja mantida essa tendência, em médio prazo, a situação do poder naval se tornará crítica.
Como agravante, o almirante afirmou que a maior parte dos recursos provenientes da geração de royalties do petróleo não vem sendo repassada a MARINHA, como determina a lei.
PASSAGEM DE COMANDO DA MARINHA
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Valor Econômico 2/3/2007
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Tribuna da Imprensa-RJ 2/3/2007
Paisano, depois de mandar este artigo é que vi que você já o tinha publicado.
Desculpe pela duplicidade.
Marinha critica contingenciamento de royalties
BRASÍLIA - O novo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, assumiu ontem o cargo criticando o contingenciamento pela equipe econômica dos recursos referentes ao royalties (importância cobrada pelo proprietário de processo de produção) de petróleo que pertencem à Força.
Moura Neto advertiu que a Marinha vem "perdendo a sua capacidade operacional" porque não tem recebido a totalidade das verbas dos royalties para se reequipar e que, "caso esta tendência seja mantida", a situação da Força, que classificou como "insustentável", poderá ficar "crítica".
Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi advertido da precariedade da Força e mostrou-se "sensível" ao pleito. Os royalties do petróleo contingenciados pela área econômica somam R$ 2,6 bilhões. Além da crise na Aeronáutica, Lula agora tem mais um foco de preocupação.
A demonstração da insatisfação da Marinha ficou clara não só no discurso do novo comandante, como também na fala de despedida do ex-comandante, almirante Roberto Guimarães de Carvalho, que foi ainda mais incisivo nas queixas, falando também de salários e orçamento.
"A Marinha que estou passando à Vossa Excelência não é a que eu gostaria de passar, mas é a que foi possível manter. Que os ventos lhe sejam mais favoráveis e o estado do mar, mais tranqüilo", afirmou Carvalho, que informou à tropa ainda que, em todas as oportunidades que teve, avisou das necessidades do reequipamento da força aos ministros que passaram pelo cargo e ao presidente, acentuando que, na mensagem, em dezembro, o petista prometeu o aporte de recursos necessários para o programa de reaparelhamento, que ainda não foram liberados.
"Mas é preciso que as esperanças se transformem em realidade", disse o ex-comandante da Marinha, que reclamou também do salário dos militares. Segundo Carvalho, apesar de reajustes concedidos acima da inflação, eles não recuperaram as perdas acumuladas. De acordo com ele, hoje, "os militares são os que têm a menor remuneração média, quando comparados aos integrantes de várias outras carreiras do Estado, o que necessita ser progressivamente corrigido".
Os discursos de Carvalho e de Moura Neto foram muito aplaudidos pelos militares e objetos de comentário no coquetel de confraternização. Os oficiais cumprimentavam os comandantes. O ministro da Defesa, Waldir Pires, que ouviu, atentamente, as duas falas, primeiro, no pronunciamento à tropa, declarou: "Seremos companheiros destas aspirações". Depois, ao lado do novo comandante da Marinha, disse: "Serei uma voz dentro do governo favorável à liberação dos recursos. Sou favorável a que nós tenhamos os royalties para podermos fortalecer a proteção do Atlântico Sul."
De acordo com Moura Neto, basta a liberação destes recursos dos R$ 2,6 bilhões dos royalties, que são, por direito, da Marinha, para que o plano de reequipamento da Força saia do papel. "Se nós não revertemos este quadro, os meios irão se degradar porque os orçamentos têm sido sempre aquém do necessário e não se consegue, então, repor os equipamentos", afirmou o novo comandante, que traçou como prioridade da gestão a implementação do Plano de Reaparelhamento da Marinha, estimado em R$ 5 bilhões, ao longo de dez anos.
"O Brasil requer uma Marinha corretamente dimensionada e equipada e apta a cumprir, efetivamente, o seu dever, como e quando for demandado pela vontade nacional. Para tal, é necessário alocar recursos e meios indispensáveis para que possa atuar na vigilância e na proteção dos nossos vastos interesses e soberania", declarou, no discurso, acentuando que, "infelizmente, não é o que vem ocorrendo".
Mesmo reconhecendo que, a partir de 2004, a Marinha recebeu um pouco mais, Moura Neto avisa que "o orçamento tem ficado aquém do que é preciso, impossibilitando a disponibilização de valores suficientes ao funcionamento, preparo e aparelhamento, acarretando a perda da nossa capacidade operacional".
O comandante prosseguiu: "Em médio prazo, caso seja mantida essa tendência, a situação tornar-se-á crítica, provocando o esgotamento da vida útil de numerosos meios, com a sua conseqüente baixa." Moura Neto reiterou ainda que, para reverter essa "insustentável situação", é "imprescindível a implementação do programa de reaparelhamento da Marinha", com a liberação do dinheiro dos royalties.
Paisano, depois de mandar este artigo é que vi que você já o tinha publicado.
Desculpe pela duplicidade.
Editado pela última vez por Marino em Sex Mar 02, 2007 4:26 pm, em um total de 1 vez.
- Marino
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Site Último Segundo 1/3/2007
Comandante da Marinha critica governo ao assumir cargo
20:00
O novo comandante da Marinha, o almirante Julio Soares de Moura Neto, criticou hoje o governo federal pelo contingenciamento dos recursos referentes ao royalties de petróleo que pertencem à Força, durante a cerimônia em que tomou posse do cargo. O almirante advertiu que a Marinha vem "perdendo a sua capacidade operacional" porque não tem recebido a totalidade dos recursos dos royalties para se reequipar e, "caso esta tendência seja mantida", a situação da Força, que classificou como "insustentável" poderá ficar "crítica".
Segundo o almirante, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi advertido da precariedade da Força e se mostrou "sensível" ao pleito. Os royalties do petróleo contingenciados pela área econômica somam R$ 2,6 bilhões.
Além da crise na Aeronáutica, o presidente Lula agora tem mais um foco de preocupação. A demonstração da insatisfação da Marinha ficou clara não só no discurso do novo comandante, como também na fala de despedida do almirante Roberto Guimarães de Carvalho, que foi ainda mais incisivo em suas queixas, falando também de salários e orçamento. "A Marinha que estou passado à Vossa Excelência não é a que eu gostaria de passar, mas é a que foi possível manter. Que os ventos lhe sejam mais favoráveis e o estado do mar, mais tranqüilo", desabafou Carvalho, que informou à tropa ainda que, em todas as oportunidades que teve, avisou das necessidades do reequipamento da força aos ministros que passaram pelo cargo e ao presidente, acentuando que, em sua mensagem em dezembro, Lula prometeu o aporte de recursos necessários para o programa de reaparelhamento, que ainda não foram liberados.
Salários
"Mas é preciso que as esperanças se transformem em realidade", disse o ex-comandante, que aproveitou para reclamar também do salário dos militares. Segundo ele, apesar de reajustes concedidos acima da inflação, eles não recuperaram as perdas acumuladas, salientando que, hoje, "os militares são os que têm a menor remuneração média, quando comparados aos integrantes de várias outras carreiras do Estado, o que necessita ser progressivamente corrigido".
O discurso de ambos foi muito aplaudido pelos militares presentes e objeto de comentário no coquetel de confraternização. O ministro da Defesa, Waldir Pires, que ouviu atentamente os dois discursos, primeiro, em sua fala à tropa, declarou: "seremos companheiros destas aspirações". Depois, em entrevista à imprensa, ao lado do novo comandante da Marinha, disse: "serei uma voz dentro do governo favorável à liberação dos recursos. Sou favorável a que nós tenhamos os royalties para podermos fortalecer a proteção do Atlântico Sul".
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Marino escreveu:Acho que a repercussão foi o que nós aqui do DB esperávamos.
Agora, para frente, .... (?).
Pelo menos o Alte Moura Neto já disse ao que veio.
O problema agora é a reação do governo sobre ele pode não ser o que esperamos, e ele levar uma "dedada" logo na chegada.
Espero que esteja errado, mas acho que todos nó´s conhecemos o presidente que temos.
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Marino escreveu:Acho que a repercussão foi o que nós aqui do DB esperávamos.
Agora, para frente, .... (?).
Pelo menos o Alte Moura Neto já disse ao que veio.
Acho que ele teve muito tato, e foi bem sucedido. A coisa não ficou exagerada. Foi na medida certa.
Quero agora é que o Min. Paulo Bernardo, diga alguma coisa.
sds
Walter
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Do Estado de São Paulo de hoje:
'Militares são os mais mal pagos'
Júlio Soares de Moura, comandante da Marinha
Almirante reclama dos salários e pede o reaparelhamento da Marinha, que, afirma, está em “situação crítica”
Tânia Monteiro
O novo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, vestiu o figurino de porta-voz da insatisfação dos militares no início do mês, ao tomar posse com um discurso marcado por queixas contra a falta de recursos para as Forças Armadas. Ele se mantém na ofensiva: reclama dos salários dos militares, que apontou como 'a carreira de Estado mais mal paga do Executivo', e pede o reaparelhamento da Marinha, que diz considerar em 'situação crítica'.
Em seu discurso de posse, pediu a liberação dos recursos de royalties a que a Marinha tem direito. São R$ 2,6 bilhões que estão sendo usados pela equipe econômica para fazer superávit fiscal, acrescidos de R$ 800 milhões previstos para este ano. Nesta entrevista, ele lamenta as dificuldades para que essa demanda seja atendida e avalia que, por causa da falta de equipamentos, a costa brasileira está desprotegida.
O senhor se queixa da falta de recursos. Qual sua maior preocupação?
É o programa de reaparelhamento. Os orçamentos têm sido bloqueados nos últimos anos. É verdade que houve uma melhora no primeiro mandato do presidente Lula, mas ainda é um orçamento inferior às necessidades da Marinha. São necessários valores em torno de R$ 1,6 bilhão para mantermos a Força em condições e eles têm sido sempre inferiores. Este ano estamos começando com R$ 1,25 bilhão. Como os orçamentos vinham ainda mais restritos, não temos conseguido fazer as manutenções corretas e os meios navais estão se degradando.
Em seu discurso de posse, o senhor chegou a classificar a situação da Marinha como caótica. É tão grave assim?
A situação é insustentável. Se nada for feito, os meios continuarão se degradando e teremos de dar baixa nos nossos navios e aeronaves, sem reposição. A Marinha não quer nada mais do que ter os meios necessários para cumprir o que está previsto na Constituição e nas leis complementares.
O senhor teme ter problemas com a tropa por causa de salários?
Não acredito que terei problemas com a tropa. A gente precisa reconhecer que houve uma melhora no primeiro mandato do presidente Lula, mas existe ainda um resíduo inflacionário que não foi coberto, de 7%. Mas, mesmo com esse resíduo, é preciso ter perfeita noção que, entre as carreiras de Estado, os militares continuarão a ser os mais mal pagos. Isso precisa ser revertido.
Justamente agora os parlamentares estão discutindo o aumento de seus próprios salários.
Temos de perseguir melhores salários para meu pessoal. Não quero me preocupar com os demais Poderes. Quero ter salários equiparados às demais carreiras de Estado do Executivo.
A costa brasileira está protegida?
Eu acho que não. Temos uma costa de 8,5 mil quilômetros e pelo mar trafegamos 95% do nosso comércio exterior. São US$ 200 bilhões anuais. Temos de estar prontos para garantir a soberania e os interesses do Brasil no mar e hoje a Marinha está com meios insuficientes para isso. Hoje temos cerca de 20 navios fazendo patrulha e precisaríamos de pelo menos o dobro.
Há algum temor com o fato de o presidente Hugo Chávez estar comprando equipamentos militares para a Venezuela?
O Brasil e a Venezuela têm relações muito boas e não temos nenhum temor específico quanto a nenhum dos países da América do Sul. Mas temos de estar prontos, com poder militar, para que qualquer país que pense em tentar prejudicar o Brasil saiba que terá de pagar um preço caro por isso.
Está havendo uma corrida armamentista no continente?
Não estou preocupado com os demais países. Estou preocupado em ter meios para cumprir a missão constitucional e termos capacidade de dissuadir qualquer aventura de qualquer país do mundo. Não vejo corrida armamentista.
Quem é o nosso inimigo hoje?
As Forças Armadas não precisam trabalhar com um inimigo perfeitamente definido. As Forças Armadas existem para garantir a soberania, através da dissuasão.
Quem é: Julio Soares de Moura
Nasceu no Rio, em 20 de março de 1943
Começou a carreira na Marinha em 1964 como guarda-marinha
É almirante-de-esquadra desde março de 2003