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Mensagem
por A.K. for T-7 » Seg Fev 19, 2007 2:31 pm
Rui,
O 76mm da Oto pode ser sim usado com CIWS e te recomendo o artigo do site do Prick sobre ele.
Tenho também um PDF da Bofors explicando as vantagens do SAK 57mm sobre o Trinity 40mm, ambos do mesmo fabricante, tendo em vista as futuras ameaças de mísseis supersônicos. Basicamente o motivo da adoção dos grandes calibres com espoleta de proximidade é que os mísseis grandes tem uma enorme estrutura eletrônica e metálica antes da ogiva, que num engajamento frontal, que é o mais comum neste cenário de defesa, deve ser perfurada pelo projétil, o qual deve, depois disso, ainda reter energia para perfurar e detonar a ogiva (praticamente impossível). Os mísseis supersônicos, por sua vez, tem o nariz extremamente afilado e feito por material muito resistente para permitir o deslocamento em altas velocidades, o que faz com que projéteis perfurantes tenham um enorme índice de ricochetes no engajamento frontal. Os mísseis grandes E supersônicos acumulam estas duas variantes que dificultam o trabalho dos CIWS como o Phalanx e o Goalkeeper. Se você considerar que o cone frontal das ogivas dos mísseis anti-navio modernos é feito de tungstênio, para permitir que a ogiva perfure o casco de aço dos navios e detone no interior destes, daí que a tarefa de perfurar a ogiva pelo arco frontal fica praticamente impossível.
Por isso os canhões com munição explosiva/fragmetação e com espoleta de proximidade: o projétil detona ao emparelhar com o míssil, lançando os projéteis (fragmentação) na lateral do alvo, daí só precisa perfurar a fina camada de alumínio do corpo do míssil e já está na ogiva, dessa forma não tem que atravessar mais de 1/3 do corpo do míssil para atingir a ogiva, perfurar o nariz reforçado ou atravessar a porção de tungstênio da ogiva perfurante. Sem contar que a energia da arrebentação de uma granada de 76mm a 2 ou 3 metros de distância é suficiente para "partir no meio" qualquer míssil... E se considerarmos o uso de munição guiada "Davide" da Otomelara (em desenvolvimento) aí sim que fica um P* sistema CIWS !!! Com essa munição o Oto 76mm se transforma num tipo de "lançador de mini-Aspide", lançando dois destes "mini-mísseis" guiados por radar semi-ativo a cada segundo (120 tpm). Num engajamento de 3 segundos são seis projéteis guiados voando contra o alvo...
E não é à toa que a US Navy escolheu o Bofors SAK 57mm, feito sob licença por lá e designado como MK.110, como o seu novo CIWS, a ser instalado já no DDG 1000 Zumwalt, a tendêcia parece ser esta.
Já quanto a instalação, a idéia é adaptar o projeto da Fearless às nossas necessidades... se for o caso, aumente o peso na frente para balancear o CIWS de popa colocando mais VLS para o Umkhonto-R, alonge a proa, reforce o teto do hangar, sei lá... Não sou engenheiro naval !!! Só sei que colocar um canhão de 8 ton (municiado) num navio que pesa 3.200 ton não deve ser lá muito difícil...