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Mensagem
por Koslova » Seg Fev 19, 2007 10:31 pm
A leitura disto tudo é a seguinte.
Força área media ou pequena, já a uns 20 anos só é viável se manter minimamente operacional se operar UM CAÇA apenas.
Assim a força área do Canadá “gira” em função dos seus F-18, assim como a Finlândia, como a força aérea de Portugal gira em torno de seus F-16, assim como Holanda, Turquia e mais uma dúzia delas operam os F-16.
Quem opera dois ou mais caças, Egito, Taiwan, Grécia, Índia, normalmente o faz, porque tem compromissos geopolíticos complexos no fornecimento de material.
No Brasil nunca se deu muita bola para este tipo de coisa. A FAB opera 3 caças, e opera todos mal, sobre o ponto de vista de sistemas de armas, demorou pelo menos 10 anos para chegar ao nível de modernização dos F-5 compatíveis com Chile e Singapura ou aos Mig-21 da Romênia.
Se a 20 anos, já é lição de casa para qualquer força área média operar apenas um caça, hoje já é imperativo para praticamente qualquer força área operar APENAS UM, assim Rafale e EF-2000 vão ser a base das principais forças aéreas da Europa, e mesmos os EUA vão operar a sua espinha dorsal em torno de APENAS UM, no caso o F-35 que vai aposentar modelos nas três forças operadoras de aviões de combate nos EUA.
E no Brasil?
Bem, no Brasil, estão cometendo um erro grosseiro.
Na tragicômica concorrência FX, ao permitir que vira-se um jogo de vale tudo, não se selecionou um caça com potencial de crescimento e níveis de cooperação político e comercial, que pude-se se tornar a espinha dorsal da FAB pelos próximos 30 anos.
Seja Gripen, F-16 ou Família Flanker, a meta deveria ser clara.
Ter apenas um caça até 2020, em 5 esquadrões totalizando 60 células aproximadamente.
Compra-se 12 em um primeiro lote, aposenta-se os Mirage-III, depois mais dose em um segundo lote, aposenta-se mais 12 F-5 antigos, e assim sucessivamente.
Hoje o programa F-5BR é um sucesso, por um motivo trágico. Ele é o único caça que a FAB pode operar que seja relativamente moderno. F-16 sejam novos ou usados, não cabem no orçamento. Mirage-2000-5 são caros demais. Caças russos, provocam calafrios.
E ai, o que sobra?
Sobram os F-5.
Esta ultima Cruzex causou algumas distorções que na euforia as pessoas não puderam parar para refletir. Quais seriam elas?
Que primeiramente os oponentes não empregaram os seus caças mais modernos
Que os Chilenos assim que se livrarem do imbróglio que se meteram e conseguirem integrar um BVR em seus F-16 voltam a ter novamente um pacote de armas superior
Que a FAV dentro de pouquíssimo tempo estará com um pacote de armas sem similar no continente.
Que o resultado se deve ao R-99, únicos aviões realmente modernos na FAB.
E finalmente que os F-5BR são meros caças de defesa de ponto.
Caças como o F-16 e principalmente os Su-30 tem uma resistência ao combate, em termos de carga útil x alcance que os tornam completamente sem similar na América do Sul.
Mas a grande armadilha disto tudo é a seguinte.
Se a 3 anos atrás existiam apenas 12 caças a serem comprados. No horizonte de 2015 a 2020 serão cerca de 100 caças, leiam isto novamente CEM CAÇAS, entre A-1, F-5 e Mirage-2000 alguns com 50 anos de vida.
Estamos nos iludindo com resultados medianos como este programa F-5BR, que é necessário, mas é um MERO PALEATIVO ECONOMICO, e tampando o sol com a peneira, dentro de 10 anos, a FAB ai entrar em um processo de extinção da sua capacidade de combate que já é pequena. A tragédia esta anunciada. Comprem seus ingressos.