ATÉ TU FEDERAL

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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italo clay
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ATÉ TU FEDERAL

#1 Mensagem por italo clay » Qui Fev 08, 2007 6:38 am

O



06/02/2007

(Foto: Agência Fenapef)


A aeronave Embraer ERJ 145 comprada pelo DPF

Por César Oliveira
Agência Fenapef

Um avião comprado em dezembro de 2005 por mais de US$ 12 milhões de dólares repousa no hangar da Coordenação de Aviação Operacional do DPF.

Bem, até aí tudo certo, já que não há outro lugar para colocar um avião a não ser num hangar.

Errado! Acontece que o avião comprado com dinheiro público, até hoje voou pouco mais de 20 horas em missão policial e está como uma espécie de monumento ao desperdício.

A aeronave Embraer ERJ 145 foi comprada sob a alegação de que o DPF deveria possuir uma aeronave maior para o transporte de pessoal, a fim de não mais depender da Força Aérea Brasileira (FAB), e tivesse, assim, melhor “eficiência operacional” e maior “sigilo das operações”. E é aí que tudo começa a se complicar.

Uma aeronave que deveria garantir o “caráter sigiloso” das operações, num lance que mais parece um filme dos “Três Patetas”, foi batizada com a matrícula (PR-DPF). Não bastasse isso, mandaram pintar o “possante” com cores do tipo viatura ostensiva. É óbvio que a viatura com asas do DPF não passará desapercebida quando chegar a qualquer cidade do país. Se a intenção era manter a discrição, um a zero para a bandidagem.

(Foto: Agência Fenapef)


A aeronave Embraer ERJ 145 comprada pelo DPF

Agora, se o avião foi comprado para fazer o marketing da Policia Federal e participar de solenidades, aí sim o objetivo foi plenamente alcançado.

Mas a novela do avião que não voa começa a ganhar ares menos engraçados, quando se examina as condições de pai para filho com que foi adquirido. Fabricado no Brasil, o ERJ 145 foi comprado como USADO, pela bagatela de pouco mais US$ 12 milhões de dólares, que estariam sendo pagos no exterior. A Força Aérea Brasileira, por exemplo, comprou aviões iguais a este ao preço aproximado de US$ 9 milhões de dólares, pagos aqui no Brasil.

Apenas uma parte do valor foi paga em 2006. O restante deve ser quitado neste ano. O resultado dessa equação é simples: o DPF não terá dinheiro para comprar qualquer coisa até 2008. Entre essas “qualquer coisa” estão inclusive os diversos equipamentos necessários para a operação do próprio avião, o chamado custeio da aeronave. Parece mesmo que esse detalhe foi inteiramente esquecido quando a Administração da PF decidiu adquirir o ERJ 145.

Outro detalhe importante, esquecido na hora de planejar a operacionalidade da aeronave foi a tripulação. Um detalhe: os três pilotos foram formados às pressas. O mecânico de vôo só foi formado recentemente. Os três co-pilotos e o já famoso comissário de bordo ainda não saíram do papel.

O resultado disso tudo é que um avião, entregue em julho de 2006, voou até hoje apenas cerca de 20 horas durante a chamada “Operação Dominó” e, mesmo assim, irregularmente, sem que a Agência Nacional de Aviação Civil tenha tomado qualquer providência.

Porque a ANAC não questionou o procedimento, já que um piloto e a comissária de bordo eram da Embraer e não da Polícia Federal, como exigido pelas normas aeronáuticas quando uma aeronave atua em operação de segurança pública?


(Foto: Agência Fenapef)


A aeronave Embraer ERJ 145 comprada pelo DPF

COMPRADO PARA VOAR? - Como todo avião, o “nosso” também foi feito para voar, mas não é o que tem acontecido. De acordo com a apuração feita pela Agência Fenapef, além de já ter apresentado problemas de manutenção, o avião está impossibilitado de voar por falta de planejamento, falta de plano de utilização e viabilidade financeira, falta de contrato de handling, etc. Mesmo os pilotos formados no início de 2006 terão que realizar novos treinamentos, pois hoje estão proibidos de voarem devido ao tempo em que estão parados.

E mais um problema, aliás decorrente de outro “detalhe” esquecido: a contratação de uma empresa para fazer a manutenção do avião. Até hoje não existe empresa contratada para essa finalidade e assim os problemas que estão surgindo não podem ser consertados (lembre-se de que esta matéria já registrou acima: não há dinheiro), além do que algumas manutenções exigidas pelo fabricante não estão sendo feitas.

O Despachante Operacional de Vôo (DOV), recomendado para a operação deste avião, até hoje não foi formado. Por isso, sempre que se quiser fazer uso do aparelho, será necessário embarcar por uma Base Aérea da FAB e pedir para que o DOV da Aeronáutica acompanhe o embarque e faça o peso e balanceamento do avião, como foi feito na única vez que a mesma foi utilizada. Aliás, outro fato: sempre será preciso o apoio da Força Aérea Brasileira para o atendimento de solo desse avião, onde quer que ele pouse, já que o DPF não possui pessoal nem equipamento para tal.

Durante a reportagem, a Agência Fenapef apurou também que a operação do ERJ 145 possui uma série de limitações técnicas. Somente algumas cidades do Brasil poderão receber a aeronave. Ou seja, as missões policiais com a utilização do “elefante voador” estarão limitadas a algumas localidades.


(Foto: Site da Embraer)


OS TRÊS PASSOS DO DESCASO - Um avião inútil e que representa pelo menos três passos a mais do que poderiam ser dados. Não há grandes operações policiais toda a semana e que exijam o deslocamento de 50 policiais de um momento para outro. Comprar um avião desse porte, pagar uma empresa de manutenção e outra de atendimento de pista, além de formar e treinar tripulantes, para serem utilizados duas ou três vezes por mês, é, por definição, descaso com o dinheiro público. Como a reportagem é longa, cabe lembrar: a justificativa do sigilo já caiu por terra. E a de não precisar da Força Aérea, também. Há outro motivador não apresentado?

E há quem se orgulhe do “investimento”, garantem, indignadas, fontes da Agência Fenapef. A revolta toma conta do ar: “o maior possuidor de milhas do programa “Federal Miles” obtidas quando dispunha do “seu jatinho particular” Citation III e que acha normal transportar suas filhas nas aeronaves do DPF é um deles”, declaram alguns dos entrevistados.

A UTILIDADE QUINZENAL - Para remediar os fatos, foi editada a Instrução Normativa nº 008/2006-DG/DPF (BS 176) que institui LINHAS DE VÔOS REGULARES (?) para o jato. Assim, a aeronave fará a linha Brasília/Rio/Brasília e Brasília/SãoPaulo/Brasília a cada quinze dias. Logicamente, já está prevista nesta IN a possibilidade de se levar como passageiros algumas pessoas não integrantes dos quadros do DPF, desde que autorizado pela cúpula do Órgão. Parentes, amigos, namoradas... mas só se autorizados, ok?! O lamentável, é que isso também é fato!

Por falar em amigos, é bom lembrar a história do avião Citation III que foi devolvido ao Comendador Arcanjo, após um gasto de mais de US$ 2 milhões de dólares em manutenção. Como as viagens VIP’s com convidados no Embraer 145 estão temporariamente fora de questão, um movimento estaria sendo feito para trazer para o hangar da CAOP um jatinho Citation II, apreendido provisoriamente em São Paulo. Para utilizar esse jatinho - dando mais um mau exemplo de como não devem ser utilizadas as verbas públicas – o DPF já teria torrado mais de R$ 300 mil em treinamento de pilotos e manutenção sem que o avião tenha sido repassado em definitivo ao DPF.

Mesmo assim, um piloto totalmente inexperiente, que nem mesmo é Comandante de uma aeronave monomotor, foi escalado para fazer o curso teórico para o citado jato, em detrimento de outros pilotos comandantes mais experientes. A justificativa: ele é delegado. Do impasse, o que a reportagem apurou é a indignação: “Fez concurso para o cargo errado! Lugar de “doutor” é nas delegacias”.


(Foto: Site da Embraer)


O CAMINHO - O que resta é torcer. Torcer para que daqui para frente seja realizado um rigoroso estudo sobre a viabilidade operacional e econômica desse avião, o que parece não ter sido feito para a sua compra.

Certamente a conclusão seria de que o avião deve ser devolvido, utilizando os R$ 27 milhões com a compra de outros modelos mais baratos e verdadeiramente úteis ao DPF, evitando assim o desperdiço do dinheiro público.

Do jeito que está essa “nova” aeronave usada vai ser coberta de poeira, juntando-se aos outros seis aviões do DPF (que estão proibidos de decolar pela ANAC), aos dois helicópteros Bell 412 (parados há mais de 3 anos por falta de contrato de manutenção) e aos três helicópteros Esquilo (parados há quatro meses, também por falta de contrato de manutenção).

Comprar uma aeronave não é como comprar uma viatura. Comprar um avião para uma instituição séria como a Polícia Federal exige competência, seriedade e, sobretudo, respeito ao dinheiro público. E isso é fato.

Fonte: Agência Fenapef




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#2 Mensagem por Sniper » Qui Fev 08, 2007 10:00 am

Tenho minas dúvidas sobre a "imparcialidade" da fonte desta notícia.

Ao que parece esta Fenapef é uma espécie de "sindicato" dos policiais.

Creio que seja mais uma insatisfação de empregado com patrão do que um intresse no gasto do dinheiro público. :roll:

Abraços!




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Carlos Mathias

#3 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Fev 08, 2007 10:09 am

Olha, instituição nenhuma está completamente isenta das mazelas do serviço público, e infelizemnte a PF também peca. Dve haver de tudo um pouco para motivar estes artigos aí, mas se realmente houve esse serviço de jatinho prá namorada e etc, alguém tem de responder por isso, afinal, é o meu dinheiro que sustenta isso tudo. Apure-se e puna-se os responsáveis, se existirem. Caso contrário, uma nota da PF talvez seja providencial.




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#4 Mensagem por Morcego » Qui Fev 08, 2007 10:42 am

Sniper escreveu:Tenho minas dúvidas sobre a "imparcialidade" da fonte desta notícia.

Ao que parece esta Fenapef é uma espécie de "sindicato" dos policiais.

Creio que seja mais uma insatisfação de empregado com patrão do que um intresse no gasto do dinheiro público. :roll:

Abraços!


de fato a FENAPEF usa seu SITE para ora PROMOVER, ora ATACAR o governo e mesmo a administração da PF.

toda via,

INFELIZMENTE A PF EM VÁRIOS LUGARES TEM SEUS TELEFONES E LUZ EM PROCESSO DE CORTE, aqui em santos quando uma lancha quebra é uma TORTURA para ela voltar, as vezes fica sem uma lancha operando meses.

penso que vai ter o mesmo problema com o avião.




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#5 Mensagem por papagaio » Qui Fev 08, 2007 10:44 am

A PF é apenas mais um retrato do nosso "Brasil".
Por mais que a reportagem seja tendenciosa, sem dúvidas há muita coisa errada.
Lamentável.




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#6 Mensagem por chm0d » Qui Fev 08, 2007 10:50 am

papagaio escreveu:A PF é apenas mais um retrato do nosso "Brasil".
Por mais que a reportagem seja tendenciosa, sem dúvidas há muita coisa errada.
Lamentável.


O Povo Brasileiro (EU TB), lamenta muito e faz pouco.




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#7 Mensagem por rodrigo » Qui Fev 08, 2007 2:50 pm

E nem falaram dos Bell 412, do CAOP, que estão parados à um bom tempo, por falta de manutenção.




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#8 Mensagem por italo clay » Qui Fev 08, 2007 6:40 pm

flaram sim meu caro está no texto




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Matheus
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#9 Mensagem por Matheus » Qui Fev 08, 2007 6:44 pm

Há pouco alguns helis da PRF estavam emprestados para a PF. Também achei descabida a compra daquela aeronave quando poderia usar as várias da FAB ou até mesmo pagar passagens para seus agentes.




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#10 Mensagem por A.K. for T-7 » Qui Fev 08, 2007 9:12 pm

Ah, se eu pudesse falar as papagaiadas que certas pessoas em cargos de chefia têm feito... JP sabem bem, não é?




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#11 Mensagem por Skyway » Sex Fev 09, 2007 12:24 am

Pronto, e tome de botar agente curioso até os dentes....

Fala aí Beraldi, não precisa citar nomes..................... :lol:




AD ASTRA PER ASPERA
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#12 Mensagem por Matheus » Sex Fev 09, 2007 1:00 am

Alexandre Beraldi escreveu:Ah, se eu pudesse falar as papagaiadas que certas pessoas em cargos de chefia têm feito... JP sabem bem, não é?


Beraldi,

pra isso tem algo que um instrutor meu falou..."vc vê um Jabuti em cima de um grande pé de Cajá e fica pensando, como ele foi parar lá? analisando vc chega a conclusão que alguém só pode ter colocado...."
Mais ou menos assim são algumas chefias....




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#13 Mensagem por Morcego » Sex Fev 09, 2007 12:20 pm

MCD-SM escreveu:
Alexandre Beraldi escreveu:Ah, se eu pudesse falar as papagaiadas que certas pessoas em cargos de chefia têm feito... JP sabem bem, não é?


Beraldi,

pra isso tem algo que um instrutor meu falou..."vc vê um Jabuti em cima de um grande pé de Cajá e fica pensando, como ele foi parar lá? analisando vc chega a conclusão que alguém só pode ter colocado...."
Mais ou menos assim são algumas chefias....


Todas as chefias são assim, tem chefe de DELEX que fica meses pq o nome não passa na INTELIGÊNCIA, toda via, após alguns meses de costura POLITICA e POLITICA PARTIDARIA, ai O CANTA A NOEMAÇÃO EM B.S.; não da para falar mai, mas será sempre assim, POLITICA ATRAPALHANDO O QUANTO PODE.




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#14 Mensagem por Booz » Sex Fev 09, 2007 1:53 pm

Eu já havia postado esta reportagem no tópico, "Notícias". Porém, atendendo a um outro tópico para economizar a banda do hospedeiro do fórum, somente postei o link da mesma.

Sem nenhuma crítica ao colega Morcego, apenas redargüindo-lhe, e com minha isenção de não ser sindicalista (graças a D'us! Rss).

A FENAPEF é realmente parcial.
Na verdade, esperamos mesmo isto esperamos dela. Se assim não fosse ela não se colocaria à frente dos interesses dos policiais federais. Considero-a uma das maiores conquistas dos seus membros, e olha que ela foi erigida (sou sindicalizado fundador do SSDPFRJ) em tempos, digamos, "plúmbeos". E para fundá-la, vocês podem imaginar, foi preciso mais do que suar a fronte.
Ela representa o espírito das gerações passadas (eu mesmo já estou no meio termo), e presente, daqueles que realmente "amam a camisa" do DPF. Sempre foi guerreira, ácida, incomodou e incomoda. Isto é o que esperamos, nós da PF, que ela continue fazendo.
Contudo, ao contrário de muitas congêneres, ela não é partidária. Aliás, graças a D'us.

Agora, ela cometeu "inverdades" na reportagem?
Ainda que "quem conta um conto aumenta um ponto", posso assegurar-lhes que é o que esta escrito.
Como bem cita o companheiro Beraldi: " se fossemos abrir a boca pelas..."

Não chego a dizer que a mesma coisa, mas quase beira o exemplo do favelado que compra uma Mercedes.
Enquanto temos um belo elefante voador, que não vôa (nem pode voar), somos anêmicos (até risíveis) em coisas muito mais importantes. Aliás, ao contrário, somos "fartos", a "fartura" abunda. Pois, "farta" logística ao pessoal que entra e saem para operações (comida, alojamentos, transportes etc), "farta" helis que consigam voar, "fartam" aviões que façam aquilo para que foram projetados.
Nossos helis estão parados, aviões sucateando-se. Enquanto isto, olhamos embevecidos para o belo ERJ-145 pousado em berço esplêndido.

Peço escusas se parecer pretencioso, mas digo isto de cátedra. Digo, alicerçado nos meus 29 anos de "entorpecentes", "Marítima", Delinst, "fazendária" (trabalhei em todas da casa). Digo, embasado nas viagens que fiz (até em lombo de burro), atolado várias vezes em lamaçais no interior do Brasil (uma vez com mais 2 colegas a quilometros de lugar nenhuim sem poder largar a VTR, sem rádio, sem PN - porra nenhuma), que o citado a reportagem é fulcrado em fatos.

Sei até que muitos colegas podem contestar, podem alegar que o "morcego negro" serviria para isentar-mos nossas bundas dos C-130 "AQS" (acho que sai). Claro, também concordo, desde que ele voasse.
De minha parte, preferia ter helis que realmente voassem (como precisamos deles no cerco aos assaltantes de banco em Pilão Arcado, assassinos de um colega. Quem viveu a história, ou a conhece, não erdoa o descaso e a incúria da falta de meios, loas à nossa co-irmã
PRF). Prefero aviões "feios", mas que vôem.

Me desculpem o extenso "relatório". Fiz esse RM laudatório porque, posso agora ter entrado na inatividade (já não se diz aposentado), mas ainda bate um emocionado coração "federal" neste peito véio.




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Túlio
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#15 Mensagem por Túlio » Sex Fev 09, 2007 2:23 pm

jp escreveu:Peço escusas se parecer pretencioso, mas digo isto de cátedra. Digo, alicerçado nos meus 29 anos de "entorpecentes", "Marítima", Delinst, "fazendária" (trabalhei em todas da casa). Digo, embasado nas viagens que fiz (até em lombo de burro), atolado várias vezes em lamaçais no interior do Brasil (uma vez com mais 2 colegas a quilometros de lugar nenhuim sem poder largar a VTR, sem rádio, sem PN - porra nenhuma), que o citado a reportagem é fulcrado em fatos.



Mas estás te queixando de pança cheia, meu cupincha: passasses 22 anos na SUSEPE que nem eu e, aí sim, terias do que te queixar.

:arrow: Embarcar num Agrale de 3 cilindros todo remendado com arame e cuspe e entupido de presos de Porto Alegre até Uruguaiana, como eu fiz (no mesmo ano, um Delegado Penitenciário Regional capotou uma VTR Kadett novinha cheia de uísque contrabandeado e, dizem, lança-perfume. As duas prostitutas que estavam junto com ele e seu 'escudeiro' foram atendidas em um hospital do interior. Deu o quê? Ele continua Delegado e o escudeiro é sub, oras...).

:arrow: Enfrentar uma dúzia de vagos armados de fuzil e sub num resgate a presos armado com um doze pump, a arma mais 'pesada' da SUSEPE, como o fez o colega Jair Fiorin (não está mais entre nós, Deus o tenha... :cry: ).

:arrow: Em fins de 1998, inauguraram as primeiras Penitenciárias Moduladas. Eram e são estabelecimentos de segurança máxima no interior do RS, distantes das cidades (à exceção da de Ijuí). Escalaram APs de outras casas, eis que não havia, COMO SEMPRE, pessoal para operacionalizar as moduladas. Fui escalado para uma delas. 15 dias. Nos largaram lá e tchau, cambada. Daí fomos ver que não havia etapa de alimentação para a Guarda Interna. A gente coordenava o fornecimento de alimentos aos presos e tinha que comer o resto, depois. SE HOUVESSE RESTO! Pessoalmente, peguei minha moto e fui a um supermercado a 19km dali ( :shock: ) e voltei cheio de nissin, bolacha, etc. Vivi disso 15 dias e voltei para casa 3 kg mais magro e com gastrite...




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