A Sindrome de Gabriela
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
A Sindrome de Gabriela
Vendo as belas fotos do Mi-26 na Venezuela,
Eu até hoje queria entender, porque diabos, este “pacotão” que o governo negocia com a Rússia contempla a compra do Mi-171 e não a compra do Mi-26.
Porque o Mi-26, este sim contemplaria a conclusão de um programa já identificado como necessário pela FAB que é a concorrência CHX.
A compra do Mi-171 vai na contramão da escolha do Blackhawk como vetor C-SAR da FAB, bem como da lógica de padronização com o S-PUMA/COUGAR que já opera na FAB, EB e MB.
Como ultimamente aqui no fórum anda uma caça as bruxas sobre opiniões que não possam ser cientificamente provadas, tudo que vocês vão ler abaixo, é uma visão amadora, distorcida e preconceituosa, de alguém que não conhece absolutamente nada sobre processos de planejamento e gestão de tecnologia aeroespacial.
Didaticamente falando.
Programa P-3
No final dos anos 90, a FAB comprou os P-3 como forma de conclusão do programa P-3BR. Como todos sabem, o programa P-3BR tem um horizonte de conclusão de 10 anos.
Uma comparação com os P-3 operados pelo Chile e pela Argentina, nos conduz a algumas diferenças:
Os programas de Chile e Argentina estão 10 anos a frente do Brasileiro
O programa Argentino permitiu a transição segura e preservação da doutrina ASW disponível naquele pais.
O programa Chileno incorpora itens nacionais como sistemas de controle de dados táticos e data link
No programa brasileiro houve um hiato de mais de uma década entre a desativação dos meios ASW e a ativação dos novos P-3
Apesar de termos tecnologias nacionais em sistemas como controle de dados táticos e sistemas MAGE não existe incorporação destes itens ao programa.
Programa M-2000C
Com o final melancólico do FX, houve uma compra chamada de “emergencial” dos M-2000C como caça tampão até a compra de novos caças
O M-2000C não evitaram o gap gerado pela desativação do Mirage III
Também foram contrários a lógica de padronização da FAB em plataformas e avionica com A-1, F-5 e A-29
Evitaram a padronização de armamentos. Por exemplo, a FAB tem como míssil AAM- IR hoje, Python III, MAA-1, Magic II. Como míssil BVR, Derby e Super 530.
Programa C-212(?)
Conforme anunciado a tempos atrás, a FAB estudava fabricar em algum PAMA aviões espanhóis C-212 para substituição dos Bandeirante
O Bandeirante teve suas quantidades adquiridas mais em função da necessidade de viabilizar o inicio da Embraer do que por necessidades operacionais.
O C-212 entra em despadronização com o Caravan que a FAB já opera, apesar de serem aviões com algumas diferenças de configuração e capacidade de carga.
A produção de um C-212 em um PAMA não trás nenhum ganho tecnológico ao pais, bem como é altamente questionável do ponto de vista econômico esta decisão
Compra dos Mi-171(?)
A compra do Mi-171 introduz no Brasil três helicópteros equivalentes de três nacionalidades distintas.
Algumas considerações.
P-3
A compra dos P-3 aconteceu em um momento onde a MB se reparava para operar aviões de asa fixa. É tentador especular sobre qual a motivação para a compra naquele momento, uma vez que a MB também poderia pleitear aeronaves ASW. Se a FAB tivesse realmente preocupada com a manutenção de sua capacidade ASW teria realizado um programa contemplando a desativação do Tracker, como forma de manutenção da doutrina EXATAMENTE COMO FIZERAM OS ARGENTINOS.
Ou na impossibilidade de adquirir naquele momento, teriam realizado uma aproximação com a MB para incorporação de plataformas como o SICONTA, nacionalizando itens importantes, EXATAMENTE COMO FIZERAM OS CHILENOS
Mirage-2000
Na ocasião da compra dos M-2000C, era factível a compra de mais F-5 para padronização dos caças em torno de apenas uma plataforma. Ou a redução de 57 para 45 caças, com a redistribuição dos F-5.
A desculpa foi a dificuldade para compra de novas células de F-5 no mercado, acredito que deva existir alguma propriedade nisto, mas é curioso, que A EMBRAER TENHA OFERECIDO F-5 MODERNIZADOS A COLOMBIA TEMPOS ATRÁS
C-212
O remodelamento da aviação de transporte, com a aposentadoria dos Bandeirante e a desativação de alguns ETA, com a aquisição de uma quantidade menor de vetores maiores como o C-295, tornaria a aviação de transporte mais atual a novas necessidades, uma vez que tanto a infra-estrutura na Amazônia, quando a doutrina de manutenção de forças no território nacional mudaram.
Mi-171
A redefinição dos papeis e modelos de emprego de asa fixa no Brasil mudaram. A FAB não precisa mais transportar tropas, porque o EB tem a sua aviação orgânica agora, se os Panteras são inadequados para isto, o seu substituto tem que ser operação pelo EB e não pela FAB. Assim como a FAB não precisa de helicópteros de ataque, Mi-35 ou equivalente isto é da alçada do EB.
Mas a FAB precisa de um esquadrão C-SAR estado da arte, e com treinamento bastante exigente. Também precisa de 4 helicópteros pesados para dar suporte a suas atividades na Amazônia.
Algumas conclusões
Quando a FAB sentiu que a MB poderia pleitear aviões de asa fixa para missões ASW, embarcou no programa P-3, que operacionalmente esta muito aquém do que Chile e Argentina fizeram.
Quando as relações com os “amigos(?)” franceses iria se encerrar, e tínhamos a chance de padronizar em 2 e não em 3 aviões de combate no Brasil, o programa M-2000C surgiu como forma de manter o “cantinho francês na FAB” para usar palavras que já foram usadas aqui neste fórum para defender estes aviões.
Quando os Bandeirante iriam ser aposentados, e tínhamos a chance de fechar alguns esquadrões e bases aéreas, bem como formar mais um esquadrão de C-295, C-130 semi-novos, ou quem sabe algumas células estratégias como o 767, tão importantes já que temos visto nos últimos anos missões de transporte de tropas de paz ou evacuação de brasileiros, a FAB deu um jeito de manter a “cultura do Bandeirante” em evidencia.
Quando tínhamos a oportunidade de redefinir a aviação de asa fixa, com a aposentadoria dos Sapões, e o foco em C-SAR e helicópteros pesados, passando a AvEx as missões que a ela realmente competem, demos um jeito de manter a cultura do “Sapão” em evidencia.
Mortal da historia
Existe um conservadorismo, motivado por razoes corporativistas que impedem a formação de uma cultura de operação que seja adequada as necessidades atuais.
A isto, eu chamo carinhosamente de “Síndrome de Gabriela”:
Eu nasci assim, eu cresci assim Eu sou mesmo assim Vou ser sempre assim Gabriela
Eu até hoje queria entender, porque diabos, este “pacotão” que o governo negocia com a Rússia contempla a compra do Mi-171 e não a compra do Mi-26.
Porque o Mi-26, este sim contemplaria a conclusão de um programa já identificado como necessário pela FAB que é a concorrência CHX.
A compra do Mi-171 vai na contramão da escolha do Blackhawk como vetor C-SAR da FAB, bem como da lógica de padronização com o S-PUMA/COUGAR que já opera na FAB, EB e MB.
Como ultimamente aqui no fórum anda uma caça as bruxas sobre opiniões que não possam ser cientificamente provadas, tudo que vocês vão ler abaixo, é uma visão amadora, distorcida e preconceituosa, de alguém que não conhece absolutamente nada sobre processos de planejamento e gestão de tecnologia aeroespacial.
Didaticamente falando.
Programa P-3
No final dos anos 90, a FAB comprou os P-3 como forma de conclusão do programa P-3BR. Como todos sabem, o programa P-3BR tem um horizonte de conclusão de 10 anos.
Uma comparação com os P-3 operados pelo Chile e pela Argentina, nos conduz a algumas diferenças:
Os programas de Chile e Argentina estão 10 anos a frente do Brasileiro
O programa Argentino permitiu a transição segura e preservação da doutrina ASW disponível naquele pais.
O programa Chileno incorpora itens nacionais como sistemas de controle de dados táticos e data link
No programa brasileiro houve um hiato de mais de uma década entre a desativação dos meios ASW e a ativação dos novos P-3
Apesar de termos tecnologias nacionais em sistemas como controle de dados táticos e sistemas MAGE não existe incorporação destes itens ao programa.
Programa M-2000C
Com o final melancólico do FX, houve uma compra chamada de “emergencial” dos M-2000C como caça tampão até a compra de novos caças
O M-2000C não evitaram o gap gerado pela desativação do Mirage III
Também foram contrários a lógica de padronização da FAB em plataformas e avionica com A-1, F-5 e A-29
Evitaram a padronização de armamentos. Por exemplo, a FAB tem como míssil AAM- IR hoje, Python III, MAA-1, Magic II. Como míssil BVR, Derby e Super 530.
Programa C-212(?)
Conforme anunciado a tempos atrás, a FAB estudava fabricar em algum PAMA aviões espanhóis C-212 para substituição dos Bandeirante
O Bandeirante teve suas quantidades adquiridas mais em função da necessidade de viabilizar o inicio da Embraer do que por necessidades operacionais.
O C-212 entra em despadronização com o Caravan que a FAB já opera, apesar de serem aviões com algumas diferenças de configuração e capacidade de carga.
A produção de um C-212 em um PAMA não trás nenhum ganho tecnológico ao pais, bem como é altamente questionável do ponto de vista econômico esta decisão
Compra dos Mi-171(?)
A compra do Mi-171 introduz no Brasil três helicópteros equivalentes de três nacionalidades distintas.
Algumas considerações.
P-3
A compra dos P-3 aconteceu em um momento onde a MB se reparava para operar aviões de asa fixa. É tentador especular sobre qual a motivação para a compra naquele momento, uma vez que a MB também poderia pleitear aeronaves ASW. Se a FAB tivesse realmente preocupada com a manutenção de sua capacidade ASW teria realizado um programa contemplando a desativação do Tracker, como forma de manutenção da doutrina EXATAMENTE COMO FIZERAM OS ARGENTINOS.
Ou na impossibilidade de adquirir naquele momento, teriam realizado uma aproximação com a MB para incorporação de plataformas como o SICONTA, nacionalizando itens importantes, EXATAMENTE COMO FIZERAM OS CHILENOS
Mirage-2000
Na ocasião da compra dos M-2000C, era factível a compra de mais F-5 para padronização dos caças em torno de apenas uma plataforma. Ou a redução de 57 para 45 caças, com a redistribuição dos F-5.
A desculpa foi a dificuldade para compra de novas células de F-5 no mercado, acredito que deva existir alguma propriedade nisto, mas é curioso, que A EMBRAER TENHA OFERECIDO F-5 MODERNIZADOS A COLOMBIA TEMPOS ATRÁS
C-212
O remodelamento da aviação de transporte, com a aposentadoria dos Bandeirante e a desativação de alguns ETA, com a aquisição de uma quantidade menor de vetores maiores como o C-295, tornaria a aviação de transporte mais atual a novas necessidades, uma vez que tanto a infra-estrutura na Amazônia, quando a doutrina de manutenção de forças no território nacional mudaram.
Mi-171
A redefinição dos papeis e modelos de emprego de asa fixa no Brasil mudaram. A FAB não precisa mais transportar tropas, porque o EB tem a sua aviação orgânica agora, se os Panteras são inadequados para isto, o seu substituto tem que ser operação pelo EB e não pela FAB. Assim como a FAB não precisa de helicópteros de ataque, Mi-35 ou equivalente isto é da alçada do EB.
Mas a FAB precisa de um esquadrão C-SAR estado da arte, e com treinamento bastante exigente. Também precisa de 4 helicópteros pesados para dar suporte a suas atividades na Amazônia.
Algumas conclusões
Quando a FAB sentiu que a MB poderia pleitear aviões de asa fixa para missões ASW, embarcou no programa P-3, que operacionalmente esta muito aquém do que Chile e Argentina fizeram.
Quando as relações com os “amigos(?)” franceses iria se encerrar, e tínhamos a chance de padronizar em 2 e não em 3 aviões de combate no Brasil, o programa M-2000C surgiu como forma de manter o “cantinho francês na FAB” para usar palavras que já foram usadas aqui neste fórum para defender estes aviões.
Quando os Bandeirante iriam ser aposentados, e tínhamos a chance de fechar alguns esquadrões e bases aéreas, bem como formar mais um esquadrão de C-295, C-130 semi-novos, ou quem sabe algumas células estratégias como o 767, tão importantes já que temos visto nos últimos anos missões de transporte de tropas de paz ou evacuação de brasileiros, a FAB deu um jeito de manter a “cultura do Bandeirante” em evidencia.
Quando tínhamos a oportunidade de redefinir a aviação de asa fixa, com a aposentadoria dos Sapões, e o foco em C-SAR e helicópteros pesados, passando a AvEx as missões que a ela realmente competem, demos um jeito de manter a cultura do “Sapão” em evidencia.
Mortal da historia
Existe um conservadorismo, motivado por razoes corporativistas que impedem a formação de uma cultura de operação que seja adequada as necessidades atuais.
A isto, eu chamo carinhosamente de “Síndrome de Gabriela”:
Eu nasci assim, eu cresci assim Eu sou mesmo assim Vou ser sempre assim Gabriela
-
- Sênior
- Mensagens: 3632
- Registrado em: Seg Jun 27, 2005 9:16 pm
- Agradeceram: 4 vezes
Re: A Sindrome de Gabriela
Koslova escreveu:Vendo as belas fotos do Mi-26 na Venezuela,
Eu até hoje queria entender, porque diabos, este “pacotão” que o governo negocia com a Rússia contempla a compra do Mi-171 e não a compra do Mi-26.
Porque o Mi-26, este sim contemplaria a conclusão de um programa já identificado como necessário pela FAB que é a concorrência CHX.
A compra do Mi-171 vai na contramão da escolha do Blackhawk como vetor C-SAR da FAB, bem como da lógica de padronização com o S-PUMA/COUGAR que já opera na FAB, EB e MB.
Como ultimamente aqui no fórum anda uma caça as bruxas sobre opiniões que não possam ser cientificamente provadas, tudo que vocês vão ler abaixo, é uma visão amadora, distorcida e preconceituosa, de alguém que não conhece absolutamente nada sobre processos de planejamento e gestão de tecnologia aeroespacial.
Didaticamente falando.
Programa P-3
No final dos anos 90, a FAB comprou os P-3 como forma de conclusão do programa P-3BR. Como todos sabem, o programa P-3BR tem um horizonte de conclusão de 10 anos.
Uma comparação com os P-3 operados pelo Chile e pela Argentina, nos conduz a algumas diferenças:
Os programas de Chile e Argentina estão 10 anos a frente do Brasileiro
O programa Argentino permitiu a transição segura e preservação da doutrina ASW disponível naquele pais.
O programa Chileno incorpora itens nacionais como sistemas de controle de dados táticos e data link
No programa brasileiro houve um hiato de mais de uma década entre a desativação dos meios ASW e a ativação dos novos P-3
Apesar de termos tecnologias nacionais em sistemas como controle de dados táticos e sistemas MAGE não existe incorporação destes itens ao programa.
Programa M-2000C
Com o final melancólico do FX, houve uma compra chamada de “emergencial” dos M-2000C como caça tampão até a compra de novos caças
O M-2000C não evitaram o gap gerado pela desativação do Mirage III
Também foram contrários a lógica de padronização da FAB em plataformas e avionica com A-1, F-5 e A-29
Evitaram a padronização de armamentos. Por exemplo, a FAB tem como míssil AAM- IR hoje, Python III, MAA-1, Magic II. Como míssil BVR, Derby e Super 530.
Programa C-212(?)
Conforme anunciado a tempos atrás, a FAB estudava fabricar em algum PAMA aviões espanhóis C-212 para substituição dos Bandeirante
O Bandeirante teve suas quantidades adquiridas mais em função da necessidade de viabilizar o inicio da Embraer do que por necessidades operacionais.
O C-212 entra em despadronização com o Caravan que a FAB já opera, apesar de serem aviões com algumas diferenças de configuração e capacidade de carga.
A produção de um C-212 em um PAMA não trás nenhum ganho tecnológico ao pais, bem como é altamente questionável do ponto de vista econômico esta decisão
Compra dos Mi-171(?)
A compra do Mi-171 introduz no Brasil três helicópteros equivalentes de três nacionalidades distintas.
Algumas considerações.
P-3
A compra dos P-3 aconteceu em um momento onde a MB se reparava para operar aviões de asa fixa. É tentador especular sobre qual a motivação para a compra naquele momento, uma vez que a MB também poderia pleitear aeronaves ASW. Se a FAB tivesse realmente preocupada com a manutenção de sua capacidade ASW teria realizado um programa contemplando a desativação do Tracker, como forma de manutenção da doutrina EXATAMENTE COMO FIZERAM OS ARGENTINOS.
Ou na impossibilidade de adquirir naquele momento, teriam realizado uma aproximação com a MB para incorporação de plataformas como o SICONTA, nacionalizando itens importantes, EXATAMENTE COMO FIZERAM OS CHILENOS
Mirage-2000
Na ocasião da compra dos M-2000C, era factível a compra de mais F-5 para padronização dos caças em torno de apenas uma plataforma. Ou a redução de 57 para 45 caças, com a redistribuição dos F-5.
A desculpa foi a dificuldade para compra de novas células de F-5 no mercado, acredito que deva existir alguma propriedade nisto, mas é curioso, que A EMBRAER TENHA OFERECIDO F-5 MODERNIZADOS A COLOMBIA TEMPOS ATRÁS
C-212
O remodelamento da aviação de transporte, com a aposentadoria dos Bandeirante e a desativação de alguns ETA, com a aquisição de uma quantidade menor de vetores maiores como o C-295, tornaria a aviação de transporte mais atual a novas necessidades, uma vez que tanto a infra-estrutura na Amazônia, quando a doutrina de manutenção de forças no território nacional mudaram.
Mi-171
A redefinição dos papeis e modelos de emprego de asa fixa no Brasil mudaram. A FAB não precisa mais transportar tropas, porque o EB tem a sua aviação orgânica agora, se os Panteras são inadequados para isto, o seu substituto tem que ser operação pelo EB e não pela FAB. Assim como a FAB não precisa de helicópteros de ataque, Mi-35 ou equivalente isto é da alçada do EB.
Mas a FAB precisa de um esquadrão C-SAR estado da arte, e com treinamento bastante exigente. Também precisa de 4 helicópteros pesados para dar suporte a suas atividades na Amazônia.
Algumas conclusões
Quando a FAB sentiu que a MB poderia pleitear aviões de asa fixa para missões ASW, embarcou no programa P-3, que operacionalmente esta muito aquém do que Chile e Argentina fizeram.
Quando as relações com os “amigos(?)” franceses iria se encerrar, e tínhamos a chance de padronizar em 2 e não em 3 aviões de combate no Brasil, o programa M-2000C surgiu como forma de manter o “cantinho francês na FAB” para usar palavras que já foram usadas aqui neste fórum para defender estes aviões.
Quando os Bandeirante iriam ser aposentados, e tínhamos a chance de fechar alguns esquadrões e bases aéreas, bem como formar mais um esquadrão de C-295, C-130 semi-novos, ou quem sabe algumas células estratégias como o 767, tão importantes já que temos visto nos últimos anos missões de transporte de tropas de paz ou evacuação de brasileiros, a FAB deu um jeito de manter a “cultura do Bandeirante” em evidencia.
Quando tínhamos a oportunidade de redefinir a aviação de asa fixa, com a aposentadoria dos Sapões, e o foco em C-SAR e helicópteros pesados, passando a AvEx as missões que a ela realmente competem, demos um jeito de manter a cultura do “Sapão” em evidencia.
Mortal da historia
Existe um conservadorismo, motivado por razoes corporativistas que impedem a formação de uma cultura de operação que seja adequada as necessidades atuais.
A isto, eu chamo carinhosamente de “Síndrome de Gabriela”:
Eu nasci assim, eu cresci assim Eu sou mesmo assim Vou ser sempre assim Gabriela
Silplesmente perfeita! Palavras que eu buscava, você organizou e expos de maneira clara e objetiva.
parabéns
Grande abraço
Koslova, eu sou um entusiasta mais do que um conhecedor técnico, mas vou contra a maré aqui do fórum quanto a aquisição do C-212.
Você citou que poderia ter se comprado aviões de maior porte, isso deixaria a aviação de transporte com o C-295 como menor vetor principal correto?
Mas pelo que sei, e posso estar errado, os Bandeirantes, tais quais o C-212 devam ser mais baratos de operar do que um C-295.
Além do que o Brasil ao meu ver, operacionalmente hoje voa mais com Bandeirantes, Caravan, Hércules do que com os aviões de caça, e isso se deve à necessidade da Força.
Acho que nem todo o trabalho na Amazônia possa ser feito por C-130 ou C-295, como não o era feito com o C-115 Bufalo.
Se o vetor C-212 foi adequado ou se poderia ter feito escolha por outro, não sei. Mas continuo achando que um vetor tal qual o Bandeirante seja necessário, até mais que um F-X hoje.
Mas como disse não tenho tantos conhecimentos técnicos, e gostaria de você me explicasse melhor se possível, essa "cultura do Bandeirante" que você disse, que acho que faço parte.
Abraços
Otavio
Você citou que poderia ter se comprado aviões de maior porte, isso deixaria a aviação de transporte com o C-295 como menor vetor principal correto?
Mas pelo que sei, e posso estar errado, os Bandeirantes, tais quais o C-212 devam ser mais baratos de operar do que um C-295.
Além do que o Brasil ao meu ver, operacionalmente hoje voa mais com Bandeirantes, Caravan, Hércules do que com os aviões de caça, e isso se deve à necessidade da Força.
Acho que nem todo o trabalho na Amazônia possa ser feito por C-130 ou C-295, como não o era feito com o C-115 Bufalo.
Se o vetor C-212 foi adequado ou se poderia ter feito escolha por outro, não sei. Mas continuo achando que um vetor tal qual o Bandeirante seja necessário, até mais que um F-X hoje.
Mas como disse não tenho tantos conhecimentos técnicos, e gostaria de você me explicasse melhor se possível, essa "cultura do Bandeirante" que você disse, que acho que faço parte.
Abraços
Otavio
- 3rdMillhouse
- Sênior
- Mensagens: 1937
- Registrado em: Sáb Jun 10, 2006 12:24 am
- Localização: Na frente do computador.
- Agradeceram: 1 vez
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
otaolive escreveu: Mas pelo que sei, e posso estar errado, os Bandeirantes, tais quais o C-212 devam ser mais baratos de operar do que um C-295.
Além do que o Brasil ao meu ver, operacionalmente hoje voa mais com Bandeirantes, Caravan, Hércules do que com os aviões de caça, e isso se deve à necessidade da Força.
Acho que nem todo o trabalho na Amazônia possa ser feito por C-130 ou C-295, como não o era feito com o C-115 Bufalo.
Se o vetor C-212 foi adequado ou se poderia ter feito escolha por outro, não sei. Mas continuo achando que um vetor tal qual o Bandeirante seja necessário, até mais que um F-X hoje.
Isso é fruto de uma concepção ultrapassada imposta pelo brigadeiro Eduardo Gomes na década de 50. Quem conhece o Brasil hoje, e testemunhou o avanço das fronteiras agrícolas na década de 70, sabe que os estados podem e devem assumir essas tarefas. Durante todo o ano passado, menos de 7 mil pessoas foram atendidas pelo CAN. Por outro lado, 90% das necessidades existentes podem ser atendidas por Caravan. Dos 10% que sobram, 3% necessitam aviões maiores que o Casa 212. Deveríamos acabar com Bandecos, Seneca e Brasílias, entre outros menos votados, e centrar a força de transporte em quatro tipos:
Ligação: C-98 Caravan (dois esquadrões)
Transporte Leve: Casa-295 (dois esquadrões)
Transporte Médio: C-130 Hercules (dois esquadrões)
Transporte Estratégico/REVO: Il-76TS ou Boeing 767 (um esqudrão)
Ou seja, em lugar de dispersar capacidades e verbas nos ETA, criar algo coeso e funcional.
Abraços
Pepê
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61915
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6431 vezes
- Agradeceram: 6787 vezes
- Contato:
Pepê Rezende escreveu: em quatro tipos:
Ligação: C-98 Caravan (dois esquadrões)
Transporte Leve: Casa-295 (dois esquadrões)
Transporte Médio: C-130 Hercules (dois esquadrões)
Transporte Estratégico/REVO: Il-76TS ou Boeing 767 (um esqudrão)
Ou seja, em lugar de dispersar capacidades e verbas nos ETA, criar algo coeso e funcional.
Abraços
Pepê
Eu, em que pese ser leigo, não um profissional veterano que nem tu, Pepê véio (enquanto ESCREVIAS, eu LIA, certamente matérias tuas também, fui voraz consumidor de revistas e livros sobre Defesa desde que se começou a fazê-los no Brasil, pelo que sei em fins dos anos 70), tenho algum reparo a fazer à tua lista, com a qual concoprdo, em linhas gerais:
Ligação: dois esquadrões de Caravan, a não ser que sejam inevitáveis os C212, com capacidade de transportar cargas mais volumosas e pesadas do que o citado C98, além da segurança proporcionada por dois motores.
The cargo compartment can carry 18 passengers and their luggage, or 16 parachutists fully equiped, or 2.000 Kg of diversified cargo, including road vehicles.
http://www.globalsecurity.org/military/ ... /c-212.htm
Já o Caravan...
The U-27A's ability to accommodate either a rifle squad or 3,835 pounds of cargo(...)
http://www.globalsecurity.org/military/ ... t/u-27.htm
Transporte Leve: C295, que remédio...
Treansporte Médio: Hércules, no aguardo de a EMBRAER sair do chão e fazer mesmo o tale de Military Jet Cargo, que supostamente estaria vindo para substituir a vasta e envelhecida frota de C130 pelo mundo afora...
Transporte Estratégico/REVO: Il-76MF/Il-78 Midas. Descartaria o KC-767 pelo custo MUITO maior (o leasing do KC-767 sai mais caro que a aquisição do Candid/Midas), apesar de a manutenção aparentemente poder ser feita em grande parte aqui, eis que é uma militarização de aeronave comercial, outro ponto que não me agrada. Ademais, não tem rampa traseira, o que o limita a REVO e/ou transporte de pessoal e/ou carga paletizada. Veículos, Armas pesadas & quetales, nem por sonho.
!!!Valews!!!