Notícia: Luz no fim do túnel ? Formação de pilotos MB &

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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PRick

#16 Mensagem por PRick » Sáb Jan 20, 2007 5:38 pm

Marino escreveu:Ah, outra coisa, o estudo mostra que sai mais barato a instrução inicial em T-25/T-27 do que em Helo.


O problema é que ele quando voa em avião não está se qualificando para Helos, ou seja, terá que voar em helos depois, portanto, você vai gastar para formar helos depois. Só tem sentido se você está pensando em usar pilotos de helos em aviões e vice versa, acabendo com a especialização.

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#17 Mensagem por Marino » Sáb Jan 20, 2007 5:45 pm

PRick escreveu:
Marino escreveu:Ah, outra coisa, o estudo mostra que sai mais barato a instrução inicial em T-25/T-27 do que em Helo.


O problema é que ele quando voa em avião não está se qualificando para Helos, ou seja, terá que voar em helos depois, portanto, você vai gastar para formar helos depois. Só tem sentido se você está pensando em usar pilotos de helos em aviões e vice versa, acabendo com a especialização.

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Negativo.
O estudo da FAB mostrou que a formação BÁSICA pode ser feita em aviões. Aprender a se comunicar, a voar visual, a voar por instrumentos, etc, pode ser feito nos T-25/T-27 a um custo muito menor que em helicópteros.
O vôo em He é outro curso totalmente diferente, com outras exigências.
O piloto que vai para o CAAVO nunca mais vai voar avião e os que seguem para Natal nunca voarão um He.




PRick

#18 Mensagem por PRick » Sáb Jan 20, 2007 7:14 pm

Marino escreveu:Rapaz, não tem nada a ver.
Você está totalmente equivocado.
Sim, os EUA fazem assim porque eles não tem recursos de sobra para treinar mão de obra as custas do dinheiro de impostos. Nada com ser rico como nós. :lol:

Por terem recursos sobrando é que a seleção é feita como fazem, diretamente da vida civil e mandando embora quem não possui qualificação. Por qualificação eu não falo intelectual ou moral, mas sim as necessárias para ser piloto, o que é muito diferente.
Na MB todos são formados na EN, exceto os Oficiais QC (Quadro Complementar), que vieram da vida civil diretamente por concurso, mas também, antes de optarem por uma especialização de pilotos, já serviram anos embarcados como Oficiais de Superfície. Se durante o curso não apresentam as qualificações que escrevi acima, por favor justifique mandá-los embora depois de anos de formação. É irresponsabilidade com o contribuinte sim, irresponsabilidade fiscal sim, irresponsabilidade para com a força sim.
Como sustentar colegios militares, e outras instituições de ensino que tinham sentido no passado, depois de queixam de falta de verbas.

Mudou de laranja para abacaxi.
Os colégios militares hoje em dia são importantes para a sociedade brasileira, pois não são escolas de formação militar para as FFAA. O EB já tentou fechar alguns, e qual foi o resultado? PROTESTOS DA SOCIEDADE CIVIL, contra o crime de fechar colégios em um país como o Brasil, ainda mais colégios da qualidade dos Colégios Militares. A MB também tentou fechar o Colégio Naval e foi uma mobilização, inclusive do Congresso Nacional, que impediu. Nada a ver.
Cada carreira militar deveria ser assim, você entra para ser piloto de aviões, de helos. Se não conseguir está fora da carreira militar. Se conseguir terá que ser piloto, se não quiser está fora, e se quiser ter brevê de piloto na vida civil, terá que pagar os custos com seu treinamento. Para evitar o uso das FA´s como tranpolim da carreira civil.

Novamente países diferentes, recursos diferentes, metodologia diferente.
Na MB ou no EB, todos entram para a Escola Naval ou a AMAN. São formados Oficiais de superfície (os da armada) ou infantes, cavalarianos, etc, no EB. Mais tarde, por ocasião da opção por especialização, podem optar por serem pilotos. Mas já são Oficiais com anos de dedicação ao Brasil. Jogá-los na rua por não terem qualificações extras para serem pilotos é irresponsabilidade, mais uma vez.
A carreira militar não é fonte de emprego seguro. Se você faz ao contrário, ocorre que ninguém vai querer as funções mais arriscadas, a não ser se for sonho de criança. Fica muito mais fácil, você sentar na cadeira e receber seu soldo, do que arriscar sua vida em um helo ou caça.

E quem disse o contrário? Para ser piloto não basta capacidade intelectual, moral, ser disciplinado, etc. Os pilotos que participam de nosso fórum podem explicar muito melhor do que eu.
Quem não quer as funções mais arriscadas? Piloto não é uma delas? E todos não são voluntários?
Ser MEC, COMANDO, FFEE, Paraquedista, etc, é sentar na cadeira e receber soldo? Disparate.
A intendência, a administração e a parte operativa devem ser carreiras distintas no oficialato até determinado nível da carreira. O ingresso aos níveis superiores vai depender de cursos de especialização e merecimento. E nada de promoções automáticas após a reforma/aposentadoria,como regra geral, do oficial ou soldado.

E por acaso é distinto do que você escreveu? Não leu o que eu escrevi sobre o funil que é na MB? Que promoções automáticas são estas? De que força, que eu me transfiro.
Do mesmo modo são as promoções, nada deveria ser automático, só por merecimento ou especialização. Se você não fizer nada, depois de um certo tempo, estará desligado dos quadros das FA´s. Sem direito a aposentadoria. Como também ocorre nos EUA. Mas somos um País rico, podemos fazer estas coisinhas.

De novo leia o que eu escrevi sobre o funil. Minha turma tinha cerca de 180 oficiais ao início da EN. Hoje, são 25. De que país você está falando????
Um bom exemplo é a Policia Federal, quem faz concurso público para Agente, jamais será Delegado, só se fizer outro concurso, acho que nas FA´s poderia até ser interno, mas somente por concurso existe a troca de ramo da carreira.

Para entrar na EN você faz concurso.
Para sair faz provas durante 4 anos.
Para ser promovido a 2º Tenente faz provas em toda a viagem de instrução.
Para ser promovido a 1º Tenente tem que passar no Curso de Especialização.
Tem que passar nos Cursos Operativos do CAAML, em qualquer fase da carreira, para não ter o acesso bloqueado.
Tem que passar no concurso da EGN, como Corveta, ou vai embora.
Tem que ser aprovado na EGN, cursando, ou vai embora.
Como CMG tem que ser aprovado, de novo, na EGN.
Quem é bom exemplo aqui no Brasil?
A falta de pilotos de helo é resultado direto da forma aquivocada como as pessoas são selecionadas, treinadas e como são organizadas as carreiras militares no Brasil. Porque sua organização visa mais a corporação que os objetivos da corporação, resultado, gastamos muito e mal os recursos.

Gostaria muito que você colocasse dados que sustentassem sua afirmação. Que falta de pilotos de Helo? Sabe o que é plano de carreira, onde são previstas as quantidades de cada Oficial em cada especialidade? E que é feita uma projeção de desligamento para o curso de piloto, e que são formados em número necessário, por ano, a quantidade prevista? Espero as provas do que você escreveu.
Se estas mundanças não forem feitas para o futuro, vamos acabar com uns dos maiores orçamentos previdenciários de defesa do planeta, será um Instituto Previdenciário Militar com um apêndice operacional, o que de fato já é uma realidade, gastamos muito mais com o pagamento de aposentadorias e pensões, que com a parte operativa. E cada vez mais o quadro está se agravando.

Não sei se você se lembra do estudo do CASNAV apresentado pelo Alte Mauro César. Também não tenho dados para dizer que o que você escreveu está correto, mas caso esteja, é culpa do próprio governo, que não deixou a MB aplicar o recolhido pelo pessoal da ativa, reserva, reformados e viúvas, que são descontados todos.
A propósito, o EB quando analisou os dois processos de treinamento de helos, optou pelo da Marinha, porque o achou superior ao da FAB. Estava me referindo a prática, é claro que do ponto de vista teórico existem pontos em comum nos 02 treinamentos.

O EB formou pilotos na MB e na FAB. A MB está somente seguindo um estudo que mostrou a melhor formação quando se voa em asa fixa primeiro. Se o EB não se interessou, problema dele. Talvez por não vislumbrar tão cedo a aquisição de asa fixa, mas que está funcionando para a MB e para a FAB, está.


Bem, Marino,

Você respondeu em itens, algo que é um texto unido, que deve ser lido inteiro e respondido assim.

Não de modo nenhum, sai muito mais caro eu dar um formação educacional completa para um pessoa a partir do zero, do que simplismente ministrar tão somente o currículo militar específico, para a função do militar.

Está errado porque as carreiras são excludentes, não quero que um piloto naval tenha o mesmo tipo de experiência que um Capitão de Navio, muito menos a mesma formação. É claro todos são militares, e devem receber o treinamento mínimo para tal, nada mais que isto. Colocar todos as carreiras dentro do mesmo currículo, para aproveitar os oficiais de uns para os outros é que não dá, ou forçar alguém que quer ser Aviador a ser oficial de uma escolta. Este tipo de generalização, não ajuda o profissional. Se um aviador naval quiser depois ser Capitão de um Navio, faça a especialização. A carreira de Aviador Naval jamais deveria se confundir com a carreira de um Oficial de Navio. Só deveria se unir no topo da carreira, e mesmo assim, dentro de cada especialização. Um Oficial da Marinha Aviador da Marinha poderá ser Almirante, mas daí ser Comandante Operacional de uma esquadra, vai uma distância enorme.

O que existe de separado hoje é a carreira complementar, é o reconhecimento que a formação militar é complementar a civil, nada mais além disso. Para este você tem o que deveria ser para toda a força. Defendo que isto exista dentro da própria carreira militar, teríamos várias carreiras militares.

O teto na carreira militar deveria ser, no caso da Marinha, Capitão de Mar e Guerra, acima deste posto, você tem que se especializar para chegar lá. Tanto na reserva ou como na ativa. De forma bem clara, não quero que um Oficial Especialista eletrônica em Submarinos saiba o mesmo que um Almirante, nem que ele se torne um, por exemplo. Nos países mais desenvolvidos esta tem sido a evolução natural. Os militare não são super homens, capazes de comandar um Navio de manhã e voar num caça de noite. E muitas vezes o ensino dentro das FA`s são orientados assim, por simples tradição. Corremos o risco de termos um Comandante de Navio que é um bom aviador ou vice versa.

Não existe mais a noção, "quero ser um Militar", esta noção é coisa do passado. Talvez por isto muitos digam que existe uma crise na carreira, que ser militar não trás mais o status de antigamente. A noção atual é sou um advogado militar, um aviador militar, um administrador militar, um capitão(comandante de navio) militar. A diferença deles para o Aviador Civil, Administrador, é a hierarquia, basicamente, porque até quanto ao tipo de vínculo jurídico, existem os são Servidores Públicos Civis que prestam juramento ao serem integrados aos quadros do Estado.

Se o Oficial der baixa nestes casos, não recebe pensão e terá que pagar os cursos de seu bolso, caso queira se valer do que aprendeu, como obter brevê ou diploma, como falei. A promoção automática é a por tempo de serviço, é esta que tem que acabar. Não é porque me tornei oficial dentro da MB que vou virar Almirante, ainda mais depois de dar baixa no serviço ativo.

Não mudei nenhum assunto, estamos falando de formação e da carreira militar, e este é um problemas, é a visão equivocada que os militares são diferentes dos civis, e sua formação educacional tem que ser diversa, deste o início da vida, ou seja, é uma corporação vista como previlegiados, a parte do meio social. Uma visão equivocada que é passada em todas as carreiras de Estado no Brasil, o nome é SERVIDOR PÚBLICO, mas parece ao contrário, que o ingresso no Serviço Público, é um título de privilégio em face ao resto da sociedade.

Queria saber quando o Congresso foi contra o fechamento de colégios militares? Não li nenhuma notícia a este respeito, o melhor seria desmilitarização dos colégios, poderiam ser repassados para prefeituras e os estado, ou mesmo a União Federal, os recursos tem que vir de outro lugar não do ministério da defesa, este é o ponto. Se querem este tipo de formação, que saia do Orçamento da Defesa.

A questão aqui é gastar menos, racionalizar custos, importamos tudo dos EUA, menos o que vale a pena, não é mesmo.

Provas do que escrevi? Porque fica claro, do momento eu que posso passar para outras carreiras(especializações), não tem problema eu ser desligado no curso de pilotos de helos. Agora, a frustração você vai carregar pelo resto da vida. O erro está na concepção que a carreira militar, é uma carreira, sem levar em consideração a especialização interna, é está que deve pautar a avaliação para o desempenho do militar. Portanto, fundamental para o fato de ser militar. Ser militar não é uma atividade humana, não é um exercício de fato, porque a maioria das atividades nada tem haver de militares, mas simplesmente algo que todos as pessoas fazem. Não vamos mitificar o trabalho dos militares, aceitando que são pessoas, cidadãos com as mesmas limitações dos civis. Achar que podem desempenhar qualquer atividade com a mesma aficiência, sem levar em consideração aptidões naturais, não é um processo de educação e organização eficiente. E a melhor maneira de fazer a triagem é na entrada da carreira, pela especialização pretendida, não esperar para depois.

A culpa não é do governo, mas de todos nós, a Previdência não é algo do governo, mas da sociedade brasileira. Construímos um sistema em que muita gente recebe, mas nem todos são contribuintes, e que pode pagar mais aos inativos que aos ativos, algo absurdo do ponto de vista da contabilidade. É certo que sistema terá que ser subsidiado pelo Estado, mas este aporte não pode ser feito para os mais bem pagos, mas para garantir um piso mínimo. Aqui o problema não se resume aos militares, mas toda a Previdência Pública. Existem alguns privilégios, absolutamente injustos em algumas carreiras de estado.

E o sistema não esta se equilibrando, pelo contrário, e todos deveriam estar preocupados com isto. Quando os Governos tentam modificá-lo existe uma gritaria, o mais sintomático, é que são os que mais ganham, aqueles que mais reclamam.

O País deveria passar por uma Reforma Administrativa, que deveria incluir a revisão de todas as carreiras de estado, inclusive as militares. Mas sabemos que os interesses contrariados seriam muitos, agora, depois não se queixem dos governos e das faltas verbas. Tem uma frase que gosto muito: "um administrador público falou que dos 50 milhões pedidos, só recebeu 25 milhões, mas ele não explicou como gastou o que recebeu". Todos os setores da sociedade costumam reclamar de falta de recursos, ninguém está satisfeito com os seus salários, mas todos tem que aprender a viver assim, é um fato da vida social, mesmo no caso dos militares. A administração é a arte de conviver com recursos limitados. Se eles fossem ilimitados, pra quê racionalizar os custos?

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#19 Mensagem por Marino » Sáb Jan 20, 2007 9:20 pm

Bem, Marino,

Você respondeu em itens, algo que é um texto unido, que deve ser lido inteiro e respondido assim.

Eu li todo o texto, de uma forma unida e completa, e não concordei em vários tópicos. Por isto respondi desta maneira, que não acho inconveniente ou desrespeitosa para com seu texto.

Não de modo nenhum, sai muito mais caro eu dar um formação educacional completa para um pessoa a partir do zero, do que simplismente ministrar tão somente o currículo militar específico, para a função do militar

Veja bem: você está tomando como exemplo os EUA, se esquecendo que eles também utilizam a mesma metodologia de formação que nós. Lá também existem as Academias Naval (Anápolis), do Exército (West Point) e da Força Aérea (não sei como se chama). É a mesma metodologia e a mesma formação que temos, assim como a Inglaterra, a Alemanha, a Itália, Portugal, Espanha, Argentina, Chile, etc.
A diferença é que os EUA possuem uma quantidade tão grande de meios que estas Academias não possuem capacidade para formar todos os oficiais de que necessitam, inclusive espaço físico. Então, a solução é ter uma formação diferenciada, pegando pessoal no meio civil, dar uma instrução específica para eles, o que permite o guarnecimento do meios de que dispõem.
Se esta metodologia estivesse errada, já não teriam acabado com ela?
Não digo somente os EUA, mas todos os países do mundo?
Todos temos idéias, mas quando contestados com a realidade ou quando nos demonstram que estamos equivocados, voltamos atrás.

Está errado porque as carreiras são excludentes, não quero que um piloto naval tenha o mesmo tipo de experiência que um Capitão de Navio, muito menos a mesma formação. É claro todos são militares, e devem receber o treinamento mínimo para tal, nada mais que isto. Colocar todos as carreiras dentro do mesmo currículo, para aproveitar os oficiais de uns para os outros é que não dá, ou forçar alguém que quer ser Aviador a ser oficial de uma escolta. Este tipo de generalização, não ajuda o profissional. Se um aviador naval quiser depois ser Capitão de um Navio, faça a especialização. A carreira de Aviador Naval jamais deveria se confundir com a carreira de um Oficial de Navio. Só deveria se unir no topo da carreira, e mesmo assim, dentro de cada especialização. Um Oficial da Marinha Aviador da Marinha poderá ser Almirante, mas daí ser Comandante Operacional de uma esquadra, vai uma distância enorme.

Para os outros que estão lendo, pode parecer que estou tendo uma briga muito grande com você, mas não é assim que estou vendo. Vejo como uma grande oportunidade de mostrar o quanto a MB, e as demais forças, agem de maneira transparente e com o mais elevado propósito.
Porquê na MB e no EB um piloto guarnece antes de se especializar um navio ou a tropa? Por que ele vai ter o necessário conhecimento do que é estar do outro lado quando operando. Falei de uma maneira muito simples, mas no fundo é o que ocorre. Tenho um amigo do EB que esteve no Traíra e me falava que tinha certeza de que os pilotos de He fariam de tudo o que fosse possível, e o impossível, pois sabiam o que estavam passando. Na MB, quando chamamos um piloto para briefing e mostramos a situação tática, ele compreende perfeitamente, sem necessidade de cursos extras de tática naval. Coberturas, formaturas, planos de ataque, guerra A/S, navegação, etc, nada é novidade para estes Oficiais. Novamente, é a mesma metodologia utilizada nos EUA.
Desde o instante que o Oficial se torna aviador, sua carreira nada tem mais a ver com a de Oficial de navio. Pode Imediatar e Comandar um Esquadrão de Aeronaves, a Base Aeronaval, pode ser Oficial de aviação dos Estados-Maiores, mas sua carreira estará definitivamente separada da dos oficiais de superfície. O aviador poderá ser Almirante, comandante da Força-Aeronaval, da Diretoria de Aeronáutica da Marinha, e de outras OM, como a Escola de Guerra Naval, ou a Escola Naval, mas não será comandante de uma Divisão da Esquadra.
Os Oficiais que pretendem ser aviadores são antes de tudo Oficiais de Marinha. Se são desligados do curso por uma inaptidão ao vôo, continuam Oficiais de Marinha, nos navios de nossa Marinha. Nada demais. O contrário, depois de anos de formação colocá-lo para fora, seria irresponsabilidade, como já escrevi. Nada diferente do que ocorre com os Oficiais de Anápolis, nos EUA.

O que existe de separado hoje é a carreira complementar, é o reconhecimento que a formação militar é complementar a civil, nada mais além disso. Para este você tem o que deveria ser para toda a força. Defendo que isto exista dentro da própria carreira militar, teríamos várias carreiras militares.

É complementar a civil para os Oficiais QC, como expliquei anteriormente. Para os outros, que entram aos 14 anos no Colégio Naval e saem formados da Escola Naval, há que reconhecer que quase toda a formação foi dada pelas FFAA.
Nada diferente do que existe em todos os países do mundo. Você pode defender uma formação diferente, mas reconheça que a que escrevi é feita em todo o mundo, por todas as FFAA.

O teto na carreira militar deveria ser, no caso da Marinha, Capitão de Mar e Guerra, acima deste posto, você tem que se especializar para chegar lá. Tanto na reserva ou como na ativa. De forma bem clara, não quero que um Oficial Especialista eletrônica em Submarinos saiba o mesmo que um Almirante, nem que ele se torne um, por exemplo. Nos países mais desenvolvidos esta tem sido a evolução natural. Os militare não são super homens, capazes de comandar um Navio de manhã e voar num caça de noite. E muitas vezes o ensino dentro das FA`s são orientados assim, por simples tradição. Corremos o risco de termos um Comandante de Navio que é um bom aviador ou vice versa.

O teto das 3 FFAA é o posto de CMG/Coronel. Até aí as promoções dependem de seu esforço pessoal, passando em todos os obstáculos intelectuais que já escrevi, e de seu desempenho nas funções que assumiu durante a carreira. Nisso não discordamos e é feito assim.
Durante toda a carreira você é avaliado, como já expliquei, pela CPO (Comissão de Promoção de Oficiais) e é promovido por merecimento ou antiguidade. Se for por antiguidade, pode começar a procurar emprego fora. A promoção para Alte é chamada de Quadro de Escolha, por que os poucos que chegam aos 7 anos de CMG até você tem que concordar que qualquer um tem condições de ser Almirante. Mesmo assim, são avaliados pelo Almirantado e a lista é apresentada ao Pres. da República, que a aceita, ou não, optando por qualquer nome. Por isso Escolha.
Não somos super-homens. O especialista em eletrônica, citado por você, vai existir até o posto de Capitão-Tenente. Depois o Oficial cursa, ou não, a Escola de Guerra e vira Oficial de Estado-Maior, se afastando da área técnica. Como vê, tudo tem seu momento. O ensino nas FFAA não prepara ujm Oficial para ser Comandante de Submarino de dia e voar um caça de noite. Isto é desconhecimento e seria um absurdo se ocorresse.

Não existe mais a noção, "quero ser um Militar", esta noção é coisa do passado. Talvez por isto muitos digam que existe uma crise na carreira, que ser militar não trás mais o status de antigamente. A noção atual é sou um advogado militar, um aviador militar, um administrador militar, um capitão(comandante de navio) militar. A diferença deles para o Aviador Civil, Administrador, é a hierarquia, basicamente, porque até quanto ao tipo de vínculo jurídico, existem os são Servidores Públicos Civis que prestam juramento ao serem integrados aos quadros do Estado.

Não concordo. Não sou um Comandante de Navio, sou um militar, um Oficial da Marinha. Minha especialidade permitiu que eu comandase navios, como poderia ter permitido que comandasse um Esquadrão de Aeronaves, ou um submarino, ou um Batalhão de fuzileiros, se fosse outra. A diferença dos civis está na Constituição e não é só a hierarquia. Procure e veja o que mais nos distingue. Somos melhores por isso, NÃO, só regidos por regras diferentes de todos os outros brasileiros. Uma das diferenças dos Servidores Públicos começa no juramento ao ser integrado ao Quadro do Estado, como lembrado por você. No nosso juramento, consta morrermos pela Pátria se necessário.

A promoção automática é a por tempo de serviço, é esta que tem que acabar. Não é porque me tornei oficial dentro da MB que vou virar Almirante, ainda mais depois de dar baixa no serviço ativo.

Já escrevi que isto não existe e listei todos os funis por que passamos. Acredite.

Não mudei nenhum assunto, estamos falando de formação e da carreira militar, e este é um problemas, é a visão equivocada que os militares são diferentes dos civis, e sua formação educacional tem que ser diversa, deste o início da vida, ou seja, é uma corporação vista como previlegiados, a parte do meio social. Uma visão equivocada que é passada em todas as carreiras de Estado no Brasil, o nome é SERVIDOR PÚBLICO, mas parece ao contrário, que o ingresso no Serviço Público, é um título de privilégio em face ao resto da sociedade.

A formação é diferenciada em todos os países do mundo. Por qual motivo? Será que todo o mundo está errado? Esta formação diferenciada não nos dá privilégios, pelo contrário. Você sabe o que é ficar interno com 14 anos e no fim de semana não poder ir para casa pq está de serviço? Ou se for de outros estados ver a família somente nas férias, muito menores que a de todos os outros estudantes, por causa das viagens/manobras de férias? Não estou reclamando. Se continuamos é pq queremos mas, como vê, não há privilégios.
E não somos servidores públicos. Procure na Constituição a designação correta: MILITARES. Veja o porquê também no livrinho verde.

Queria saber quando o Congresso foi contra o fechamento de colégios militares? Não li nenhuma notícia a este respeito, o melhor seria desmilitarização dos colégios, poderiam ser repassados para prefeituras e os estado, ou mesmo a União Federal, os recursos tem que vir de outro lugar não do ministério da defesa, este é o ponto. Se querem este tipo de formação, que saia do Orçamento da Defesa.

Eu escrevi que a MB tentou fechar o Colégio Naval e a reação veio até do Congresso, com Senadores e Deputados indo em massa ao Comte da MB para impedir. Quanto aos Colégios Militares, a reação saiu até nos jornais, não me lembro corretamente em que época, mas me lembro que até o humorista Castrinho, ex-aluno, fez campanha. Estes colégios tem militar só no nome. Não são formadores de pessoal para a s FFAA e sim de estudantes de alto nível para o Brasil. Alguns vão para as Escolas Militares, como alunos de todas as escolas de todo o Brasil. Não me oponho absolutamente a que outro órgão os assuma, mas será que o alto nível de estudo permanecerá, o comprometimento com o estudo, a disciplina, a formação rigorosa exigida pelos professores, os primeiros lugares no ENEM? Novamente, vão permitir?

O erro está na concepção que a carreira militar, é uma carreira, sem levar em consideração a especialização interna, é está que deve pautar a avaliação para o desempenho do militar.

Já mostrei que está equivocado. Há especialização, inclusive é um dos cursos obrigatórios de carreira. O desempenho é avaliado diariamente, pode mais uma vez acreditar.

Não vamos mitificar o trabalho dos militares, aceitando que são pessoas, cidadãos com as mesmas limitações dos civis. Achar que podem desempenhar qualquer atividade com a mesma aficiência, sem levar em consideração aptidões naturais, não é um processo de educação e organização eficiente. E a melhor maneira de fazer a triagem é na entrada da carreira, pela especialização pretendida, não esperar para depois.

100% de acordo.

Quanto a previdência, reconheço com humildade que não sou um especialista e não entendo direito do assunto para um debate profundo. Só lembro que a Mb tentou que os recursos pagos por todos, da ativa, reserva, reformados, viúvas, fossem aplicados e provou que desta forma sobraria dinheiro.




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#20 Mensagem por Piffer » Sáb Jan 20, 2007 11:52 pm

My 2 cents.

Apenas corroboro os pontos de vista do Marino.

Minha turma entrou na EsPCEx, em 1991 com 730 alunos. 465 se formaram da AMAN em 1995. Na EsAO, em 2003, éramos menos que 400. Desses, apenas uns 15 ou 20 serão generais.

Quanto aos cursos de pilotos no EB e MB: a vivência dos quatro anos de AMAN ou EN, bem como a experiência na tropa é essencial. É diferente da FAB, onde uma grande parte da turma será de aviação e a formação dos pilotos ocorre na própria academia. Não existe oficial aviador na FAB sem os quatro anos na AFA.

Da mesma forma, não podem existir oficiais de carreira no EB e na MB sem a formação acadêmica. Não é viável, na conjuntura atual, tirar os cadetes do 3o e 4o anos das escolas e levá-los para o CIAvEx ou para a BAeNSPA.

Os exemplo dos EUA é diferente: eles têm oficiais temporários e sargentos como pilotos, pela enorme demanda. Da mesma maneira, têm uma grande quantidade de oficiais temporários nas unidades.

Os oficiais formados em West Point são uma minoria e galgarão os postos mais altos da carreira. Para estes, a Aviação também é uma especialização, como ocorre no EB e na MB.

Abraços,




Carpe noctem!
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#21 Mensagem por robonluis » Dom Jan 21, 2007 11:56 pm

Quando estive no Pacau, no fim do ano, tinha 4 pilotos da MB por lá, operando no esquadrão, inclusive exercendo as atividades normais dos pilotos do esquadrão




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#22 Mensagem por Marino » Seg Jan 22, 2007 12:05 am

Está havendo um intercâmbio entre a FAB e a MB. Pilotos da MB formados nos EUA estão como instrutores em Natal. Mais uma prova de cooperação e troca de conhecimento.




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Pedro Gilberto
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#23 Mensagem por Pedro Gilberto » Qua Jan 24, 2007 3:24 pm

Marino escreveu:Porquê na MB e no EB um piloto guarnece antes de se especializar um navio ou a tropa? Por que ele vai ter o necessário conhecimento do que é estar do outro lado quando operando. Falei de uma maneira muito simples, mas no fundo é o que ocorre. Tenho um amigo do EB que esteve no Traíra e me falava que tinha certeza de que os pilotos de He fariam de tudo o que fosse possível, e o impossível, pois sabiam o que estavam passando. Na MB, quando chamamos um piloto para briefing e mostramos a situação tática, ele compreende perfeitamente, sem necessidade de cursos extras de tática naval. Coberturas, formaturas, planos de ataque, guerra A/S, navegação, etc, nada é novidade para estes Oficiais. Novamente, é a mesma metodologia utilizada nos EUA.


Se naum estou enganado, no USMC os oficiais aviadores tb são oriundos da tropa e portanto passaram pelo treinamento básico como qq marine. Dizem q a idéia é essa msm, q o oficial-aviador sabe examente o q esta se passando em terra com seus companheiros.

[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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