Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?
Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....
Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.
Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?
Abraços
Elizabeth, primeiramente te peço desculpas pela demora em responder teu post. Não vou mentir. Eu realmente esqueci de responde-lo no ano passado devido a correria das festas de fim de ano. E agora a cerca de 3 dias meu computador caseiro resolveu dar pau de forma que só poderei acessar o que havia originalmente escrito qdo. Voltar para Fortaleza (estarei embarcado por 15 dias, a partir de sábado 13/1)
Enfim...
A resposta é impressionantemente simples.
Os Projekt 949/949 A usavam como os demais subs de sua geração(a 3ª. Geração de subs nucleares russos-Projekt 971
Akula/Bars, Projetkt 941
Taifun, Projekt 945
Sierra/Krab, Projekt 667BDR/BDRM
Delta III IV
Kalmar) diversos subsistemas novos , um deles, justamente uma nova(e revolucionária) cápsula de salvamento coletivo de tripulação.
Essa nova cápsula projetada em conjunto entre o(legendário) Bureau
Rubin(cujo engenheiro –chefe deste projeto específico foi Viktor S. Zelenin) e o TASGi(instituto central de aero e hidrodinâmica), O modus operandi consistia no:
1 embarque de toda a tripulação do sub, na cápsula,
2 pressurização da cápsula,
3 ejeção da cápsula(situada na Vela do submarino), e
4 navegação por flutuabilidade positiva até a superfície, onde a tripulação poderia sobreviver por até 5 dias, aguardando resgate.
Justamente a Fase 3 é que apresenta a resposta a sua pergunta.
A Cápsula de Salvamento era “ejetada” do restante do casco por implosão das grimpas de fixação hidrodinâmicas presentes na vela do sub. Não sei como é exatamente o processo de separação dos estágios de um foguete, mas é (acredito ser) “mais ou menos por aí”. Acontece que não seria prático e lógico que essa grimpas fossem de aço(e portanto com solda feita em aço), Daí a necessidade de se proceder a solda de toda a estrutura em (interna) em liga de alumínio reforçada para facilitar sua cisão por detonação de cordite100(deve ser esse material, mas isso é especulação minha), para efetuar a liberação da cápsula do submarino.
Essa cápsula, 15K-47E era o modelo usado(ao que tudo indica) no submarino K-278
Konsomolets que foi perdido em 1989 ao largo da Noruega no Mar do Norte. No entanto, infelizmente houve uma falha de projeto ao se usar(novamente, reitero, isso é especulação minha e de alguns colegas)s o explosivo cordite 50, motivo pelo qual mudou-se para o Cordite 100, e reduziu-se de 6 para apenas 4 grimpas de fixação da cápsula à vela do submarino. Também houve falha de operação por parte dos tripulantes, que, em pânico, não atentaram para a correta pressurização da cápsula, antes de ejeta-la.
Daí advém a necessidade de se manter a vela baixa. A não interferência na separação cápsula/submarino. Como a cápsula é em formato trapezoidal então sua poarte superior ocupa um considerável espaço da vela do sub, usado primariamente para transporte das antenas do mastreamento(comunicações, periscópios de ataque e vigilância, antenas SINS, MAGE, etc), de forma que estes ficam possicionadas em dois sub-grupos a Frente e a ré da cobertura da cápsula.
No caso específico dos Projekt 949 A (
Oscar II) temos que considerar ainda que havia a necessidade de se evitar uma possível interferência hidrodinâmica no momento do lançamento dos Mísseis SS-N-19. Mais ou menos o mesmo que pode acontecer no momento da separação Míssil-aeronave.
Qto. Mais baixa for a vela(no caso da configuração da vela/silos de lançamento lado-a-lado dos
Oscar) menos interferência no momento do lançamento(mesmo sendo “a frio”).
Eu tenho várias fotos/esquemas destes detalhes, mas só vou conseguir posta-las na semana que vem.
Sds
Walter