...somos apenas um "país em desenvolvimento "(eufemismo justificado por muitos economistas). De nada adianta alegar falta de verbas...
Acho que não é bem assim. O tade-off entre alternativas de investimento é uma realidade em todo o mundo. Países ricos, com maior orçamento per capita enfrentam um problema menor, mas ainda sim enfrentam tal problema.
Se essas bases fossem necessárias, ninguém voaria sobre o Atlântico. Muito mais movimentado que os céus do Norte do Brasil são os céus do Atlântico Norte.
Somos um país em desenvolvimento justamente por não planejarmos e executarmos com consciência nossos investimentos.
Além do mais, essa estória do piloto americano não é uma história. Ele alega que precisou do cargueiro para ajudá-lo, sem o cargueiro ele não seria capaz de pousar e todos morreriam, mas bastava ele olhar para trás que havia pelo menos dois passageiros fluentes em português e inglês.
A base da Serra do Caximbo não é para isso e não é racional que vire algo assim. Não é barato manter uma pista capaz de receber grande aviões comerciais, além disso, a pista e o controlador por si só não servem para nada, pois se estamos falando de pistas para pouso de emergência seriam necessárias equipes de resgate e bombeiros estacionados em cada pista, com equipamentos apropriados etc. Isso para realizarem uma operação a cada 30 anos.
...imagine se algum avião com tripulação estrangeira aproxime acidentalmente a base. Como é que a torre vai alertar o avião? Em português é claro, e a tripulação que se vire aprendendo português !!
E mande A-29 para interceptar o coitado.
Não, a função de avisar que ele saiu da rota não é do controlador que cuida da aproximação da base, mas sim do que está no Cindacta monitorando o avião.
Cachimbo está em posição privilegiada pra socorrer emergências numa aérea complicada...
Complicada seria se ocorressem emergências com freqüência. Não me parece que isso esteja ocorrendo. O Brasil é reconhecido internacionalmente como referência em segurança de vôo.
Pilotos comerciais dizem que operar no aeroporto Charles de Gaulle é complicado, porque os controladores franceses falam em francês com os pilotos franceses e inglês com os demais. Isso tira a conciência situacional dos pilotos que não entendem francês. Não conseguem formar uma "imagem" do que acontece em seu redor. Já houve pelo menos um acidente alí provocado por esse problema... foi no solo...mas um piloto morreu.
Mas o controlador de Caximbo não trata com vôos internacionais, só com aviões da FAB.
Olha seria excelente se todos nós tivéssemos uma boa educação e saíssemos do segundo grau falando inglês e espanhol, mas isso não ocorre. Fluência demanda anos de prática, ou seja, controladores fluentes em inglês são um recurso escasso, sargentos fluentes em inglês são um recurso mais escasso ainda. O Cintacta e os aeroportos internacionais precisam ter controladores fluentes em inglês. As bases militares, aeroclubes, aeroportos de hotéis etc, não.
Falaram em país em desenvolvimento, qual país desenvolvido espalhou bases em seu território para atender a pousos de emergência?
Nesse caso (do controlador de Caximbo) a FAB não pode ser acusada de má gestão!
Abraços