Semelhanças??
Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação
Semelhanças??
Eu ja abri esse tópico uma vez.. não me lembro em qual fórum .. mas eu me deparei dinovo com esse carro da 2ª Guerra .. e any way ..
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M8 Greyhound
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Engesa EE-9 Cascavel
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Será q a Engesa se inspirou no desing desse M8 para fazer o EE-9??
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M8 Greyhound
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Engesa EE-9 Cascavel
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Será q a Engesa se inspirou no desing desse M8 para fazer o EE-9??
- FinkenHeinle
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Sei não, mas na minha modesta opinião não vejo muita semelhança com o nosso Cascavel. É claro que o conceito pode ser parecido, uma viatura 6x6, mas até o canhão é diferente. A única semelhança que vejo entre ambos, diz respeito ao fato dos dois se encontrarem obsoletos. Hahaha!!!
Resta saber se esse blindado Norte-Americano de nome "M8 Greyhound" já preconizava o sistema de "boomerang" nas rodas trazeiras???
Resta saber se esse blindado Norte-Americano de nome "M8 Greyhound" já preconizava o sistema de "boomerang" nas rodas trazeiras???
Ser Guerreiro é viver para sempre!
Balena escreveu:Sei não, mas na minha modesta opinião não vejo muita semelhança com o nosso Cascavel. É claro que o conceito pode ser parecido, uma viatura 6x6, mas até o canhão é diferente. A única semelhança que vejo entre ambos, diz respeito ao fato dos dois se encontrarem obsoletos. Hahaha!!!
Resta saber se esse blindado Norte-Americano de nome "M8 Greyhound" já preconizava o sistema de "boomerang" nas rodas trazeiras???
Carro de Combate M-8 GreyHound
Armamento: Um canhão de 37 mm e 3 metralhadoras Browning .30
Peso: 8.200 kgs
Velocidade: 85 km/h na estrada
Por essa foto parece q é igual o do Cascavel tem até akele "pino" entre as rodas
Guarnição: 4 homens
- Vinicius Pimenta
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Vinicius Pimenta escreveu:Acredito que a Engesa possa até ter visto o M-8 como inspiração mas um carro é bastante diferente do outro. A maior semelhança está na disposição e estilo das rodas.
Não com certeza. .. mas repara nessa ultima foto que provavelmente é uma versão atualizada do original .... é mto identico ao Cascavel
Na primeira foto que o Spetsnaz postou percebe-se uma espécie de "arco" montado sobre a torre do canhão. Serias para o encaixe de algum reparo de metralhadora, o que permitiria à mesma deslizar em trajetória circular sobre a torre descrevendo um ângulo de 360 ou algo parecido???
O canhão do M-8 também me pareceu meio "mixuruca" perto dos também insuficientes 90 mm do Cascavel, nos dias de hoje uma viatura como este tal de "CC' M-8 GreyHound só serviria para uso policial. Hehehehe!!! Nem mesmos os fuzileiros que gostam de veículos leves se beneficiariam deste tipo de viatura que tem características de CC, parece VBTP, digo parece, pois não deve transportar mais que quatro homens. Acredito que o conceito do "CC" M-8 GreyHound já se encontra ultrapassado, na verdade ultrapassadíssimo, mas sem dúvida foi um importante precursor de toda uma geração de "CC" leves 6x6, inclusive dos da família do nosso "cascavel magro".
Outra coisa com que a ENGESA inovou foi a criação do inédito e revolucionário sistema de eixo propulsor traseiro de nome "Boomerang". Os EE-9 Cascavel, por sua vez, encontram-se obsoletos, acredito que algumas alterações pontuais no projeto e consequente modernização iriam preparar terreno para uma nova geração de CCs sobre rodas 6x6 prontos para defender o território nacional. Acredito que o conceito se encerra em grande parte no poder do canhão, pois da mesma forma que o M-8 e o "Magro" têm um canhão fraquíssimo pros dias de hoje, o nosso EE-9 o tem ou o terá em breve. Por outro lado colocar um canhão de 120-125 mm na torre implica em alterações significativas no projeto, mas se bem que seria interessante. Um CC ligeiro com um canhão forte, só ficariamos devendo na blindagem, mas isso é assunto para os projetistas militares.
Acima fotos do chamado Cascavel Magro, equipado com um canhão de 37 mm.´
O canhão do M-8 também me pareceu meio "mixuruca" perto dos também insuficientes 90 mm do Cascavel, nos dias de hoje uma viatura como este tal de "CC' M-8 GreyHound só serviria para uso policial. Hehehehe!!! Nem mesmos os fuzileiros que gostam de veículos leves se beneficiariam deste tipo de viatura que tem características de CC, parece VBTP, digo parece, pois não deve transportar mais que quatro homens. Acredito que o conceito do "CC" M-8 GreyHound já se encontra ultrapassado, na verdade ultrapassadíssimo, mas sem dúvida foi um importante precursor de toda uma geração de "CC" leves 6x6, inclusive dos da família do nosso "cascavel magro".
Outra coisa com que a ENGESA inovou foi a criação do inédito e revolucionário sistema de eixo propulsor traseiro de nome "Boomerang". Os EE-9 Cascavel, por sua vez, encontram-se obsoletos, acredito que algumas alterações pontuais no projeto e consequente modernização iriam preparar terreno para uma nova geração de CCs sobre rodas 6x6 prontos para defender o território nacional. Acredito que o conceito se encerra em grande parte no poder do canhão, pois da mesma forma que o M-8 e o "Magro" têm um canhão fraquíssimo pros dias de hoje, o nosso EE-9 o tem ou o terá em breve. Por outro lado colocar um canhão de 120-125 mm na torre implica em alterações significativas no projeto, mas se bem que seria interessante. Um CC ligeiro com um canhão forte, só ficariamos devendo na blindagem, mas isso é assunto para os projetistas militares.
Acima fotos do chamado Cascavel Magro, equipado com um canhão de 37 mm.´
Ser Guerreiro é viver para sempre!
AA só lembrando novamente que o M8 é um veiculo da Segunda Guerra Mundial ...
Na primeira foto que o Spetsnaz postou percebe-se uma espécie de "arco" montado sobre a torre do canhão. Serias para o encaixe de algum reparo de metralhadora, o que permitiria à mesma deslizar em trajetória circular sobre a torre descrevendo um ângulo de 360 ou algo parecido???
é sim.. serve para o titiozinho q tá lá em cima poder girar uma .50 que ficava em cima lá !
Na primeira foto que o Spetsnaz postou percebe-se uma espécie de "arco" montado sobre a torre do canhão. Serias para o encaixe de algum reparo de metralhadora, o que permitiria à mesma deslizar em trajetória circular sobre a torre descrevendo um ângulo de 360 ou algo parecido???
é sim.. serve para o titiozinho q tá lá em cima poder girar uma .50 que ficava em cima lá !
M8 -> Cascavel Magro -> EE-9 Cascavel
Eu não sei, mas pode ser que eles encerram um conceito parecido.
Naminha modesta opinião Embarassed este carro não temnada a ver com o cascavel, comparem a sua dianteira e a sua torre...
Realmente o que o "Cascavel Magro" e o EE-9 "Cascavel" possuem de mais semelhante é o nome, mas o projeto do EE-9 pode ter surgido da necessidade de se "engordar" um veículo do tipo do "Cascavel Magro". Da mesma forma que, hoje, sugiro que o EE-9 seja "engordado" para poder ganhar um canhão de 120-125 mm em sua torre. Na minha também modesta opinião, seria um veículo ideal para tropas de assalto como a dos fuzileiros que precisam associar velocidade no desembarque com elevado poder de fogo. Gostaria também de propor uma discussão sobre CC sobre rodas, vocês acham que os CC sobre rodas ainda têm sua aplicação no campo de batalha??? É pertinente continuar o desenvolvimento de CCs sobre rodas??? Quais as vantagens e desvantagens dos mesmos??? Acredito que seja um assunto bem interessante para discutir aqui neste fórum.
Ser Guerreiro é viver para sempre!
- kiev
- Júnior
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ARSENAL DE GUERRA DE SÃO PAULO - AGSP
ONDE O SONHO TORNA-SE REALIDADE.
O RENASCER DOS BLINDADOS DE RODAS NO EXÉRCITO BRASILEIRO
Expedito Carlos Stephani Bastos,
Pesquisador de Assuntos Militares do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF e Coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora.
expeditobastos@artnet.com.br
Criado, em 02 de dezembro de 1958, na cidade paulista de Barueri, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), desempenhou um pioneirismo importante na área da Indústria Bélica Brasileira, pois ele é o herdeiro do Parque Regional de Manutenção da 2ª Região Militar (PqRMM/2), extinto em 1997, e a ele incorporado. (foto 1)
Com a experiência já existente no AGSP e a capacidade criadora do PqRMM/2, responsável pelos mais brilhantes projetos, que posteriormente serão concebidos pela Indústria de Material de Defesa Brasileira, destacando dentre eles os afamados CASCAVEL e URUTU, responsáveis pelo sucesso da extinta ENGESA, uma história de sucessos e frustrações que ainda está para ser escrita.
Sem dúvida após os anos de ouro de nossa indústria, e seu grande declínio na década de 90, fiquei verdadeiramente feliz e impressionado com a visita que fiz à aquela instituição no último dia 07 do corrente mês e ano, ocasião em que como correspondente da DEFESANET, fui recebido pelo Comandante do AGSP, Cel. QEM Ernesto Ribeiro RONZANI, para tão agradável visita. (foto 2)
O Arsenal de Guerra de São Paulo tem como missão; "Contribuir para a operacionalidade do combatente por meio da fabricação e recuperação do material de emprego militar", o que vem cumprindo com garra e determinação, muito embora seu quadro mereceria um maior atenção, pois trata-se de mão de obra extremamente qualificada e de longo aprendizado, sendo necessário até mesmo rever os problemas de baixa por ter atingido um determinado tempo servindo no quadro do Exército, o que certamente trará conseqüências para a continuidade do trabalho de revitalização, objetivo maior do AGSP no contexto operacional do Exército Brasileiro.
Atua nas áreas de recuperação e fabricação de:
Armamento: Metralhadoras, Fuzis, Pistolas, Obuseiros e Canhões;
Comunicações: Rádio-Transmissores e Sistema de Comunicação de Blindados;
Engenharia: Geradores Elétricos;
Intendência: Colchões, Travesseiros, Capacetes de Fibra e de Fibra Aramida, Fogareiros;
Produtos Especiais: Redes de Camuflagem, Caixa de Acondicionamentos para Transporte de Fuzis em fibra de vidro;
Motomecanização: Recuperação de Viaturas Blindadas;
Alguns dos itens acima mencionados, serão temas de futuras matérias, nas páginas da Defesanet, mas no momento o mais importante é sem sombra de dúvida a parte referente à Motomecanização.
Coube ao AGSP a manutenção de 5º Escalão das Viaturas Blindadas sobre Rodas CASCAVEL EE-9 Modelo VII-9 e Viatura Blindada Transporte de Pessoal EE-11 URUTU Modelo VI-4, de fabricação Engesa, nos anos 80, pois a meta é recuperar algo em torno de 500 viaturas, partindo dos modelos mais novos para os mais antigos, uma vez que estes veículos nunca sofreram uma manutenção neste nível, e destes tornarem-se totalmente operacionais aproximadamente 300. (foto 3)
A idéia para a recuperação em larga escala destas viaturas remonta a 1998, culminando os estudos em 2000 e em 2001, foi montado esta linha de recuperação, prevista para a conclusão dos trabalhos em 2005, que na realidade é quase uma fabricação de veículos blindados sobre rodas, de certa forma mais complexa, pois numa linha normal de fabricação todas as peças são novas e neste caso é necessário desmontar cada um dos veículos, item por item, procedendo até a modificações para melhorar ainda mais os defeitos que por ventura existem desde quando de sua fabricação, melhorando-os e até mesmo inovando-os, o que visa permitir um sobrevida destas viaturas até o ano de 2015, quando a nova família de blindados de rodas (NFBR), já esteja sendo entregue ao Exército Brasileiro.
O trabalho em alguns itens foi terceirizado, mas é todo executado no interior do AGSP, e só foi possível pois as firmas recontrataram experientes operários da extinta Engesa, que mais uma vez voltam à ativa em conjunto com os militares técnicos que fazem parte daquele aquartelamento.
Isto vem comprovar, que a revitalização só se tornou viável pois os veículos são totalmente brasileiros, concebidos e produzidos por nós, pois o maior patrimônio de uma nação são os seus cérebros, as grandes nações que foram totalmente aniquiladas, ressurgiram das cinzas, por possuírem conhecimento, coisa impossível de ser tirada.
A ordem de trabalho executada pelo AGSP começa com a linha de desmontagem, onde cada componente é totalmente desmontado e levado para sua linha de manutenção, a carcaça sofre um processo de jateamento, por micro-partículas de metal(granalha), e após recebe uma pintura protetora, retornando à linha de montagem, onde cada componente depois de verificado e testado é montado na viatura, cada item volta para mesma viatura, com exceção do motor. (fotos 5, 6, 7 e 7a)
Cada conjunto sofre diversos serviços, no caso dos motores é feito o seguinte:
Retífica completa;
Manutenção do turbo compressor;
Manutenção dos órgãos anexos;
Substituição do alternador de 50 A por outro de 75, uma vez que o primeiro já não é mais produzido pela indústria nacional.
Cada motor é testado num dinamômetro, onde é emitido um laudo, que irá acompanhar a vida do motor de cada veículo até o fim de sua vida útil, acompanhamento que até então não existia, muitas das vezes a própria unidade mandava fazer a retífica, numa firma particular, o que trouxe sérios problemas, que agora estão sendo sanados de vez.
É verificado o sistema de arrefecimento, onde o principal serviço é a substituição de todas as colmeias dos radiadores do motor. (fotos 8, 9 e 9a)
Também é verificado todo o sistema de transmissão, onde são realizados o seguinte:
Na caixa automática(1): Revisão completa;
Adaptação do kit de modificação estendida para o "lock-up", permitindo o uso do freio motor (o que muito melhorou a performance do EE-9 e EE-11 que sofria com este problema);
Mas,o mais complicado foram os pneus, pois a indústria brasileira não produz seriadamente os modelos usados pela Engesa e para voltar a produzi-los faz-se necessário uma grande encomenda, o que de certa forma inviabilizaria o projeto do AGSP, face às restrições orçamentárias. A solução encontrada foi a importação de pneus CONTINENTAL da República Checa, que a partir de agora irão equipar todas as viaturas entregues pelo Arsenal. (fotos 14 e 15)
O item mais importante no caso do EE-9 Cascavel é sem sombra de dúvida o seu armamento, razão pela qual é revisada também a torre e a torreta da seguinte forma:
Revisão completa da torre e torreta;
Substituição do reparo do canhão;
Execução de tiro e verificação de funcionamento do armamento principal.
Nestes tópicos é verificado se existe qualquer anormalidade com o canhão, que pode até ser condenado e substituído por outro fabricado no próprio Arsenal, sendo que para isto foi criada uma Seção de Armamento Pesado. (foto 16)
Feito tudo isto o veículo é remontado e exaustivamente testado, tanto nas suas partes tratoras como parte para uma série de tiros reais para verificação de todo o conjunto. Aprovado o mesmo recebe nova pintura, numeração e marcações do Exército Brasileiro, onde pude notar a volta do emblema antigo do Exército, ou seja o chamado "Espadinha" criado em 1983 e substituído pelo Brasão do Exército em 1995, e agora retornando.
No caso do EE-11 Urutu, este também é exaustivamente testado, principalmente no item navegação, que após aprovado recebe o mesmo procedimento do Cascavel. (foto 17)
A seguir o mesmo é devolvido à sua unidade de origem, que recebe um veículo praticamente novo, totalmente revisado e confiável. Até o fechamento desta artigo mais de 50 veículos( junho 2002), já foram completados ou estão em fase final de acabamento. (foto 18)
É bom lembrar que quando o Comandante do Exército em entrevista à DEFESANET, fevereiro 2002, mencionou a intenção do Exército em aumentar a vida útil destes veículos, o que pode agora ser confirmado "in loco" por nós, o que de certa forma não deixa de ser o renascimento de nossa indústria de material de defesa, pois além de atender o Exército, será possível também atender aos usuários dos produtos brasileiros em diversos países, como: Bolívia, Chile, Jordânia, Colômbia, Equador e muitos outros, que ainda operam veículos "Made in Brazil", até que haja uma definição sobre a futura família de blindados brasileiro, que sem dúvida precisa ser desenvolvida e fabricada pela indústria brasileira, evitando que num futuro possamos ser refém de suprimentos oriundos de terras estrangeiras, lembrando que parcerias são importantes, desde que haja transferência de tecnologia para a indústria nacional. Vale mencionar que, em maio último, na reunião entre os Ministérios da Defesa da Bolívia e Brasil, o assunto de revitalização dos blindados brasileiros operados pela Bolívia foi tema de pauta. (fotos 19, 20, 21 e 22)
ONDE O SONHO TORNA-SE REALIDADE.
O RENASCER DOS BLINDADOS DE RODAS NO EXÉRCITO BRASILEIRO
Expedito Carlos Stephani Bastos,
Pesquisador de Assuntos Militares do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF e Coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora.
expeditobastos@artnet.com.br
Criado, em 02 de dezembro de 1958, na cidade paulista de Barueri, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), desempenhou um pioneirismo importante na área da Indústria Bélica Brasileira, pois ele é o herdeiro do Parque Regional de Manutenção da 2ª Região Militar (PqRMM/2), extinto em 1997, e a ele incorporado. (foto 1)
Com a experiência já existente no AGSP e a capacidade criadora do PqRMM/2, responsável pelos mais brilhantes projetos, que posteriormente serão concebidos pela Indústria de Material de Defesa Brasileira, destacando dentre eles os afamados CASCAVEL e URUTU, responsáveis pelo sucesso da extinta ENGESA, uma história de sucessos e frustrações que ainda está para ser escrita.
Sem dúvida após os anos de ouro de nossa indústria, e seu grande declínio na década de 90, fiquei verdadeiramente feliz e impressionado com a visita que fiz à aquela instituição no último dia 07 do corrente mês e ano, ocasião em que como correspondente da DEFESANET, fui recebido pelo Comandante do AGSP, Cel. QEM Ernesto Ribeiro RONZANI, para tão agradável visita. (foto 2)
O Arsenal de Guerra de São Paulo tem como missão; "Contribuir para a operacionalidade do combatente por meio da fabricação e recuperação do material de emprego militar", o que vem cumprindo com garra e determinação, muito embora seu quadro mereceria um maior atenção, pois trata-se de mão de obra extremamente qualificada e de longo aprendizado, sendo necessário até mesmo rever os problemas de baixa por ter atingido um determinado tempo servindo no quadro do Exército, o que certamente trará conseqüências para a continuidade do trabalho de revitalização, objetivo maior do AGSP no contexto operacional do Exército Brasileiro.
Atua nas áreas de recuperação e fabricação de:
Armamento: Metralhadoras, Fuzis, Pistolas, Obuseiros e Canhões;
Comunicações: Rádio-Transmissores e Sistema de Comunicação de Blindados;
Engenharia: Geradores Elétricos;
Intendência: Colchões, Travesseiros, Capacetes de Fibra e de Fibra Aramida, Fogareiros;
Produtos Especiais: Redes de Camuflagem, Caixa de Acondicionamentos para Transporte de Fuzis em fibra de vidro;
Motomecanização: Recuperação de Viaturas Blindadas;
Alguns dos itens acima mencionados, serão temas de futuras matérias, nas páginas da Defesanet, mas no momento o mais importante é sem sombra de dúvida a parte referente à Motomecanização.
Coube ao AGSP a manutenção de 5º Escalão das Viaturas Blindadas sobre Rodas CASCAVEL EE-9 Modelo VII-9 e Viatura Blindada Transporte de Pessoal EE-11 URUTU Modelo VI-4, de fabricação Engesa, nos anos 80, pois a meta é recuperar algo em torno de 500 viaturas, partindo dos modelos mais novos para os mais antigos, uma vez que estes veículos nunca sofreram uma manutenção neste nível, e destes tornarem-se totalmente operacionais aproximadamente 300. (foto 3)
A idéia para a recuperação em larga escala destas viaturas remonta a 1998, culminando os estudos em 2000 e em 2001, foi montado esta linha de recuperação, prevista para a conclusão dos trabalhos em 2005, que na realidade é quase uma fabricação de veículos blindados sobre rodas, de certa forma mais complexa, pois numa linha normal de fabricação todas as peças são novas e neste caso é necessário desmontar cada um dos veículos, item por item, procedendo até a modificações para melhorar ainda mais os defeitos que por ventura existem desde quando de sua fabricação, melhorando-os e até mesmo inovando-os, o que visa permitir um sobrevida destas viaturas até o ano de 2015, quando a nova família de blindados de rodas (NFBR), já esteja sendo entregue ao Exército Brasileiro.
O trabalho em alguns itens foi terceirizado, mas é todo executado no interior do AGSP, e só foi possível pois as firmas recontrataram experientes operários da extinta Engesa, que mais uma vez voltam à ativa em conjunto com os militares técnicos que fazem parte daquele aquartelamento.
Isto vem comprovar, que a revitalização só se tornou viável pois os veículos são totalmente brasileiros, concebidos e produzidos por nós, pois o maior patrimônio de uma nação são os seus cérebros, as grandes nações que foram totalmente aniquiladas, ressurgiram das cinzas, por possuírem conhecimento, coisa impossível de ser tirada.
A ordem de trabalho executada pelo AGSP começa com a linha de desmontagem, onde cada componente é totalmente desmontado e levado para sua linha de manutenção, a carcaça sofre um processo de jateamento, por micro-partículas de metal(granalha), e após recebe uma pintura protetora, retornando à linha de montagem, onde cada componente depois de verificado e testado é montado na viatura, cada item volta para mesma viatura, com exceção do motor. (fotos 5, 6, 7 e 7a)
Cada conjunto sofre diversos serviços, no caso dos motores é feito o seguinte:
Retífica completa;
Manutenção do turbo compressor;
Manutenção dos órgãos anexos;
Substituição do alternador de 50 A por outro de 75, uma vez que o primeiro já não é mais produzido pela indústria nacional.
Cada motor é testado num dinamômetro, onde é emitido um laudo, que irá acompanhar a vida do motor de cada veículo até o fim de sua vida útil, acompanhamento que até então não existia, muitas das vezes a própria unidade mandava fazer a retífica, numa firma particular, o que trouxe sérios problemas, que agora estão sendo sanados de vez.
É verificado o sistema de arrefecimento, onde o principal serviço é a substituição de todas as colmeias dos radiadores do motor. (fotos 8, 9 e 9a)
Também é verificado todo o sistema de transmissão, onde são realizados o seguinte:
Na caixa automática(1): Revisão completa;
Adaptação do kit de modificação estendida para o "lock-up", permitindo o uso do freio motor (o que muito melhorou a performance do EE-9 e EE-11 que sofria com este problema);
Mas,o mais complicado foram os pneus, pois a indústria brasileira não produz seriadamente os modelos usados pela Engesa e para voltar a produzi-los faz-se necessário uma grande encomenda, o que de certa forma inviabilizaria o projeto do AGSP, face às restrições orçamentárias. A solução encontrada foi a importação de pneus CONTINENTAL da República Checa, que a partir de agora irão equipar todas as viaturas entregues pelo Arsenal. (fotos 14 e 15)
O item mais importante no caso do EE-9 Cascavel é sem sombra de dúvida o seu armamento, razão pela qual é revisada também a torre e a torreta da seguinte forma:
Revisão completa da torre e torreta;
Substituição do reparo do canhão;
Execução de tiro e verificação de funcionamento do armamento principal.
Nestes tópicos é verificado se existe qualquer anormalidade com o canhão, que pode até ser condenado e substituído por outro fabricado no próprio Arsenal, sendo que para isto foi criada uma Seção de Armamento Pesado. (foto 16)
Feito tudo isto o veículo é remontado e exaustivamente testado, tanto nas suas partes tratoras como parte para uma série de tiros reais para verificação de todo o conjunto. Aprovado o mesmo recebe nova pintura, numeração e marcações do Exército Brasileiro, onde pude notar a volta do emblema antigo do Exército, ou seja o chamado "Espadinha" criado em 1983 e substituído pelo Brasão do Exército em 1995, e agora retornando.
No caso do EE-11 Urutu, este também é exaustivamente testado, principalmente no item navegação, que após aprovado recebe o mesmo procedimento do Cascavel. (foto 17)
A seguir o mesmo é devolvido à sua unidade de origem, que recebe um veículo praticamente novo, totalmente revisado e confiável. Até o fechamento desta artigo mais de 50 veículos( junho 2002), já foram completados ou estão em fase final de acabamento. (foto 18)
É bom lembrar que quando o Comandante do Exército em entrevista à DEFESANET, fevereiro 2002, mencionou a intenção do Exército em aumentar a vida útil destes veículos, o que pode agora ser confirmado "in loco" por nós, o que de certa forma não deixa de ser o renascimento de nossa indústria de material de defesa, pois além de atender o Exército, será possível também atender aos usuários dos produtos brasileiros em diversos países, como: Bolívia, Chile, Jordânia, Colômbia, Equador e muitos outros, que ainda operam veículos "Made in Brazil", até que haja uma definição sobre a futura família de blindados brasileiro, que sem dúvida precisa ser desenvolvida e fabricada pela indústria brasileira, evitando que num futuro possamos ser refém de suprimentos oriundos de terras estrangeiras, lembrando que parcerias são importantes, desde que haja transferência de tecnologia para a indústria nacional. Vale mencionar que, em maio último, na reunião entre os Ministérios da Defesa da Bolívia e Brasil, o assunto de revitalização dos blindados brasileiros operados pela Bolívia foi tema de pauta. (fotos 19, 20, 21 e 22)
O maior patrimônio de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito. (George B. Courtelyou)
http://www.atletico.com.br/html/index.html
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