Na verdade os valores escolhidos foram apenas um chute inicial, para caracterizar o tipo de arma e o emprego.
Sem problema
Peguemos por exemplo o míssil anti-navio Otomat Mark1: Seu peso inicial é dado como 770 kg, para uma ogiva de 210 Kg e um alcançe (lançado de superfície por meio de boosters) de 60Km. Isto dá uma proporção Peso_Total/Peso_Ogiva de 3,666. Considerando a mesma proporção e um peso de lançamento ainda de 400 Kg, temos uma ogiva de 100Kg (ainda na mesma classe de demolição geral). Um míssil pouco menor que o Otomat teria uma eficiência aerodinâmica um pouco menor, mas considerando um lançamento aéreo dá para imaginar que seria possível manter o alcance na mesma faixa de 60 Km como inicialmente proposto.
Apenas como observação, gostaria de lembrar o amigo que o míssil Otomat em suas versões MK-1 e 2 não tem ~capacidade de ser lançado de vetores aéreos. No entanto artefato de características semelhantes são os BAe Sea Eagle usados pela marinha e força aérea indianas.
O uso do fistema de guiagem FOG na verdade tem como objetivo evitar o desenvolvimento de um sistema totalmente novo e mais sofisticado. Se a Avibrás realmente já desenvolveu pelo menos protótipos operacionais com este sistema (e achou que esta faixa de alcançe era possível com ele, o que realmente pode ser questionado) sua adoção seria bastante simples e rápida para uma arma maior.
Acho que aqui é que está o ponto. (na verdade quem deveria estar lhe prestanto esclarecimentos PROFISSIONAIS à respeito desse assunto interessantíssimo é a eng. Elizabeth Koslowa, que trabalha em desenvolvimento de progaramas de mísseis, e RESPIRA este assunto.)
Sua observação de que seria relativamente simples e rápida a adição de uma arma dessa classe é questionável. Uma vez que projetos de desenvolvimento de mísseis com guiagem convencional em nosso país vem tendo uma maturação por demais dilatada. Se vc considerar um prazo de 4 anos da retomada do projeto(previamente reavaliado) até a produç~çao do 1o. lote de série, aí sim considero um prozo curto.
Outra vantagem é a não necessidade de se utilizar computadores de bordo muito sofisticados (que dificilmente poderiam ser desenvolvidos no Brasil).
Gostaria de observar que o Brasil já desenvolve eproduz (em escala laboratorial) computadores de alta performance que controlam TODO o processo operacional de seus reatores nucleares de pesquisa. Estes computadores operam com softwares que usam princípios de inteligência artificial e "falha segura". Isto desde o início de 1993. Foram e continuam sendo desenvolvidos e aperfeiçoados pelo IPqM/COPESP.
Portanto o desenvolvimento de sistemas mais simples usando materiais comerciais é perfeitamente possível.
Obviamente que a redução do custo unitário de cada unidade pode e deve ser conseguido com uma aplicação parcimoniosa de componentes de alta tecnologia. Mas barateia-se mesmo é com produção em larga escala.
Com um sistema man-in-the-loop, a parte mais sofisticada do processamento é feita pelo cérebro do operador (e já foi dito que o cérebro humano é o computador mais sofisticado que pode ser produzido em grande quantidade por mão de obra não-especializada.)
Correto
Esqueça a velocidade supersônica, em princípio a melhoria da capacidade de sobrevivência do míssil viria da sua baixa assinatura radar, daí os comentários sobre materiais de construção e combustível. É claro que ninguém quer um Stix-BR, fácil de derrubar.
Por esse seu comentário acima, eu só posso vislumbrar que (já)existe um artefato em fase final de desenvolvimento e que se enquadraria perfeitamente nesses requisitos postatos por vc. Trata-se do NSM norueguês. Só que se esse míssil tem um defeito, é a pequena qdte. de plataformas de laçamento que foram validadas p/ transporta-lo. O NH-90, F-16 e até onde sei só.
A idéia geral realmente é ter um míssil com capacidade de demolição (bem maior que um antitanque ou anti pessoal, não é nesta classe de mísseis em que estou pensando), que possa ser operado pelos vetores disponíveis na marinha (e na força aérea também, por que não), que pudesse ser desenvolvido em tempo relativamente curto no Brasil para eventual substituição (se possível com vantagens) dos Sea Skua (ogiva de 20 Kg, alcance de 15 Km, guiagem radar semi-ativa - alvo pode ser alertado pelas emissões de radar), e com um preço competitivo.
Bem como já disse é exatamente o NSM.
Mas aí viria o problema da integração as plataformas operadas por nós.
Simplesmente repontencializar um minúsculo estoque de 20 ou 30 mísseis e comprar mais outro estoque mínimo de outros pouco melhores não me parece um passo muito grande para uma marinha que sonha em um dia impor respeito a alguém.
O Sr. está absolutamente correto. No entanto eu tento visualizar as coisas pela realidade que vivenciei em 22 anos de serviço com a MB. A realidade é cruel, e mais cruel ainda é o que se aprendeu ao longo desses anos qdo. se fala em processos de modernização/evolução/material/doutrinária.
"É melhor não se sonhar muito, sob risco de fazer pouco"
E o pior é que o que foi sugerido pelo sr. nem é (seria)muita coisa.
Será que não valeria a pena pelo menos tentar descobrir o que realmente poderia ser feito?
Sim mas isso não poderia ser um processo isolado. teria que ser feito dentro do PRM, que sim deve contemplar a adoção de um sistema missilístico que equipe a dotação das aeronaves de asas rotativa da MB.
Saudações
Walter