Efeitos da droga antimalária nos Soldados dos EUA
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Efeitos da droga antimalária nos Soldados dos EUA
Achei interessante essa reportagem, e gostaria saber a opinião de todos, principalmente do Thomazine que conhece bem essa area.
Soldados de elite dos EUA matam suas mulheres e suspeita recai sobre droga antimalária
Eles foram treinados para matar e, geralmente, às escondidas, em missões secretas e de alto risco ao redor do mundo. Liqüidar o inimigo antes que ele perceba a sua presença é uma de suas principais atribuições como membros de forças especiais do Pentágono, como a Força Delta e os Boinas Verdes. Desta vez, porém, eles usaram a sua técnica para assassinar as próprias mulheres. Nos últimos dois meses, quatro militares daquelas tropas de elite sediadas na base militar de Fort Bragg, em Fayettesville, na Carolina do Norte, cometeram esse crime. Três mulheres foram mortas a tiros de pistolas automáticas e uma foi esfaqueada cerca de 50 vezes pelo marido. Três dos assassinos tinham voltado recentemente do Afeganistão, onde passaram meses nas montanhas à caça de terroristas do grupo al-Qaeda. Dois acabaram se suicidando, logo depois de assassinarem as mulheres.Pentágono também investiga os crimes - Os 40 mil residentes daquela base ainda estavam atônitos com a trágica seqüência quando, certa manhã, dias atrás, souberam de um quinto assassinato. A vítima, desta vez, era um oficial do Comando de Operações Especiais: ele foi baleado por sua mulher enquanto dormia. - O Exército é uma família, e esta família se preocupa muito quando surgem incidentes tão trágicos como esses - disse Les Brownlee, subsecretário do Exército, depois de visitar Fort Bragg na segunda-feira.Uma equipe de especialistas foi enviada para lá pelo Pentágono para fazer uma investigação paralela à da polícia. Sua tarefa é descobrir se tal matança teria sido motivada por alguns fatores comuns. Segundo Elaine Kanellis, porta-voz do Exército, os investigadores examinarão possíveis aspectos físicos, comportamentais e farmacêuticos. Eles teriam duas suspeitas: os crimes podem ter sido causados por problemas psicológicos, reforçados pelo estresse; ou por efeitos colaterais de um remédio contra malária aplicado nos militares americanos enviados ao Afeganistão.Efeito colateral? - Trata-se do Lariam, fabricado pelo laboratório Hoffman-La Roche. A sua bula diz que a droga pode causar - entre outras coisas - alucinações, reações paranóicas ou psicóticas, agitação ou agressão. Um dos especialistas já ouvidos, David Sullivan, pesquisador do Instituto de Pesquisas da Malária da Universidade Johns Hopkins, disse que haveria uma possibilidade muito reduzida de os crimes terem sido provocados pelo remédio:- O mais provável é que os soldados tenham sofrido estresse pós-traumático. Se a droga fosse a causa, deveríamos ter mais violência e suicídios, pois ela é aplicada inclusive em tropas que estão em missões de paz - disse Sullivan.A tese foi reforçada por Tom Harbinm, psicólogo de Fayetteville, que tem alguns militares das forças especiais como clientes:- Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento, mas não o recebem porque sabem que isso prejudicaria a sua carreira. A busca de uma ajuda desse tipo é vista no Exército como um sinal de fraqueza - disse ele.Haveria, ainda, uma agravante: mulheres de alguns militares hesitam em denunciar maus-tratos por parte de seus maridos, temendo que isso possa provocar a sua dispensa do trabalho, deixando a família sem uma renda e sem seguro de saúde. - Outras são ameaçadas pelos maridos, que as mandam calar a boca. Quando você vive com alguém que é treinado pelo governo para matar, esse recado é levado muito a sério - disse Kit Gruelle, assistente social que aconselha algumas daquelas mulheres e, ela própria, vítima de um ex-marido que lhe dizia que poderia quebrar o seu pescoço com as suas próprias mãos.
Eles foram treinados para matar e, geralmente, às escondidas, em missões secretas e de alto risco ao redor do mundo. Liqüidar o inimigo antes que ele perceba a sua presença é uma de suas principais atribuições como membros de forças especiais do Pentágono, como a Força Delta e os Boinas Verdes. Desta vez, porém, eles usaram a sua técnica para assassinar as próprias mulheres. Nos últimos dois meses, quatro militares daquelas tropas de elite sediadas na base militar de Fort Bragg, em Fayettesville, na Carolina do Norte, cometeram esse crime. Três mulheres foram mortas a tiros de pistolas automáticas e uma foi esfaqueada cerca de 50 vezes pelo marido. Três dos assassinos tinham voltado recentemente do Afeganistão, onde passaram meses nas montanhas à caça de terroristas do grupo al-Qaeda. Dois acabaram se suicidando, logo depois de assassinarem as mulheres.Pentágono também investiga os crimes - Os 40 mil residentes daquela base ainda estavam atônitos com a trágica seqüência quando, certa manhã, dias atrás, souberam de um quinto assassinato. A vítima, desta vez, era um oficial do Comando de Operações Especiais: ele foi baleado por sua mulher enquanto dormia. - O Exército é uma família, e esta família se preocupa muito quando surgem incidentes tão trágicos como esses - disse Les Brownlee, subsecretário do Exército, depois de visitar Fort Bragg na segunda-feira.Uma equipe de especialistas foi enviada para lá pelo Pentágono para fazer uma investigação paralela à da polícia. Sua tarefa é descobrir se tal matança teria sido motivada por alguns fatores comuns. Segundo Elaine Kanellis, porta-voz do Exército, os investigadores examinarão possíveis aspectos físicos, comportamentais e farmacêuticos. Eles teriam duas suspeitas: os crimes podem ter sido causados por problemas psicológicos, reforçados pelo estresse; ou por efeitos colaterais de um remédio contra malária aplicado nos militares americanos enviados ao Afeganistão.Efeito colateral? - Trata-se do Lariam, fabricado pelo laboratório Hoffman-La Roche. A sua bula diz que a droga pode causar - entre outras coisas - alucinações, reações paranóicas ou psicóticas, agitação ou agressão. Um dos especialistas já ouvidos, David Sullivan, pesquisador do Instituto de Pesquisas da Malária da Universidade Johns Hopkins, disse que haveria uma possibilidade muito reduzida de os crimes terem sido provocados pelo remédio:- O mais provável é que os soldados tenham sofrido estresse pós-traumático. Se a droga fosse a causa, deveríamos ter mais violência e suicídios, pois ela é aplicada inclusive em tropas que estão em missões de paz - disse Sullivan.A tese foi reforçada por Tom Harbinm, psicólogo de Fayetteville, que tem alguns militares das forças especiais como clientes:- Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento, mas não o recebem porque sabem que isso prejudicaria a sua carreira. A busca de uma ajuda desse tipo é vista no Exército como um sinal de fraqueza - disse ele.Haveria, ainda, uma agravante: mulheres de alguns militares hesitam em denunciar maus-tratos por parte de seus maridos, temendo que isso possa provocar a sua dispensa do trabalho, deixando a família sem uma renda e sem seguro de saúde. - Outras são ameaçadas pelos maridos, que as mandam calar a boca. Quando você vive com alguém que é treinado pelo governo para matar, esse recado é levado muito a sério - disse Kit Gruelle, assistente social que aconselha algumas daquelas mulheres e, ela própria, vítima de um ex-marido que lhe dizia que poderia quebrar o seu pescoço com as suas próprias mãos.
Soldados de elite dos EUA matam suas mulheres e suspeita recai sobre droga antimalária
Eles foram treinados para matar e, geralmente, às escondidas, em missões secretas e de alto risco ao redor do mundo. Liqüidar o inimigo antes que ele perceba a sua presença é uma de suas principais atribuições como membros de forças especiais do Pentágono, como a Força Delta e os Boinas Verdes. Desta vez, porém, eles usaram a sua técnica para assassinar as próprias mulheres. Nos últimos dois meses, quatro militares daquelas tropas de elite sediadas na base militar de Fort Bragg, em Fayettesville, na Carolina do Norte, cometeram esse crime. Três mulheres foram mortas a tiros de pistolas automáticas e uma foi esfaqueada cerca de 50 vezes pelo marido. Três dos assassinos tinham voltado recentemente do Afeganistão, onde passaram meses nas montanhas à caça de terroristas do grupo al-Qaeda. Dois acabaram se suicidando, logo depois de assassinarem as mulheres.Pentágono também investiga os crimes - Os 40 mil residentes daquela base ainda estavam atônitos com a trágica seqüência quando, certa manhã, dias atrás, souberam de um quinto assassinato. A vítima, desta vez, era um oficial do Comando de Operações Especiais: ele foi baleado por sua mulher enquanto dormia. - O Exército é uma família, e esta família se preocupa muito quando surgem incidentes tão trágicos como esses - disse Les Brownlee, subsecretário do Exército, depois de visitar Fort Bragg na segunda-feira.Uma equipe de especialistas foi enviada para lá pelo Pentágono para fazer uma investigação paralela à da polícia. Sua tarefa é descobrir se tal matança teria sido motivada por alguns fatores comuns. Segundo Elaine Kanellis, porta-voz do Exército, os investigadores examinarão possíveis aspectos físicos, comportamentais e farmacêuticos. Eles teriam duas suspeitas: os crimes podem ter sido causados por problemas psicológicos, reforçados pelo estresse; ou por efeitos colaterais de um remédio contra malária aplicado nos militares americanos enviados ao Afeganistão.Efeito colateral? - Trata-se do Lariam, fabricado pelo laboratório Hoffman-La Roche. A sua bula diz que a droga pode causar - entre outras coisas - alucinações, reações paranóicas ou psicóticas, agitação ou agressão. Um dos especialistas já ouvidos, David Sullivan, pesquisador do Instituto de Pesquisas da Malária da Universidade Johns Hopkins, disse que haveria uma possibilidade muito reduzida de os crimes terem sido provocados pelo remédio:- O mais provável é que os soldados tenham sofrido estresse pós-traumático. Se a droga fosse a causa, deveríamos ter mais violência e suicídios, pois ela é aplicada inclusive em tropas que estão em missões de paz - disse Sullivan.A tese foi reforçada por Tom Harbinm, psicólogo de Fayetteville, que tem alguns militares das forças especiais como clientes:- Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento, mas não o recebem porque sabem que isso prejudicaria a sua carreira. A busca de uma ajuda desse tipo é vista no Exército como um sinal de fraqueza - disse ele.Haveria, ainda, uma agravante: mulheres de alguns militares hesitam em denunciar maus-tratos por parte de seus maridos, temendo que isso possa provocar a sua dispensa do trabalho, deixando a família sem uma renda e sem seguro de saúde. - Outras são ameaçadas pelos maridos, que as mandam calar a boca. Quando você vive com alguém que é treinado pelo governo para matar, esse recado é levado muito a sério - disse Kit Gruelle, assistente social que aconselha algumas daquelas mulheres e, ela própria, vítima de um ex-marido que lhe dizia que poderia quebrar o seu pescoço com as suas próprias mãos.
Eles foram treinados para matar e, geralmente, às escondidas, em missões secretas e de alto risco ao redor do mundo. Liqüidar o inimigo antes que ele perceba a sua presença é uma de suas principais atribuições como membros de forças especiais do Pentágono, como a Força Delta e os Boinas Verdes. Desta vez, porém, eles usaram a sua técnica para assassinar as próprias mulheres. Nos últimos dois meses, quatro militares daquelas tropas de elite sediadas na base militar de Fort Bragg, em Fayettesville, na Carolina do Norte, cometeram esse crime. Três mulheres foram mortas a tiros de pistolas automáticas e uma foi esfaqueada cerca de 50 vezes pelo marido. Três dos assassinos tinham voltado recentemente do Afeganistão, onde passaram meses nas montanhas à caça de terroristas do grupo al-Qaeda. Dois acabaram se suicidando, logo depois de assassinarem as mulheres.Pentágono também investiga os crimes - Os 40 mil residentes daquela base ainda estavam atônitos com a trágica seqüência quando, certa manhã, dias atrás, souberam de um quinto assassinato. A vítima, desta vez, era um oficial do Comando de Operações Especiais: ele foi baleado por sua mulher enquanto dormia. - O Exército é uma família, e esta família se preocupa muito quando surgem incidentes tão trágicos como esses - disse Les Brownlee, subsecretário do Exército, depois de visitar Fort Bragg na segunda-feira.Uma equipe de especialistas foi enviada para lá pelo Pentágono para fazer uma investigação paralela à da polícia. Sua tarefa é descobrir se tal matança teria sido motivada por alguns fatores comuns. Segundo Elaine Kanellis, porta-voz do Exército, os investigadores examinarão possíveis aspectos físicos, comportamentais e farmacêuticos. Eles teriam duas suspeitas: os crimes podem ter sido causados por problemas psicológicos, reforçados pelo estresse; ou por efeitos colaterais de um remédio contra malária aplicado nos militares americanos enviados ao Afeganistão.Efeito colateral? - Trata-se do Lariam, fabricado pelo laboratório Hoffman-La Roche. A sua bula diz que a droga pode causar - entre outras coisas - alucinações, reações paranóicas ou psicóticas, agitação ou agressão. Um dos especialistas já ouvidos, David Sullivan, pesquisador do Instituto de Pesquisas da Malária da Universidade Johns Hopkins, disse que haveria uma possibilidade muito reduzida de os crimes terem sido provocados pelo remédio:- O mais provável é que os soldados tenham sofrido estresse pós-traumático. Se a droga fosse a causa, deveríamos ter mais violência e suicídios, pois ela é aplicada inclusive em tropas que estão em missões de paz - disse Sullivan.A tese foi reforçada por Tom Harbinm, psicólogo de Fayetteville, que tem alguns militares das forças especiais como clientes:- Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento, mas não o recebem porque sabem que isso prejudicaria a sua carreira. A busca de uma ajuda desse tipo é vista no Exército como um sinal de fraqueza - disse ele.Haveria, ainda, uma agravante: mulheres de alguns militares hesitam em denunciar maus-tratos por parte de seus maridos, temendo que isso possa provocar a sua dispensa do trabalho, deixando a família sem uma renda e sem seguro de saúde. - Outras são ameaçadas pelos maridos, que as mandam calar a boca. Quando você vive com alguém que é treinado pelo governo para matar, esse recado é levado muito a sério - disse Kit Gruelle, assistente social que aconselha algumas daquelas mulheres e, ela própria, vítima de um ex-marido que lhe dizia que poderia quebrar o seu pescoço com as suas próprias mãos.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- VICTOR
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Beleza Sargento Guerra!
Dos meus velhos tempos:
A droga de escolha para prevenção (quimioprofilaxia) e tratamento de todas as formas de malária.
Efeitos adversos comuns: desconforto gastrointestinal, dor de cabeça, coceira (mais em negros), tontura, visão borrada, falta de apetite, indisposição, urticária.
Efeitos raros: surdez, psicose, convulsões, hipotensão, farmacodermia, distúrbios de coagulação.
Dados do CMD&T, 1997, Appleton&Lange
Guerra, eu pessoalmente acho perfeitamente possível essa história que você colocou. E também achei interessantíssima a hipótese de que "Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento", isso com certeza acontece. Outra coisa provável é o cara já ser meio problemático e terminar de se desmiolar com a medicação.
Só teria que confirmar se o tal Lariam é cloroquina mesmo, mas é quase certeza. Vou ver isso. De onde é essa reportagem?
Grande abraço!
Dos meus velhos tempos:
A droga de escolha para prevenção (quimioprofilaxia) e tratamento de todas as formas de malária.
Efeitos adversos comuns: desconforto gastrointestinal, dor de cabeça, coceira (mais em negros), tontura, visão borrada, falta de apetite, indisposição, urticária.
Efeitos raros: surdez, psicose, convulsões, hipotensão, farmacodermia, distúrbios de coagulação.
Dados do CMD&T, 1997, Appleton&Lange
Guerra, eu pessoalmente acho perfeitamente possível essa história que você colocou. E também achei interessantíssima a hipótese de que "Há um bocado de sujeitos em Fort Bragg que precisam de tratamento", isso com certeza acontece. Outra coisa provável é o cara já ser meio problemático e terminar de se desmiolar com a medicação.
Só teria que confirmar se o tal Lariam é cloroquina mesmo, mas é quase certeza. Vou ver isso. De onde é essa reportagem?
Grande abraço!
Caros Sgt Guerra e VICTOR,
Tive um colega que tomou Larium antes de ir ao Quênia. Ele foi avisado dos efeitos colaterais antes de tomar a droga e tomou assim mesmo.
O caso é que esses efeitos são reais e o afetam a cada 2 meses pelo menos. Nos dias em que os delírios vinham o colega sumia, às vezes por uma semana.
Uma vez me perguntou se eu não percebia que ele estava "freaking out" naquele exato momento. Eu não vi nada e perguntei se ele ficava violento e ele disse que não. Sugeri que ele entrasse na ação de classe que está processando o fabricante do Larium e ele me disse que não se importava... Tem um bom coração.
Esse colega não trabalha mais aqui...
Tive um colega que tomou Larium antes de ir ao Quênia. Ele foi avisado dos efeitos colaterais antes de tomar a droga e tomou assim mesmo.
O caso é que esses efeitos são reais e o afetam a cada 2 meses pelo menos. Nos dias em que os delírios vinham o colega sumia, às vezes por uma semana.
Uma vez me perguntou se eu não percebia que ele estava "freaking out" naquele exato momento. Eu não vi nada e perguntei se ele ficava violento e ele disse que não. Sugeri que ele entrasse na ação de classe que está processando o fabricante do Larium e ele me disse que não se importava... Tem um bom coração.
Esse colega não trabalha mais aqui...
- Clermont
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Companheiros, texto muito interessante este.
Infelizmente, tragédias como essa estão acontencendo muito. Acho que não dá pra fugir do fato de que a munição de perfuração de blindagens, à base de urânio empobrecido, causa poluição ambiental e a incidência de câncer, em militares que disparam a munição ou são atingidos por ela. E o que é pior, nos pobres civis que vivem nas regiões de combate.
Tem um caso, ocorrido na década de 50 de um teste que os militares americanos fizeram com armas alucinógenas. Eles, simplesmente, colocaram LSD, nas rações dos soldados de um batalhão de infantaria!
E ficaram observando, as conseqüencias. Os soldados, dopados, reagindo como crianças! Atirando coisas, cantando, dançando como loucos!
À princípio, pode parecer engraçado. Mas se refletirmos bem, é um ato hediondo. E mais bárbaro ainda por ter sido cometido por uma Democracia.
Infelizmente, tragédias como essa estão acontencendo muito. Acho que não dá pra fugir do fato de que a munição de perfuração de blindagens, à base de urânio empobrecido, causa poluição ambiental e a incidência de câncer, em militares que disparam a munição ou são atingidos por ela. E o que é pior, nos pobres civis que vivem nas regiões de combate.
Tem um caso, ocorrido na década de 50 de um teste que os militares americanos fizeram com armas alucinógenas. Eles, simplesmente, colocaram LSD, nas rações dos soldados de um batalhão de infantaria!
E ficaram observando, as conseqüencias. Os soldados, dopados, reagindo como crianças! Atirando coisas, cantando, dançando como loucos!
À princípio, pode parecer engraçado. Mas se refletirmos bem, é um ato hediondo. E mais bárbaro ainda por ter sido cometido por uma Democracia.
Vacina anti-malária
Vacina anti-malária??? Puxa os americanos estão ainda mais a frente do que pensava, pena que no EB nós temos que contrair a doença primeiro ficar de cama e só depois procurar o Hospital de Doenças Tropicais de Manaus, pq se depender do HG do EB vc morre com o baço estourado...
Apesar de muito estranho esses casos ocorridos em Fort Bragg, é insignificante em termos do contigente total vacinado, porém não é segredo os episódios americanos de suicidios , violência familiar e tiros em escolas na atualidade...
Quanto a efeitos colaterais de medicamentos eles não são exclusividades em vacinas militares, mas praticamente toda a bula que vc leia, apresenta tais efeitos em medicamentos, nos mais inocentes, como por exemplo, um simples colírio...
Apesar de muito estranho esses casos ocorridos em Fort Bragg, é insignificante em termos do contigente total vacinado, porém não é segredo os episódios americanos de suicidios , violência familiar e tiros em escolas na atualidade...
Quanto a efeitos colaterais de medicamentos eles não são exclusividades em vacinas militares, mas praticamente toda a bula que vc leia, apresenta tais efeitos em medicamentos, nos mais inocentes, como por exemplo, um simples colírio...
"Nunca discuta com idiota"
ST Barros
"Estáva-mos em missão real, só faltava o inimigo"
Gen Nery
ST Barros
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- Guerra
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VICTOR escreveu:Beleza Sargento Guerra!
Só teria que confirmar se o tal Lariam é cloroquina mesmo, mas é quase certeza. Vou ver isso. De onde é essa reportagem?
Grande abraço!
Obrigado pelas informações Victor e todos que responderam, só não me lembro de onde tirei isso, acho que foi no site da UOL.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- VICTOR
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A quimioprofilaxia é diferente de vacina (que eu saiba não existe vacina contra malária).
Quimioprofilaxia: tomar uma dose baixa do remédio para a malária, de forma contínua e preventiva. É meio caro, trabalhoso, mas funciona.
Vacina: dar algo que faça o organismo ficar imune sem ficar doente. Funciona para Febre Amarela, hepatite, gripe etc.
Quimioprofilaxia: tomar uma dose baixa do remédio para a malária, de forma contínua e preventiva. É meio caro, trabalhoso, mas funciona.
Vacina: dar algo que faça o organismo ficar imune sem ficar doente. Funciona para Febre Amarela, hepatite, gripe etc.
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Remédio e Veneno
Saudações a todos no fórum em especial aos amigos Sgt. Guerra e ao Victor;
Inicialmente gostaria de pedir desculpas pela demora em responder, andei super atarefado viajando e correndo atrás de prestar doutoramento e tive que me ausentar quase um mês inteiro.
Li a reportagem, consultei um livro de farmacologia e um sobre parasitologia médica e pelo o que eu li, apesar de serem registrados muito raramento, casos como os descritos acontecem.
Conversando com um professor da FCM ele inclusive me disse que esse efeito da droga anti-malária, a cloroquina, era muito comum na época quando a mesma começou a ser aplicada no tratamento, onde eram usadas doses "brutais" no individuo, tanto na forma profilática quanto no tratamento da doença em si. Só para ilustrar um pouco mais esse fato, a cloroquina não foi a única droga com um histórico de efeitos indesejáveis, no começo dos anos 60 quando as pílulas anticoncepcionais atingiram o seu pico máximo de consumo, a quantidade de hormônio nelas era tão alta que várias mulheres que começaram a utilizá-las já grávidas (desinformação/não conhecimento era ampla naquela época) abortaram, como uma pilula do dia seguinte (que nada mais é que um pilula anticoncepcional sobrecarregada de hormonio). Isso é um exemplo, outro exemplo também envolvendo soldados aconteceu no Vietnãm, quando soldados tratados com Rosoxacina (Eradacil) contra blenorragia (se não me engano foi automedicação) tomaram altas doses do mediamento e tiveram convulsões durante o combate. Uma coisa interessante a se relatar, é que se acredita que situações de stress potencializam estes efeitos das drogas, o que numa guerra me parece o mais possível de acontecer.
Uma coisa que eu acho válida comentar também é sobre efeito/ação de um medicamento. A cloroquina quanto tomada em altas doses pode matar, assim como a rosoxacina e até mesmo a aspirina (muito alta doses, heheh). Curioso é saber ás vezes que um remédio para um determinado tipo de coisa pode ser fatal se em doses altas, o chá quebra pedra por exemplo, se ingerido em "super-doses" pode causar insuficiência renal, enquanto quando ingerido em doses convencionais é diurético. Um exemplo exatamente igual pode se aplicar a carambóla. A aranha armadeira tem um veneno proteolítico (quebra proteína) que, foi observado causar ereção em alguns homens picados, tem se feito pesquisas para utilizar o veneno da armadeira em remédios contra impotência sexual, por aí já da pra se ter uma idéia. THC (tetrahidrocarbinol) o principio ativo da Cannabis sp (maconha) em baixas doses é um relaxante muscular que é utilizado para aliviar dores de pacientes HIV positivo e coisas nesse gênero.
Cada ser humano é individual, com suas próprias características, por isso não é fácil se administrar uma droga na dosagem adequada a pessoa. O que pode ser suficiente pra mim pode ser "ineficiente" para um terceiro ou pior, ser tóxico. Medicamentos com efeitos colaterais muito sérios (como convulsões, alterações do SNC, insuficiência respiratória e etc) quando tem que ser administrados a um paciênte, este por sua vez deveria ter todo um histórico avaliado para se saber do risco que o mesmo corre e, testes (como de alergia) deveriam ser realizados antes da aplicação do tratamento. O engraçado é que ás vezes estatistica atrapalha, se ocorre um caso a cada um milhão, todos tendem a coloca-lo entre os 999.999 usuários que nunca acontecem nada.
Não há na atualidade vacina para a malária. O Victor explicou muito bem a diferença de vacina e quimioprofilaxia. Existem 3 países que estão na dianteira dos demais no desenvolvimento de uma vacina contra a málaria: Brasil, Cuba e EUA, entretanto nenhum destes conseguiu ainda um resultado satisfatório em seus "protótipos".
Grato pela atenção,,,
Inicialmente gostaria de pedir desculpas pela demora em responder, andei super atarefado viajando e correndo atrás de prestar doutoramento e tive que me ausentar quase um mês inteiro.
Li a reportagem, consultei um livro de farmacologia e um sobre parasitologia médica e pelo o que eu li, apesar de serem registrados muito raramento, casos como os descritos acontecem.
Conversando com um professor da FCM ele inclusive me disse que esse efeito da droga anti-malária, a cloroquina, era muito comum na época quando a mesma começou a ser aplicada no tratamento, onde eram usadas doses "brutais" no individuo, tanto na forma profilática quanto no tratamento da doença em si. Só para ilustrar um pouco mais esse fato, a cloroquina não foi a única droga com um histórico de efeitos indesejáveis, no começo dos anos 60 quando as pílulas anticoncepcionais atingiram o seu pico máximo de consumo, a quantidade de hormônio nelas era tão alta que várias mulheres que começaram a utilizá-las já grávidas (desinformação/não conhecimento era ampla naquela época) abortaram, como uma pilula do dia seguinte (que nada mais é que um pilula anticoncepcional sobrecarregada de hormonio). Isso é um exemplo, outro exemplo também envolvendo soldados aconteceu no Vietnãm, quando soldados tratados com Rosoxacina (Eradacil) contra blenorragia (se não me engano foi automedicação) tomaram altas doses do mediamento e tiveram convulsões durante o combate. Uma coisa interessante a se relatar, é que se acredita que situações de stress potencializam estes efeitos das drogas, o que numa guerra me parece o mais possível de acontecer.
Uma coisa que eu acho válida comentar também é sobre efeito/ação de um medicamento. A cloroquina quanto tomada em altas doses pode matar, assim como a rosoxacina e até mesmo a aspirina (muito alta doses, heheh). Curioso é saber ás vezes que um remédio para um determinado tipo de coisa pode ser fatal se em doses altas, o chá quebra pedra por exemplo, se ingerido em "super-doses" pode causar insuficiência renal, enquanto quando ingerido em doses convencionais é diurético. Um exemplo exatamente igual pode se aplicar a carambóla. A aranha armadeira tem um veneno proteolítico (quebra proteína) que, foi observado causar ereção em alguns homens picados, tem se feito pesquisas para utilizar o veneno da armadeira em remédios contra impotência sexual, por aí já da pra se ter uma idéia. THC (tetrahidrocarbinol) o principio ativo da Cannabis sp (maconha) em baixas doses é um relaxante muscular que é utilizado para aliviar dores de pacientes HIV positivo e coisas nesse gênero.
Cada ser humano é individual, com suas próprias características, por isso não é fácil se administrar uma droga na dosagem adequada a pessoa. O que pode ser suficiente pra mim pode ser "ineficiente" para um terceiro ou pior, ser tóxico. Medicamentos com efeitos colaterais muito sérios (como convulsões, alterações do SNC, insuficiência respiratória e etc) quando tem que ser administrados a um paciênte, este por sua vez deveria ter todo um histórico avaliado para se saber do risco que o mesmo corre e, testes (como de alergia) deveriam ser realizados antes da aplicação do tratamento. O engraçado é que ás vezes estatistica atrapalha, se ocorre um caso a cada um milhão, todos tendem a coloca-lo entre os 999.999 usuários que nunca acontecem nada.
Não há na atualidade vacina para a malária. O Victor explicou muito bem a diferença de vacina e quimioprofilaxia. Existem 3 países que estão na dianteira dos demais no desenvolvimento de uma vacina contra a málaria: Brasil, Cuba e EUA, entretanto nenhum destes conseguiu ainda um resultado satisfatório em seus "protótipos".
Grato pela atenção,,,
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- Novato
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Pq eles determinaram que era a droga que fez isso?
Saudações a todos...
Passei quase um mês estudando os casos de malária tratados com derivados de cloroquina, conversei com amigos meus e professores da FCM e me parece muito dificil haverem casos de reações tão brutais com tal medicamento. Numa época onde a droga era ministrada em doses excesivas, com uma série de contaminantes (não havia uma tecnologia que "destilasse" uma droga de forma tão pura como existe autalmente) e pouca pesquisa a respeito, houveram casos, mas poderiam estes inclusive ser em decorrência de complicações da malária, pois no começo a droga não era usada de forma profilática (como os soldados em questão usaram), apenas era usada no tratamento, são situações muito diferentes.
A reportagem sugere que talvez a droga possa ter culpa, mas uma comprovação científica ainda não existe. Podem outros fatores terem resultados nessa psicose, como um treinamento extremamente rigoroso para uma pessoa pouco preparada psiquicamente falando, ou até mesmo uma outra droga que tenha sido usado por esses. Falar que tal coisa acontece em virtude de todos estarem fazendo uso de algo é muito vago, poderiam culpar por exemplo a Coca Cola que eles tomavam ou o cigarro da Malrboro que estes fumavam.
No começo (quando li a reportagem) eu acreditava numa possível reação a droga, hoje em dia eu nem acredito mais na possibilidade. Bons advogados podem se utilizar de bulas, as vezes é muito mais fácil "culpar" os outros que procurar os verdadeiros motivos do acontecido...
Atenciosamente,,,
Passei quase um mês estudando os casos de malária tratados com derivados de cloroquina, conversei com amigos meus e professores da FCM e me parece muito dificil haverem casos de reações tão brutais com tal medicamento. Numa época onde a droga era ministrada em doses excesivas, com uma série de contaminantes (não havia uma tecnologia que "destilasse" uma droga de forma tão pura como existe autalmente) e pouca pesquisa a respeito, houveram casos, mas poderiam estes inclusive ser em decorrência de complicações da malária, pois no começo a droga não era usada de forma profilática (como os soldados em questão usaram), apenas era usada no tratamento, são situações muito diferentes.
A reportagem sugere que talvez a droga possa ter culpa, mas uma comprovação científica ainda não existe. Podem outros fatores terem resultados nessa psicose, como um treinamento extremamente rigoroso para uma pessoa pouco preparada psiquicamente falando, ou até mesmo uma outra droga que tenha sido usado por esses. Falar que tal coisa acontece em virtude de todos estarem fazendo uso de algo é muito vago, poderiam culpar por exemplo a Coca Cola que eles tomavam ou o cigarro da Malrboro que estes fumavam.
No começo (quando li a reportagem) eu acreditava numa possível reação a droga, hoje em dia eu nem acredito mais na possibilidade. Bons advogados podem se utilizar de bulas, as vezes é muito mais fácil "culpar" os outros que procurar os verdadeiros motivos do acontecido...
Atenciosamente,,,
Prezados Colegas de Fórum,
Estou iniciando hoje minha presença aqui nesta casa, após ter me retirado de outro fórum cujo nível das discussões prefiro não comentar. Achei este tópico interessante e gostaria de complementar as informações pertinentes já postadas anteriormente por outros debatedores.
Dei uma lida nos Posts anteriores e percebi como realmente foram pertinentes as colocações dos colegas, mas acredito que posso complementá-las com alguns conceitos inerentes a minha profissão e que, se expostos de forma didática, poderão ser facilmente compreendidos pelos senhores.
Vamos ao que interessa...
O que é a e em que consiste a quimioprofilaxia da malária?
Em primeiro lugar, devemos ressaltar que a quimioprofilaxia não previne completamente a doença. Ela simplesmente visa reduzir a chance de adoecer por malária, ou caso isto aconteça, que os sinais e sintomas sejam mais brandos.
Para quem está indicada a profilaxia da malária?
Está basicamente indicada para indivíduos de áreas não-malarígenas (portanto, não-imunes) que vão permanecer por tempo relativamente curto numa área endêmica (ex.: Bacia Amazônica). Encontram-se neste grupo os militares, policiais, profissionais de saúde, outros profissionais (ex.: garimpeiros, engenheiros, etc.) e turistas em geral. Grávidas e crianças menores de 5 anos merecem menção especial, pelos riscos de formas mais graves de malária neste grupo. Alguns autores recomendam que a quimioprofilaxia seja adotada para toda a gestante que reside em área endêmica, orientada nas consultas pré-natais, especialmente as primíparas (aquelas que se encontram na primeira gestação), por terem um risco maior.
Qual o esquema profilático mais indicado?
O esquema profilático depende de qual ou quais são as espécies de plasmódio a serem prevenidas e qual o seu perfil de resistência aos antimaláricos naquela região específica. Veja alguns dos esquemas propostos:
1) Cloroquina (uma 4-Aminoquinolona) – na dose: 5 mg/Kg (até 300 mg) e na posologia de 1 vez por semana
2) Mefloquina (uma quinolina-metanol), cujo nome comercial é Larium – na dose: 5 mg/Kg (até 250 mg) e na posologia de 1 vez por semana
3) Doxicilina (uma tetraciclina que também apresenta atividade bacteriostática) – na dose: 100 mg/dia.
Em relação à gradação de risco e padrões de resistência dos plasmódios aos antimaláricos, as regiões do malarígenas do Globo Terrestre são classificadas em ÁREA-A, ÁREA-B e ÁREA-C. Na primeira, participam: América Central, Oriente Médio, Egito, Iraque, Irã e Norte da China – nestes locais o risco é baixo e sazonal e existem casos raros de P. Falciparum resistente à cloroquina. Na segunda, estão Paquistão, Índia, Malásia, Sri Lanka, Indonésia, Leste do Afeganistão, Sudeste da Península Arábica – O risco é baixo e o P. falciparum é moderadamente resistente à cloroquina. Na ÁREA-C, encontra-se a Bacia Amazônica brasileira, África Negra, Sudeste da Ásia, Sul da China, Irian Jaia, Papua-Nova Guiné e Vanatu. Nestas regiões, o risco é alto e o P. falciparum em geral é resistente à cloroquina.
De uma forma geral, para indivíduos que visitam as Áreas A ou B, a quimioprofilaxia pode ser feita com a cloroquina. No caso da ÁREA-C (ex.: Bacia Amazônica), o esquema quimioprofilático de escolha é o da Mefloquina e o de segunda escolha, o da doxicilina (este último especialmente em países como: Tailândia, Camboja e Mianmar). Nos casos de exposição de alto risco, pode-se acrescentar a primaquina 15 mg/dia por 14 dias, após o término do esquema, agindo contra os hipnozoítas do P. vivax, que podem ser os responsáveis pelo aparecimento tardio da doença.
Existem outros esquemas profiláticos que também preconizam o emprego de drogas como: proguanil, pirimetamina, dapsona e novas drogas recentemente descobertas como as do grupo da artemisina (descoberta na China). Os esquemas apresentados por mim são aqueles mais adequados às realidades nacionais empregando os agentes antimaláricos disponíveis para uso no Brasil.
Efeitos indesejáveis do Larium (Nome comercial da Mefloquina)*:
- Quando a mefloquina é empregada no tratamento do ataque agudo, cerca de 50% dos indivíduos podem queixar-se de distúrbios gastrintestinais.
- Pode ocorrer toxicidade transitória do SNC: vertigem, confusão, disforia (uma perturbação mórbida ou mal estar provocado pela ansiedade), insônia (e, por vezes, sintomas psicóticos e/ou convulsões).
- Houve relatos de interferência com a eletrofisiologia da condutância cardíaca e doenças cutâneas raras (farmacodermia).
- A mefloquina encontra-se formalmente contra-indicada na gestação devido a seus potenciais efeitos teratogênicos apesar de existirem controvérsias entre alguns autores sobre este tema. De qualquer forma deve-se procurar evitar a droga em mulheres que planejam engravidar nos próximos três meses (devido ao tempo de meia vida prolongado da mefloquina no organismo) ou em mulheres que se encontram no primeiro trimestre de gestação (fase inicial de formação do feto onde este é mais sensível aos fármacos em geral). De qualquer forma, a Cloroquina continua sendo uma droga considerada segura para a quimioprofilaxia em gestantes.
Quando a Mefloquina deve ser utilizada para a quimioprofilaxia?
A Mefloquina quando é empregada para a quimioprofilaxia não costuma causar efeitos indesejáveis tão floridos, ou seja, as ações indesejáveis costumam ser mais discretas; porém a droga não deve ser empregada dessa maneira, a não ser que haja risco de adquirir-se malária resistente a cloroquina.
Por que algumas cepas do P. falciparum se tornaram resistentes à cloroquina no Brasil e em algumas partes do mundo?
Isso ocorreu devido ao uso indiscriminado da cloroquina em larga escala que, inclusive, empregou o sal de cozinha como veículo de disseminação. Este fato aumentou as discussões acerca da polêmica do emprego de antimaláricos na quimioprofilaxia como forma indutora de resistência.
Quem é o agente etiológico da Malária?
Os parasitas causadores da Malária pertencem ao gênero Plasmodium. Atualmente são conhecidas 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados. Destas, apenas 4 (quatro) podem parasitar o ser humano, a saber:
1) P. falciparum – agente responsável pelas formas mais graves de malária, causador da Febre terçã maligna e resistente à cloroquina.
2) P. vivax – causador da malária terçã benigna, considerada assim por ser menos grave que a malária falcípara, é raramente fatal.
3) P. malariae - agente causal da malária relativamente incomum no Brasil (menos de 1%), provoca a febre quartã.
4) P. ovale – possui um ciclo de 48 horas e é responsável por uma causa rara de malária
OBS: Estes Agentes etiológicos podem se superpor em uma infecção.
MINHA OPINIÃO SOBRE A QUIMIOPROFILAXIA:
Pelos raros casos de malária com os quais pude tomar contato no Ambulatório de Doenças Infecto Parasitárias do HC-UFMG pude perceber o êxito desta patologia em causar Morbi-mortalidade no ser humano. Por este fato acredito na importância da malária como causadora de graves prejuízos aos exércitos em ação num TO; pois, desta forma fica comprometida consideravelmente a quantidade e qualidade do efetivo em condições operacionais para a campanha militar.
Na minha opinião quimioprofilaxia somada à vacinação contra malária (duas ações distintas) constituem-se em recursos fundamentais que habilitam os exércitos a operarem quase que impunemente contra esta patologia em áreas de florestas tropicais. Mesmo sabendo que podem existir casos raros de efeitos colaterais gravíssimos que envolvem, inclusive, causar graves alterações do humor; me posiciono favorável ao seu emprego no campo de batalha ou em áreas endêmicas. A relação malefício-benefício é favorável ao emprego da quimioprofilaxia, não apenas em termos operacionais militares restritamente, mas em termos de preservar a saúde do ser humano também, no caso o militar.
Caso alguém tenha algum contraditório ou interesse em discutir o assunto malária, sintam-se a vontade para postar e perguntar. Terei o maior prazer em responder às perguntas que souber responder. Achei o tópico interessante e poderíamos ressuscita-lo ou criar um tópico sobre malária, HIV/Aids, DSTs, Leishmaniose, Dengue, Febre Amarela, Leptospirose e outros males que podem afetar as nossas FFAA.
Obrigado pela atenção de todos.
Bibliografia consultada:
* Rang H. P. , Dale M. M., Ritter J. M., et al. Agentes Antimaláricos. Fármacos Antiprotozoários Farmacologia 2001, 4a. Edição. – Um livro de edição recente, atual e que considero bem didático.
NOTA: A área da saúde é um campo em constante mudança. As normas de segurança padronizadas precisam ser obedecidas; contudo, à medida que as novas pesquisas ampliam nossos conhecimentos, tornam-se necessárias e adequadas modificações terapêuticas e medicamentosas. O autor deste post verificou cuidadosamente os nomes genéricos e comerciais dos medicamentos aqui mencionados, bem como conferiu os dados referentes à posologia, de modo que as informações fossem precisas e de acordo com os padrões aceitos por ocasião do envio do referido post. Todavia, os debatedores e/ou visitantes deste fórum devem prestar atenção às informações fornecidas pelos fabricantes, a fim de se certificarem de que as doses preconizadas ou as contra-indicações não sofreram modificações. Isso é importante, sobretudo em relação a substâncias novas ou prescritas com pouca freqüência. O autor do post e os organizadores do fórum não se responsabilizam por qualquer uso impróprio ou pela aplicação incorreta dos fármacos mencionados neste post.
Estou iniciando hoje minha presença aqui nesta casa, após ter me retirado de outro fórum cujo nível das discussões prefiro não comentar. Achei este tópico interessante e gostaria de complementar as informações pertinentes já postadas anteriormente por outros debatedores.
Dei uma lida nos Posts anteriores e percebi como realmente foram pertinentes as colocações dos colegas, mas acredito que posso complementá-las com alguns conceitos inerentes a minha profissão e que, se expostos de forma didática, poderão ser facilmente compreendidos pelos senhores.
Vamos ao que interessa...
O que é a e em que consiste a quimioprofilaxia da malária?
Em primeiro lugar, devemos ressaltar que a quimioprofilaxia não previne completamente a doença. Ela simplesmente visa reduzir a chance de adoecer por malária, ou caso isto aconteça, que os sinais e sintomas sejam mais brandos.
Para quem está indicada a profilaxia da malária?
Está basicamente indicada para indivíduos de áreas não-malarígenas (portanto, não-imunes) que vão permanecer por tempo relativamente curto numa área endêmica (ex.: Bacia Amazônica). Encontram-se neste grupo os militares, policiais, profissionais de saúde, outros profissionais (ex.: garimpeiros, engenheiros, etc.) e turistas em geral. Grávidas e crianças menores de 5 anos merecem menção especial, pelos riscos de formas mais graves de malária neste grupo. Alguns autores recomendam que a quimioprofilaxia seja adotada para toda a gestante que reside em área endêmica, orientada nas consultas pré-natais, especialmente as primíparas (aquelas que se encontram na primeira gestação), por terem um risco maior.
Qual o esquema profilático mais indicado?
O esquema profilático depende de qual ou quais são as espécies de plasmódio a serem prevenidas e qual o seu perfil de resistência aos antimaláricos naquela região específica. Veja alguns dos esquemas propostos:
1) Cloroquina (uma 4-Aminoquinolona) – na dose: 5 mg/Kg (até 300 mg) e na posologia de 1 vez por semana
2) Mefloquina (uma quinolina-metanol), cujo nome comercial é Larium – na dose: 5 mg/Kg (até 250 mg) e na posologia de 1 vez por semana
3) Doxicilina (uma tetraciclina que também apresenta atividade bacteriostática) – na dose: 100 mg/dia.
Em relação à gradação de risco e padrões de resistência dos plasmódios aos antimaláricos, as regiões do malarígenas do Globo Terrestre são classificadas em ÁREA-A, ÁREA-B e ÁREA-C. Na primeira, participam: América Central, Oriente Médio, Egito, Iraque, Irã e Norte da China – nestes locais o risco é baixo e sazonal e existem casos raros de P. Falciparum resistente à cloroquina. Na segunda, estão Paquistão, Índia, Malásia, Sri Lanka, Indonésia, Leste do Afeganistão, Sudeste da Península Arábica – O risco é baixo e o P. falciparum é moderadamente resistente à cloroquina. Na ÁREA-C, encontra-se a Bacia Amazônica brasileira, África Negra, Sudeste da Ásia, Sul da China, Irian Jaia, Papua-Nova Guiné e Vanatu. Nestas regiões, o risco é alto e o P. falciparum em geral é resistente à cloroquina.
De uma forma geral, para indivíduos que visitam as Áreas A ou B, a quimioprofilaxia pode ser feita com a cloroquina. No caso da ÁREA-C (ex.: Bacia Amazônica), o esquema quimioprofilático de escolha é o da Mefloquina e o de segunda escolha, o da doxicilina (este último especialmente em países como: Tailândia, Camboja e Mianmar). Nos casos de exposição de alto risco, pode-se acrescentar a primaquina 15 mg/dia por 14 dias, após o término do esquema, agindo contra os hipnozoítas do P. vivax, que podem ser os responsáveis pelo aparecimento tardio da doença.
Existem outros esquemas profiláticos que também preconizam o emprego de drogas como: proguanil, pirimetamina, dapsona e novas drogas recentemente descobertas como as do grupo da artemisina (descoberta na China). Os esquemas apresentados por mim são aqueles mais adequados às realidades nacionais empregando os agentes antimaláricos disponíveis para uso no Brasil.
Efeitos indesejáveis do Larium (Nome comercial da Mefloquina)*:
- Quando a mefloquina é empregada no tratamento do ataque agudo, cerca de 50% dos indivíduos podem queixar-se de distúrbios gastrintestinais.
- Pode ocorrer toxicidade transitória do SNC: vertigem, confusão, disforia (uma perturbação mórbida ou mal estar provocado pela ansiedade), insônia (e, por vezes, sintomas psicóticos e/ou convulsões).
- Houve relatos de interferência com a eletrofisiologia da condutância cardíaca e doenças cutâneas raras (farmacodermia).
- A mefloquina encontra-se formalmente contra-indicada na gestação devido a seus potenciais efeitos teratogênicos apesar de existirem controvérsias entre alguns autores sobre este tema. De qualquer forma deve-se procurar evitar a droga em mulheres que planejam engravidar nos próximos três meses (devido ao tempo de meia vida prolongado da mefloquina no organismo) ou em mulheres que se encontram no primeiro trimestre de gestação (fase inicial de formação do feto onde este é mais sensível aos fármacos em geral). De qualquer forma, a Cloroquina continua sendo uma droga considerada segura para a quimioprofilaxia em gestantes.
Quando a Mefloquina deve ser utilizada para a quimioprofilaxia?
A Mefloquina quando é empregada para a quimioprofilaxia não costuma causar efeitos indesejáveis tão floridos, ou seja, as ações indesejáveis costumam ser mais discretas; porém a droga não deve ser empregada dessa maneira, a não ser que haja risco de adquirir-se malária resistente a cloroquina.
Por que algumas cepas do P. falciparum se tornaram resistentes à cloroquina no Brasil e em algumas partes do mundo?
Isso ocorreu devido ao uso indiscriminado da cloroquina em larga escala que, inclusive, empregou o sal de cozinha como veículo de disseminação. Este fato aumentou as discussões acerca da polêmica do emprego de antimaláricos na quimioprofilaxia como forma indutora de resistência.
Quem é o agente etiológico da Malária?
Os parasitas causadores da Malária pertencem ao gênero Plasmodium. Atualmente são conhecidas 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados. Destas, apenas 4 (quatro) podem parasitar o ser humano, a saber:
1) P. falciparum – agente responsável pelas formas mais graves de malária, causador da Febre terçã maligna e resistente à cloroquina.
2) P. vivax – causador da malária terçã benigna, considerada assim por ser menos grave que a malária falcípara, é raramente fatal.
3) P. malariae - agente causal da malária relativamente incomum no Brasil (menos de 1%), provoca a febre quartã.
4) P. ovale – possui um ciclo de 48 horas e é responsável por uma causa rara de malária
OBS: Estes Agentes etiológicos podem se superpor em uma infecção.
MINHA OPINIÃO SOBRE A QUIMIOPROFILAXIA:
Pelos raros casos de malária com os quais pude tomar contato no Ambulatório de Doenças Infecto Parasitárias do HC-UFMG pude perceber o êxito desta patologia em causar Morbi-mortalidade no ser humano. Por este fato acredito na importância da malária como causadora de graves prejuízos aos exércitos em ação num TO; pois, desta forma fica comprometida consideravelmente a quantidade e qualidade do efetivo em condições operacionais para a campanha militar.
Na minha opinião quimioprofilaxia somada à vacinação contra malária (duas ações distintas) constituem-se em recursos fundamentais que habilitam os exércitos a operarem quase que impunemente contra esta patologia em áreas de florestas tropicais. Mesmo sabendo que podem existir casos raros de efeitos colaterais gravíssimos que envolvem, inclusive, causar graves alterações do humor; me posiciono favorável ao seu emprego no campo de batalha ou em áreas endêmicas. A relação malefício-benefício é favorável ao emprego da quimioprofilaxia, não apenas em termos operacionais militares restritamente, mas em termos de preservar a saúde do ser humano também, no caso o militar.
Caso alguém tenha algum contraditório ou interesse em discutir o assunto malária, sintam-se a vontade para postar e perguntar. Terei o maior prazer em responder às perguntas que souber responder. Achei o tópico interessante e poderíamos ressuscita-lo ou criar um tópico sobre malária, HIV/Aids, DSTs, Leishmaniose, Dengue, Febre Amarela, Leptospirose e outros males que podem afetar as nossas FFAA.
Obrigado pela atenção de todos.
Bibliografia consultada:
* Rang H. P. , Dale M. M., Ritter J. M., et al. Agentes Antimaláricos. Fármacos Antiprotozoários Farmacologia 2001, 4a. Edição. – Um livro de edição recente, atual e que considero bem didático.
NOTA: A área da saúde é um campo em constante mudança. As normas de segurança padronizadas precisam ser obedecidas; contudo, à medida que as novas pesquisas ampliam nossos conhecimentos, tornam-se necessárias e adequadas modificações terapêuticas e medicamentosas. O autor deste post verificou cuidadosamente os nomes genéricos e comerciais dos medicamentos aqui mencionados, bem como conferiu os dados referentes à posologia, de modo que as informações fossem precisas e de acordo com os padrões aceitos por ocasião do envio do referido post. Todavia, os debatedores e/ou visitantes deste fórum devem prestar atenção às informações fornecidas pelos fabricantes, a fim de se certificarem de que as doses preconizadas ou as contra-indicações não sofreram modificações. Isso é importante, sobretudo em relação a substâncias novas ou prescritas com pouca freqüência. O autor do post e os organizadores do fórum não se responsabilizam por qualquer uso impróprio ou pela aplicação incorreta dos fármacos mencionados neste post.
Editado pela última vez por Balena em Seg Abr 24, 2006 12:53 pm, em um total de 1 vez.
Prezados Colegas de Fórum,
Estou iniciando hoje minha presença aqui nesta casa, após ter me retirado de outro fórum cujo nível das discussões prefiro não comentar. Achei este tópico interessante e gostaria de complementar as informações pertinentes já postadas anteriormente por outros debatedores.
Dei uma lida nos Posts anteriores e percebi como realmente foram pertinentes as colocações dos colegas, mas acredito que posso complementá-las com alguns conceitos inerentes a minha profissão e que, se expostos de forma didática, poderão ser facilmente compreendidos pelos senhores.
Vamos ao que interessa...
O que é a e em que consiste a quimioprofilaxia da malária?
Em primeiro lugar, devemos ressaltar que a quimioprofilaxia não previne completamente a doença. Ela simplesmente visa reduzir a chance de adoecer por malária, ou caso isto aconteça, que os sinais e sintomas sejam mais brandos.
Para quem está indicada a profilaxia da malária?
Está basicamente indicada para indivíduos de áreas não-malarígenas (portanto, não-imunes) que vão permanecer por tempo relativamente curto numa área endêmica (ex.: Bacia Amazônica). Encontram-se neste grupo os militares, policiais, profissionais de saúde, outros profissionais (ex.: garimpeiros, engenheiros, etc.) e turistas em geral. Grávidas e crianças menores de 5 anos merecem menção especial, pelos riscos de formas mais graves de malária neste grupo. Alguns autores recomendam que a quimioprofilaxia seja adotada para toda a gestante que reside em área endêmica, orientada nas consultas pré-natais, especialmente as primíparas (aquelas que se encontram na primeira gestação), por terem um risco maior.
Qual o esquema profilático mais indicado?
O esquema profilático depende de qual ou quais são as espécies de plasmódio a serem prevenidas e qual o seu perfil de resistência aos antimaláricos naquela região específica. Veja alguns dos esquemas propostos:
1) Cloroquina (uma 4-Aminoquinolona) – na dose: 5 mg/Kg (até 300 mg) e na posologia de 1 vez por semana
2) Mefloquina (uma quinolina-metanol), cujo nome comercial é Larium – na dose: 5 mg/Kg (até 250 mg) e na posologia de 1 vez por semana
3) Doxicilina (uma tetraciclina que também apresenta atividade bacteriostática) – na dose: 100 mg/dia.
Em relação à gradação de risco e padrões de resistência dos plasmódios aos antimaláricos, as regiões do malarígenas do Globo Terrestre são classificadas em ÁREA-A, ÁREA-B e ÁREA-C. Na primeira, participam: América Central, Oriente Médio, Egito, Iraque, Irã e Norte da China – nestes locais o risco é baixo e sazonal e existem casos raros de P. Falciparum resistente à cloroquina. Na segunda, estão Paquistão, Índia, Malásia, Sri Lanka, Indonésia, Leste do Afeganistão, Sudeste da Península Arábica – O risco é baixo e o P. falciparum é moderadamente resistente à cloroquina. Na ÁREA-C, encontra-se a Bacia Amazônica brasileira, África Negra, Sudeste da Ásia, Sul da China, Irian Jaia, Papua-Nova Guiné e Vanatu. Nestas regiões, o risco é alto e o P. falciparum em geral é resistente à cloroquina.
De uma forma geral, para indivíduos que visitam as Áreas A ou B, a quimioprofilaxia pode ser feita com a cloroquina. No caso da ÁREA-C (ex.: Bacia Amazônica), o esquema quimioprofilático de escolha é o da Mefloquina e o de segunda escolha, o da doxicilina (este último especialmente em países como: Tailândia, Camboja e Mianmar). Nos casos de exposição de alto risco, pode-se acrescentar a primaquina 15 mg/dia por 14 dias, após o término do esquema, agindo contra os hipnozoítas do P. vivax, que podem ser os responsáveis pelo aparecimento tardio da doença.
Existem outros esquemas profiláticos que também preconizam o emprego de drogas como: proguanil, pirimetamina, dapsona e novas drogas recentemente descobertas como as do grupo da artemisina (descoberta na China). Os esquemas apresentados por mim são aqueles mais adequados às realidades nacionais empregando os agentes antimaláricos disponíveis para uso no Brasil.
continua ...
Estou iniciando hoje minha presença aqui nesta casa, após ter me retirado de outro fórum cujo nível das discussões prefiro não comentar. Achei este tópico interessante e gostaria de complementar as informações pertinentes já postadas anteriormente por outros debatedores.
Dei uma lida nos Posts anteriores e percebi como realmente foram pertinentes as colocações dos colegas, mas acredito que posso complementá-las com alguns conceitos inerentes a minha profissão e que, se expostos de forma didática, poderão ser facilmente compreendidos pelos senhores.
Vamos ao que interessa...
O que é a e em que consiste a quimioprofilaxia da malária?
Em primeiro lugar, devemos ressaltar que a quimioprofilaxia não previne completamente a doença. Ela simplesmente visa reduzir a chance de adoecer por malária, ou caso isto aconteça, que os sinais e sintomas sejam mais brandos.
Para quem está indicada a profilaxia da malária?
Está basicamente indicada para indivíduos de áreas não-malarígenas (portanto, não-imunes) que vão permanecer por tempo relativamente curto numa área endêmica (ex.: Bacia Amazônica). Encontram-se neste grupo os militares, policiais, profissionais de saúde, outros profissionais (ex.: garimpeiros, engenheiros, etc.) e turistas em geral. Grávidas e crianças menores de 5 anos merecem menção especial, pelos riscos de formas mais graves de malária neste grupo. Alguns autores recomendam que a quimioprofilaxia seja adotada para toda a gestante que reside em área endêmica, orientada nas consultas pré-natais, especialmente as primíparas (aquelas que se encontram na primeira gestação), por terem um risco maior.
Qual o esquema profilático mais indicado?
O esquema profilático depende de qual ou quais são as espécies de plasmódio a serem prevenidas e qual o seu perfil de resistência aos antimaláricos naquela região específica. Veja alguns dos esquemas propostos:
1) Cloroquina (uma 4-Aminoquinolona) – na dose: 5 mg/Kg (até 300 mg) e na posologia de 1 vez por semana
2) Mefloquina (uma quinolina-metanol), cujo nome comercial é Larium – na dose: 5 mg/Kg (até 250 mg) e na posologia de 1 vez por semana
3) Doxicilina (uma tetraciclina que também apresenta atividade bacteriostática) – na dose: 100 mg/dia.
Em relação à gradação de risco e padrões de resistência dos plasmódios aos antimaláricos, as regiões do malarígenas do Globo Terrestre são classificadas em ÁREA-A, ÁREA-B e ÁREA-C. Na primeira, participam: América Central, Oriente Médio, Egito, Iraque, Irã e Norte da China – nestes locais o risco é baixo e sazonal e existem casos raros de P. Falciparum resistente à cloroquina. Na segunda, estão Paquistão, Índia, Malásia, Sri Lanka, Indonésia, Leste do Afeganistão, Sudeste da Península Arábica – O risco é baixo e o P. falciparum é moderadamente resistente à cloroquina. Na ÁREA-C, encontra-se a Bacia Amazônica brasileira, África Negra, Sudeste da Ásia, Sul da China, Irian Jaia, Papua-Nova Guiné e Vanatu. Nestas regiões, o risco é alto e o P. falciparum em geral é resistente à cloroquina.
De uma forma geral, para indivíduos que visitam as Áreas A ou B, a quimioprofilaxia pode ser feita com a cloroquina. No caso da ÁREA-C (ex.: Bacia Amazônica), o esquema quimioprofilático de escolha é o da Mefloquina e o de segunda escolha, o da doxicilina (este último especialmente em países como: Tailândia, Camboja e Mianmar). Nos casos de exposição de alto risco, pode-se acrescentar a primaquina 15 mg/dia por 14 dias, após o término do esquema, agindo contra os hipnozoítas do P. vivax, que podem ser os responsáveis pelo aparecimento tardio da doença.
Existem outros esquemas profiláticos que também preconizam o emprego de drogas como: proguanil, pirimetamina, dapsona e novas drogas recentemente descobertas como as do grupo da artemisina (descoberta na China). Os esquemas apresentados por mim são aqueles mais adequados às realidades nacionais empregando os agentes antimaláricos disponíveis para uso no Brasil.
continua ...
Editado pela última vez por Balena em Seg Abr 24, 2006 12:52 pm, em um total de 1 vez.