Timor Leste

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#46 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jun 29, 2006 5:39 am

TIMOR-LESTE
Xanana Gusmão vai nomear novo governo

Xanana Gusmão vai nomear um novo governo para que possa governar Timor-leste até que sejam realizadas novas eleições no país. O anúncio foi feito esta quarta-feira através de um comunicado.

( 14:46 / 28 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/internacional/

Imagem

O presidente de Timor-Leste anunciou, esta quarta-feira, que vai nomear um novo governo para preparar a realização de novas eleições no país, o mais rápido possível.

Num comunicado divulgado esta tarde em Díli, Xanana Gusmão justificou esta decisão com a crença de que a crise no país só será «completamente ultrapassada» com eleições a realizar «logo que possível».

«Mas o país precisa, entretanto, de ser governado com eficácia e justiça, no respeito pela Lei Fundamental, até estarem criadas condições para marcar a data do acto eleitoral e chamar o povo a decidir. (…)

O comunicado adianta que Xanana Gusmão já encetou diligências «para, no actual quadro parlamentar, procurarmos uma solução estável de governação que se mostre apta a restaurar a paz e a confiança do nosso povo nas instituições democráticas por cujo funcionamento sou eu, como Presidente da República, o primeiro e último responsável».

«A aceitação pelo Presidente da República do pedido de demissão do Primeiro-Ministro implica, automaticamente, a queda do governo que cessa as suas funções com a nomeação e tomada de posse do novo», lê-se ainda no comunicado de Xanana Gusmão.

RTTL suspende emissões

Entretanto, em Díli, a Rádio e televisão de Timor-Leste (RTTL) suspendeu as suas emissões por razões de segurança, depois de um ataque às suas instalações por um grupo de jovens.

Em declarações à agência Lusa, o director-geral da estação adiantou que alguns jornalistas e funcionários foram ameaçados e estão em pânico.

O incidente ocorreu durante a manhã (madrugada em Lisboa). Aparentemente, o ataque dos jovens procurou ser uma retaliação pela transmissão, terça-feira à noite, de uma notícia sobre a concentração de milhares de apoiantes da FRETILIN nos arredores de Díli, em que, alegadamente, o Presidente da República, Xanana Gusmão terá sido injuriado.


____________________________________


TIMOR-LESTE
Novos confrontos resultam em 13 detenções

Militares australianos e portugueses em Timor-Leste detiveram 13 pessoas na sequência de confrontos e saques ocorridos esta quarta-feira. A sede da FRETILIN no bairro de Comoro foi um dos seis edifícios que foram incendiados durante estes confrontos.

( 09:42 / 28 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/internacional/


Treze pessoas foram detidas esta quarta-feira em Díli, após confrontos e saques verificados na capital de Timor-Leste, que resultaram na destruição de seis casas e de duas lojas através de incêndios.

Uma das casas destruídas foi a sede da FRETILIN no bairro de Comoro, tendo a violência surgido mais tarde junto ao campo de refugiados no Jardim dos Heróis, junto ao Hotel Timor

Neste local verificaram-se confrontos que envolveram lançamento de pedras entre jovens contra e a favor do primeiro-ministro demissionário Mari Alkatiri.

Após terem chegado, os militares australianos detiveram seis pessoas, contudo, as hostilidades acabaram por se repetir duas horas mais tarde e no mesmo local.

As restantes sete detenções foram feitas por militares da GNR, sendo uma destas a de um líder de um grupo de jovens que tentava assaltar as instalações da Rádio e Televisão de Timor-Leste, no bairro de Caicoli, numa zona de acção australiana.

«Houve uma tentativa de invasão à RDTL, que fica fora da nossa zona de acção. Como fica próximo do nosso quartel, impedimos essa acção e fizemos a detenção do líder desse grupo», explicou o comandante operacional do subagrupamento Bravo, da GNR, que está em Timor-Leste.

O capitão Gonçalo Carvalho, que diz que a situação está mais calma agora, confirmou ainda incêndios em algumas casas, bem como agressões e apredejamento, sem bem que na zona de intervenção da GNR apenas tenham ocorrido situações pontuais de desacatos.

Imagem

Imagem
militares da GNR em Dili

A GNR deteve ainda quatro pessoas que se envolveram numa rixa no bairro de Comoro, e outras duas pessoas por se encontrarem dentro de uma casa, quando se preparavam para a saquear.

Entretanto, milhares de manifestantes anti-Alkatiri, integrados numa caravana automóvel, começaram a abandonar a capital timorense, depois de participado em manifestações nos últimos dias.




Imagem
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55558
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2834 vezes
Agradeceram: 2498 vezes

#47 Mensagem por P44 » Qui Jun 29, 2006 7:23 am

Rui:

Tu que estás mais por dentro do assunto, que opinião tens acerca dos ultimos desenvolvimentos em Timor?

Será que viremos a assistir a uma guerra civil?




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#48 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jun 29, 2006 11:27 am

Não sei mesmo, P44.

Acho que os ingredientes estão lá.

No entanto, pela presença das força multinacionis no terreno, e que poderão ser aumentadas, acho que poderá não haver um confronto om armas, e com uma frente aberta.

Pode é haver uma grande fractura social entre os apoiantes de Xanana, os do ocidente da ilha, que lhe estão mais proximos e com apoio australiano, e os lororae, que aparentemete estão mais próximos da FRETILIN e de Alkatiry.

Vamos ver como corre esta marcha dos apoiantes da FRETILIN hoje e se tudo acaba da melhor maneira.

Se houver eleições, a FRETILIN acabará por ganhar de novo e o problema permanecerá.

Como a situação é muito volátil, de um dia para o outro, os dados mudam e a gente até fica baralhado.

Mas que a siatuação é muito tensa, é.

Até a TV foi assaltada por partidários de Xanana só porque transmitiu o discurso do Alkatiry.




Imagem
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55558
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceu: 2834 vezes
Agradeceram: 2498 vezes

#49 Mensagem por P44 » Seg Jul 03, 2006 12:29 pm

Vi um pouco de uma entrevista do Angelo Correia em que ele referia que por detrás do Alkatiri estaria a Indonésia (não sabia que o Alkatiri era Muçulmano!!!! :shock: ) e que por detrás de Xanana estaria a Austrália e que esta situação seria também uma disputa entre a ASEAN (liderada pela indonésia) e a Austrália que lidera uma Organização de Estados do Pacifico cujo nome agora me esqueci :oops: , e que tb inclui a nova Zelândia...e que estariam cada uma a querer trazer Timor para a sua "esfera de influência"...




*Turn on the news and eat their lies*
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#50 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Jul 03, 2006 1:06 pm

É mais ou menos isso que estraá em disputa.

O Angelo Correia conhece muito bem o que se passa lá.

Portugal para manter influência sobre Timor terá que trabalhar com a Indonésia, Malásia e outros países da região.

Porque é pequeno, fraco e está longe.

Ou Timor cairá definitivamente na órbitra australiana e qualquer dia atá o padrão português que está frente ao Palácio do Governo será demolido pelos australianos.

Não viste na TV mauberes que provavelmente só sabem falar tetum ou bahasa empunhando cartazes em inflês perfeito, bem escritos, pedindo a intregração de Timor na Austrália?

E com os militares australianos em rizinhos para eles?

As cartas estão lançadas.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#51 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jul 11, 2006 6:55 am

Ramos-Horta no comando até às eleições de 2007

JORDãO HENRIQUE / ap Orlando Castro

Imagem
Ramos-Horta assumiu, perante Xanana Gusmão, a responsabilidade de governar o país

Ramos-Horta, como primeiro-ministro do II Governo Constitucional de Timor-Leste, e Estanislau da Silva e Rui Araújo, como primeiro e segundo vice-primeiros-ministros, tomaram posse numa cerimónia marcada pela ausência de Mari Alkatiri, o chefe do Governo que se demitiu no dia 26 do mês passado.

Além das prioridades governativas (ver peça em baixo), o novo primeiro-ministro de um Executivo a tempo certo (eleições em Maio de 2007) referiu que acumulará a pasta da Defesa e terá Hernâni Coelho, actual embaixador na Austrália, como ministro dos Negócios Estrangeiros.

Ao fazer o balanço dos quatro anos em que liderou os Negócios Estrangeiros, Ramos-Horta disse que não aprendeu muito com o anterior primeiro-ministro. "Infelizmente, não posso dizer que aprendi muito com o primeiro-ministro Mari Alkatiri. E

u estava ausente mais de metade do ano e quando estava no país não me entusiasmava muito com as prolongadas sessões do Conselho de Ministros", reconheceu.

ONU até 2011

Dircursando em português e depois em tétum, Ramos-Horta referiu-se também à "falhada" corrida ao cargo de secretário-geral da ONU, dizendo que a sua missão é agora em Timor, acrescentando que nunca seria um bom secretário-geral das Nações Unidas se não soubesse ser um bom timorense. Apontado a possibilidade de isso acontecer em 2012, Ramos Horta salientou que "um bom timorense deve estar no seu país e com o seu povo em momentos de crise".

O novo primeiro-ministro explicou que ainda não há acordo no Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação ao envio de capacetes azuis, mas destacou a necessidade da presença no país de uma força policial internacional e de conselheiros civis para a administração pública e instituições oficiais "terem que ficar pelo menos até 2011".

Relatório de Ian Martin

O futuro da ONU no país dependerá do relatório de Ian Martin, enviado especial de Kofi Annan, cuja análise e consequente definição deverá acontecer a 20 de Agosto.

"A nova missão da ONU vai ter três pilares polícia, conselheiros civis , para as instituições do Estado e que inclui conselheiros para a realização de eleições, e forças de manutenção de paz, embora a este respeito ainda não haja acordo a nível do Conselho de Segurança", precisou Ramos-Horta, referindo que as forças internacionais actualmente estacionadas em Timor poderão vir a integrar o contingente de capacetes azuis.

Entretanto, a União Europeia congratulou-se com a escolha de Ramos-Horta, considerando-a um "passo em frente encorajador".

"É um passo em frente encorajador após semanas de instabilidade política e de violência", lê-se num comunicado da Presidência finlandesa da UE, que aponta que "os desafios da estabilização da nação e da reconciliação de todas as partes" como as principais prioridades.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#52 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jul 11, 2006 7:02 am

Vai prestar declarações por alegada participação na distribuição de armas a civis
Mari Alkatiri notificado como arguido pelo Ministério Público timorense

11.07.2006 - 09h03 Lusa

Imagem
Mari Alkatiri demitiu-se do cargo de primeiro-ministro no passado dia 26 de Junho, cedendo num braço de ferro com o Presidente Xanana Gusmão

O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri foi notificado como arguido pelo Ministério Público para prestar declarações no próximo dia 20, por alegada participação na distribuição de armas a civis, disse hoje à Lusa o Procurador-Geral da República timorense.

O procurador-geral Longuinhos Monteiro, que falava à Lusa no final da cerimónia de entrega de armas de um alegado "esquadrão da morte", salientou que em função das declarações que prestar poderá ser aberto um processo individual contra Mari Alkatiri.

"A primeira chamada (para prestar declarações) que fizemos é como arguido. As acusações são as mesmas que foram feitas a Rogério Lobato. Estão juntos no mesmo processo e depois de ouvirmos (o ex-primeiro-ministro) determinaremos se se abre um novo processo ou se continua no mesmo", afirmou.

O processo de que falou Longuinhos Monteiro fundamenta-se nas acusações de Vicente da Conceição "Railos", veterano da resistência contra a ocupação indonésia.

"Railos" acusou Mari Alkatiri de ter ordenado a Rogério Lobato, então seu ministro do Interior, para armar grupos de civis, as chamadas Equipas de Segurança Secreta da Fretilin, para eliminar adversários políticos, dentro e fora do partido maioritário.

Rogério Lobato, que já prestou declarações à juíza de investigação, encontra-se sob a medida de coacção de obrigatoriedade de permanecer em casa, por razões da sua própria segurança, segundo disse à Lusa fonte judicial.

O processo em que figuram Rogério Lobato, e que segundo revelou hoje à Lusa Longuinhos Monteiro, inclui também Mari Alkatiri, inclui a prática de quatro crimes: associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução, que prevêem pena de prisão até 15 anos.

Longuinhos Monteiro acrescentou à Lusa que no próximo dia 20 o Ministério Público vai querer saber qual o grau de conhecimento de Mari Alkatiri dos factos que lhe são imputados nas declarações, quer de Vicente da Conceição "Railos" quer do próprio Rogério Lobato.

"O primeiro ponto que queremos esclarecer é o conhecimento dos factos. Quando teve conhecimento. Temos declarações de Rogério Lobato e outros depoimentos e temos o encontro do dia 8 (de Maio)", precisou.

"É isso que queremos saber", vincou.

No dia 8 de Maio, segundo "Railos", Mari Alkatiri recebeu na sua casa aquele veterano e alguns dos seus homens, a quem reafirmou as ordens que alegadamente deu a Rogério Lobato para armar grupos de civis.

Longuinhos Monteiro salientou que além do grupo "Railos", existe um segundo, conhecido por "Grupo 5-5", que disporá de sete armas, também alegadamente distribuídas pelo ex-ministro do Interior Rogério Lobato.

"Segundo o depoimento de Rogério Lobato ainda existe mais um grupo, conhecido por ´5-5`, que tem sete armas e circula na área de Gleno, Ermera, Railaco e Lauremo, (distrito de Ermera), até Liquiçá", disse a mesma fonte.

Longuinhos Monteiro adiantou que o grupo "5-5" também recebeu ordens para eliminar adversários políticos de Mari Alkatiri, mas desconhece se essas disposições foram executadas.

"Não sei se executaram a ordem, mas receberam-na", disse.

Mari Alkatiri demitiu-se do cargo de primeiro-ministro no passado dia 26 de Junho, cedendo num "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão, que ameaçou demitir-se se Alkatiri não assumisse as suas responsabilidades pela crise político-militar em Timor-Leste.

A crise, que começou há vários meses com a deserção de um terço do exército por alegada discriminação da hierarquia, levou à desintegração das forças de defesa e de segurança, à entrada de forças militares e policiais estrangeiras e a uma profunda crise política que opôs o Presidente, Xanana Gusmão, ao primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Os incidentes mais violentos registaram-se em Abril e Maio, com um saldo de mais de três dezenas de mortos, mas mais de 150.000 pessoas permanecem refugiadas em campos de acolhimento.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#53 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jul 14, 2006 6:15 am

Confirmação de José Ramos Horta
José Luís Guterres é novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste
13.07.2006 - 09h23 Lusa

Imagem

O actual embaixador timorense em Washington e junto da ONU, José Luís Guterres, é o novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, anunciou hoje o primeiro-ministro José Ramos Horta.

Ramos Horta acrescentou que o elenco do II Governo Constitucional de Timor-Leste vai tomar posse amanhã, com algumas alterações relativamente ao executivo de Mari Alkatiri. "As pastas da Educação e dos Transportes e Comunicações vão ter outros titulares", disse.

Os titulares daquelas duas pastas no anterior executivo, Armindo Maia (Educação) e Ovídeo Amaral (Transportes e Comunicações), pediram a demissão no final de Junho por não concordarem com a manutenção de Mari Alkatiri no cargo de primeiro-ministro.

O actual chefe do Governo acrescentou que o seu executivo vai sofrer outras alterações nas cinco secretarias de Estado de Coordenação das cinco regiões administrativas, criadas expressamente na última remodelação que Alkatiri efectuou, em Julho de 2005.

O primeiro-ministro confirmou também que irá acumular o cargo de ministro da Defesa.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#54 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Jul 17, 2006 10:59 am

TIMOR-LESTE
GNR assume controlo da totalidade de Díli

A GNR assumiu o controlo da totalidade da cidade de Díli esta segunda-feira de manhã. Em declarações à TSF, Gonçalo Carvalho, que lidera a força da GNR estacionada em Timor-Leste, disse que as primeiras horas desta nova fase têm decorrido de forma normal.

( 10:03 / 17 de Julho 06 ) http://www.tsf.pt/online/portugal/


Imagem

A GNR assumiu, esta segunda-feira, o controlo da totalidade da capital timorense Díli, controlo que irá exercer em coordenação com as forças polícias australianas, malaias e neozelandesas no país.

Ouvido pela TSF, o comandante da força da GNR em Timor-Leste indicou que os militares portugueses deixaram de controlar apenas o bairro de Comoro às 7:00 locais (23:00 de domingo em Lisboa).

«Foi constituído um centro multinacional de operações, onde é feita toda a coordenação das polícias, visto que as outras três polícias constituíram esquadras. A GNR tem a responsabilidade de intervir como força de intervenção rápida e fazer face a situações de distúrbios civis e a todas as situações de polícia de maior gravidade», acrescentou Gonçalo Carvalho.

Este capitão da GNR explicou ainda que as primeiras horas desta nova fase da presença dos militares portugueses em Díli decorreu de forma normal com dois efectivos portugueses no centro multinacional a fazerem a triagem dos incidentes que vão acontecendo, com cada polícia a actuar dentro das suas competências.


__________________________________


Imagem

TIMOR-LESTE
Novos confrontos resultam em 13 detenções

Militares australianos e portugueses em Timor-Leste detiveram 13 pessoas na sequência de confrontos e saques ocorridos esta quarta-feira. A sede da FRETILIN no bairro de Comoro foi um dos seis edifícios que foram incendiados durante estes confrontos.

( 09:42 / 28 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/internacional/

Imagem
Militar australiano e soldado da GNR conversam


Treze pessoas foram detidas esta quarta-feira em Díli, após confrontos e saques verificados na capital de Timor-Leste, que resultaram na destruição de seis casas e de duas lojas através de incêndios.

Uma das casas destruídas foi a sede da FRETILIN no bairro de Comoro, tendo a violência surgido mais tarde junto ao campo de refugiados no Jardim dos Heróis, junto ao Hotel Timor

Neste local verificaram-se confrontos que envolveram lançamento de pedras entre jovens contra e a favor do primeiro-ministro demissionário Mari Alkatiri.

Após terem chegado, os militares australianos detiveram seis pessoas, contudo, as hostilidades acabaram por se repetir duas horas mais tarde e no mesmo local.

As restantes sete detenções foram feitas por militares da GNR, sendo uma destas a de um líder de um grupo de jovens que tentava assaltar as instalações da Rádio e Televisão de Timor-Leste, no bairro de Caicoli, numa zona de acção australiana.

«Houve uma tentativa de invasão à RTTL, que fica fora da nossa zona de acção. Como fica próximo do nosso quartel, impedimos essa acção e fizemos a detenção do líder desse grupo», explicou o comandante operacional do subagrupamento Bravo, da GNR, que está em Timor-Leste.

O capitão Gonçalo Carvalho, que diz que a situação está mais calma agora, confirmou ainda incêndios em algumas casas, bem como agressões e apredejamento, sem bem que na zona de intervenção da GNR apenas tenham ocorrido situações pontuais de desacatos.

A GNR deteve ainda quatro pessoas que se envolveram numa rixa no bairro de Comoro, e outras duas pessoas por se encontrarem dentro de uma casa, quando se preparavam para a saquear.

Entretanto, milhares de manifestantes anti-Alkatiri, integrados numa caravana automóvel, começaram a abandonar a capital timorense, depois de participado em manifestações nos últimos dias.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#55 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jul 18, 2006 11:18 am

TIMOR-LESTE
Howard garante que Austrália vai continuar a prestar assistência

O primeiro-ministro australiano garantiu que o seu país vai continuar a prestar assistência a Timor-Leste. John Howard fez uma breve visita a Díli, onde contactou com o primeiro-ministro e presidente timorenses, tendo ainda visitado as tropas australianas estacionadas no país.

( 08:49 / 18 de Julho 06 ) http://www.tsf.pt/online/internacional/

Imagem


O primeiro-ministro australiano assegurou, esta terça-feira, no início de uma curta visita a Díli, que Camberra vai continuar a prestar assistência a Timor-Leste e que o país pode contar com o apoio e amizade dos australianos.

Após um breve encontro com o primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta, John Howard deslocou-se ao porto de Díli para visitar as tropas australianas que estão estacionadas na capital timorense.

Depois de visitar as tropas australianas, Howard teve um encontro a sós com Ramos-Horta, tendo depois deslocado-se para uma audiência com o presidente Xanana Gusmão.

«É uma visita de amizade e solidariedade. Falamos da situação actual e do futuro, do que temos de fazer para dar um apoio mais eficaz à presença das forças internacionais», disse o presidente timorense após o encontro com o primeiro-ministro australiano. :mrgreen:

Em Darwin, antes da viagem para Timor-Leste, John Howard considerou que é necessário que a força internacional se mantenha em Timor-Leste, «mas não com o mesmo número de efectivos actuais».

«Mas ainda passará algum tempo até ser prudente para que todos estes efectivos possam ir embora», acrescentou o chefe de governo australiano.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#56 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jul 21, 2006 10:35 am

Ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, ao EXPRESSO
«Na raiz do conflito está o petróleo»
(versão integral)
Luísa Meireles

ÀS PERGUNTAS sobre a crise recente, Mari Alkatiri diz que ainda «não chegou o momento para escrever as memórias».

Imagem



Lirio da Fonseca/Reuteurs
«O golpe de Estado está ainda em marcha, não se consumou», afirma o ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri

sábado , 15 JUL 06



Vai prestar declarações como arguido na próxima semana, pelo seu alegado envolvimento na entrega de armas à população e a alguns grupos organizados, entre eles o de Vicente da Conceição, o Railos?

Fui eu próprio que solicitei essa audiência o mais cedo possível para esclarecer todo o assunto, devido ao grande número de alegações existentes.

Tão logo pude constituir a minha defesa, ela foi marcada. Toda a minha resposta vai ser baseada na lei e na verdade. Não tenho interesse em estar a comentar as alegações que têm sido feitas, que são tudo menos a verdade.

Mas o seu ex-ministro do Interior, Rogério Lobato, confessou que se encontrou com o grupo do Railós e que distribuiu armas...

Eu também recebi o Railós no dia 8 de Maio, mas noutro contexto completamente diferente.

Qual contexto?

Não tinha nada a ver com armas, mas com a organização do Congresso do Partido e com a actividade deles, antigos combatentes, apoiarem o Governo no sentido de diluir a contradição que estava já a esboçar-se entre os chamados Lorosae e Loromonu.

E como justifica a iniciativa do ex-ministro, para mais alto quadro da Fretilin?

Ele só foi eleito vice-presidente da Fretilin depois disso. Mas ele já fez os seus depoimentos junto do tribunal e eu não os vou comentar.

Mas o que estava a acontecer em Timor que justificava a distribuição de armas na Fretilin e a constituição de grupos armados?

Desafio quem quer que seja que prove que havia armas na Fretilin por todo o lado.

Não havia, nem há. Isso é uma alegação que tem a conotação de difamação.

A Fretilin nunca distribuiu armas nem nunca distribuirá. É uma tentativa de manchar a imagem do partido maioritário para fins eleitorais.

E como surgem esses grupos, nomeadamente o de Railós?

Esses grupos existem. As armas que lhes foram dadas são da Polícia. O ex-ministro já reconheceu que participou nessa distribuição com o fim, como ele próprio disse, de apoiar unidades de reserva da Polícia. Eu estou a fazer estas declarações com base nos depoimentos do ex-ministro Rogério Lobato.

A esta distância, acha que poderia ter agido de outra maneira em relação aos peticionários?

Se não tivesse havido outras instituições, outros órgãos de soberania a envolver-se em primeiro plano nesta questão, se desde o início ela tivesse sido entregue ao Governo para ser resolvida, eu tenho a certeza que sim.

Está a referir-se ao Presidente da República?

A história dirá.

Acha que desde o princípio houve algum aproveitamento?

Este é um país jovem onde as instituições de Estado às vezes extravasam as suas competências, muitas vezes com a melhor das intenções de resolver problemas.

Eu não estou a dizer que as pessoas o fazem com a intenção de complicar, mas sim de resolver. E até às vezes com a intenção de se solidarizar com outros órgãos, mas a verdade é que as boas intenções nem sempre dão bons resultados.

Durante toda a crise, o senhor sempre disse que estava em curso um golpe constitucional contra o seu governo. Pensa que hoje está consumado esse golpe?

Está em marcha.

Ainda está em marcha?

Digo que está em marcha porque ainda há a exigência da dissolução do Parlamento e de realizar eleições antecipadas, exigências essas que vêm dos mesmos autores das manifestações.

Como é que fundamenta a existência deste golpe?

Ainda não é tempo para eu escrever as minhas memórias.

Considera que o Presidente Xanana foi subjectiva ou objectivamente mentor desse golpe?

Não comento sobre isso.

Nem terá sido aproveitado?

Não comento.

Então interpreta o facto de, desde a primeira hora, aqueles que reclamavam a sua substituição de armas na mão, nomeadamente o major Reinado, se terem colocado à disposição do Presidente Xanana?

Melhor do que eu deverá ser eles a justificar isso. E talvez o próprio Presidente Xanana.

Mas, a si, não lhe merece uma reflexão?

Estou a reflectir, mas volto a dizer que ainda não é o momento para escrever sobre as minhas memórias.

Durante a crise, alguma vez se sentiu em risco de vida?

Sim. Mesmo agora sinto que a minha vida está a ser defendida por protecção australiana. Naturalmente que o risco vai diminuindo mas não me sinto ainda completamente livre num país que eu gostaria que fosse democrático e um Estado de direito.

Quem faz a sua escolta?

Eu tenho uma parte da escolta que é timorense e que restou da escolta inicial (eram 14, agora são 6), que continuam comigo, e tenho a escolta australiana.

Sabemos as razões oficiais pelas quais se demitiu, nomeadamente para evitar uma eventual resignação do presidente da República, contribuir para a paz e tranquilidade, assumir a sua parte de responsabilidade na crise. Mas sentiu-se forçado a demitir-se porque as manobras políticas dos seus adversários tiveram êxito? Sentiu-se derrotado?

Eu estou convencido de que, com a posse do novo Governo amanhã, poderá chegar à conclusão de que os próprios adversários se sentem frustrados, o que significa que não tiveram sucesso.

Liga esses adversários ao golpe que está em marcha, que ainda não foi totalmente consumado?

Uns adversários são os autores reais e activos deste golpe que está em marcha, e outros assistiam ao andamento do processo sempre na esperança de que fosse 100% bem sucedido.

Mas sentiu que perdeu essa «guerra»?

Perder uma batalha não significa perder a guerra. Mas eu não considero isto uma guerra. O mais importante é conseguir aquilo que se conseguiu: voltar ao clima de esperança, paz e estabilidade. Isto foi o mais importante para abrir uma nova página na nossa história.

E foram essas mesmas razões também que o levaram a desmobilizar os militantes da Fretilin que queriam entrar em Díli para o apoiar?

Foi uma contribuição que achei que devia dar para não piorar ainda mais a situação.

Todos os dias passo ao lado de alguns campos de deslocados e vejo crianças, velhos e mulheres, cidadãos inocentes sofrendo, e acho que já é tempo de nós, como responsáveis, contribuirmos para fazer com que essas pessoas também ganhem esperança e confiança e voltem a suas casas.

A tomada de posse do novo primeiro-ministro Ramos-Horta abre um novo ciclo político em Timor?

Ainda não é possível falar de um novo ciclo com um Governo que só vai durar nove meses. Espero que seja uma gravidez bem sucedida e que o parto não seja tão doloroso.

Pensa que vai mudar alguma coisa nos objectivos estratégicos da política timorense?

O Governo vai implementar e executar o plano anual de acção e o orçamento que já tinham sido aprovados pelo Governo por mim chefiado.

No seu discurso de tomada de posse, Ramos-Horta apela a que a Igreja reassuma o seu papel na educação, considerando que a sociedade timorense rejeita a interpretação de modelos seculares. Não é um sinal de mudança em relação à sua política relativamente à Igreja?

Se tivesse havido alguma vez alguma tendência para retirar à Igreja o seu papel, poder-se-ia pensar que existe uma mudança.

Agora, quando se tenta atribuir ao Governo por mim chefiado alguma intenção de reduzir o papel da Igreja, isso eu recuso-me a aceitar. A Igreja nunca deixou de trabalhar na área da educação, na saúde, na área social e também religiosa, atravessou as mesmas dificuldades que o povo, em termos económicos, financeiros e institucionais. A Igreja é parte da sociedade.

Agora, estamos em melhores condições de podermos, todos nós, encontrar plataformas de acção mais sólidas, e isso está no plano de acção do Governo por mim chefiado para o ano de 2006/2007, onde eu defini claramente a necessidade de novas parcerias. Portanto, não é nada de novo.

Acha que é um «mal-amado» da Igreja Católica?

Eu sou mal-amado por muitos, ou porque não sou entendido, ou porque, realmente, não sou um técnico de relações públicas, reconheço-o. Sou uma pessoa fria, alguns chamam-me sisudo.

São os meus defeitos, mas eu desafio quem quer que seja que me diga que, durante estes quatro anos, não dei contribuições positivas para este Governo. Recebi a governação de um país com défice orçamental. Deixo-o com um «superavit» bastante grande.

Mas, todavia, mergulhado ainda em grandes problemas internos...
Talvez por causa disso mesmo. Se continuasse um país com défice orçamental, se calhar, ninguém ambicionaria vir para o poder.

A raiz deste conflito tem a ver com a riqueza que se supõe haver, nomeadamente com o petróleo?

Não tenho dúvidas. Eu vejo até grandes analistas, que trabalham com dados que não são correctos quando dizem que eu me aproximei da China, que havia um acordo com a China sobre a área do petróleo.

A China não tem uma única concessão neste país na área do petróleo. Primeiro, porque nunca participou nos concursos públicos, segundo, porque não há nenhum acordo com a China nessa área. O único acordo que se fez foi de pesquisa geológica, não de exploração.

Mas porque fala da China?

Porque todos dizem que a Austrália não veria com bons olhos o facto de eu estar a aproximar-me da China na área do desenvolvimento no sector do petróleo. Há realmente um país que nos apoiou e continua a fazê-lo, mas desinteressadamente, no sector do petróleo. Mas é a Noruega, não a China.

Há muita gente que faz a ligação destes acontecimentos a um interesse australiano de o afastar a si para melhor controlar ou conformar Timor às suas pretensões. Com Xanana ou com Ramos-Horta, será diferente?

Não sei. Eu como primeiro-ministro, procurei defender até às últimas consequências os interesses do meu povo. Liderei as negociações sobre as riquezas e os recursos do mar de Timor-Leste, que ninguém pode negar que foram negociações bem sucedidas para o meu país, e estou orgulhoso disso.

Consegui fazer de Timor-Leste, tido como inviável, um país que todos sabem que é absolutamente viável, um Estado sustentável, e isto em apenas quatro anos de governação.

Tenho a certeza que Timor-Leste iria arrancar, a partir do último ano do meu mandato, 2006/2007, para a fase real de desenvolvimento humano e económico, porque já há condições para o fazer. E mais ainda: no caso de vitória da Fretilin em 2007, o próximo mandato será para pôr este país num patamar ainda mais elevado. O plano era esse.

Então como encara então as declarações do primeiro-ministro australiano, John Howard, de que Timor não é um Estado viável?

Prefiro não comentar, até porque John Howard também está a enfrentar problemas no seu país. Eu não quero repetir aquilo que ele fez, dizer que eu deveria realmente demitir-me.

Pensa que a Austrália pretende fazer de Timor um protectorado?

Nunca acusei o Governo australiano de nada, nem pretendo fazê-lo. Agora, ninguém pode negar que, nos últimos dois ou três meses, toda a comunicação social australiana se esforçou por me demonizar. Parecia tudo concertado, parecia haver uma política bem definida e planificada com o objectivo único de me demonizar.

É só fazer a leitura daquilo que saiu até hoje.

Fazendo essa leitura, acha que existe algum tipo de influência da Austrália sobre o Presidente Xanana ou sobre o agora primeiro-ministro Ramos-Horta?

A exigência da minha demissão por parte do Presidente Xanana teve como base um programa da televisão australiana.

Portanto, acha que a Austrália tem, na verdade, uma grande influência sobre o Presidente Xanana...

Eu só estou a apresentar os factos.

E é também um mero facto ter sido a esposa (australiana) do Presidente Xanana a tomar posição pública sobre o que devia fazer o Presidente?

Isso é uma inovação nossa, as esposas dos titulares de órgãos de soberania terem opinião (sobre aquilo que eles deveriam fazer).

Quando a crise começou, quem autorizou os australianos a entrar no país? Quer dizer, eles já estavam embarcados ao largo de Timor antes de haver essa autorização...

Quando a crise interna começou a agudizar-se, havendo já combates entre elementos da Polícia Nacional e das Forças Armadas, a única hipótese era, realmente, ter uma força ou forças estrangeiras a ajudar a estabilizar o país. E isso foi iniciativa minha, como primeiro-ministro, de propor ao Presidente da República, com a participação do Presidente do Parlamento Nacional, que solicitássemos a intervenção de quatro países, que são os mesmos países que ainda cá estão.

Mas tinha conhecimento de que havia tropas australianas que já estavam embarcadas?

Naturalmente, um mês ou dois meses antes.

Não é estranho?

A Austrália estava a acompanhar o desenvolvimento da situação em Timor-Leste, achava que era o país mais próximo, que poderia, a todo o momento, intervir no sentido de apaziguar.

E sempre disse, naquela altura, que só interviria a pedido do governo de Timor-Leste. De facto, a intervenção mesmo foi feita depois do pedido, mas claro que é sempre muito estranho quando, antes do pedido do Governo, estejam forças preparadas para intervir à volta de outro país. Mas talvez isso seja também parte da experiência da Austrália.

Aconteceu em 1999 também, quando a Austrália estava preparada três meses antes para poder intervir em tempo oportuno para parar as matanças e a violência em Timor.

Este novo Governo pode ter uma política com repercussões nas relações com Portugal e na participação timorense na CPLP? A posição do português como língua oficial em Timor pode estar em risco?

Este Governo terá nove meses de vida. Não é em nove meses que se fazem mudanças estruturais em qualquer país, portanto não creio que isso seja possível em termos práticos.

Também não creio que as pessoas que estão no Governo, incluindo o Presidente da República, sejam antiportuguesas. Naturalmente que, quando se quer avançar com um projecto de reintrodução da língua portuguesa, de generalização do seu uso, de afirmação de uma língua oficial, não chega dizermos que somos favoráveis; é preciso ter a coragem de enfrentar todos os obstáculos e de, a cada momento, afirmarmos isso mesmo.

Está a preparar o seu regresso ou a preparar-se para as próximas eleições?

Já o disse, a minha função agora é reforçar o partido, reorganizá-lo e prepará-lo para 2007.

Vai candidatar-se de novo?

Nunca me candidatei, portanto não tenho de me recandidatar. O mais importante é o partido voltar a ganhar, e o partido depois decidirá como governar.

Alguém já levantou a hipótese de eu vir a candidatar-me à Presidência da República. Posso dizer: «tirem o cavalo da chuva», porque eu não serei nunca candidato a Presidente.


http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#57 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jul 25, 2006 7:55 am

Timor-Leste
Prazo para entrega de armas terminou

Imagem

Terminou ontem o prazo estabelecido para a entrega voluntária de armas em Timor-Leste. A partir de agora, qualquer pessoa, designadamente civis, que for surpreendido na posse de qualquer arma será detido.

A revelação foi ontem feita pelo comandante das tropas australianas em território timorense, brigadeiro-general Mick Slater, que presidiu a uma cerimónia que decorreu em Díli e onde foram mostradas algumas das armas apreendidas até ao momento.

Entre o material militar voluntariamente entregue figuram, ao que tudo indica, muitas das armas que se encontravam atribuídas a agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), com destaque para uma shotgun, nove armas automáticas e 43 pistolas, além de granadas e de várias munições.

Sendo que, neste momento, ninguém sabe quantas armas é que desapareceram dos paióis da PNTL que foram assaltados no final de Abril, desconhecendo-se igualmente se parte das armas já recuperadas pelas autoridades ou pelas forças internacionais faziam, ou não, parte desse espólio.

Razão pela qual Mick Slater já afirmou que as forças militares e policiais da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, que integram o contingente internacional que se encontra em Timor-Leste vão, nos próximos dez dias, conferir os registos relativos às mais de mil armas recolhidas desde o final de Maio, tentando, assim, perceber o tipo de armamento que ainda se encontra em parte incerta.

No final deste período, os cerca de 600 efectivos da polícia internacional alargarão, então, o período de patrulhamento e de controlo da ordem pública na capital timorense durante as 24 horas do dia.

Neste momento, essas patrulhas decorrem apenas entre as 7h e as 23:00h. Fora deste período, os casos que poderão ser objecto de uma intervenção têm de ser avaliados individualmente, cabendo depois às três esquadras em funções - Comoro, Díli Central e Bécora - decidir se actuam ou não.

Já completo está, entretanto, o processo de registo e de controlo de armas que se encontram atribuídas às Falintil-Forças de Defesa de Timor- Leste, tendo sido detectada, de acordo com o brigadeiro-general Mick Slater, "a falta de menos de uma dúzia de armas".

O que, em termos práticos, demonstra o grau de disciplina da estrutura liderada por Taur Matan Ruak durante a crise timorense.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#58 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jul 26, 2006 7:29 am

Material de guerra na casa de Reinado

MANUEL DE ALMEIDA / LUSA


Imagem
Major Alfredo Reinado não foi detido, após inúmeras reuniões


O major Alfredo Reinado entregou, ontem, à GNR nove pistolas, carregadores de munições de espingardas automáticas, granadas e fardas militares, depois de ter sido surpreendido por militares portugueses com este material numa casa que ocupou em Díli.


As autoridades timorenses e as forças militares e policiais internacionais estacionadas em Timor-Leste estabeleceram até às 14 horas de anteontem o prazo para a devolução voluntária de material de guerra, a partir do qual quem fosse apanhado com armas seria detido.

Segundo o capitão Gonçalo Carvalho, comandante operacional da GNR, o material foi descoberto na sequência de uma operação após uma queixa de ocupação da casa de um cidadão português, a 10 metros da porta de armas do quartel-general das forças australianas.

A GNR recebeu a informação que a residência de um português tinha sido ocupada por um grupo de indivíduos, pelo que a GNR se deslocou ao local. "Ao entrarmos na casa, com autorização de quem lá vive, deparámos com o grupo do major Alfredo Reinado, que estava no interior, e onde há primeira vista havia algumas munições e material militar", disse o capitão Carvalho.

Contactado o procurador-geral da República para a emissão de mandados de busca a mais duas casas, igualmente habitadas por elementos do grupo do major Reinado, iniciou-se um longo processo que se prolongou por sete horas e foi marcado por inúmeras reuniões.

A Lusa testemunhou que, em determinado momento, chegaram a estar a falar com o major Reinado, além dos oficiais da GNR e militares e polícias australianos, o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, o procurador adjunto, Luís Mota Carmo, o vice-ministro do Interior, José Agostinho Sequeira "Somotxo", e o segundo comandante da Polícia Nacional, Ismael Babo.

Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar timorense.

Delimitação de fronteiras

Timor-Leste e a Indonésia anunciaram, ontem, que vão assinar em Setembro um acordo sobre delimitação da fronteira entre os dois países, depois de um encontro entre o presidente indonésio e o chefe do Governo timorense.

"Indonésia e Timor-Leste esperam assinar um acordo de delimitação das suas fronteiras terrestres no próximo mês de Setembro", disse o porta-voz da Presidência indonésia, Dino Patti Djalal, no final da audiência do chefe de Estado indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, ao primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#59 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jul 26, 2006 10:33 am

GNR Apereende armas em Dili
Detenção de major embaraça Xanana

Imagem
Maj. Alfredo Reinado, aquando da primeira entrega de armas

Armando Rafael / http://dn.sapo.pt/2006/07/26/internacional/

Só a intervenção do Presidente Xanana Gusmão parece ter impedido ontem a prisão, pura e simples, do major Alfredo Reinado, em Díli, depois da GNR ter descoberto armas na posse do ex-comandante da Polícia Militar timorense. Tudo isto 24 horas depois de ter terminado o prazo para a entrega voluntária das armas que estão dispersas pelo país.

Sem que se percebam muito bem as razões que levaram Xanana Gusmão a interceder por Alfredo Reinado, reunindo-se com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, com o procurador-adjunto Luís Mota Carmo - que tem estado a investigar a alegada distribuição de armas a civis - e com o novo vice- -ministro do Interior, José Agostinho Sequeira ("Somotxo").

Para trás tinha ficado a intervenção da GNR que, a meio da manhã, foi chamada para resolver o que parecia ser a mera ocupação da casa de um cooperante português que, neste momento, se encontra fora do país. Interpelado pela GNR, o antigo comandante da Polícia Militar (PM), invocou o nome do Presidente, referindo que tinha sido Xanana a indicar-lhe a casa, argumentando que ela se situava em frente ao quartel-general das forças australianas.

Mas o pior ainda estava para vir, como o comandante do contingente da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, revelaria, horas depois, à Lusa. "Ao entrarmos na casa, com autorização de quem lá vive, deparámos com o grupo de major Alfredo Reinado, que estava no interior e onde, à primeira vista, havia algumas munições e material militar."

Foi o suficiente para que a GNR solicitasse os respectivos mandados de busca, dando início a um vai- vem de emissários entre Alfredo Reinado e a Presidência da República, envolvendo dois procuradores, um vice-ministro e o segundo comandante da Polícia Nacional, Ismael Babo, que insistiam em ignorar a existência de um mandado de captura contra este militar que, em Abril, se revoltou contra o Governo.

Enquanto decorriam as conversações, já a GNR tinha obrigado Alfredo Reinado a entregar as nove pistolas de guerra, os 50 carregadores de munições e as diversas granadas que se encontravam na sua posse e que, assim, se juntam ao espólio que este major entregou recentemente às autoridades, em resposta a um apelo de Xanana.

Imagem
A controversa "amizade" entre o Presidente Xanana Gusmão e Reinado, perante as forças miliatres australianas no terreno tem levado a muita especulação sobre o envolvimento presidencial no recente golpe de estado em Timor-Leste, do qual resultou a deposição de Mari Alkatiri de PM e mudança de Governo, enquanto se aguardam as eleições marcadas para 2007

O que levanta agora a questão de se saber se Alfredo Reinado possui ou não outras armas, à semelhança do que parece suceder com o comandante Railós, que implicou Mari Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato na criação de alegados "esquadrões da morte".

Alfredo Reinado encontra-se agora no centro de detenção, à guarda das forças australianas, existindo um prazo de 72 horas para que seja deduzida uma acusação.

O que fará sempre correr muita tinta, seja qual for a decisão que vier a ser tomada e que é susceptível de criar alguns embaraços ao Presidente, dada a protecção que Xanana concedeu a este major que é directamente responsável pela morte de um militar.




Imagem
Avatar do usuário
Rui Elias Maltez
Sênior
Sênior
Mensagens: 13951
Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
Localização: Sintra, Portugal
Agradeceram: 1 vez
Contato:

#60 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jul 27, 2006 11:59 am

Major Alfredo Reinado detido

Imagem
Uma derrota para os partidários de Xanana

O major Alfredo Reinado - surpreendido, anteontem, com material de guerra ilegal - começou a ser ouvido, ontem à tarde, pelo Ministério Público de Timor-Leste, mas a audição foi suspensa em virtude do arguido ter solicitado a presença de advogados, disse à Lusa fonte judicial.

O militar encontra-se detido no Centro de Detenção das forças militares e policiais internacionais, no bairro de Caicoli, em Díli, depois de elementos da GNR terem encontrado, em três habitações, pistolas, milhares de munições de espingardas automáticas e pistolas, granadas, rádios e diverso equipamento militar.

De acordo com a mesma fonte, que pediu para não ser identificada, o major Alfredo Reinado e os cerca de 20 homens do seu grupo, detidos ontem, pediram para continuar a ser ouvidos hoje.

Um grupo de oito advogados está a preparar a defesa do oficial rebelde que, no início de Maio, abandonou a cadeia de comando das forças armadas timorenses.

Um arsenal em casa

O arsenal foi encontrado em três casas, uma delas alegadamente atribuída a Reinado pelo presidente da República, Xanana Gusmão, e as restantes duas ocupadas pelo major rebelde e o seu grupo, todas elas situadas a cerca de 10 metros do Quartel-General das forças militares australianas.

Uma das residências é propriedade de um cidadão português, presentemente em Lisboa, que apresentou queixa junto das autoridades, o que acabou por determinar que a GNR desencadeasse o respectivo processo.

A detenção foi feita ao abrigo do protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência enunciadas, no passado dia 30 de Maio, pelo presidente da República de Timor-Leste.

O caso arrastou-se ao longo de todo o dia de anteontem, tendo motivado, inclusive, várias reuniões com o presidente da República, o procurador-geral da República, o procurador adjunto, o vice-ministro do Interior e o segundo-comandante da Polícia Nacional, além dos oficiais da GNR e militares e polícias australianos.

Ontem, o comandante operacional da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, apresentou à imprensa a totalidade do arsenal que estava ilegalmente na posse do major Reinado, e de que constam nove pistolas, quatro de calibre 0,45 automáticas e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões.

O protagonista

O major Alfredo Reinado abandonou, no início de Maio, a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa - à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal - para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Aquele militar foi o primeiro a devolver as armas no âmbito de um processo de desarmamento entre as partes beligerantes na crise timorense e, agora, foi também o primeiro apanhado com armamento depois de ter expirado o prazo para a sua entrega, que terminou às 14 horas da passada segunda-feira.

A GNR e as tropas australianas, bem como polícias e militares da Nova Zelândia e Malásia, encontram-se em Timor-Leste a pedido das autoridades timorenses para garantirem a manutenção da ordem pública, na sequência da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.

____________________________________

http://jn.sapo.pt/2006/07/27/mundo/




Imagem
Responder