Finken:
Fato 1 - Chávez intromete-se sistematicamente em assuntos internos de seus vizinhos. Intrometeu-se nos Processos Eleitorais alheios (onde felizmente os candidatos que apoiou foram vencidos), não só apoiando abertamente este ou aquele candidato, como hostilizando publicamente seus concorrentes, o que subverte toas as boas práticas diplomáticas. Chávez também fomentou ações bolivianos que expoliaram patrimônio brasileiro, além de criarem hostilizações por parte das autoridades bolivianas para com brasileiros, inclusive fazendeiros que lá se encontram;
Não é caso único, nem no chamado 3º Mundo, nem no chamado 1º Mundo.
Todas as potências regionais mostram mais simpatias por este ou aquele candidado.
Os EUA mostraram um claro apoio ao presidente mexicano recentemente eleito, assim como a generalidade da União Europeia apoiou claramente a candidatura de Romano Prodi para PM de Itália, em desfavor da de Berlusconi.
Todos os países da UE apoiaram a Fatah na Palestina, mau grado ter vencido o Hamas.
É natural e legítimo que países vizinhos ou não, mostrem preferências por canditados em desfavor de outros.
A razões são sempre legítimas - desde que esse candidato apoiado promova políticas que estejam de acodo com os objectivos estratégicos do país vizinho.
Mas não me parece que esse apoio seja determinante, tal como os resultados eleitrorais no Perú o demonstraram.
Julgo que quem vive na AL se deveria preocupar mais com as condições sociais e eoconómicas em que vive o povão, e não apenas as elites que vivem nas cidades, têm carro, TV por cabo, computador com internet, dinheiro para viajar, e lembrar-se que muitos há que nem água potável têm para beber, que levem a que esse tipo de candidaturas populistas e com um discurso diferente sejam eleitos, ou grandemente apoiados pela população, em vez se precuparem com o Chavez.
Se Chavez apoia este ou aquele, não creio que venha mal ao mundo por isso.
Fato 2 - Chávez hostiliza abertamente os EUA e qualquer país que mantenha com eles boas relações. Contraria todo o bom senso diplomático, chamando aliados americanos de "Cachorro do Império", como fez com o Pres. Vicente Fox. Cria um ambiente de hostilidade gratuita e deliberada com os EUA, por motivos meramente ideológicos, gerando instabilidade regional;
Se hostiliza os EUA está no direito dele.
Nos tempos que correm, o pensamento é livre.
Cada um pensa e age como quer, desde que assuma as consequências pelos seus actos.
Chavez foi eleito democráticamete em eleições livres e justas reconhecidas pela comunidade internacional e pelos próprios EUA.
Desse modo há que viver com Chavez no poder na Venezuela.
Se ele quer aumentar as capacidades militares do seu país, tem esse direito, tão legítimo como a vontade do Perú, Chile ou Colômbia.
Nem mais nem menos.
Fato 3 - Chávez vai, pouco à pouco, fazendo definhar e atrofiar a Democracia Venezuelana, monopolizando poderes em suas mãos e tornando tênue as linhas que dividem os poderes Judiciário e Legislativo do Poder Executivo centrado em sua figura..
Chavez tem a política que tem, e até agora se tem havido desestabilização social, esta tem sido provocada pelos que a contestam, e que vêm os seus previlégios de décadas colocados em causa.
Anos e anos de "democracia" na Venezuela, e apesar das riquezas do petróleo resultaram num país de desiguladades sociais ainda mais gritantes que no Brasil, ou noutros países da América do Sul.
Ou seja:
Uma casta que sob a capa da demoracia formal, se servia do país em vez de o servir.
No entanto, Chavez não está acima da Constituição, e se a coisa correr mal, será responsabilizado por eventuais erros de governação que leve a cabo.
O problema é interno da Venezuela e do seu povo.
Nós, de fora, podemos gostar ou não.
O que não podemos é arrogarmo-nos em guardiões da virtude e da verdade, até porque ninguém sabe exactamente, nem eu nem o Finken, qual é a verdadeira virtude ou verdade.
Temos apenas fé e convições, porventura certas, ou erradas.
A Colômbia, por sua vez, é uma Democracia que tem problemas internos mais urgentes do que um Projeto de Poder Regional que o Chávez está tentando construir. A Colômbia não têm aspirações hegemônicas nem autoritárias. Ela pretende apenas solucionar seus problemas internos, por ora, e nada mais. Não vejo nenhum motivo para colocá-la no centro de uma suspeita de instabilidade regional. Já Hugo Chávez é, DE FATO, um problema para a estabilidade regional, uma vez que está subvertendo a Ordem Democrática em seu país!
O grande problema da Colômbia é a sua pouca capacidade de controlar a 100% o Estado, e não estender o seu sistema politco e administrativo a 100% do território, o que hoje em dia começa a ser um caso raro no mundo.
Se está a vencer a guerrilha marxista das FARC, ainda bem, mas para já ainda nada se viu.
O tráfico permanece, as plantações e laboratórios de droga também, e a par disso tudo, o que se vê é umas FA's a serem alimentadas a baixo custo pelos EUA, de forma a desiquilibrarem estratégicamete a região, em vez de serem um factor de estabilidade.
A própria guerrilha das FARC desestabiliza, mais que o ELN que já depôs as armas.