VARIG
Moderador: Conselho de Moderação
Varig deve pagar hoje salários atrasados
Terça, 27 de Junho de 2006, 7h55
Fonte: INVERTIA
A Varig deve pagar hoje duas parcelas referentes a salários atrasados de abril e maio de seus funcionários. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da empresa, Marcelo Bottini, que informou que os recursos são provenientes da própria empresa, e não do aporte realizado ontem pela VarigLog.
Serão pagas duas parcelas de R$ 400 aos funcionários que recebem acima de R$ 800. Os funcionários com salários inferiores a esse patamar já receberam, segundo a aérea. No dia 9 deste mês, os empregados receberam uma parcela de R$ 1.000 referente a abril. Há três anos a empresa adota o parcelamento de salários, ¨"mas os atrasos nunca foram tão freqüentes", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, ouvida pelo jornal Folha de S. Paulo.
A VarigLog, que fez esta semana uma proposta de compra da Varig, já depositou mais de US$ 3 milhões para cobrir as despesas diárias e se comprometeu a fazer outros depósitos que podem somar até US$ 20 milhões ao longo das negociações.
Ontem, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu adiar até a próxima quarta o prazo para que a VarigLog apresente mais detalhes sobre a proposta de compra da Varig, que prevê, entre outras coisas, a adequação dos salários da nova empresa ao patamar de mercado. O pedido de aumento do prazo foi feito pela própria Varig para que os credores e o administrador judicial, a consultoria Delloite, possam estudar melhor a oferta.
Terça, 27 de Junho de 2006, 7h55
Fonte: INVERTIA
A Varig deve pagar hoje duas parcelas referentes a salários atrasados de abril e maio de seus funcionários. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da empresa, Marcelo Bottini, que informou que os recursos são provenientes da própria empresa, e não do aporte realizado ontem pela VarigLog.
Serão pagas duas parcelas de R$ 400 aos funcionários que recebem acima de R$ 800. Os funcionários com salários inferiores a esse patamar já receberam, segundo a aérea. No dia 9 deste mês, os empregados receberam uma parcela de R$ 1.000 referente a abril. Há três anos a empresa adota o parcelamento de salários, ¨"mas os atrasos nunca foram tão freqüentes", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, ouvida pelo jornal Folha de S. Paulo.
A VarigLog, que fez esta semana uma proposta de compra da Varig, já depositou mais de US$ 3 milhões para cobrir as despesas diárias e se comprometeu a fazer outros depósitos que podem somar até US$ 20 milhões ao longo das negociações.
Ontem, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu adiar até a próxima quarta o prazo para que a VarigLog apresente mais detalhes sobre a proposta de compra da Varig, que prevê, entre outras coisas, a adequação dos salários da nova empresa ao patamar de mercado. O pedido de aumento do prazo foi feito pela própria Varig para que os credores e o administrador judicial, a consultoria Delloite, possam estudar melhor a oferta.
Varig Log entrega à Justiça proposta final de compra da Varig
Quinta, 29 de Junho de 2006, 17h38
Fonte: INVERTIA
Ernani Alves
Direto do Rio
O advogado da Varig Log, Leonardo Viveiros, afirma que a empresa entregou nesta quinta-feira todos os detalhes sobre a proposta de compra da Varig. Ele deu a declaração ao sair da sala do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, com quem esteve reunido no final da tarde.
Na quarta, os responsáveis pela análise da proposta exigiram mais detalhes e adiaram novamente o anúncio de um parecer para hoje.
Após a avaliação da proposta, o juiz Ayoub poderá decretar a falência da companhia ou convocar uma assembléia de credores da empresa. Em caso de nova aprovação pelos credores, haverá um novo leilão para oficializar a proposta.
Impasse
O principal entrave para a aprovação da compra da Varig é o detalhamento do pagamento das dívidas da companhia, de cerca de R$ 7 milhões.
Uma liminar obtida pela Fazenda Nacional determina que o dinheiro arrecadado seja usado na quitação de dívidas tributárias e previdenciárias da empresa. Mas o relatório da consultoria Deloitte, que administra o processo de recuperação judicial da empresa, aponta que não ficou claro na proposta como seria bancado o parcelamento dessas dívidas.
A primeira parte do detalhamento foi entregue na quarta-feira ao juiz Ayoub pelo advogado da Varig Log, João Afonso de Assis. Pouco depois da entrega, a Justiça estabeleceu novo prazo para a companhia esclarecer a proposta, devido à "complexidade do negócio".
"Está sendo questionado o que realmente vai (para a Varig Comercial, que herdará as dívidas da empresa), se o programa de milhagem Smiles está incluído ou não. Não há muito sentido em colocar um programa de milhas em uma empresa que não está voando", afirmou esta semana o promotor do MPE responsável pelo caso, Gustavo Lunz.
Quinta, 29 de Junho de 2006, 17h38
Fonte: INVERTIA
Ernani Alves
Direto do Rio
O advogado da Varig Log, Leonardo Viveiros, afirma que a empresa entregou nesta quinta-feira todos os detalhes sobre a proposta de compra da Varig. Ele deu a declaração ao sair da sala do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, com quem esteve reunido no final da tarde.
Na quarta, os responsáveis pela análise da proposta exigiram mais detalhes e adiaram novamente o anúncio de um parecer para hoje.
Após a avaliação da proposta, o juiz Ayoub poderá decretar a falência da companhia ou convocar uma assembléia de credores da empresa. Em caso de nova aprovação pelos credores, haverá um novo leilão para oficializar a proposta.
Impasse
O principal entrave para a aprovação da compra da Varig é o detalhamento do pagamento das dívidas da companhia, de cerca de R$ 7 milhões.
Uma liminar obtida pela Fazenda Nacional determina que o dinheiro arrecadado seja usado na quitação de dívidas tributárias e previdenciárias da empresa. Mas o relatório da consultoria Deloitte, que administra o processo de recuperação judicial da empresa, aponta que não ficou claro na proposta como seria bancado o parcelamento dessas dívidas.
A primeira parte do detalhamento foi entregue na quarta-feira ao juiz Ayoub pelo advogado da Varig Log, João Afonso de Assis. Pouco depois da entrega, a Justiça estabeleceu novo prazo para a companhia esclarecer a proposta, devido à "complexidade do negócio".
"Está sendo questionado o que realmente vai (para a Varig Comercial, que herdará as dívidas da empresa), se o programa de milhagem Smiles está incluído ou não. Não há muito sentido em colocar um programa de milhas em uma empresa que não está voando", afirmou esta semana o promotor do MPE responsável pelo caso, Gustavo Lunz.
- Paisano
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Apoio negado à Varig sobrou para a Volks e privatizadas*
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/
"Sei o preço que estou pagando, mas prefiro lutar a ficar em casa rezando ou torcendo por alguma solução milagrosa." (Ane Elisabeth Horst, comissária da Varig há 20 anos)
Até pensei em escrever sobre a guerra perdida, pela lição que encerrou: ninguém vence de véspera e ninguém está acima do razoável. Se arrogância fosse força, se indiferença fosse poder, se manipulação fosse virtude, não haveria mais vida inteligente numa civilização sem brio e sem horizontes, de pobres submissos.
Talvez a queda no meio do caminho ofereça um choque benigno de humildade e sensatez. E ajude a resgatar o verdadeiro patriotismo, que ainda existe no inconsciente coletivo.
A disposição do governo de apostar em uma derrota muito maior, que causará perdas e danos a várias gerações, me leva a voltar a brandir contra esse mal disfarçado complô. Torno a fazer a defesa da sobrevivência da Varig, certo de que essa é a posição dos brasileiros que não fazem parte dessa malta arrivista que infelicita o País.
Uma pesquisa espontânea divulgada pelo jornal "O Globo", na qual se manifestaram 25.570 leitores, mostra que nem a manipulação dos fatos encontra suporte para o assassinato econômico programado: 63,94% responderam que "o governo não pode deixar a mais importante empresa aérea do Brasil quebrar", enquanto apenas 36,6% subscreveram a capciosa resposta "o dinheiro público não deve ser usado para socorrer empresas privadas malgeridas".
Escrevo mais uma vez sobre essa triste novela como se minha palavra cruzasse os céus do Brasil pelas asas da vontade nacional e até mesmo pelo que julgo ser meu dever patriótico. Se não for lido por quem de direito, que pelo menos os admiráveis "variguianos" saibam que participo de todo o coração do sofrimento injusto que me faz lembrar os muitos dias de tortura física que sofri nos anos de chumbo.
Preso a interesses inconfessáveis, o governo que controla politicamente o BNDES permanece indiferente ao clamor de uma opinião pública que reconhece na Varig muito mais do que uma companhia de aviação, que atravessa uma crise superável. Reconhece nela uma peça da nossa soberania, um valioso patrimônio cultural.
Abandonada e levada ao desespero, a Varig agarra-se a qualquer salva-vidas, enquanto o governo faz jogo duro, como se nunca tivesse aberto os cofres do BNDES para injetar recursos em empresas privadas em crise, como a alemã Volkswagen, que acaba de receber R$ 497,1 milhões para preservar empregos, enquanto anunciava a demissão de 5.773 empregados.
No caso das montadoras, que já se beneficiam de generosas renúncias fiscais em suas exportações, o BNDES não faz cerimônia. Só a Volks recebeu R$ 3,730 bilhões nos últimos dez anos. No ano passado, obteve R$ 934 milhões de um total de R$ 1,956 bilhão repassados nos três anos do governo Lula, isso enquanto a indústria festeja recordes na produção de automóveis.
Os afilhados pródigos
Aconteça o que acontecer com a Varig, saibam todos que o BNDES foi uma mãe para empresas privatizadas, como a Eletropaulo, arrematada a preço de banana à norte-americana AES. Foi bonzinho mais da conta para outras 101 empresas privatizadas, conforme criterioso levantamento de Leonardo Souza e Otávio Cabral, publicado na "Folha de S. Paulo" de 18 de janeiro de 2004. Já naquele momento, o governo que se negou a emprestar R$ 300 milhões à Varig, havia injetado US$ 15,6 bilhões naquelas empresas, independente do dinheiro que soltou para ajudar na compra, da utilização dos fundos de pensão das estatais e das notórias subavaliações. Esses novos aportes representam 14,8% dos US$ 105,5 bilhões arrecadados pela União e pelos Estados nos leilões de privatização.
"Há casos de empresas que já receberam do BNDES muito mais dinheiro do que renderam seus leilões de privatização - relatam os jornalistas da FSP - A Barcas S.A., por exemplo, que opera a travessia marítima entre o Rio de Janeiro e Niterói, foi vendida por R$ 38,5 milhões em 1998 (na época a cotação do real era quase paritária com o dólar) e já recebeu US$ 77 milhões em empréstimos públicos.
A petroquímica Oxiteno rendeu à União US$ 53 milhões em 1993, quando o governo vendeu sua participação acionária (minoritária) na empresa, mas já conseguiu do BNDES, desde então, US$ 98 milhões.
Numa conta conservadora, utilizando-se a taxa de câmbio de R$ 2,80 por dólar, o valor total repassado pelo BNDES às ex-estatais é equivalente a R$ 43,8 bilhões. Apenas para efeito de comparação, é mais de cem vezes o orçamento anual do Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar, responsável pelo Fome Zero, que tem R$ 417 milhões previstos para 2004.
O montante também é maior do que a soma dos recursos dos Ministérios da Saúde (R$ 36,5 bilhões) e da Assistência Social (R$ 8,2 bilhões) no Orçamento da União de 2004". No caso da Eletropaulo, a antiga Light paulista, este governo que fecha os olhos para a sorte de uma companhia estratégica, uma verdadeira escola de aviação, foi mais do que uma mãe.
A AES recebeu US$ 1,2 bilhão do BNDES para ajudar na compra da Eletropaulo. Não pagou e o governo, ao invés de exigir a empresa de volta, fez exatamente o que os caloteiros norte-americanos queriam, conforme noticia Wagner Gomes, em "O Globo" de 19 de setembro de 2003. Fechou um acordo pelo qual o BNDES trocou US$ 600 milhões da dívida por uma parceria com a multinacional em uma "sociedade de propósito específico, a Novacom. O controle acionário ficou com a AES e o BNDES com 50% das ações, menos uma.
Parte dos outros US$ 600 milhões ficou para ser refinanciada: A AES comprometeu-se a pagar à vista US$ 60 milhões no fechamento do contrato, convertendo US$ 540 milhões em debêntures, dando como garantia as ações da Eletropaulo na Novacom. Pelo acordo, se a AES depositasse os US$ 60 milhões (5% do total devido) US$ 118 milhões referentes aos juros da dívida seriam PERDOADOS.
Diante desses números, a omissão na crise da Varig é uma confissão explícita de sujeição a interesses espúrios, logo no ano em que vão gastar os tubos para financiar a campanha eleitoral
*Pedro Porfírio
- FinkenHeinle
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Eu acho pitoresca essa crítica do Paisano à falta de apoio estatal para a VARIG.
Ele que tanto defende o Nacional-Desenvolvimentismo, Intervenção Estatal Massiva, agora sofre com uma possível decisão política, que é inerente à Intervenção Estatal.
De qualquer forma, a VARIG é insolvente, e o BNDES só pode injetar recursos nela à partir de critérios técnicos. Se a Volks não é insolvente, ela pode receber financiamentos, assim como outras inúmeras empresas que vêm recebendo financiamentos do BNDES!
Ele que tanto defende o Nacional-Desenvolvimentismo, Intervenção Estatal Massiva, agora sofre com uma possível decisão política, que é inerente à Intervenção Estatal.
De qualquer forma, a VARIG é insolvente, e o BNDES só pode injetar recursos nela à partir de critérios técnicos. Se a Volks não é insolvente, ela pode receber financiamentos, assim como outras inúmeras empresas que vêm recebendo financiamentos do BNDES!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
A imprensa e a crise da Varig
Por Armando Levy em 27/6/2006
A crise da Varig ainda não terminou mas já deu demonstrações monumentais do quanto o Brasil carece de instituições confiáveis, capazes de colocar os interesses da sociedade acima de interesses privados. Justiça, governo federal e imprensa deram vigorosas demonstrações de incompetência e despreparo ao lidar com grupos organizados e articulados para a obtenção de vantagens através da manipulação de informações.
O desempenho lastimável da Justiça e do governo federal no que diz respeito à Varig mereceria uma análise mais profunda, mas é sobre a atuação da imprensa que vale a pena refletir neste momento. Sistematicamente os jornais brasileiros, com raras exceções, nomearam a empresa NV Participações, que usa o nome fantasia de "Trabalhadores do Grupo Varig" (TGV), como "um grupo que representa os trabalhadores da Varig". Essa foi, sem dúvida alguma, um dos maiores exemplos do profundo amadorismo de uma imprensa que acredita que os nomes realmente nomeiam aquilo que nomeiam. A julgar por toda essa ingenuidade, haverá entre os jornalsitas que cobrem o caso da Varig certamente aqueles que acreditam que a Embratel, por se chamar Empresa Brasileira de Telecomunicações, continua a ser uma empresa nacional.
O TGV ou a NV Participações, que são a mesma coisa, não representa os trabalhadores da Varig. A origem deste grupo remonta a 2001, quando um grupo de ex-funcionários da Varig, notadamente pilotos que foram demitidos da empresa, articulou a tomada do controle das associações de pilotos, comissários e mecânicos da Varig, em estreita associação com consultorias de empresas com nomes como GGR Finance e Invest Partners. A tomada de decisão no TGV ou NV Participações é feita nessas consultorias e não nas associações de trabalhadores que elas controlam já há alguns anos. Esse processo de decisão reúne consultores e advogados pagos pelas consultorias, e não pelas associações de trabalhadores.
Exemplo da Eron
Há cerca de um ano, este grupo, aproveitando-se de brechas no estatuto do Sindicato Nacional dos Aeronautas, convocou uma assembléia de trabalhadores para eleger um comitê que representaria os funcionários da Varig no processo de recuperação judicial da empresa. A assembléia, que não chegou a ser realizada, teve seus "resultados" publicados em edital no Diário Oficial um dia antes da data marcada para a realização do encontro, evidenciando claramente a fraude. No entanto, a despeito de todas as evidências de manipulação, a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro negou ao Sindicato Nacional dos Aeronautas uma liminar na qual a entidade questionava a validade de uma assembléia que nunca foi realizada – e que transferiu para uma empresa a representação dos trabalhadores da Varig.
Conforme já denunciei em outro artigo, publicado pela Gazeta Mercantil ("Varig, a caminho de se tornar a Enron do Brasil", 5/6/2006, coluna "Opinião"), a GGR Finance e a Invest Partners assinaram contratos com o TGV e a Varig pelos quais se comprometem a conseguir recursos para a Varig mediante a cobrança de porcentagens que variam de 2,5% a 10%. Ou seja: as consultorias GGR Finance e Invest Partners nunca tiveram como objetivo recuperar a Varig. Sua principal motivação, claramente definida nos contratos que assinaram com o TGV e a Varig, é a de ganhar comissões sobre recursos aportados à empresa.
Apesar de todas as evidências de que se tratavam de grupos que não visavam a recuperação da empresa, mas lucrar com seu infortúnio, o TGV continuava defendendo a transformação do fundo de pensão dos trabalhadores da Varig, o Aerus, que tem em caixa cerca de 2 bilhões de reais, em "investimento direto na Varig". Se isso tivesse se materializado dois meses atrás, as consultorias que se relacionam com a TGV teriam lucrado algo ao redor de 200 milhões de reais às custas das complementações de aposentadorias de milhares de trabalhadores.
O que impediu esse golpe, que em muito se assemelha ao golpe que destruiu a Enron e o fundo de pensão dos trabalhadores da empresa elétrica dos EUA, foi a intervenção da Secretaria de Previdência Complementar no Aerus, brecando quaisquer saques de recursos.
Interesse único
Todas essas informações, que são públicas, não foram debatidas pela imprensa em momento algum durante a crise da Varig. No leilão de venda da empresa, realizado há duas semanas, a única proposta feita pela Varig partiu do TGV. Nesse momento, o festival de desinformação da imprensa levou a sérias distorções acerca das notícias que eram veiculadas, distorções estas que os operadores da Bolsa de Valores de São Paulo não engoliram: assim que a Bovespa tomou conhecimento de que a única proposta era a do TGV, a cotação das ações da Varig despencou 60% em um único dia.
Chegou-se a dizer que se tratava de um "preconceito contra os trabalhadores da Varig", uma afirmação que menospreza a inteligência do pessoal da Bovespa. Como os investidores lêem a Gazeta Mercantil, eles já sabiam que os grupos que se articulavam à sombra da TGV eram consultorias que estavam manobrando para obter comissões com a venda da empresa – uma informação que torna evidente, para qualquer pessoa com cérebro, que a tal oferta não era séria, não seria honrada, daí a manifestação dos investidores da Bovespa de desvalorizarem as ações da Varig.
Como se vê, os investidores da Bovespa são mais jornalistas do que os jornalistas que cobriram o caso. Eles sabiam de coisas que os jornalistas nunca se deram ao trabalho de verificar, o que poderiam ter feito lendo jornais. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que se autointitulava "anjo da guarda da Varig", revelou-se na verdade o "anjo da morte" da empresa ao aceitar a oferta da empresa NV Participações. Isso porque ele sabia, há muito tempo, quais eram as reais motivações desse grupo, através de repetidas denúncias feitas diretamente a ele pelos sindicatos que reúnem a categoria, o dos Aeronautas e o dos Aeroviários. No entanto, revelando pouca coragem, ele aceitou a proposta condicionando sua aprovação ao depósito dos 75 milhões de dólares que a Varig necessitava de capital de giro até a sexta-feira (23/6).
Tanto o juiz Ayoub quanto o TGV, a torcida do Flamengo e a do Corinthians sabiam que a NV Participações não pretendia fazer o depósito porque o interesse dessa empresa é apenas um: o de saquear a Varig.
Falsidade ideológica
O que se seguiu foi um festival de hipocrisia que qualquer jornalista com um mínimo de competência teria desvendado. O Sindicato dos Aeronautas publicou repetidas denúncias contra o TGV e, inexplicavelmente, teve seus boletins e seu site na internet censurados pela Justiça Trabalhista do Rio de Janeiro, a mesma que validou uma assembléia de trabalhadores que não existiu.
O TGV correu ao BNDES para pedir um empréstimo para poder viabilizar sua oferta. Com que objetivo? A comissão, é claro. Vendo a porta do BNDES se fechar, iniciou um autêntico leilão paralelo, conversando com "investidores" que ninguém conhecia na tentativa de conseguir os recursos para fazer o depósito do valor necessário à concretização do negócio. Com que objetivo? A comissão, é claro. Dois dias antes do final do prazo estabelecido pelo juiz, um representante do TGV, o Sr. Márcio Marsilac chegou a dizer que talvez não conseguisse os recursos necessários até o prazo final, mas que "um empréstimo-ponte do BNDES resolveria a questão".
Claro que resolveria a questão: um empréstimo de BNDES, no valor de 75 milhões de dólares, renderia às consultorias que controlam o TGV uma comissão da ordem de 7,5 milhões de dólares. Mas, e quanto à salvação da Varig? É evidente que ninguém, à exceção de um grupo de trabalhadores abnegados, está muito preocupado com isso. Nenhum jornal denunciou a censura sofrida pelo site do sindicato dos trabalhadores. Nenhum jornal se perguntou por que um grupo que afirmava ter os recursos necessários à viabilização de sua proposta estava recorrendo ao BNDES para obter empréstimos. Nenhum jornal questionou o juiz Ayoub para o fato de que o TGV estava promovendo um leilão paralelo, num flagrante desrespeito à Justiça, que imaginava já ter resolvido o problema ao qualificar a oferta da TGV.
Vencido o prazo do depósito, ocorreu o que qualquer ser pensante sabia que ia ocorrer. O tal TGV desapareceu, evidenciando claramente o caráter fraudulento de sua ação. O grupo, que articulou uma proposta fraudulenta de compra da Varig, oferecendo recursos que não tinha, não foi sequer molestado pela Justiça, que deveria acionar seus responsáveis pelos enormes prejuízos que causaram à Varig, fazendo uma oferta de compra que não podiam honrar.
No Código de Processo Civil isso é crime e se chama falsidade ideológica. Questionado a respeito por um jornalista, o juiz Ayoub disse que precisava "avaliar melhor essa questão". Bem, se um juiz, que é professor de Direito da FGV, não sabe o que é falsidade ideológica, o que sabermeos nós, os pobres mortais?
À altura do Brasil
Passado o fracasso do leilão, a VarigLog formalizou uma proposta pela Varig. Os jornais esqueceram o TGV, que desapareceu de cena. Os prejuízos que esse grupo causou à Varig e aos trabalhadores da empresa são incalculáveis. Quem vai acioná-los? O despreparo da Justiça, da imprensa e do governo federal no enfrentamento de grupos bem assessoradas por advogados e consultores está criando as condições para a fabricação de uma monumental fraude envolvendo a Varig e os enormes recursos que a empresa tem a receber, que podem terminar nas mãos de pessoas que não têm interesse na salvação da empresa.
A Varig não é uma empresa falida. Na verdade, a empresa é uma mina de ouro. A companhia aérea tem créditos a receber do governo federal e de vários governos estaduais, já consignados pela Justiça, que alcançam cerca de 6 bilhões de reais, que serviriam para pagar dívidas e manter a empresa operando, ajudando a preservar empregos e, principalmente, a oferta de opções aos passageiros, que vão terminar pagando caro pela concentração de mercado que o fim da Varig vai acarretar.
Mais ainda: o fundo de pensão dos trabalhadores da empresa tem cerca de 2 bilhões de reais em caixa, recursos estes que a NV Participações (TGV) já recomendou transformar em "investimento na Varig", sacrificando a complementação de aposentadoria de milhares de aposentados.
A pergunta que é preciso responder é a seguinte: se a sociedade podia contar com a imprensa para denunciar os desmandos da Justiça e do governo federal, o que acontece quando a imprensa se omite e passa a cobrir um evento com um grau de profundidade zero, sendo iludida e manipulada a ponto de chamar de "trabalhadores" um grupo de consultores interessados em lucrar com a crise da Varig?
Que os padrões de qualidade, seriedade e profundidade da imprensa brasileira têm andado relativamente baixos, isso muita gente já sabe. A crise da Varig, no entanto, evidenciou que a imprensa brasileira pode ser facilmente manipulada por grupos de interesses com objetivos fraudulentos – o que, em última análise, é algo terrível de se constatar porque nos coloca diante de uma questão de difícil resposta: em caso de desmandos, quem vai defender a sociedade?
As instituições brasileiras, entre elas a Justiça, a imprensa e o governo federal, precisam demonstrar que estão à altura do país e atuar para que o desfecho da crise da Varig não beneficie apenas alguns em detrimento de toda a sociedade.
Por Armando Levy em 27/6/2006
A crise da Varig ainda não terminou mas já deu demonstrações monumentais do quanto o Brasil carece de instituições confiáveis, capazes de colocar os interesses da sociedade acima de interesses privados. Justiça, governo federal e imprensa deram vigorosas demonstrações de incompetência e despreparo ao lidar com grupos organizados e articulados para a obtenção de vantagens através da manipulação de informações.
O desempenho lastimável da Justiça e do governo federal no que diz respeito à Varig mereceria uma análise mais profunda, mas é sobre a atuação da imprensa que vale a pena refletir neste momento. Sistematicamente os jornais brasileiros, com raras exceções, nomearam a empresa NV Participações, que usa o nome fantasia de "Trabalhadores do Grupo Varig" (TGV), como "um grupo que representa os trabalhadores da Varig". Essa foi, sem dúvida alguma, um dos maiores exemplos do profundo amadorismo de uma imprensa que acredita que os nomes realmente nomeiam aquilo que nomeiam. A julgar por toda essa ingenuidade, haverá entre os jornalsitas que cobrem o caso da Varig certamente aqueles que acreditam que a Embratel, por se chamar Empresa Brasileira de Telecomunicações, continua a ser uma empresa nacional.
O TGV ou a NV Participações, que são a mesma coisa, não representa os trabalhadores da Varig. A origem deste grupo remonta a 2001, quando um grupo de ex-funcionários da Varig, notadamente pilotos que foram demitidos da empresa, articulou a tomada do controle das associações de pilotos, comissários e mecânicos da Varig, em estreita associação com consultorias de empresas com nomes como GGR Finance e Invest Partners. A tomada de decisão no TGV ou NV Participações é feita nessas consultorias e não nas associações de trabalhadores que elas controlam já há alguns anos. Esse processo de decisão reúne consultores e advogados pagos pelas consultorias, e não pelas associações de trabalhadores.
Exemplo da Eron
Há cerca de um ano, este grupo, aproveitando-se de brechas no estatuto do Sindicato Nacional dos Aeronautas, convocou uma assembléia de trabalhadores para eleger um comitê que representaria os funcionários da Varig no processo de recuperação judicial da empresa. A assembléia, que não chegou a ser realizada, teve seus "resultados" publicados em edital no Diário Oficial um dia antes da data marcada para a realização do encontro, evidenciando claramente a fraude. No entanto, a despeito de todas as evidências de manipulação, a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro negou ao Sindicato Nacional dos Aeronautas uma liminar na qual a entidade questionava a validade de uma assembléia que nunca foi realizada – e que transferiu para uma empresa a representação dos trabalhadores da Varig.
Conforme já denunciei em outro artigo, publicado pela Gazeta Mercantil ("Varig, a caminho de se tornar a Enron do Brasil", 5/6/2006, coluna "Opinião"), a GGR Finance e a Invest Partners assinaram contratos com o TGV e a Varig pelos quais se comprometem a conseguir recursos para a Varig mediante a cobrança de porcentagens que variam de 2,5% a 10%. Ou seja: as consultorias GGR Finance e Invest Partners nunca tiveram como objetivo recuperar a Varig. Sua principal motivação, claramente definida nos contratos que assinaram com o TGV e a Varig, é a de ganhar comissões sobre recursos aportados à empresa.
Apesar de todas as evidências de que se tratavam de grupos que não visavam a recuperação da empresa, mas lucrar com seu infortúnio, o TGV continuava defendendo a transformação do fundo de pensão dos trabalhadores da Varig, o Aerus, que tem em caixa cerca de 2 bilhões de reais, em "investimento direto na Varig". Se isso tivesse se materializado dois meses atrás, as consultorias que se relacionam com a TGV teriam lucrado algo ao redor de 200 milhões de reais às custas das complementações de aposentadorias de milhares de trabalhadores.
O que impediu esse golpe, que em muito se assemelha ao golpe que destruiu a Enron e o fundo de pensão dos trabalhadores da empresa elétrica dos EUA, foi a intervenção da Secretaria de Previdência Complementar no Aerus, brecando quaisquer saques de recursos.
Interesse único
Todas essas informações, que são públicas, não foram debatidas pela imprensa em momento algum durante a crise da Varig. No leilão de venda da empresa, realizado há duas semanas, a única proposta feita pela Varig partiu do TGV. Nesse momento, o festival de desinformação da imprensa levou a sérias distorções acerca das notícias que eram veiculadas, distorções estas que os operadores da Bolsa de Valores de São Paulo não engoliram: assim que a Bovespa tomou conhecimento de que a única proposta era a do TGV, a cotação das ações da Varig despencou 60% em um único dia.
Chegou-se a dizer que se tratava de um "preconceito contra os trabalhadores da Varig", uma afirmação que menospreza a inteligência do pessoal da Bovespa. Como os investidores lêem a Gazeta Mercantil, eles já sabiam que os grupos que se articulavam à sombra da TGV eram consultorias que estavam manobrando para obter comissões com a venda da empresa – uma informação que torna evidente, para qualquer pessoa com cérebro, que a tal oferta não era séria, não seria honrada, daí a manifestação dos investidores da Bovespa de desvalorizarem as ações da Varig.
Como se vê, os investidores da Bovespa são mais jornalistas do que os jornalistas que cobriram o caso. Eles sabiam de coisas que os jornalistas nunca se deram ao trabalho de verificar, o que poderiam ter feito lendo jornais. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que se autointitulava "anjo da guarda da Varig", revelou-se na verdade o "anjo da morte" da empresa ao aceitar a oferta da empresa NV Participações. Isso porque ele sabia, há muito tempo, quais eram as reais motivações desse grupo, através de repetidas denúncias feitas diretamente a ele pelos sindicatos que reúnem a categoria, o dos Aeronautas e o dos Aeroviários. No entanto, revelando pouca coragem, ele aceitou a proposta condicionando sua aprovação ao depósito dos 75 milhões de dólares que a Varig necessitava de capital de giro até a sexta-feira (23/6).
Tanto o juiz Ayoub quanto o TGV, a torcida do Flamengo e a do Corinthians sabiam que a NV Participações não pretendia fazer o depósito porque o interesse dessa empresa é apenas um: o de saquear a Varig.
Falsidade ideológica
O que se seguiu foi um festival de hipocrisia que qualquer jornalista com um mínimo de competência teria desvendado. O Sindicato dos Aeronautas publicou repetidas denúncias contra o TGV e, inexplicavelmente, teve seus boletins e seu site na internet censurados pela Justiça Trabalhista do Rio de Janeiro, a mesma que validou uma assembléia de trabalhadores que não existiu.
O TGV correu ao BNDES para pedir um empréstimo para poder viabilizar sua oferta. Com que objetivo? A comissão, é claro. Vendo a porta do BNDES se fechar, iniciou um autêntico leilão paralelo, conversando com "investidores" que ninguém conhecia na tentativa de conseguir os recursos para fazer o depósito do valor necessário à concretização do negócio. Com que objetivo? A comissão, é claro. Dois dias antes do final do prazo estabelecido pelo juiz, um representante do TGV, o Sr. Márcio Marsilac chegou a dizer que talvez não conseguisse os recursos necessários até o prazo final, mas que "um empréstimo-ponte do BNDES resolveria a questão".
Claro que resolveria a questão: um empréstimo de BNDES, no valor de 75 milhões de dólares, renderia às consultorias que controlam o TGV uma comissão da ordem de 7,5 milhões de dólares. Mas, e quanto à salvação da Varig? É evidente que ninguém, à exceção de um grupo de trabalhadores abnegados, está muito preocupado com isso. Nenhum jornal denunciou a censura sofrida pelo site do sindicato dos trabalhadores. Nenhum jornal se perguntou por que um grupo que afirmava ter os recursos necessários à viabilização de sua proposta estava recorrendo ao BNDES para obter empréstimos. Nenhum jornal questionou o juiz Ayoub para o fato de que o TGV estava promovendo um leilão paralelo, num flagrante desrespeito à Justiça, que imaginava já ter resolvido o problema ao qualificar a oferta da TGV.
Vencido o prazo do depósito, ocorreu o que qualquer ser pensante sabia que ia ocorrer. O tal TGV desapareceu, evidenciando claramente o caráter fraudulento de sua ação. O grupo, que articulou uma proposta fraudulenta de compra da Varig, oferecendo recursos que não tinha, não foi sequer molestado pela Justiça, que deveria acionar seus responsáveis pelos enormes prejuízos que causaram à Varig, fazendo uma oferta de compra que não podiam honrar.
No Código de Processo Civil isso é crime e se chama falsidade ideológica. Questionado a respeito por um jornalista, o juiz Ayoub disse que precisava "avaliar melhor essa questão". Bem, se um juiz, que é professor de Direito da FGV, não sabe o que é falsidade ideológica, o que sabermeos nós, os pobres mortais?
À altura do Brasil
Passado o fracasso do leilão, a VarigLog formalizou uma proposta pela Varig. Os jornais esqueceram o TGV, que desapareceu de cena. Os prejuízos que esse grupo causou à Varig e aos trabalhadores da empresa são incalculáveis. Quem vai acioná-los? O despreparo da Justiça, da imprensa e do governo federal no enfrentamento de grupos bem assessoradas por advogados e consultores está criando as condições para a fabricação de uma monumental fraude envolvendo a Varig e os enormes recursos que a empresa tem a receber, que podem terminar nas mãos de pessoas que não têm interesse na salvação da empresa.
A Varig não é uma empresa falida. Na verdade, a empresa é uma mina de ouro. A companhia aérea tem créditos a receber do governo federal e de vários governos estaduais, já consignados pela Justiça, que alcançam cerca de 6 bilhões de reais, que serviriam para pagar dívidas e manter a empresa operando, ajudando a preservar empregos e, principalmente, a oferta de opções aos passageiros, que vão terminar pagando caro pela concentração de mercado que o fim da Varig vai acarretar.
Mais ainda: o fundo de pensão dos trabalhadores da empresa tem cerca de 2 bilhões de reais em caixa, recursos estes que a NV Participações (TGV) já recomendou transformar em "investimento na Varig", sacrificando a complementação de aposentadoria de milhares de aposentados.
A pergunta que é preciso responder é a seguinte: se a sociedade podia contar com a imprensa para denunciar os desmandos da Justiça e do governo federal, o que acontece quando a imprensa se omite e passa a cobrir um evento com um grau de profundidade zero, sendo iludida e manipulada a ponto de chamar de "trabalhadores" um grupo de consultores interessados em lucrar com a crise da Varig?
Que os padrões de qualidade, seriedade e profundidade da imprensa brasileira têm andado relativamente baixos, isso muita gente já sabe. A crise da Varig, no entanto, evidenciou que a imprensa brasileira pode ser facilmente manipulada por grupos de interesses com objetivos fraudulentos – o que, em última análise, é algo terrível de se constatar porque nos coloca diante de uma questão de difícil resposta: em caso de desmandos, quem vai defender a sociedade?
As instituições brasileiras, entre elas a Justiça, a imprensa e o governo federal, precisam demonstrar que estão à altura do país e atuar para que o desfecho da crise da Varig não beneficie apenas alguns em detrimento de toda a sociedade.
- rodrigo
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04/07/2006 - 09h27
Empresa aérea pára de voar até agosto se não for vendida, diz administradora
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Deloitte, administradora judicial da Varig, diz que a companhia não tem condições de manter as operações até agosto se a proposta da VarigLog ou outras não forem postas em prática rapidamente. Em seu relatório mensal de atividades da empresa, a Deloitte diz que isso somente acarretaria "maiores prejuízos para os credores e a sociedade em geral".
Segundo o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores, a Varig tem até 9 de agosto para vender uma parte da empresa em leilão judicial.
A Deloitte destaca ainda que a Varig não conseguiu cumprir o pagamento obrigatório de US$ 230 mil previsto no plano, o que pode transformar a recuperação judicial em falência caso a proposta da VarigLog não seja aprovada. A Deloitte diz que Varig, Rio Sul e Nordeste, as três empresas em recuperação judicial, já tentaram todos os meios possíveis para sua reabilitação, sem êxito. "A única alternativa real de se manterem em atividade seria a rápida viabilização e implementação da proposta apresentada pela VarigLog, desde que detalhada a contento, pois suas operações necessitam de imediata capitalização de forma a possibilitar a sua readequação."
De acordo com o relatório, a Varig deixou de pagar despesas correntes que somam US$ 270.977 milhões de dezembro a abril. Diz ainda que a Varig pagou US$ 10,2 milhões à Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), mas restaram US$ 6,8 milhões. Por isso, a companhia foi retirada da câmara de compensação da Iata.
De dezembro a maio, a Varig deixou de pagar US$ 63,554 milhões a empresas de leasing. A administradora destaca que o não pagamento pode reduzir ainda mais a frota da companhia, comprometendo sua capacidade de geração de receita.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9105.shtml
Empresa aérea pára de voar até agosto se não for vendida, diz administradora
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Deloitte, administradora judicial da Varig, diz que a companhia não tem condições de manter as operações até agosto se a proposta da VarigLog ou outras não forem postas em prática rapidamente. Em seu relatório mensal de atividades da empresa, a Deloitte diz que isso somente acarretaria "maiores prejuízos para os credores e a sociedade em geral".
Segundo o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores, a Varig tem até 9 de agosto para vender uma parte da empresa em leilão judicial.
A Deloitte destaca ainda que a Varig não conseguiu cumprir o pagamento obrigatório de US$ 230 mil previsto no plano, o que pode transformar a recuperação judicial em falência caso a proposta da VarigLog não seja aprovada. A Deloitte diz que Varig, Rio Sul e Nordeste, as três empresas em recuperação judicial, já tentaram todos os meios possíveis para sua reabilitação, sem êxito. "A única alternativa real de se manterem em atividade seria a rápida viabilização e implementação da proposta apresentada pela VarigLog, desde que detalhada a contento, pois suas operações necessitam de imediata capitalização de forma a possibilitar a sua readequação."
De acordo com o relatório, a Varig deixou de pagar despesas correntes que somam US$ 270.977 milhões de dezembro a abril. Diz ainda que a Varig pagou US$ 10,2 milhões à Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), mas restaram US$ 6,8 milhões. Por isso, a companhia foi retirada da câmara de compensação da Iata.
De dezembro a maio, a Varig deixou de pagar US$ 63,554 milhões a empresas de leasing. A administradora destaca que o não pagamento pode reduzir ainda mais a frota da companhia, comprometendo sua capacidade de geração de receita.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9105.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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cebola escreveu:Ah tá, então vamos considerar a prefeitura de Caracas uma empresa com invejável situação financeira.
Vamos financiar com dinheiro brasileiro o trenzinho de Chaves.
Se isso foi ou não um erro, não tem a menor diferença...
Nenhum erro deve ser justificado com outro erro!
Que argumento xôxo...
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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cebola escreveu:Poderia explicar detalhadamente pq. o BNDES deveria participar na recuperação, mas vc deveria saber já que diz que cursa economia.
Eu sei o porque do BNDES não deveria participar da recuperação.
Já disse inúmeras vezes! O BNDES não é muleta pra Capital Privado incompetente. A VARIG, quer gostem ou não, foi incompetente. E eu gostaria MUITO de saber porque ela deveria abonar tal incompetência, e pior, premiá-la com recursos para Salvamento da Empresa!
Atte.
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Ok, nunca discordei da incompetência com que a FRB administrou a VARIG.(Além de incopetência muitos casos de apropriação indébita por parte de ex-dirigentes)
Mas vou expressar um bom motivo pelo qual o BNDES deveria participar da reestruturação da empresa.(Entenda-se uma empresa com um novo dono e nova cultura organizacional)
A construção de uma marca internacional demora muitos anos e requer um investimento enorme, e ninguém pode discordar que a marca VARIG no mercado externo ainda é muito forte. O Brasil sem uma empresa de bandeira forte perderá uma soma enorme de impostos e postos de trabalho.(Pq. os "slots" em muitos aeroportos não são transferidos automaticamente para TAM se a VARIG falir)
Separa a parte boa da empresa da parte ruim e apóia o novo controlador essa tem que ser a atitude do BNDES, seja ele qual for nacional e/ou estrangeiro.
Mas vou expressar um bom motivo pelo qual o BNDES deveria participar da reestruturação da empresa.(Entenda-se uma empresa com um novo dono e nova cultura organizacional)
A construção de uma marca internacional demora muitos anos e requer um investimento enorme, e ninguém pode discordar que a marca VARIG no mercado externo ainda é muito forte. O Brasil sem uma empresa de bandeira forte perderá uma soma enorme de impostos e postos de trabalho.(Pq. os "slots" em muitos aeroportos não são transferidos automaticamente para TAM se a VARIG falir)
Separa a parte boa da empresa da parte ruim e apóia o novo controlador essa tem que ser a atitude do BNDES, seja ele qual for nacional e/ou estrangeiro.
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EMPRESAS Publicado 6 Julho 2006 9:14
Entrevista presidente da VEM
TAP pode fazer parar Varig a qualquer momento
O presidente da VEM, Jorge Sobral, afirma em entrevista ao «Diário de Notícias» que se congelar a manutenção da Varig, a empresa de aviação brasileira deixa de voar.
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Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
O presidente da VEM, Jorge Sobral, afirma em entrevista ao «Diário de Notícias» que se congelar a manutenção da Varig, a empresa de aviação brasileira deixa de voar.
O gestor explica que a VEM está ainda aguardar uma decisão parar saber se vai continuar ou não a assegurar a manutenção da Varig, com encargos mensais de 2,1 milhões de euros.
A TAP adquiriu a VEM, empresa de manutenção do grupo Varig, em Dezembro do ano passado. Seis meses depois, a companhia aérea prepara a integração de processos da VEM na sua estrutura.
"O valor da Varig à VEM era de cerca de 40 milhões de euros, no final de Maio", declara o presidente da VEM, citado pelo «Diário de Notícias». Jorge Sobral diz que "muito dificilmente" vão ser ressarcidos.
http://www.negocios.pt/default.asp?SqlP ... tId=278853
Triste sina ter nascido português
- Rui Elias Maltez
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- Localização: Sintra, Portugal
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Não, Rodrigo.
O título do jornal é que é sensacionalista.
A VARIG deve muito dinheiro à VEM que actualmente pertence à TAP.
O que acontece é que por ser a principal cliente da VEM, se a VARIG para, a VEM também fica sem clientes.
Por isso a TAP está a fazer um esforço tremendo por esse mundo para tentar diversificar a carteira de clientes da VEM, para que esta empresa não esteja muito dependente das encomendas de trabalho da VARIG, se esta chegar a encerrar mesmo.
O título do jornal é que é sensacionalista.
A VARIG deve muito dinheiro à VEM que actualmente pertence à TAP.
O que acontece é que por ser a principal cliente da VEM, se a VARIG para, a VEM também fica sem clientes.
Por isso a TAP está a fazer um esforço tremendo por esse mundo para tentar diversificar a carteira de clientes da VEM, para que esta empresa não esteja muito dependente das encomendas de trabalho da VARIG, se esta chegar a encerrar mesmo.
Ministro vê perda de US$ 1,3 bi com colapso de aérea
DA BLOOMBERG
O Brasil perderá cerca de US$ 1,3 bilhão em receita gerada pelo turismo internacional prevista para este ano após o pedido de concordata da Varig, que cortou serviços no exterior.
O corte dos vôos internacionais impedirá que turistas estrangeiros viajem ao Brasil e provavelmente fará com que os gastos no setor de turismo do país registrem uma queda de US$ 1,3 bilhão este ano em relação à meta inicial do governo brasileiro, de US$ 6,3 bilhões, disse Walfrido Mares Guia, ministro do Turismo. Para o ano que vem, os fluxos de recursos gerados pelos turistas estrangeiros deverão ser 8,8% menores do que os US$ 8 bilhões previstos, disse ele.
"Nós tínhamos uma meta ambiciosa e provavelmente não conseguiremos atingi-la, pois a situação da Varig torna mais difícil ao país trazer um número maior de turistas internacionais", afirmou Guia.
A Varig, que até o ano passado era a maior companhia aérea da América Latina, cancelou no mês passado vôos para dez destinos internacionais, entre os quais Madri e Los Angeles, pois teve de manter em terra 20 aeronaves para cumprir ordens de tribunais norte-americanos, que solicitaram a devolução dos aviões a empresas de leasing devido à falta de pagamento.
O colapso da companhia -fundada há mais de 80 anos e que mantém suas operações sob recuperação judicial- reduzirá o número de turistas estrangeiros que visitarão o Brasil para 6 milhões em 2006, contra a estimativa inicial de 7 milhões, e para 8 milhões em 2007, contra os 9 milhões previstos, disse Mares Guia.
DA BLOOMBERG
O Brasil perderá cerca de US$ 1,3 bilhão em receita gerada pelo turismo internacional prevista para este ano após o pedido de concordata da Varig, que cortou serviços no exterior.
O corte dos vôos internacionais impedirá que turistas estrangeiros viajem ao Brasil e provavelmente fará com que os gastos no setor de turismo do país registrem uma queda de US$ 1,3 bilhão este ano em relação à meta inicial do governo brasileiro, de US$ 6,3 bilhões, disse Walfrido Mares Guia, ministro do Turismo. Para o ano que vem, os fluxos de recursos gerados pelos turistas estrangeiros deverão ser 8,8% menores do que os US$ 8 bilhões previstos, disse ele.
"Nós tínhamos uma meta ambiciosa e provavelmente não conseguiremos atingi-la, pois a situação da Varig torna mais difícil ao país trazer um número maior de turistas internacionais", afirmou Guia.
A Varig, que até o ano passado era a maior companhia aérea da América Latina, cancelou no mês passado vôos para dez destinos internacionais, entre os quais Madri e Los Angeles, pois teve de manter em terra 20 aeronaves para cumprir ordens de tribunais norte-americanos, que solicitaram a devolução dos aviões a empresas de leasing devido à falta de pagamento.
O colapso da companhia -fundada há mais de 80 anos e que mantém suas operações sob recuperação judicial- reduzirá o número de turistas estrangeiros que visitarão o Brasil para 6 milhões em 2006, contra a estimativa inicial de 7 milhões, e para 8 milhões em 2007, contra os 9 milhões previstos, disse Mares Guia.