luis F. Silva escreveu:Exclusiva, quer na pesca quer na busca e salvamento, e vão substituir as seis corvetas em serviço, que têm mais de 40 anos de navegação.
Quarenta anos?
Já não se pode ter um pequeno deslize...
Moderador: Conselho de Moderação
ECONOMIA
Estaleiros de Viana acusam Marinha
DN Online - 29/06/06
Manuel Carlos Freire
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) responsabilizaram ontem a Marinha pelo atraso de quase um ano que existe no programa de construção dos navios-patrulhas oceânicos (NPO). Adriano Teles Menezes, administrador dos ENVC, que foi ontem ouvido na Comissão Parlamentar de Defesa sobre a revisão da Lei de Programação Militar (LPM), disse ao DN que "o projecto" para o primeiro dos NPO só "está definido a cerca de 80%", o que impede o avanço dos trabalhos.
Teles Menezes adiantou que a Armada também não entregou ainda os projectos de pormenor do navio de combate à poluição (NCP), a construir com base na plataforma dos NPO e usando o mesmo tipo de motores de propulsão e alternadores de energia eléctrica. O programa dos NPO e NCP foi assinado em Outubro de 2002, ficando prevista a entrega do primeiro navio em Agosto de 2005 e o segundo em Dezembro do mesmo ano.
Reacção
O porta-voz da Armada, comandante Brás de Oliveira, escusou-se a comentar a acusação dos ENVC, observando apenas que "a Marinha quer um bom navio" para cumprir as missões que lhe estão afectas e mostrar como "exemplo de qualidade" da indústria de construção naval portuguesa. Segundo um deputado ouvido pelo DN, o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) disse terça-feira à Comissão de Defesa que "prefere ter um navio bem feito e entregue mais tarde" do que o contrário. Há dias, o almirante Melo Gomes afirmou - com humor - que a Marinha "primeiro tem de flutuar, depois mover e por fim combater".
Fontes do ramo ligadas ao projecto deram ao DN uma versão diferente para o atraso no programa dos chamados "patrulhões". Frisando que à Marinha apenas compete acompanhar e fiscalizar a evolução do projecto, referiram que "os ENVC perderam capacidade" de projectar navios militares - e foram os seus "atrasos sucessivos" a responder aos pedidos da empresa alemã HDW, a quem subcontrataram o projecto, a explicar os atrasos. Uma das fontes, a título de exemplo, referiu que os ENVC optaram por montar - apesar dos avisos da Marinha - os motores que "já sabiam" ter vindo de fábrica com 'impurezas' no interior.
Contrapartidas
A Comissão de Defesa também ouviu ontem o chefe do Estado-Maior da Força Aérea (ver caixa), o director-geral de Armamento, Viegas Filipe, o presidente da holding das indústrias de Defesa, José Mourato, e o da Comissão Permanente de Contrapartidas, Rui Neves. Viegas Filipe frisou a importância de a LPM ser aprovada até finais de Julho para "não atrasar a execução" dos programas de reequipamento das Forças Armadas, enquanto Rui Neves realçou "as perspectivas" que existem para o desenvolvimento de um cluster aeronáutico e outro na área da indústria naval. Trata-se, sublinhou, de criar "uma cadeia de valor" assente em empresas portuguesas.
Fontes do ramo ligadas ao projecto deram ao DN uma versão diferente para o atraso no programa dos chamados "patrulhões". Frisando que à Marinha apenas compete acompanhar e fiscalizar a evolução do projecto, referiram que "os ENVC perderam capacidade" de projectar navios militares - e foram os seus "atrasos sucessivos" a responder aos pedidos da empresa alemã HDW, a quem subcontrataram o projecto, a explicar os atrasos.
antoninho escreveu:Pois, tirar fotos em que se vê os navios quase prontos e em que ele afirmou várias coisas, como a conversa do tecnico dos radares (alemão), e o à vontade como ele lá entrou, nos estaleiros sem vigilancia de maior,
entre outras coisas e que se via que os navios só faltaria ceca de 10% a 20% por cento para finalizar a obra, deu cabo dos argumentos para os atrasos dos ditos, para mais se virem as fotos dos jornais da altura os navioa são vistos de lado e de frente, nunca como o "infiltrado" mostrou, isso é que irritou aquela malta.
Deu-lhes para uma vingança anti-infiltrado, pobre país para ter tais incompetentes....
Charlie Golf escreveu:Gostei desta, sim senhor. Pode ser que assim se voltem a lembrar do negligenciado Arsenal do Alfeite. Pelo menos lá, e tenho a certeza absoluta disso, não se montariam motores que viessem com problemas.
Trabalhadores exigem explicações
Paulo Julião
Viana do Castelo
A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) diz-se preocupada com o que classifica de "retrocesso" da Marinha sobre a correcção dos defeitos encontrados nos motores que equiparão os navios-patrulha oceânicos (NPO).
Isto porque, dizem, a Marinha afirma que os ENVC optaram por montar os motores que "já sabiam" ter vindo de fábrica com "impurezas" no interior, "apesar dos avisos". Manuel Cadilha, porta-voz dos trabalhadores, admitiu ao DN que, de facto, tinham sido detectadas "pequenas anomalias" quando os motores ainda estavam em armazém.
No entanto, a empresa fabricante Wärtsilä "assumiu toda a responsabilidade e convenceu a Marinha" a colocar os motores. "Só depois, com uma maior abertura das máquinas, é que foi detectado que os problemas não eram assim tão pequenos", acrescentou.
Manuel Cadilha afirma que, "depois de uma reunião tripartida entre a empresa, os ENVC e a Marinha, ficou acordada a rectificação total dos motores", mas sem que os mesmos fossem retirados para não retardar ainda mais a entrega. "Agora vemos esta situação com preocupação, porque, do lado da Marinha, parece que já não é bem assim e querem retirar as máquinas, o que poderá trazer problemas acrescidos", afirma, temendo um incremento nos custos e maior incumprimento de prazos na entrega dos navios.
Segundo fonte da Marinha contactada pelo DN, em causa está o facto de os motores "não cumprirem com os padrões contratualizados", pelo que o grupo Wärtsilä "terá de repor o que está estipulado".
Ao longo da construção dos NPO, a Marinha tem sido duramente criticada no interior da empresa pelas "exigências impostas" aos ENVC, com "constantes alterações aos projectos", o que vai de encontro às acusações reveladas ontem pelo DN, feitas pelo administrador dos ENVC.
Adriano Teles Menezes garantiu que o projecto para o primeiro par de NPO só "está definido em cerca de 80%", o que impede o avanço dos trabalhos, e que a Armada também não entregou ainda os projectos de pormenor do navio de combate à poluição (NCP), a construir com base na plataforma dos NPO, usando o mesmo tipo de motores de propulsão e alternadores de energia eléctrica.
Recorde-se que a entrega dos dois primeiros NPO pelos estaleiros de Viana estava prevista para Maio e Setembro de 2006, mas, devido sobretudo aos problemas nos motores dos navios, a entrega foi adiada um ano, com repercussões na construção dos restantes patrulhas.
Entretanto, a Comissão de Trabalhadores vai pedir explicações à tutela da empresa sobre a hipótese, recentemente admitida pelo ministro da Defesa, de cortar dois patrulhas ao programa de reequipamento da Marinha - que previa oito NPO e dois NCP -, para "compensar" a compra de duas fragatas.
"Queremos ser informados, porque, a confirmar-se, trata-se de incumprimento relativamente ao que estava acordado", acusa Manuel Cadilha. C