Agdan escreveu:Essa é uma questão muito polêmica e com vários pontos de vista, vou tentar expor o meu neste tópico espero ser claro o suficiente e tentar passar o máximo de informação possível sobre o real estado da Força Armada.
Eu entrei para Marinha do Brasil em 2003, por meio de concurso público para Aprendiz-Marinheiro e me formei no dia 13 de Dezembro de 2003 em Florianópolis, graças a minha boa colocação eu pude escolher o Navio Aeródromo São Paulo, antigo Porta Aviões Francês FOCH, que fora a mais recente aquisição da Marinha do Brasil, ao chegar no navio me deparei com a mais triste realidade, o NAe São Paulo está mais para um museu do que pra um navio de Guerra, aliás até mesmo pra um museu ainda faltaria muito, uma vez que um Museu tem que oferecer segurança para seus visitantes e o mesmo não fornece isso nem a sua tripulação.
Hmmm... Onde você serve agora? Ainda está no São Paulo? Nós estamos para fazer uma visita a ele, quem sabe a gente não se esbarra por lá.
A história do FOCH foi a seguinte, a França obteve duas propostas para o Navio. A primeira de uma empresa Australiana que iria afundar o navio perto da costa da Nova Zelândia e criar um recife artificial para explorar o turismo, por $12.000.000,00, a segunda oferta foi a do Brasil o qual pagaria $15.000.000,00 e manteria o Navio em funcionamento, adivinhem qual proposta "lusitana" a França aceitou?, bom o que importa é que o Brasil comprou ele, sem armas e com a promessa da França de que iria entrega-lo totalmente reformado.
Olha, a história não é bem essa não...
A Marinha mandou para a França em 2000 uma tripulação minúscula para o tamanho do NAe para que se aprendesse a navegar com o mesmo até que a reforma feita pelos franceses ficasse pronta, o que aconteceu é que a reforma iria durar mais do que seis meses e quando uma tripulação fica fora de sua sede por mais de seis meses, essa tem direito a transferência em dinheiro, agora imaginem a grana que cada um iria ganhar de transferência do Rio de Janeiro até a França, pois é, foi o que a Marinha pensou também, aliás esse é o motivo pelo qual a Viagem de Ouro dura somente cinco meses e também o por que de toda a tropa do Haiti ter de ser trocada a cada cinco meses, mas isso é outra história, bom voltando, o Navio voltou antes da reforma acabar e quase não aguentou a viagem.
Essa informação eu posso checar, mas desconheço essa fato. Sobre a viagem de ouro, não sei se é por aí. Sobre as tropas do Haiti, elas são trocadas a cada seis meses e não cinco.
E essa é a triste história do Nae São Paulo um navio bonito, mas perigoso e totalmente anti-operacional, enquanto meus amigos de Fragatas fizeram no ano de 2004 cerca de 60 dias de mar, visitando vários portos, eu no Nae São Paulo fiz oito dias e somente visitei o porto de Vitória no Espirito Santo, quando iria visitar outro porto o de Salvador ouve aquele acidente em que sete pessoas morreram, na explosão de um duto de vapor a alta pressão.
Você conhece mesmo o São Paulo? A ALIDE estava a bordo do São Paulo no dia do acidente. E foram 3 mortos e não 7. Cabe lembrar que o São Paulo ficou quase o ano passado inteiro no PMG.
A verdade é que o governo não repassa verbas suficientes para nenhuma das Forças Armadas, e muitas das decisóes que deveriam ser tomadas por militares devidamente instruidos são tomadas por políticos que muitas vezes não entendem porcaria nenhuma.
Vale ressaltar que é muito importante, principalmente no caso do Brasil, que se tenha as Forças Armadas grandes e totalmente operacionais uma vez que o Brasil tem a maior costa máritima das Ámericas e não tem quem tome conta deixando livre para que Japoneses e outros países venham e explorem toda a nossa costa.
De alguma maneira você tem razão nisso.