MARINHA PORTUGUESA EM FOGO REAL AFUNDA O NRP LIMPOPO

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Rui Elias Maltez
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MARINHA PORTUGUESA EM FOGO REAL AFUNDA O NRP LIMPOPO

#1 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Mai 05, 2006 7:29 am

MARINHA DISPARA MÍSSEIS NO MAR

Publicado em: http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/N ... /Noticias/
2006-05-04

Às primeiras horas da manhã de hoje, numa área a Sudoeste de Sagres, foram disparados cinco mísseis, pelas fragatas participantes no exercício aero-naval Swordfish 06, contra um navio alvo.

Com o objectivo de avaliar a operacionalidade e a eficácia dos sistemas de combate e em especial dos mísseis superfície-ar contra alvos de superfície, foi executado um exercício de tiro real contra o ex-NRP "Limpopo", o qual foi especialmente preparado para servir de alvo real, tendo sido efectuada a remoção de todos os elementos combustíveis e poluentes.

Após vários dias de planeamento e preparação, o exercício teve início esta manhã, a cerca de 200 milhas a Sudoeste do Cabo de S. Vicente, cumprindo-se as mais rígidas normas de segurança internacionais.

O primeiro navio a abrir fogo foi o NRP "Vasco da Gama", disparando um míssil NATO Sea Sparrow, seguindo-se a fragata alemã FGS "Mecklenburg Vopormern", com dois mísseis idênticos.

O exercício terminou com o lançamento de dois mísseis Standard SM-1 por parte da fragata espanhola SPS "Canárias", navio chefe da Força Naval Europeia - EUROMARFOR, os quais levaram ao afundamento do alvo a Sul do paralelo 36º 00' N conforme estava previsto.

A bordo da "Vasco da Gama" encontrava-se uma equipa de análise e avaliação que efectuou a recolha de todos os dados paramétricos do lançamento do míssil da fragata portuguesa de forma a aferir a eficácia deste sistema de armas.

Portugal é um dos países, no seio da comunidade das marinhas da NATO, que opera os mísseis ar-superfície NATO Sea Sparrow, usufruindo da constante avaliação efectuada pelos diversos países utilizadores e partilhando informações com o objectivo de aperfeiçoar a eficácia, eficiência e segurança deste sistema de armas. Neste sentido, a Marinha Portuguesa testa frequentemente este sistema efectuando a sua análise permanente e consequente difusão dos resultados obtidos.


O antigo NRP Limpopo foi um dos 10 navios patrulha da Armada, da classe Cacine, que estiveram ao serviço da Marinha desde os finais dos anos 60, e que serviram sobretudo no apoio e patrulhamento de mares e rios africanos, em apoio à guerra colonial que se desenvolveu nas 3 frentes.

Construidos em estaleiros nacionais, desta classe de 10 navios restam actualmente 4 no activo, estando prevista a sua substituição pelos futuros 10 NPO's e mais 5 Lanchas de Fiscalização Costeitra a construir nos ENVC.

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#2 Mensagem por Charlie Golf » Sex Mai 05, 2006 7:47 am

Bom, concluo que o Limpopo tenha sido afundado pelas peças de artilharia dos vários vasos de guerra presentes no local. No comunicado da Armada, todos os mísseis citados são anti-aéreos (Sea Sparrow, Standard, etc).

Sinceramente não estou a ver mísseis superfície-ar a afundar um navio; por outro lado, se tiverem sido os RGM-84 Harpoon aí já se compreende. Deve ter sido mais uma valente gralha. :P




Um abraço,
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#3 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Mai 05, 2006 7:49 am

No FórumDEF há colegas que afirmam que esse tipo de mísseis também têm cacapidade para a guerra superfície-superfície. :?

______________

Ontem, numa operação como fogo real, a Fragata NRP Vasco da Gama e mais outros vazos de guerra estrangeiros integrados nos exercícios Swordfish-06 afundaram um navio já desactivado da classe Cacine (o antigo NRP Limpopo) ao largo de Sagres, no Algarve.

Assim se perdeu mais um navio que ajudou a construir a história recente de Portugal.

Se pode ser aceitável que um navio português já desactivado seja alvo de fogo por parte de outros navio portugueses, acho lamentável que um navio português seja afundado, depois de bombardeado, com fogo feito a partir de navios estrangeiros.

Nada contra a este tipo de fogos reais, mas julgo que a Marinha também poderia considerar seriamente a posibilidade de preservar para o futuro, e à sua responsabilidade, sem estar à espera da chamada "sociedade civil" pelo menos uma plataforma de cada uma das classes mais significativas que marcaram a história militar portuguesa da segunda metade do século XX.




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#4 Mensagem por Charlie Golf » Sex Mai 05, 2006 7:53 am

Ter até têm Rui. Só acho um pouco estranho utilizarem-se SAMs para uma tarefa que deveria ter sido cumprida por SSMs. Mas quem sou eu, né? :P :wink:

Ai que saudades da Marinha de Guerra dos tempos do torpedo, morteiro e fogo à peça, como já dizia o meu saudoso avô. :mrgreen:




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Carlos Jorge Gomes

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#5 Mensagem por P44 » Sex Mai 05, 2006 8:01 am

Se pode ser aceitável que um navio português já desactivado seja alvo de fogo por parte de outros navio portugueses, acho lamentável que um navio português seja afundado, depois de bombardeado, com fogo feito a partir de navios estrangeiros


Rui, pelo que sei é perfeitamente normal.

Como escrevi mm agora no tópico da MP (sorry, não tinha visto este :oops: ), li ontem na ultima edição da WARSHIPS IFR que uma fragata Canadiana do tipo "Halifax" afundou o ex-USS O'BRIEN (classe SPRUANCE) , com um missil Harpoon, durante um exercicio.

É claro que é triste, preferem afundar um navio (mesmo que seja um Cacine apenas) a preservá-lo como museu.

Já que vem á baila, esta ultima edição da W. IFR é especialmente dedicada aos Navios-Museu de todo o mundo, inclusivé países com uma história maritima insignificante quando comparada com a Portuguesa têm navios de guerra museus.

(vem -me agora á memória , do que li, o URUGUAI, que tem um antigo Destroyer...) :?

Mas eu como deste "país" já não espero nada (de bom)... :( :cry:




Triste sina ter nascido português 👎
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#6 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Mai 05, 2006 8:10 am

Nada mesmo.

Até o Perú tem aquele belo cruzador, dos mais bonitos que devem existir ainda em flutuação.

E é triste quando a Marinha pode disponibilizar navios para Museu, desde que sejam outras entidades a responsabilizarem-se por isso, em vez de ser a Marinha a encarregar-se a responsabilizar-se pela manutenção do seu património naval.

Mas sobre isso eu até já escrevi o que penso:

Que o Estado, através do Min. da Cultura deveria assumir a responsabilidade de um grande museu militar para os 3 ramos, entregues ao Inst. Port. de Museus, e que a manutenção ods equipamentos deveria ser feita pelos ramos, através de protocolo.

As FA's não têm vocação para museus do século XXI.

Os museus militares são estáticos e não atraem visitantes.

No caso do Exército é gritante.

Há diversos polos espalhados pelo país, cada quartel tem o seu pequeno museu/espóleo, muitas vezes ao ar livres, com um velho sargento-mor á porta a vender os bilhetes, e sem mais nada.

E não se faz um verdadeiro Museu do Exército, onde estivesse a Caavalaria, a Infantaria e outras especialidades.




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#7 Mensagem por Spectral » Sex Mai 05, 2006 3:49 pm

O uso de SM-1 contra alvos de superfície não é novidade ( acho que até houve navios afundados com eles nos anos 80 no Golfo), agora nunca tinha visto era com Sea Sparrows. Estes apenas devem ter efeito num navio pequeno, já que é um míssil muito mais pequeno e com uma ogiva menor que o SM-1.


Muito interessante realmente...


Já agora, alguém consegue ver o vídeo ou gravou-o ? Parece ter sido removido...

http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/NoticiasAgenda/Noticias/Comunicado+dia+04.htm




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#8 Mensagem por Charlie Golf » Sex Mai 05, 2006 8:49 pm

Tens razão Spec, de facto não é algo novo usar SAMs contra alvos de superfície. Retiro o que disse anteriormente já que de acordo com o vídeo realizado pela Armada Portuguesa foram mesmo Sea Sparrows e Standards. Com um único Harpoon, um navio pequeno como o Limpopo partir-se-ia imediatamente em dois.

Eu consegui ver e sacar o vídeo. Ver o Limpopo a afundar traz uma sensação algo estranha, não traz? É uma visão ao qual ninguém consegue ficar indiferente. Ainda para mais se o golpe de misericórdia tiver sido dado pelos mísseis do vaso de guerra castelhano "Canárias" (o pt vai concerteza adorar esta parte). :twisted: :wink:

:arrow: http://www.marinha.pt/SIRP/Missil_04.05.06.wmv




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#9 Mensagem por gral » Sex Mai 05, 2006 9:00 pm

Spectral escreveu:O uso de SM-1 contra alvos de superfície não é novidade ( acho que até houve navios afundados com eles nos anos 80 no Golfo)


Os EUA afundaram uma fragata iraniana com um SM-1 em 1988, e se eu não me engano, só não afundaram outra por milagre.




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#10 Mensagem por luis F. Silva » Sex Mai 05, 2006 9:18 pm

Spectral escreveu:
O uso de SM-1 contra alvos de superfície não é novidade ( acho que até houve navios afundados com eles nos anos 80 no Golfo)


Em 1990 ou 1991, o contratorpedeiro turco Muavenet foi atingido por engano, por um Seasparrow lançado de um P. Aviões americano, durante manobras. O navio foi atingido na ponte de comando, tendo falecido o seu comandante. O Muavenet foi abatido ao efectivo devido aos estragos infligidos, e substituido por uma fragata Knox.




cumprimentos.

Luis Filipe Silva

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#11 Mensagem por Morcego » Sáb Mai 06, 2006 11:15 am

eu acho que podiamos fazer o mesmo com o A-12.




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#12 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Mai 06, 2006 1:38 pm

morcego escreveu:eu acho que podiamos fazer o mesmo com o A-12.

Nada...


Vamos vender pra China, ou pra algum ditador africano inflar o seu ego, que nem fazem nossos Almirantes...




Atte.
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#13 Mensagem por soultrain » Sáb Mai 06, 2006 4:16 pm

Boas,


Aquando da minha recente visita ao Athabaskan, navio da marinha Real Canadense, o oficial da Força aerea responsável pelo Helicoptero, referiu-se aos SM-2 como ar-ar e ar-superficie. Nao quis perguntar pois pensei que estava equivocado, mas pelos vistos os colegas clarificaram este assunto.

Aqui está um bom upgrade num navio com 30 anos, VLS, equipamento de guerra electrónica, decoys etc.

Ao lado estava a Simpson classe OHP que me pareceu em optimo estado :wink:

O navio Alemao da classe Breman o Mecklemburg Vorpommern embora mais recente, aparentava mais anos e a tripulaçao foi bem mais fria que os simpatiquissimos Canadianos.

Este navio seria uma boa opçao para nós?

Cump.




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#14 Mensagem por old » Seg Mai 08, 2006 6:05 am

http://www.marinha.pt/SIRP/Missil_04.05.06.wmv

Video de la Fragata Espanhola Canarias, junto con una Alemana y una Española lanzando un SM1 en los citados ejercicios.

Añadir que esta clase de buques españoles proximos a ser dados de baja estan "gastando" su arsenal de SM1 mas antiguos




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#15 Mensagem por ferrol » Seg Mai 08, 2006 6:20 am

Sí señor, unos señores zambombazos. Queda bastante claro el "modus operandi" tanto del SM-1 como de los Sparrow, con una trayectoria más baja los segundos.

Espectacular, en todo caso...




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