A Balela das Tropas Especiais que Hollywood tenta pregar

[Balena]

Prezados colegas debatedores,


Antes de qualquer coisa, gostaria de pontuar alguns conceitos que tenho sobre Tropas Especiais:
1) As Tropas Especiais prestam-se a realização de missões na profundidade das linhas inimigas, sem qualquer apoio logístico da retaguarda e muitas vezes até sem comunicação.
2) Tais missões constituem-se de ataques cirúrgicos limitados, sabotagem, reconhecimento, espionagem, seqüestro, SAR, assassinatos, operações diversionárias, etc.
3) Para tal as Tropas Especiais valem-se de recursos como: velocidade, surpresa, agressividade elevada, dissimulação, retraimento rápido, eficiente concentração de fogos apesar da limitada capacidade, patriotismo e elevado espírito de corpo, dentre outros valores físicos e morais.
4) As tropas ditas especiais evitam combater em campo aberto contra tropas convencionais e certamente não levariam muita vantagem contra as mesmas. Eu acredito que um ataque frontal a uma numerosa formação de recrutas BISONHOS seria um suicídio. Um operador de uma tropa de elite deve valer-se da surpresa, da escuridão e camuflagem para poder se ocultar com eficiência no terreno.

Gostaria de provocar aqueles participantes mais bem informados a lançarem seus pontos de vista sobre o ridículo imaginário popular sobre as Tropas Especiais. Pois este é um campo da ciência militar onde existe muita lenda que é pregada fora do quartel e ganha a mente do BIZONHO recruta acostumado com filmes de Hollywood.

Gostaria de, desde já, lançar algumas provocações:

1) Será que o Comando Delta é mesmo imbatível?
2) Será que as Produções hollyoodianas como Comando Imbatível e o consagrado Comando Delta com Chuck Norris têm valor histórico?
Sobre este último, cabe aqui lembrar a cena final, onde um terrorista mulçumano é eliminado após ser atingido por um míssel disparado de uma moto, quando Chuck Norris estava de costas para o alvo fazendo pontaria através da visão indireta fornecida pelo retrovisor da moto. Este filme Norte-americano é uma representação romanceada e exagerada do resgate de Entebe realizado por comandos especiais israelenses (Isayeret).
3) Será que o Exército Israelense é tão imbatível assim?
4) O que eles tem de especial? Será que o Krav Magá (defesa pessoal israelense) praticado pelo exército de Israel é uma luta invencível e superior dentre as do gênero?
5) Quais são as nações que servem de exemplo quando o assunto é Forças Especiais? Existem nações nesta situação fora do eixo EUA-Israel-RU???

Não tenho uma opinião contaminada por sentimento antiamericanista radical desembasado, mas citarei a seguir alguns exemplos de Tropas que considero realmente Especiais em qualidade de treinamento:

Dentre as Organizações Militares nacionais:

- Batalhão Tonelero / Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais da Força de Fuzileiros da Esquadra - Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
- Brigada de Operações Especiais do Exército Brasileiro
- EAS/PARA-SAR da Força Aérea Brasileira

Dentre as Organizações Militares Internacionais:
- SAS (Serviço Aéreo Especial) / Reino Unido
- GIGN / França
- Comandos Navais / França
- GSG-9 / Alemanha - Esse sim é muito bom
- Esptsnaz / Rússia - Elevada agressividade, ataque frontal a céu aberto, realizam missões suicidas com a maior naturalidade e são exímios assassinos.
- VDV / Rússia - Tropa PQD
- Forças Alpinas Italianas
-> Existem outras

As Tropas Especiais Brasileiras são um exemplo de operacionalidade e capacidade tática a ser admirado pelas suas congêneres do mundo inteiro, e que também não devemos menosprezar só por sermos uma nação do 3o. Mundo. Gostaria que vocês discutissem sobre VERDADEIRAS Tropas Especiais, pois não acredito que Força Delta e Seals sejam os melhores, respeito eles...

A provocação está lançada, gostaria de ouvir comentários pertinentes e de alto nível por parte deste seleto grupo de debatedores.

[Spetsnaz]

Róliudí num presta pa nada.. soh pa faze cena...

- Esptsnaz / Rússia - Elevada agressividade, ataque frontal a céu aberto, realizam missões suicidas com a maior naturalidade e são exímios assassinos.

É Spetsnaz ... e quem faz as missões que NÃO da para vencer e eles vencem são os lunaticos da Vympel ... ninguém faz missão suicida a não ser que após varias razões a missão tenha se tornado suicida ... como os Spetsnaz no Afeganistão por exemplo ... eu li que um pelotão foi cercado .. eles estavam em 12 se eu não me engano ... mataram dezenas de Afagãos e depois se suicidaram em massa para não serem capturados quando a munição acabou... o treinamento deles é reconhecidamente o mais duro do mundo ...

[Guilherme]

Eu considero o SAS como a melhor Força Especial do mundo.

[Spetsnaz]

Eu considero o SAS como a melhor Força Especial do mundo.

SAS eu tbm acho uma das melhores ... KSK tbm é boa .. Vympel tbm .. Delta tbm.. SF tbm... Spetsnaz tbm... sei la.. não dá para comparar ... são todas excelentes ..

[Slip Junior]

1) Será que o Comando Delta é mesmo imbatível?

Acho impossível discutir a efetividade de uma força da qual as unicas ações conhecidas são os seus fracassos.

2) Será que as Produções hollyoodianas como Comando Imbatível e o consagrado Comando Delta com Chuck Norris têm valor histórico?

Valor histórico certamente não. Mas tendo em vista que essas produções não tem foco nenhum no tema histórico, acho que isso se justifica. Afinal de contas, apesar de não ter valor histórico, é inegável que se prestem como obras de puro entretimento que ainda ajudam a inflamar o ego dos próprios norte-americanos.

3) Será que o Exército Israelense é tão imbatível assim?

Bem, depois da Guerra do Yom Kippur eles provaram que podem não ser imbatíveis, mas certamente são os melhores. Que outro país com tanto pouco, enfrentando tantos, se daria tão bem a ponto de acabar com uma guerra em que iniciaram na defensiva, conquistando uma faixa de terra maior do que seu próprio território em tão poucos dias!

4) O que eles tem de especial? Será que o Krav Magá (defesa pessoal israelense) praticado pelo exército de Israel é uma luta invencível e superior dentre as do gênero?

Eu só tenho uma explicação: treinamento!

5) Quais são as nações que servem de exemplo quando o assunto é Forças Especiais? Existem nações nesta situação fora do eixo EUA-Israel-RU???

Acho que todas as forças especiais principais e/ou com maior destaque internacionais são dos países mencionados.

Abraços

[Clermont]

1) Será que o Comando Delta é mesmo imbatível?

Todo mundo é imbatível, até o dia em que é batido...

2) Será que as Produções hollyoodianas como Comando Imbatível e o consagrado Comando Delta com Chuck Norris têm valor histórico?

Ao menos, o filme era divertido. E, ainda por cima, tinha Lee Marvin. Grande ator e grande fuzileiro naval, sobrevivente de vários combates cerrados contra os japoneses na Segunda Guerra Mundial. Dia desses, vou postar aqui um texto sobre os artistas de Hollywood em combate.

3) Será que o Exército Israelense é tão imbatível assim?

Idem ao item 1. É que os árabes são muito ruins de briga. Mas um dia a casa cai. Se bem que, se esse dia chegar, chegará também o fim de várias capitais árabes de história milenar. Afinal, é pra esse dia que os israelenses estocam algo entre 100 e 200 cabeças-de-guerra nucleares...

4) O que eles (os israelenses) tem de especial?

O que eles tem de especial, é uma indomável dedicação a sua pátria e à sobrevivência de seu povo. E um juramento de jamais permitir uma repetição do que ocorreu há 60 anos atrás. Não importando o custo pessoal que se exige de cada soldado, graduado ou oficial. Homem ou mulher. É isso que torna o soldado israelense tão formidável. Ao menos, quando está amparado na justeza de sua causa. Coisa que se pode discutir, quando se trata da manutenção de território ocupado ilegalmente. Mas isso é outro papo...

5) Quais são as nações que servem de exemplo quando o assunto é Forças Especiais? Existem nações nesta situação fora do eixo EUA-Israel-RU?

Acho que não existe um exemplo, mas vários. A Grã-Bretanha desenvolveu o conceito moderno de "comandos", ou seja: uma força de infantaria de elite, apta a incursões ou para operações de choque para abrir caminho para as tropas convencionais.

Os americanos desenvolveram o conceito de "forças especiais", ou seja: pequenos núcleos de especialistas, dedicados a serem multiplicadores de forças de insurreição por trás das linhas inimigas em guerra convencional; ou para liderar milícias anti-guerrilha em guerra interna.

E ambos, em determinados momentos, sentiram necessidade de grupos ainda menores, para ações mais pontuais. Por exemplo, o SAS britânico na Segunda Guerra foi formado por oficiais que sentiram que os "Comandos" estavam ficando muito "pesadões". Também as necessidades da guerra naval exigiram a formação de grupos altamente especializados, tais como os de mini-submarinos e homens-rãs, tanto para ataques pontuais como para as missões que precederam os grandes desembarques anfíbios.

As outras nações, salvo engano, limitaram-se a seguir esses modelos, aperfeiçoando-os de acordo com suas especificidades próprias.

Depois, veio o período das guerras coloniais pós-1945. As guerras ideológicas anti-comunistas e a necessidade de combater o terrorismo interno.

E aí surgiram grupos altamente especializados como o GSG 9 alemão, ou o GIGN francês, ambos grupos policiais. Os britânicos, mais práticos, preferiram usar seu SAS, também em ações antiterroristas de cunho policial. Os americanos criaram a sua Força Delta.

Sobre outras nações fora do eixo das potências/superpotências, é aquela história: a necessidade é a mãe da invenção. Por exemplo, o Peru não tem nada de formidável, mas suas unidades especiais tiveram uma ação espantosa no caso do resgate dos reféns da embaixada japonesa, aniquilando todos os terroristas e liquidando, de um golpe, o ressurgimento dos maníacos do "Sendero Luminoso". Se fosse uma força especial americana ou israelense, com certeza, já teríamos visto o Steven Seagal fazendo um filme sobre o caso.

As Tropas Especiais Brasileiras são um exemplo de operacionalidade e capacidade tática a ser admirado pelas suas congêneres do mundo inteiro, não devemos menosprezar só por sermos uma nação do 3o. Mundo.

O problema com grupos especiais é não se permitir seu crescimento até o ponto em que eles impliquem no amortecimento do ímpeto das unidades comuns de infantaria. É preciso lembrar que, unidades especiais ("comandos" e forças especiais) ajudam a ganhar batalhas, mas quem ganha a guerra é o rotineiro e prosaico soldado de infantaria, o "pé-de-poeira".

Realmente, o que é mais importante? Ter 30 soldados num destacamento de "comandos" ou ter esses mesmos 30 homens, liderando esquadras e GC de "pés-de-poeira"? Claro, pois o tipo de soldado que serve numa unidade de "comandos" ou o graduado que serve nas Forças Especiais, poderia estar liderando frações de infantaria comum.

Em certo momento, na Guerra da Coréia, o comando superior americano se viu diante de falta de liderança na infantaria. E sua solução foi desmobilizar bom número de tropas Rangers e disseminar seu pessoal nas esquadras e GC onde poderiam se tornar um multiplicador de forças.

Eu já li que na Grã-Bretanha, não se permite que esse pessoal de elite fique muito tempo nessas unidades (SAS, SBS etc). Após um certo prazo, eles são realocados para unidades convencionais. Com isso os britânicos esperam elevar o nível dos "pés-de-poeira", colocando pessoal de elite em seu meio.

Nada sei da política interna de pessoal do Exército, mas todos leram que um grande número de soldados e graduados das unidades especiais foram reformados do Exército, há uns anos atrás, resultando em sérias preocupações que esses homens - com mais de quatro até oito anos de quartel - acabassem servindo ao tráfico de drogas.

Talvez o Brasil pudesse usar uma prática semelhante à britânica. Talvez o soldado que serve no Batalhão de Comandos, depois de alguma avaliação e posterior adestramento, pudesse ser promovido à cabo ou sargento e enviado para liderar uma esquadra ou GC em algum batalhão perdido no interior do Brasil. Talvez o sargento pudesse, após seu serviço no Batalhão de Forças Especiais, ser mandado para ser sargento de pelotão ou sargento de companhia, auxiliando os oficiais comandantes com seu treinamento especializado. E, quem sabe, até lhes dando comando de pelotões? Afinal, qualquer recruta se sentiria mais confiante recebendo ordens de um 1o Sargento com alguns anos nas Forças Especiais, do que de um 2o Tenente recém-saído da AMAN (claro, é só uma suposição de paisano...)

Ou seja, permitir que os ensinamentos especializados desse pessoal circulem mais pelas fileiras comuns do Exército. E, ao mesmo tempo, dar a maior possibilidade possível de ascenção funcional, a esses homens, cuja formação custa tanto esforço as corporações e recursos ao cofre público.

Antes que eu me esqueça: é claro que eu tenho consciência de que, talvez eu esteja "inventando a roda" (ou a pólvora). E que o Exército já esteja "careca" de fazer isso. Deus me livre de querer "ensinar missa ao padre"!

[Guilherme]

3) Será que o Exército Israelense é tão imbatível assim?

Idem ao item 1. É que os árabes são muito ruins de briga. Mas um dia a casa cai. Se bem que, se esse dia chegar, chegará também o fim de várias capitais árabes de história milenar. Afinal, é pra esse dia que os israelenses estocam algo entre 100 e 200 cabeças-de-guerra nucleares...

Os árabes não são mais tão fracos e desorganizados militarmente como nos anos 70. Vide os investimentos feitos em defesa (armas e treinamento) pelos países da península arábica ultimamente.

Queria ver se Israel seria tão bom de briga se não recebesse 6 bilhões de dólares, DOADOS todo ano, pelos EUA.

O Paquistão ter armas nucleares, e ter fundamentalistas islâmicos em seu governo, é algo que serve para baixar um pouco a bola de Israel. Eles esperavam que nunca um país islâmico teria armas nucleares, mas engoliram seu próprio orgulho quando o Paquistão as obteve. Também acho que os israelenses ganharam mais uma inimigo, pois é notório o apoio que eles dão à Índia, para que a mesma tenha vantagens sobre o Paquistão.

[Slip Junior]

Queria ver se Israel seria tão bom de briga se não recebesse 6 bilhões de dólares, DOADOS todo ano, pelos EUA.

Oras, Líbia, Egito e Síria também recebiam massivas doações de equipamento militar soviético nos anos 60 e 70, e tudo mundo sabe o que ocorreu durante a Guerra dos Seis Dias e Yom Kippur.

Mas sou obrigado a concordar que os arábes aparentemente tem se melhor preparado para um futuro embate e o declínio do governo pró-americano saudita pode, sem dúvida, deflagar a maior e mais ferrenha guerra do ínicio desse novo século. Competência e a garra não ganham guerras sozinhas...

Abraços

[Guilherme]

E parece que além dos 6 bilhões doados, os EUA também emprestam 3 bilhões por ano a Israel, a juros baixos.

[Balena]

Israel é o 51o. Estado Norte Americano, posto avançado dos EUA no Oriente Médio.

[Guilherme]

Em se tratando de operações anti-seqüestro e contra-terrorismo, o GSG-9 e o GIGN são excelentes.

A Delta Force é muito boa em CQB, mas o jeito que eles se portam, muitos com aquelas barbas de Matusalém, me parece desleixo.

[Spetsnaz]

Se fosse uma força especial americana ou israelense, com certeza, já teríamos visto o Steven Seagal fazendo um filme sobre o caso.

tem um filme disso..

[Guilherme]

hahahahaha, Steven Seagal

O cara que explode um helicóptero com uma pistola.
Faz bomba com gordura de côco.
Faz o papel de um cozinheiro de navio, que sabe operar um canhão do Iowa, sabe manejar todas as armas que lhe caem em mãos e é mestre em comunicações por rádio.

[Slip Junior]

A Delta Force é muito boa em CQB, mas o jeito que eles se portam, muitos com aquelas barbas de Matusalém, me parece desleixo.

O que é CQB?

Abraços

[Guilherme]

Close Quarter Battle.