Iraque - Noticias de Guerra
Moderador: Conselho de Moderação
Prezados colegas de fórum,
Resolvi aproveitar o pit stop do almoço para acessar a Internet e dei de cara com este mosaico interessantíssimo postado pelo Guilherme.
Achei lega!
Mas só tenho uma crítica: "A resolução do mosaico ainda tá meio ruim"
Será que é necessário mais mortes de norteamericanos para que possamos ter um mosaico com maior resolução (mais pixels = mais mortes)????
Hehehehe!
Obrigado pela atenção
Resolvi aproveitar o pit stop do almoço para acessar a Internet e dei de cara com este mosaico interessantíssimo postado pelo Guilherme.
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Mas só tenho uma crítica: "A resolução do mosaico ainda tá meio ruim"
Será que é necessário mais mortes de norteamericanos para que possamos ter um mosaico com maior resolução (mais pixels = mais mortes)????
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- Slip Junior
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Análise: EUA podem decretar vitória e deixar o Iraque
PAUL REYNOLDS
da BBC, em Londres
Os eventos no Iraque têm fugido do controle da coalizão liderada pelos EUA tão rapidamente que a palavra retirada agora começa a ser ouvida com certa freqüência.
Charles Heyman, analista chefe de defesa do Jane's Consultancy Group, escreveu no jornal inglês "Times" nesta segunda-feira que "parece que vai haver uma saída política bastante complicada para todo esse assunto, possivelmente encabeçada pela ONU".
"Eu espero um acordo no qual ambos os lados vão se proclamar vitoriosos de alguma maneira, seguido por uma rápida retirada das tropas da coalizão, em algum momento dos próximos seis meses."
É verdade que em três áreas, a coalizão não está tendo um bom desempenho.
1 - Militarmente, a resistência foi expandida para muito além dos "membros do antigo regime" e "guerrilheiros estrangeiros", freqüentemente culpados pela coalizão. A capacidade da coalizão de impor suas próprias soluções se deteriorou, e a situação bizarra em Fallujah é um exemplo disso.
A imagem do antigo general de Saddam Jasim Saleh chegando de Mercedes, dirigido por um motorista e vestindo seu antigo uniforme, para negociar uma função para si próprio não poderia ter contradito mais a meta inicial da coalizão, de expulsar os guerrilheiros de Fallujah.
E o que aconteceu com Moqtada al Sadr, o jovem e feroz líder muçulmano, que, nos disseram, seria levado à Justiça por acusações de assassinato?
2 - A guerra da propaganda não poderia ter piorado mais do que com a publicação das fotos dos prisioneiros sendo maltratados.
Qualquer que tenha sido a origem dessas fotos, o estrago já foi feito nas ruas.
As fotos realçam o problema da coalizão que, tendo fracassado em convencer que foi à guerra para buscar armas de destruição em massa, está fracassando agora em justificar seu segundo motivo, o argumento moral de que poderia levar a ordem a uma terra sem lei.
3 - O terceiro problema é político.
Faltam menos de dois meses para a transferência de "soberania" para um governo interino. Mesmo assim, esse governo não vai ter poder. Ele não vai poder fazer novas leis ou modificar leis que tenham sido decretadas pela Autoridade Provisória da Coalizão.
Ele também vai ter poderes bastante limitados sobre as tropas de ocupação, que vão ser rebatizadas de força multinacional.
Ele vai poder, então, comandar a lealdade dos iraquianos a ponto de controlar a resistência?
Cabo-de-guerra
Contradizendo as previsões pessimistas, temos que reconhecer que a vontade do governo interino do Iraque (que vai ser escolhido em breve), dos EUA e do Reino Unido de fazer a transferência de poder não deve ser menosprezado.
E existe sempre o risco de que o instinto de jornalistas e comentaristas prevejam uma coisa e os fatos produzam outra. Christopher Hitchens, um jornalista que vem sendo um dos grandes advogados da guerra, comenta sobre seus colegas na revista "Slate":
"É bastante óbvio que aqueles que cobrem o Iraque agora apostam no fracasso."
Ele ainda tem esperanças de ver um desfecho no Iraque que coloque o país em um caminho democrático.
"Existem muitos iraquianos, o que é provado pelos folhetos distribuídos em Najaf, pelos blogs de Bagdá e pelos centenas de milhares de iraquianos que estão exercitando seu direito de voltar ao país, que não desejam ser governados por religiosos dementes. O pulso e o coração da sociedade mal tiveram a chance de serem ouvidos."
O problema é que, um ano depois da invasão, ainda não existem planos para uma eleição antes do final do ano, sendo assim, a "chance de serem ouvidos", para todos esses moderados, ainda não está disponível.
A idéia toda foi baseada na crença de que, assim como o Japão e a Alemanha após a guerra, a resistência iria perder a força, o que daria tempo para a tarefa de construir instituições.
É instrutivo notar, por exemplo, que mesmo nesse estágio no Iraque, o rascunho das listas de votação começa a ser examinado apenas agora.
O tempo, como temos visto, não está ao lado da coalizão, e a corrida entre o caos e a estabilidade continua. [/i]
Fonte: BBC via Folha Online
Abraços
PAUL REYNOLDS
da BBC, em Londres
Os eventos no Iraque têm fugido do controle da coalizão liderada pelos EUA tão rapidamente que a palavra retirada agora começa a ser ouvida com certa freqüência.
Charles Heyman, analista chefe de defesa do Jane's Consultancy Group, escreveu no jornal inglês "Times" nesta segunda-feira que "parece que vai haver uma saída política bastante complicada para todo esse assunto, possivelmente encabeçada pela ONU".
"Eu espero um acordo no qual ambos os lados vão se proclamar vitoriosos de alguma maneira, seguido por uma rápida retirada das tropas da coalizão, em algum momento dos próximos seis meses."
É verdade que em três áreas, a coalizão não está tendo um bom desempenho.
1 - Militarmente, a resistência foi expandida para muito além dos "membros do antigo regime" e "guerrilheiros estrangeiros", freqüentemente culpados pela coalizão. A capacidade da coalizão de impor suas próprias soluções se deteriorou, e a situação bizarra em Fallujah é um exemplo disso.
A imagem do antigo general de Saddam Jasim Saleh chegando de Mercedes, dirigido por um motorista e vestindo seu antigo uniforme, para negociar uma função para si próprio não poderia ter contradito mais a meta inicial da coalizão, de expulsar os guerrilheiros de Fallujah.
E o que aconteceu com Moqtada al Sadr, o jovem e feroz líder muçulmano, que, nos disseram, seria levado à Justiça por acusações de assassinato?
2 - A guerra da propaganda não poderia ter piorado mais do que com a publicação das fotos dos prisioneiros sendo maltratados.
Qualquer que tenha sido a origem dessas fotos, o estrago já foi feito nas ruas.
As fotos realçam o problema da coalizão que, tendo fracassado em convencer que foi à guerra para buscar armas de destruição em massa, está fracassando agora em justificar seu segundo motivo, o argumento moral de que poderia levar a ordem a uma terra sem lei.
3 - O terceiro problema é político.
Faltam menos de dois meses para a transferência de "soberania" para um governo interino. Mesmo assim, esse governo não vai ter poder. Ele não vai poder fazer novas leis ou modificar leis que tenham sido decretadas pela Autoridade Provisória da Coalizão.
Ele também vai ter poderes bastante limitados sobre as tropas de ocupação, que vão ser rebatizadas de força multinacional.
Ele vai poder, então, comandar a lealdade dos iraquianos a ponto de controlar a resistência?
Cabo-de-guerra
Contradizendo as previsões pessimistas, temos que reconhecer que a vontade do governo interino do Iraque (que vai ser escolhido em breve), dos EUA e do Reino Unido de fazer a transferência de poder não deve ser menosprezado.
E existe sempre o risco de que o instinto de jornalistas e comentaristas prevejam uma coisa e os fatos produzam outra. Christopher Hitchens, um jornalista que vem sendo um dos grandes advogados da guerra, comenta sobre seus colegas na revista "Slate":
"É bastante óbvio que aqueles que cobrem o Iraque agora apostam no fracasso."
Ele ainda tem esperanças de ver um desfecho no Iraque que coloque o país em um caminho democrático.
"Existem muitos iraquianos, o que é provado pelos folhetos distribuídos em Najaf, pelos blogs de Bagdá e pelos centenas de milhares de iraquianos que estão exercitando seu direito de voltar ao país, que não desejam ser governados por religiosos dementes. O pulso e o coração da sociedade mal tiveram a chance de serem ouvidos."
O problema é que, um ano depois da invasão, ainda não existem planos para uma eleição antes do final do ano, sendo assim, a "chance de serem ouvidos", para todos esses moderados, ainda não está disponível.
A idéia toda foi baseada na crença de que, assim como o Japão e a Alemanha após a guerra, a resistência iria perder a força, o que daria tempo para a tarefa de construir instituições.
É instrutivo notar, por exemplo, que mesmo nesse estágio no Iraque, o rascunho das listas de votação começa a ser examinado apenas agora.
O tempo, como temos visto, não está ao lado da coalizão, e a corrida entre o caos e a estabilidade continua. [/i]
Fonte: BBC via Folha Online
Abraços
- Guilherme
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Balena escreveu:Prezados colegas de fórum,
Resolvi aproveitar o pit stop do almoço para acessar a Internet e dei de cara com este mosaico interessantíssimo postado pelo Guilherme.
Achei lega!
Mas só tenho uma crítica: "A resolução do mosaico ainda tá meio ruim"
Será que é necessário mais mortes de norteamericanos para que possamos ter um mosaico com maior resolução (mais pixels = mais mortes)????
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Nesta página, você encontra 3 versões do mosaico, em 3 tamanhos diferentes:
http://photomatt.net/archives/2004/04/07/mosaic/
Domingo, 9 de maio de 2004, 19h59
Bomba explode em frente a hotel em Bagdá e fere 8
Uma bomba explodiu na noite de hoje, domingo, em frente ao hotel Four Seasons, no centro de Bagdá, ferindo pelo menos oito pessoas, aparentemente de nacionalidade britânica, informaram fontes policiais.
No hotel Four Seasons se hospedam estrangeiros que trabalham na reconstrução do Iraque, principalmente em tarefas de segurança.
Segundo fontes do hotel, a explosão destruiu as instalações do bar onde se encontravam os seis feridos.
A insegurança no Iraque é crescente desde o começo de abril, quando o clérigo xiita Moqtada al Sadr chamou seus milicianos para lutarem contra as forças de ocupação.
Bomba explode em frente a hotel em Bagdá e fere 8
Uma bomba explodiu na noite de hoje, domingo, em frente ao hotel Four Seasons, no centro de Bagdá, ferindo pelo menos oito pessoas, aparentemente de nacionalidade britânica, informaram fontes policiais.
No hotel Four Seasons se hospedam estrangeiros que trabalham na reconstrução do Iraque, principalmente em tarefas de segurança.
Segundo fontes do hotel, a explosão destruiu as instalações do bar onde se encontravam os seis feridos.
A insegurança no Iraque é crescente desde o começo de abril, quando o clérigo xiita Moqtada al Sadr chamou seus milicianos para lutarem contra as forças de ocupação.
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Análise: Coalizão pode ter de começar a pensar em retirada do Iraque
PAUL REYNOLDS
da BBC, em Londres
A não ser que a situação se estabilize no Iraque logo, estrategistas americanos e britânicos terão de começar a pensar em um plano de retirada.
As forças da coalizão já estão tentando reduzir os embates com iraquianos, na esperança de que um período de relativa tranqüilidade possa emergir na véspera da entrega da soberania do país ao governo interino em 30 de junho.
Essa estratégia pode levar a novas combinações de forças de segurança no Iraque, com alinhamentos mais complexos do que a coalizão imaginava inicialmente. A coalizão pode não ter alternativa senão aceitar esses alinhamentos.
Mas se a política para o Iraque não funcionar e a entrega da soberania se tornar apenas um gesto simbólico, a estratégia terá que ser a redução de tropas no Iraque e, eventualmente, até a retirada total.
O problema com o plano atual para o Iraque é que não existe uma data para as tropas estrangeiras deixarem o país. Não há uma estratégia clara de retirada.
Todas as decisões estão em aberto para a série de três governos iraquianos que vai assumir o país nos próximos 18 meses:
- governo interino indicado para assumir em 30 de junho;
- governo de transição a ser escolhido por uma Assembléia Nacional em janeiro de 2005;
- governo propriamente eleito no começo de 2006.
Como o governo interino ficará engessado por ter sido indicado pela coalizão, as eleições da Assembléia Nacional em janeiro podem ser atrapalhadas por esse assunto. Assim, o governo de transição, ao assumir, já deve exigir uma data para a retirada de tropas estrangeiras do Iraque.
Mas mesmo o governo interino pode provocar tumultos já em junho, especialmente se seus integrantes se tornarem líderes políticos, em vez dos tecnocratas defendidos pelo enviado da ONU, Lakhdar Brahimi, que está coordenando os esforços para estabelecer um regime no Iraque.
Desespero doméstico
Um novo fator também está influenciando o cenário na região: a oposição cada vez maior nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha à ocupação.
Esse sentimento tem sido alimentado pelo nojo e pelo desespero causados pelas imagens de maus tratos a prisioneiros iraquianos, e, agora, pela decapitação de um civil americano. Uma das principais lições do Vietnã é que uma guerra pode ser perdida tanto internamente como no campo de batalha.
Também existe outro assunto. Acredita-se que o governo britânico possa romper com os estrategistas de Washington e exigir mudanças.
Enquanto isso, a coalizão está tentando desenvolver um plano interino para reduzir a tensão. Isso ficou evidente em Fallujah, onde, apesar de afirmações da coalizão de que "combatentes estrangeiros e terroristas" seriam derrotados, a cidade foi entregue a uma nova força de antigos soldados iraquianos.
Agora, o general Martin Dempsey, comandante da 1ª Divisão Armada, diz que essa fórmula pode ser experimentada em outras cidades.
"Nós vamos tentar esse modelo em qualquer lugar que eu estiver comandando, e acredito que vocês vão ver iniciativas semelhantes pelo Iraque", disse Dempsey.
Isso também ficou claro no episódio do clérigo xiita Moqtada al Sadr. O general Dempsey chegou até a afirmar que ele pode entregar os assuntos de segurança na cidade santa de Najaf, onde Al Sadr está baseado, a tropas locais. Essas tropas incluem integrantes da milícia de Al Sadr. Isso seria, de fato, uma mudança significativa na estratégia americana.
Um oficial britânico com experiência nos assuntos iraquianos disse esta semana: "A estratégia é fazer com que iraquianos isolem Moqtada al Sadr, através de líderes religiosos, governadores, conselhos provincianos e polícia." Trata-se de uma grande mudança em relação a política anterior, que era prender o clérigo.
No entanto, a última estratégia não exclui ações militares esporádicas contra a milícia de Al Sadr, onde for necessário, como já ocorreu em várias cidades. O Exército britânico teve que agir recentemente na cidade de Amara.
"A coalizão precisa escolher o momento adequado e as táticas certas para neutralizar essas pessoas", diz o oficial. Os americanos vêm atacando as milícias de Al Sadr em Karbala.
A coalizão está se curvando a uma nova realidade no Iraque. Ela não consegue impor sua vontade e esse fato já é aceito por oficiais com experiência no campo de batalha.
Em uma admirável série de entrevistas ao "The Washington Post", importantes autoridades do Exército americano expressaram abertamente dúvidas sobre se os Estados Unidos conseguirão vencer no Iraque.
O general Charles Swannack, comandante da 82ª Divisão Aérea, que esteve no oeste do Iraque no ano passado, disse que taticamente os Estados Unidos estão vencendo. Mas ao ser questionado sobre uma derrota "geral" americana, ele afirmou: "Acho que, estrategicamente, estamos perdendo."
O coronel Paul Hughes, primeiro diretor de planejamento estratégico no Iraque após a guerra, cujo irmão morreu no Vietnã, disse: "Aqui estou eu, 30 anos depois, pensando que vamos vencer todas as batalhas, mas que vamos perder a guerra, porque não compreendemos a guerra na qual estamos."
Fonte: BBC via Folha Online
Abraços
PAUL REYNOLDS
da BBC, em Londres
A não ser que a situação se estabilize no Iraque logo, estrategistas americanos e britânicos terão de começar a pensar em um plano de retirada.
As forças da coalizão já estão tentando reduzir os embates com iraquianos, na esperança de que um período de relativa tranqüilidade possa emergir na véspera da entrega da soberania do país ao governo interino em 30 de junho.
Essa estratégia pode levar a novas combinações de forças de segurança no Iraque, com alinhamentos mais complexos do que a coalizão imaginava inicialmente. A coalizão pode não ter alternativa senão aceitar esses alinhamentos.
Mas se a política para o Iraque não funcionar e a entrega da soberania se tornar apenas um gesto simbólico, a estratégia terá que ser a redução de tropas no Iraque e, eventualmente, até a retirada total.
O problema com o plano atual para o Iraque é que não existe uma data para as tropas estrangeiras deixarem o país. Não há uma estratégia clara de retirada.
Todas as decisões estão em aberto para a série de três governos iraquianos que vai assumir o país nos próximos 18 meses:
- governo interino indicado para assumir em 30 de junho;
- governo de transição a ser escolhido por uma Assembléia Nacional em janeiro de 2005;
- governo propriamente eleito no começo de 2006.
Como o governo interino ficará engessado por ter sido indicado pela coalizão, as eleições da Assembléia Nacional em janeiro podem ser atrapalhadas por esse assunto. Assim, o governo de transição, ao assumir, já deve exigir uma data para a retirada de tropas estrangeiras do Iraque.
Mas mesmo o governo interino pode provocar tumultos já em junho, especialmente se seus integrantes se tornarem líderes políticos, em vez dos tecnocratas defendidos pelo enviado da ONU, Lakhdar Brahimi, que está coordenando os esforços para estabelecer um regime no Iraque.
Desespero doméstico
Um novo fator também está influenciando o cenário na região: a oposição cada vez maior nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha à ocupação.
Esse sentimento tem sido alimentado pelo nojo e pelo desespero causados pelas imagens de maus tratos a prisioneiros iraquianos, e, agora, pela decapitação de um civil americano. Uma das principais lições do Vietnã é que uma guerra pode ser perdida tanto internamente como no campo de batalha.
Também existe outro assunto. Acredita-se que o governo britânico possa romper com os estrategistas de Washington e exigir mudanças.
Enquanto isso, a coalizão está tentando desenvolver um plano interino para reduzir a tensão. Isso ficou evidente em Fallujah, onde, apesar de afirmações da coalizão de que "combatentes estrangeiros e terroristas" seriam derrotados, a cidade foi entregue a uma nova força de antigos soldados iraquianos.
Agora, o general Martin Dempsey, comandante da 1ª Divisão Armada, diz que essa fórmula pode ser experimentada em outras cidades.
"Nós vamos tentar esse modelo em qualquer lugar que eu estiver comandando, e acredito que vocês vão ver iniciativas semelhantes pelo Iraque", disse Dempsey.
Isso também ficou claro no episódio do clérigo xiita Moqtada al Sadr. O general Dempsey chegou até a afirmar que ele pode entregar os assuntos de segurança na cidade santa de Najaf, onde Al Sadr está baseado, a tropas locais. Essas tropas incluem integrantes da milícia de Al Sadr. Isso seria, de fato, uma mudança significativa na estratégia americana.
Um oficial britânico com experiência nos assuntos iraquianos disse esta semana: "A estratégia é fazer com que iraquianos isolem Moqtada al Sadr, através de líderes religiosos, governadores, conselhos provincianos e polícia." Trata-se de uma grande mudança em relação a política anterior, que era prender o clérigo.
No entanto, a última estratégia não exclui ações militares esporádicas contra a milícia de Al Sadr, onde for necessário, como já ocorreu em várias cidades. O Exército britânico teve que agir recentemente na cidade de Amara.
"A coalizão precisa escolher o momento adequado e as táticas certas para neutralizar essas pessoas", diz o oficial. Os americanos vêm atacando as milícias de Al Sadr em Karbala.
A coalizão está se curvando a uma nova realidade no Iraque. Ela não consegue impor sua vontade e esse fato já é aceito por oficiais com experiência no campo de batalha.
Em uma admirável série de entrevistas ao "The Washington Post", importantes autoridades do Exército americano expressaram abertamente dúvidas sobre se os Estados Unidos conseguirão vencer no Iraque.
O general Charles Swannack, comandante da 82ª Divisão Aérea, que esteve no oeste do Iraque no ano passado, disse que taticamente os Estados Unidos estão vencendo. Mas ao ser questionado sobre uma derrota "geral" americana, ele afirmou: "Acho que, estrategicamente, estamos perdendo."
O coronel Paul Hughes, primeiro diretor de planejamento estratégico no Iraque após a guerra, cujo irmão morreu no Vietnã, disse: "Aqui estou eu, 30 anos depois, pensando que vamos vencer todas as batalhas, mas que vamos perder a guerra, porque não compreendemos a guerra na qual estamos."
Fonte: BBC via Folha Online
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COMO WASHINGTON DESTRUIU A OPAQ
O Globo, 26/05/2004
É preciso lembrar que, há exatamente dois anos (abril de 2002), os Estados Unidos convocavam uma conferência extraordinária dos países membros da Organização de Proibição de Armas Químicas (OPAQ) para votar uma inédita e alarmante proposta: afastar o diretor-geral da organização, o brasileiro José Maurício Bustani. A proposta surpreendia porque a gestão de Bustani, fundador da OPAQ, vinha sendo avaliada como excelente, tanto que ele acabara de ser reeleito para um segundo mandato por aclamação e com voto favorável do governo Clinton. De uma hora para outra, o governo Bush acusava José Muarício Bustani de “má gestão” e ameaçava, em alto e bom som, não pagar sua enorme dívida com a OPAQ caso Bustani permanecesse — o que levaria à asfixia da organização.
Washington conseguiu, assim, obter 48 votos a favor da saída de Bustani, mas não impediu que 43 países se abstivessem e sete votassem contra. A proposta só foi aprovada por força de uma regra muito bizarra que exclui as abstenções do cômputo da votação. Quando Bustani caiu, eu decidi pedir demissão da OPAQ: para mim, os EUA haviam destruído a capacidade de aquela organização realizar — com a independência e imparcialidade que dela se esperam — o seu nobre trabalho.
Estava claro, contudo, que os mais de cem países membros da OPAQ não haviam compreendido bem as motivações dos EUA, nem as implicações da decisão que haviam sido coagidos a tomar.
Hoje, contudo, com o benefício da retrospectiva dos acontecimentos nos últimos dois anos, fica mais fácil compreender a agressividade dos EUA contra Bustani. Está claro que, em abril de 2002, os EUA estavam decididos a lançar-se, com ou sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, numa guerra “preventiva” contra o Iraque sob a justificativa de que o país possuía armas químicas e poderiam ser repassadas para terroristas. Caso tivessem prosseguido, os esforços diplomáticos de Bustani no sentido de convencer o Iraque (como o fizeram com dezenas de outros países) a aderir à OPAQ teriam prejudicado o argumento que os EUA queriam explorar para justificar a guerra. Tivesse entrado para a OPAQ, o Iraque teria podido comprovar sua situação de forma pacífica e destruído, sob a supervisão de Bustani, eventuais arsenais proibidos. O mundo seria hoje mais pacífico.
Quais as conseqüências da queda de Bustani? Washington não apenas removeu da chefia da OPAQ um grande diplomata de carreira do Brasil, mas também quebrou a espinha dorsal da organização, impondo sobre ela sua vontade política, inclusive o sucessor de Bustani, por meio de um inescrupuloso jogo de poder. Hoje, caso os EUA requeiram à organização que faça uma “inspeção surpresa” no território de um outro país, alguém pode realmente confiar na imparcialidade da OPAQ? E se o Irã, que os EUA incluem no “Eixo do Mal”, pedisse à organização uma inspeção surpresa no território americano, quem conseguiria acreditar em sua capacidade de fazer um trabalho independente? Lamentavelmente, está hoje claro que a Opaq perdeu sua independência e imparcialidade.
Uma outra razão para nos lembrarmos do ex-diretor-geral da OPAQ foi a sentença adotada pelo Tribunal Administrativo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra em julho de 2003, ao cabo de processo movido por ele contra a OPAQ. Bustani, que não pretendeu ser reconduzido ao cargo, questionou a legalidade de sua demissão com vistas a evitar que se criasse a partir dela um precedente para as organizações internacionais em geral. Os juízes da OIT posicionaram-se claramente em favor de Bustani: comprovada a ausência do “devido processo legal”, a falta de base das acusações e a ilegalidade da interrupção de seu contrato de trabalho de prazo determinado, entre outros, declararam “nula” e “ilegal” a decisão da OPAQ, condenando a OPAQ a pagar indenizações por danos materiais e morais.
Mais do que isso, o tribunal foi claro quanto à ilegalidade do precedente do caso da OPAQ, afirmando que “a independência dos funcionários de organizações internacionais é uma garantia necessária não apenas para eles próprios mas também para o funcionamento adequado das organizações” e advertindo que, se os altos dirigentes de organismos internacionais pudessem ser demitidos à discrição da autoridade empregada, se criaria uma “inaceitável violação dos princípios sobre os quais são fundadas as organizações internacionais”.
Por pressão dos EUA, a OPAQ até hoje não executou a sentença, buscando negociar um acordo com Bustani. O ex-diretor-geral já rejeitou essa negociata, por entender tratar-se de uma atitude de descaso com um julgamento final e inapelável de um alto tribunal internacional, cuja autoridade a OPAQ deveria também respeitar.
Tem-se discutido muito sobre o futuro incerto das Nações Unidas e sobre a necessidade de se reformar aquela organização. No entanto, é preciso também falar sobre a importância do caso Bustani: o multilateralismo e as organizações internacionais não podem ser postos a serviço dos mais poderosos. Será que interessa ao mundo que líderes como o secretário-geral das Nações Unidas ou o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio se subordinem apenas aos Estados mais poderosos? Não podemos permitir que a roda da História dê marcha a ré, sob risco de, em vez de fazermos a ONU progredir, comprometermos a respeitabilidade de que ainda desfruta. É preciso preservar a integridade e a independência das organizações internacionais. É preciso se lembrar de José Mauricio Bustani.
BOB RIGG é representante da Nova Zelândia no Comitê Consultivo de Desarmamento e ex-funcionário da Organização de Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
O Globo, 26/05/2004
É preciso lembrar que, há exatamente dois anos (abril de 2002), os Estados Unidos convocavam uma conferência extraordinária dos países membros da Organização de Proibição de Armas Químicas (OPAQ) para votar uma inédita e alarmante proposta: afastar o diretor-geral da organização, o brasileiro José Maurício Bustani. A proposta surpreendia porque a gestão de Bustani, fundador da OPAQ, vinha sendo avaliada como excelente, tanto que ele acabara de ser reeleito para um segundo mandato por aclamação e com voto favorável do governo Clinton. De uma hora para outra, o governo Bush acusava José Muarício Bustani de “má gestão” e ameaçava, em alto e bom som, não pagar sua enorme dívida com a OPAQ caso Bustani permanecesse — o que levaria à asfixia da organização.
Washington conseguiu, assim, obter 48 votos a favor da saída de Bustani, mas não impediu que 43 países se abstivessem e sete votassem contra. A proposta só foi aprovada por força de uma regra muito bizarra que exclui as abstenções do cômputo da votação. Quando Bustani caiu, eu decidi pedir demissão da OPAQ: para mim, os EUA haviam destruído a capacidade de aquela organização realizar — com a independência e imparcialidade que dela se esperam — o seu nobre trabalho.
Estava claro, contudo, que os mais de cem países membros da OPAQ não haviam compreendido bem as motivações dos EUA, nem as implicações da decisão que haviam sido coagidos a tomar.
Hoje, contudo, com o benefício da retrospectiva dos acontecimentos nos últimos dois anos, fica mais fácil compreender a agressividade dos EUA contra Bustani. Está claro que, em abril de 2002, os EUA estavam decididos a lançar-se, com ou sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, numa guerra “preventiva” contra o Iraque sob a justificativa de que o país possuía armas químicas e poderiam ser repassadas para terroristas. Caso tivessem prosseguido, os esforços diplomáticos de Bustani no sentido de convencer o Iraque (como o fizeram com dezenas de outros países) a aderir à OPAQ teriam prejudicado o argumento que os EUA queriam explorar para justificar a guerra. Tivesse entrado para a OPAQ, o Iraque teria podido comprovar sua situação de forma pacífica e destruído, sob a supervisão de Bustani, eventuais arsenais proibidos. O mundo seria hoje mais pacífico.
Quais as conseqüências da queda de Bustani? Washington não apenas removeu da chefia da OPAQ um grande diplomata de carreira do Brasil, mas também quebrou a espinha dorsal da organização, impondo sobre ela sua vontade política, inclusive o sucessor de Bustani, por meio de um inescrupuloso jogo de poder. Hoje, caso os EUA requeiram à organização que faça uma “inspeção surpresa” no território de um outro país, alguém pode realmente confiar na imparcialidade da OPAQ? E se o Irã, que os EUA incluem no “Eixo do Mal”, pedisse à organização uma inspeção surpresa no território americano, quem conseguiria acreditar em sua capacidade de fazer um trabalho independente? Lamentavelmente, está hoje claro que a Opaq perdeu sua independência e imparcialidade.
Uma outra razão para nos lembrarmos do ex-diretor-geral da OPAQ foi a sentença adotada pelo Tribunal Administrativo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra em julho de 2003, ao cabo de processo movido por ele contra a OPAQ. Bustani, que não pretendeu ser reconduzido ao cargo, questionou a legalidade de sua demissão com vistas a evitar que se criasse a partir dela um precedente para as organizações internacionais em geral. Os juízes da OIT posicionaram-se claramente em favor de Bustani: comprovada a ausência do “devido processo legal”, a falta de base das acusações e a ilegalidade da interrupção de seu contrato de trabalho de prazo determinado, entre outros, declararam “nula” e “ilegal” a decisão da OPAQ, condenando a OPAQ a pagar indenizações por danos materiais e morais.
Mais do que isso, o tribunal foi claro quanto à ilegalidade do precedente do caso da OPAQ, afirmando que “a independência dos funcionários de organizações internacionais é uma garantia necessária não apenas para eles próprios mas também para o funcionamento adequado das organizações” e advertindo que, se os altos dirigentes de organismos internacionais pudessem ser demitidos à discrição da autoridade empregada, se criaria uma “inaceitável violação dos princípios sobre os quais são fundadas as organizações internacionais”.
Por pressão dos EUA, a OPAQ até hoje não executou a sentença, buscando negociar um acordo com Bustani. O ex-diretor-geral já rejeitou essa negociata, por entender tratar-se de uma atitude de descaso com um julgamento final e inapelável de um alto tribunal internacional, cuja autoridade a OPAQ deveria também respeitar.
Tem-se discutido muito sobre o futuro incerto das Nações Unidas e sobre a necessidade de se reformar aquela organização. No entanto, é preciso também falar sobre a importância do caso Bustani: o multilateralismo e as organizações internacionais não podem ser postos a serviço dos mais poderosos. Será que interessa ao mundo que líderes como o secretário-geral das Nações Unidas ou o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio se subordinem apenas aos Estados mais poderosos? Não podemos permitir que a roda da História dê marcha a ré, sob risco de, em vez de fazermos a ONU progredir, comprometermos a respeitabilidade de que ainda desfruta. É preciso preservar a integridade e a independência das organizações internacionais. É preciso se lembrar de José Mauricio Bustani.
BOB RIGG é representante da Nova Zelândia no Comitê Consultivo de Desarmamento e ex-funcionário da Organização de Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
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DIA DAS CONSEQÜÊNCIAS.
Pelo Coronel (reformado) David H. Hackworth, Exército dos Estados Unidos.
Essa última semana do Dia do Memorial - a data que a nossa nação relembra e honra os caídos e aqueles que a serviram - viu mais do que a usual colocação de coroas, agitar de bandeiras e discursos patrióticos, incluindo o uso pelo presidente do prestigioso Colégio de Guerra do Exército como um esplêndido púlpito do qual ele nos informou que, finalmente, tem um plano para botar o Iraque nos eixos.
Mas poucos americanos fizeram uma pausa entre seus churrascos e outros eventos do Dia do Memorial para perguntar se todos os conflitos de nosso país foram dignos do sofrimento. Poucos questionaram se a guerra no Iraque causou impactos de verdade na al-Qaeda - os autores reais do 11 de Setembro e o perigo primordial, claro e presente desse país - ou se ela é crítica para nossa defesa nacional.
E menos ainda desafiaram nossos líderes sobre por quê, após 14 meses de derramamento de sangue, ainda estamos apanhando no Iraque. Afinal de contas, anteriormente foram esses mesmos torcedores que incansavelmente proclamaram que a libertação seria rápida e fácil, e nossas forças seriam recepcionadas de braços abertos.
Talvez nós não exijamos mais prestação de contas porque estamos receosos de ser tachados de antipatriotas por não apoiar as tropas ou nossos líderes de guerra - que continuam prometendo que estão próximos de vencer o que aparenta ser uma guerra sem perspectiva de vitória.
Talvez mudando o Dia do Memorial para o Dia das Conseqüências iria se forjar um pensamento mais profundo, mais baseado na realidade e mais debate público antes que novamente permitíssemos que os cães da guerra fossem libertados. Devido a um falso ataque do Golfo de Tonquim - que Lyndon Johnson usou para nos atolar no Vietnam - ou devido à igualmente forjada conexão entre armas de destruição em massa e os terroristas do 11 de Setembro que George W. Bush usou para apresentar seu caso contra Saddam e afundar nossa nação nas traiçoeiras areias movediças iraquianas.
Da Guerra Revolucionária até o presente pesadelo no Iraque, 1.200.000 soldados, marinheiros, aviadores e fuzileiros foram mortos. Dezenas de milhões mais foram marcados com cicatrizes indeléveis da guerra - físicas e psicológicas - que eles foram condenados a carregar para a sepultura. Ex-combatentes que viram ação e desejam retornar para o segundo tempo são aves raras, e é difícil achar um ex-combatente que seja um "falcão". Aqueles que viram o dragão conhecem muito bem o desperdício, a estupidez e o absoluto horror da guerra.
Os Estados Unidos travaram 11 grandes guerras. A vasta maioria desses conflitos não teriam ocorrido se nossos políticos tivessem feito seu dever com diligência, empregado coragem moral e não fossem arrastados por razões espúrias para o derramamento de sangue. Certamente nossa história demonstra a extrema cautela que devemos exercer antes de empregar a sempre repulsiva, sempre custosa solução militar.
"A arte da guerra é de vital importância para o estado," escreveu Sun Tzu, 2.500 anos atrás. "Ela é uma questão de vida ou morte, uma estrada ou para a segurança ou para a ruína. Eis por quê, sob nenhuma circunstância ela pode ser negligenciada." Esse homem sábio também salientou, "Em toda a história, não há caso de país que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada."
A maioria de nossas guerras tem sido custosas e prolongadas. Muitas tem dividido amargamente a nação. E previsivelmente, poucos dos incentivadores de guerras na Casa Branca ou no Congresso lutaram ou, ao menos serviram na ativa. Isso é particularmente verdade com os "falcões-galinhas" responsáveis por nossa última e possivelmente mais catastrófica aventura - e apenas tente nomear algum dos filhos deles atualmente servindo no Iraque, aterrorizados pelo perigo de uma bala ou da explosão de uma mina.
Quando o Vice-Secretário de Defesa Paul Wolfowitz, um dos principais arquitetos da Guerra do Iraque, foi recentemente solicitado a citar o número de americanos mortos até o momento, ele estava tão por fora que errou por centenas - mesmo se antes do Dia-D ele pudesse dar dezenas de razões precisamente calibradas sobre por quê a mudança do regime no Iraque era uma necessidade absoluta.
Mas para Celeste Zappala, a morte de seu garoto, Sargento Sherwood Baker, não é uma abstração que pode ser esquecida facilmente: "A explosão que matou meu filho em Bagdá irá permanecer em nossas vidas para sempre. Sherwood deu a total medida de sua responsabilidade como um cidadão americano cumprindo seu dever em nome de uma administração que o traiu."
Talvez as mães da América devessem formar um Comitê de Conseqüências para aprovar questões sobre a guerra e a paz. Claramente a decisão de ir à guerra é de longe, importante demais para ser deixada para nossos míopes e interesseiros políticos e carreiristas do Pentágono.
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O Coronel Hackworth é um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (onde serviu como marinheiro mercante, aos quinze anos de idade); da Guerra da Coréia (onde foi promovido de praça à oficial por valentia no campo de batalha) e da Guerra do Vietnam (onde se tornou o mais jovem coronel do Exército). Nessa guerra, comandou um dos mais bem sucedidos batalhões de infantaria, especializado em táticas anti-guerrilha.
Foi o único oficial superior americano a se pronunciar contra a guerra, em uma entrevista na televisão. Por isso, foi reformado em 1971. É um dos mais condecorados militares da história dos Estados Unidos, recebendo por duas vezes, a Cruz por Serviços Distintos e nove Estrelas de Prata, entre muitas outras condecorações por bravura em combate.
Pelo Coronel (reformado) David H. Hackworth, Exército dos Estados Unidos.
Essa última semana do Dia do Memorial - a data que a nossa nação relembra e honra os caídos e aqueles que a serviram - viu mais do que a usual colocação de coroas, agitar de bandeiras e discursos patrióticos, incluindo o uso pelo presidente do prestigioso Colégio de Guerra do Exército como um esplêndido púlpito do qual ele nos informou que, finalmente, tem um plano para botar o Iraque nos eixos.
Mas poucos americanos fizeram uma pausa entre seus churrascos e outros eventos do Dia do Memorial para perguntar se todos os conflitos de nosso país foram dignos do sofrimento. Poucos questionaram se a guerra no Iraque causou impactos de verdade na al-Qaeda - os autores reais do 11 de Setembro e o perigo primordial, claro e presente desse país - ou se ela é crítica para nossa defesa nacional.
E menos ainda desafiaram nossos líderes sobre por quê, após 14 meses de derramamento de sangue, ainda estamos apanhando no Iraque. Afinal de contas, anteriormente foram esses mesmos torcedores que incansavelmente proclamaram que a libertação seria rápida e fácil, e nossas forças seriam recepcionadas de braços abertos.
Talvez nós não exijamos mais prestação de contas porque estamos receosos de ser tachados de antipatriotas por não apoiar as tropas ou nossos líderes de guerra - que continuam prometendo que estão próximos de vencer o que aparenta ser uma guerra sem perspectiva de vitória.
Talvez mudando o Dia do Memorial para o Dia das Conseqüências iria se forjar um pensamento mais profundo, mais baseado na realidade e mais debate público antes que novamente permitíssemos que os cães da guerra fossem libertados. Devido a um falso ataque do Golfo de Tonquim - que Lyndon Johnson usou para nos atolar no Vietnam - ou devido à igualmente forjada conexão entre armas de destruição em massa e os terroristas do 11 de Setembro que George W. Bush usou para apresentar seu caso contra Saddam e afundar nossa nação nas traiçoeiras areias movediças iraquianas.
Da Guerra Revolucionária até o presente pesadelo no Iraque, 1.200.000 soldados, marinheiros, aviadores e fuzileiros foram mortos. Dezenas de milhões mais foram marcados com cicatrizes indeléveis da guerra - físicas e psicológicas - que eles foram condenados a carregar para a sepultura. Ex-combatentes que viram ação e desejam retornar para o segundo tempo são aves raras, e é difícil achar um ex-combatente que seja um "falcão". Aqueles que viram o dragão conhecem muito bem o desperdício, a estupidez e o absoluto horror da guerra.
Os Estados Unidos travaram 11 grandes guerras. A vasta maioria desses conflitos não teriam ocorrido se nossos políticos tivessem feito seu dever com diligência, empregado coragem moral e não fossem arrastados por razões espúrias para o derramamento de sangue. Certamente nossa história demonstra a extrema cautela que devemos exercer antes de empregar a sempre repulsiva, sempre custosa solução militar.
"A arte da guerra é de vital importância para o estado," escreveu Sun Tzu, 2.500 anos atrás. "Ela é uma questão de vida ou morte, uma estrada ou para a segurança ou para a ruína. Eis por quê, sob nenhuma circunstância ela pode ser negligenciada." Esse homem sábio também salientou, "Em toda a história, não há caso de país que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada."
A maioria de nossas guerras tem sido custosas e prolongadas. Muitas tem dividido amargamente a nação. E previsivelmente, poucos dos incentivadores de guerras na Casa Branca ou no Congresso lutaram ou, ao menos serviram na ativa. Isso é particularmente verdade com os "falcões-galinhas" responsáveis por nossa última e possivelmente mais catastrófica aventura - e apenas tente nomear algum dos filhos deles atualmente servindo no Iraque, aterrorizados pelo perigo de uma bala ou da explosão de uma mina.
Quando o Vice-Secretário de Defesa Paul Wolfowitz, um dos principais arquitetos da Guerra do Iraque, foi recentemente solicitado a citar o número de americanos mortos até o momento, ele estava tão por fora que errou por centenas - mesmo se antes do Dia-D ele pudesse dar dezenas de razões precisamente calibradas sobre por quê a mudança do regime no Iraque era uma necessidade absoluta.
Mas para Celeste Zappala, a morte de seu garoto, Sargento Sherwood Baker, não é uma abstração que pode ser esquecida facilmente: "A explosão que matou meu filho em Bagdá irá permanecer em nossas vidas para sempre. Sherwood deu a total medida de sua responsabilidade como um cidadão americano cumprindo seu dever em nome de uma administração que o traiu."
Talvez as mães da América devessem formar um Comitê de Conseqüências para aprovar questões sobre a guerra e a paz. Claramente a decisão de ir à guerra é de longe, importante demais para ser deixada para nossos míopes e interesseiros políticos e carreiristas do Pentágono.
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O Coronel Hackworth é um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (onde serviu como marinheiro mercante, aos quinze anos de idade); da Guerra da Coréia (onde foi promovido de praça à oficial por valentia no campo de batalha) e da Guerra do Vietnam (onde se tornou o mais jovem coronel do Exército). Nessa guerra, comandou um dos mais bem sucedidos batalhões de infantaria, especializado em táticas anti-guerrilha.
Foi o único oficial superior americano a se pronunciar contra a guerra, em uma entrevista na televisão. Por isso, foi reformado em 1971. É um dos mais condecorados militares da história dos Estados Unidos, recebendo por duas vezes, a Cruz por Serviços Distintos e nove Estrelas de Prata, entre muitas outras condecorações por bravura em combate.
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Carro-bomba mata nove em frente a base dos EUA no Iraque
06/06 - 12:33
Reuters
TAJI - Guerrilheiros detonaram um carro-bomba na frente de uma base iraquiana e norte-americana ao norte de Bagdá no domingo, matando nove pessoas e ferindo dezenas, no momento em que se intensificam os ataques antes do encerramento formal da ocupação liderada pelos Estados Unidos, em 30 de junho.
Washington, que pressiona por uma nova resolução da ONU sobre o futuro do Iraque, disse estar confiante em relação ao avanço do tema na sessão especial do Conselho de Segurança ainda neste domingo.
A menos de quatro semanas da entrega do poder, Bagdá vem passando por um aumento dos ataques letais nos últimos dias. Fontes médicas disseram que pelo menos nove iraquianos morreram e 61 ficaram feridos na explosão em Taji.
O major dos EUA Andreas Dekunpfy disse à Reuters em Taji que foi usado um carro-bomba, mas não ficou claro se o ataque foi suicida.
Poland anunciou que quatro guardas de segurança civis --dois poloneses e dois prováveis norte-americanos-- morreram em um ataque contra o comboio em que viajavam no sábado.
"Os restos de quatro pessoas foram levados para um necrotério em Bagdá a partir do local do ataque. Suspeitamos que os dois outros sejam de civis norte-americanos", disse Grzegorz Szczesniak, do Ministério do Exterior polonês.
O comboio foi atacado na estrada para o aeroporto, em emboscada que deixou dois veículos incendiados. Os homens trabalhavam para a Blackwater, empresa com base nos EUA que empregava os quatro guardas norte-americanos mortos em Falluja em março e que tiveram os corpos mutilados pela multidão, em incidente que provocou um cerco sangrento da cidade por fuzileiros navais dos EUA.
Também no sábado, dois soldados foram mortos e dois feridos por uma bomba que explodiu perto de seu comboio na região nordeste de Bagdá. Na sexta-feira, guerrilheiros mataram cinco soldados na mesma região.
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Blair admite que pode ser afetado pelo Iraque em eleições
06/06 - 11:28
Reuters
LONDRES - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, admitiu no domingo que o Iraque provavelmente será um tema que o prejudicará nas eleições nesta semana, mas exortou os britânicos a se concentrarem nas escolas, hospitais e na economia quando votarem.
Blair disse que está animado para liderar seu Partido Trabalhista à vitória na próxima eleição geral --esperada para maio ou junho de 2005--, afirmando: "há um cargo com trabalho a ser feito e eu quero ver isso acontecer".
As eleições para o Parlamento Europeu, prefeito de Londres e conselhos locais galeses e ingleses nesta semana, conhecidas como "super quinta-feira", representam o maior teste eleitoral para Blair antes da eleição geral.
Analistas esperam que o Partido Trabalhista sofra uma derrota média, principalmente após a queda de seus índices de aprovação em consequência da guerra no Iraque.
"Eu sei que foi um tema decisivo. Sei que há algumas pessoas que discordam completamente da decisão", disse ele à rádio BBC, ao ser questionado sobre a decisão de ir à guerra no Iraque.
"Mas eu peço simplesmente para as pessoas pelo menos respeitarem o fato de a decisão ter sido... muito dura e se fossemos capazes... de tornar o país melhor, então os próprios iraquianos estarão em posição de ser uma força pela estabilidade naquela região e, meu Deus, nós precisamos disso."
Determinado a levar os eleitores a se concentrarem na agenda doméstica, Blair falou sobre o que descreveu como "realizações tremendas" de seu governo em sete anos de poder.
Os britânicos estão testemunhando estabilidade econômica a longo prazo, crescimento, queda do desemprego para níveis mais baixos em 30 anos e mais verbas para escolas, hospitais e policiamento, disse.
"Eu realmente sinto, pela primeira vez, que o programa de reforma e investimento que o governo introduziu está funcionando e entregando resultados para o povo."
Pesquisa publicada no domingo mostrou que Blair ganharia com facilidade um terceiro mandato como primeiro-ministro, apesar dos problemas com o Iraque. Mas sua maioria na Câmara dos Comuns seria reduzida em cerca de um terço, para 107.
A pesquisa, conduzida pela ICM, também disse que os trabalhistas teriam um resultado muito melhor na próxima eleição se Blair entregasse a liderança do partido para o seu ministro das Finanças, Gordon Brown.
Houve rumores durante anos de que Blair concordaria em entregar o poder a Brown, apesar de o primeiro-ministro repetir que não renunciará em breve.
Abraços
César
06/06 - 12:33
Reuters
TAJI - Guerrilheiros detonaram um carro-bomba na frente de uma base iraquiana e norte-americana ao norte de Bagdá no domingo, matando nove pessoas e ferindo dezenas, no momento em que se intensificam os ataques antes do encerramento formal da ocupação liderada pelos Estados Unidos, em 30 de junho.
Washington, que pressiona por uma nova resolução da ONU sobre o futuro do Iraque, disse estar confiante em relação ao avanço do tema na sessão especial do Conselho de Segurança ainda neste domingo.
A menos de quatro semanas da entrega do poder, Bagdá vem passando por um aumento dos ataques letais nos últimos dias. Fontes médicas disseram que pelo menos nove iraquianos morreram e 61 ficaram feridos na explosão em Taji.
O major dos EUA Andreas Dekunpfy disse à Reuters em Taji que foi usado um carro-bomba, mas não ficou claro se o ataque foi suicida.
Poland anunciou que quatro guardas de segurança civis --dois poloneses e dois prováveis norte-americanos-- morreram em um ataque contra o comboio em que viajavam no sábado.
"Os restos de quatro pessoas foram levados para um necrotério em Bagdá a partir do local do ataque. Suspeitamos que os dois outros sejam de civis norte-americanos", disse Grzegorz Szczesniak, do Ministério do Exterior polonês.
O comboio foi atacado na estrada para o aeroporto, em emboscada que deixou dois veículos incendiados. Os homens trabalhavam para a Blackwater, empresa com base nos EUA que empregava os quatro guardas norte-americanos mortos em Falluja em março e que tiveram os corpos mutilados pela multidão, em incidente que provocou um cerco sangrento da cidade por fuzileiros navais dos EUA.
Também no sábado, dois soldados foram mortos e dois feridos por uma bomba que explodiu perto de seu comboio na região nordeste de Bagdá. Na sexta-feira, guerrilheiros mataram cinco soldados na mesma região.
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Blair admite que pode ser afetado pelo Iraque em eleições
06/06 - 11:28
Reuters
LONDRES - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, admitiu no domingo que o Iraque provavelmente será um tema que o prejudicará nas eleições nesta semana, mas exortou os britânicos a se concentrarem nas escolas, hospitais e na economia quando votarem.
Blair disse que está animado para liderar seu Partido Trabalhista à vitória na próxima eleição geral --esperada para maio ou junho de 2005--, afirmando: "há um cargo com trabalho a ser feito e eu quero ver isso acontecer".
As eleições para o Parlamento Europeu, prefeito de Londres e conselhos locais galeses e ingleses nesta semana, conhecidas como "super quinta-feira", representam o maior teste eleitoral para Blair antes da eleição geral.
Analistas esperam que o Partido Trabalhista sofra uma derrota média, principalmente após a queda de seus índices de aprovação em consequência da guerra no Iraque.
"Eu sei que foi um tema decisivo. Sei que há algumas pessoas que discordam completamente da decisão", disse ele à rádio BBC, ao ser questionado sobre a decisão de ir à guerra no Iraque.
"Mas eu peço simplesmente para as pessoas pelo menos respeitarem o fato de a decisão ter sido... muito dura e se fossemos capazes... de tornar o país melhor, então os próprios iraquianos estarão em posição de ser uma força pela estabilidade naquela região e, meu Deus, nós precisamos disso."
Determinado a levar os eleitores a se concentrarem na agenda doméstica, Blair falou sobre o que descreveu como "realizações tremendas" de seu governo em sete anos de poder.
Os britânicos estão testemunhando estabilidade econômica a longo prazo, crescimento, queda do desemprego para níveis mais baixos em 30 anos e mais verbas para escolas, hospitais e policiamento, disse.
"Eu realmente sinto, pela primeira vez, que o programa de reforma e investimento que o governo introduziu está funcionando e entregando resultados para o povo."
Pesquisa publicada no domingo mostrou que Blair ganharia com facilidade um terceiro mandato como primeiro-ministro, apesar dos problemas com o Iraque. Mas sua maioria na Câmara dos Comuns seria reduzida em cerca de um terço, para 107.
A pesquisa, conduzida pela ICM, também disse que os trabalhistas teriam um resultado muito melhor na próxima eleição se Blair entregasse a liderança do partido para o seu ministro das Finanças, Gordon Brown.
Houve rumores durante anos de que Blair concordaria em entregar o poder a Brown, apesar de o primeiro-ministro repetir que não renunciará em breve.
Abraços
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- Clermont
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- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Analistas esperam que o Partido Trabalhista sofra uma derrota média, principalmente após a queda de seus índices de aprovação em consequência da guerra no Iraque.
Como diria o Pato Donald: Quac! Quac! Quac!
Os trabalhistas estão sofrendo sua pior derrota da história! E tudo devido à Guerra do Iraque!
Pela primeira vez, um partido que está no governo britânico, fica em terceiro lugar numa votação local!
Bem feito para Tony Blair, o "poddle de Bush"! Tenho mais raiva desse babaca do que do próprio Bush! Tranformou uma nação orgulhosa, como a Grã-Bretanha, numa serviçal desavergonhada dos EUA! Se eu fosse um súdito da Rainha, chutaria a bunda dele!
É questão de tempo para Blair ir fazer companhia à Saddam e a Aznar na fila de desempregados...
E em novembro, será a vez de Bush...
He219 escreveu:A video grab of militiamen loyal to radical Shi'ite cleric Moqtada al-Sadr raising their guns during clashes between American forces in the southern Iraqi city of Najaf, August 5, 2004File photo of a U.S. Marine Bell UH-1 Iroquois helicopter flying near the restive Iraqi city of Falluja, June 12, 2004. A U.S. Marines Iroquois helicopter was shot down near the southern Iraqi city of Najaf August 5, 2004 in fighting between American forces and militiamen loyal to radical Shi'ite cleric Moqtada al-Sadr, the U.S. Army said. Several members of the crew were wounded.A U.S. Marine helicopter is grounded in Najaf Iraq, after being shot down during fighting in the southern Iraqi city in this image taken from TV Thursday Aug. 5, 2004. A U.S. military spokesman said no one was killed in the incidentA US army Apache helicopter flies over Baghdad. Three people were killed and a US helicopter shot down amid heavy fighting between US troops and Shiite Muslim militiamen in Najaf.(Militiamen loyal to Shiite hothead Moqtada Sadr keep watch from a rooftop. Three people were killed and a US helicopter was shot down as US troops battled Shiite Muslim militiamen, while a suicide bombing and shootout outside an Iraqi police station left nine dead.British soldiers take position during clashes in Basra. Militiamen loyal to Shiite Muslim radical hothead leader Moqtada Sadr declared holy war against British forces based in Iraq's main southern city of Basra after four of their comrades were arrested.