VARIG recorre ao govêrno, buscando uma tábua de salvação

Área para discussão de tudo que envolve a aviação civil e atividades aeroespaciais em geral como aeronaves, empresas aéreas, fabricantes, foguetes entre outros.

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Carlos Mathias

#16 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Abr 10, 2006 11:50 am

Conheço bem essa ação da VARIG que está no STF. Todas as grandes companhias tem ações iguais. A Transbrasil recebeu o dela e o resultado está aí. São os chamados ´´esqueletos`` judiciais.


Não, não são todas as grandes que tem esta ação não. Estranhamente, ou talvez nem tão estranhamente, a Transbrasil só recebeu depois de falida e fechada. Ou seja é menos uma concorrente no mercado. Mas péra aí, não se está falando que o mercado isso , o mercado aquilo, que o mercado tem que funcionar... mas se as ações são para diminuir a concorrência, alguém está se beneficiando ao arrepio do mercado... então não é mercado, não é capitalismo, é mutreta... então chega-se a conclusão que no Brasil o capitalismo e a concorrência não são assim uma Brastemp, não é?




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#17 Mensagem por rodrigo » Seg Abr 10, 2006 12:13 pm

Todas as ex-grandes tem, menos a GOL que não é da época. Claro que os valores são bem distintos, sendo que a VARIG é a que pede a maior indenização. A VARIG não vai receber esse dinheiro nunca, e se, e se, e se, um dia vencer no STF, vai ser feito um acordo nos moldes do que foi feito com a finada transbrasil. Mas até lá a VARIG acabou há muito tempo.




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#18 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Abr 10, 2006 3:44 pm

A VARIG já ganhou em TODAS as instâncias, falta receber. Também acho que primeiro vai falir prá depois dizerem que não adianta mais pagar etc, etc, etc.




cebola
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#19 Mensagem por cebola » Seg Abr 10, 2006 8:43 pm

É importante fazer um registro nesse tópico.

Na época do 11/09 a VARIG detinha 88 por cento dos tréfego internacional, gerando divisas para o país. Logo após o ataque as torres gêmeas varias empresas de aéreas de badeira receberam ajuda dos seus respectivos governos.
A VARIG NÃO QUER AJUDA, o que a VARIG quer é que paguem o que lhe devem.
Não tenho dúvidas que a empresa está nessa situação devido a má gestão, acontece que esses gestores(FUNDAÇÃO) já foram afastados e a empresa está num processo de recuperação judicial. O que nós estamos assistindo é mais UMA MARACUTAIA DO GOVERNO LULA.
O prejuízo para o mercado aéreo brasileiro será sentido por alguns anos com a quebra da VARIG.




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#20 Mensagem por rodrigo » Seg Abr 10, 2006 9:43 pm

A VARIG já ganhou em TODAS as instâncias, falta receber.
Não venceu ainda nem no STJ, e ainda falta chegar ao STF.




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#21 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Abr 10, 2006 9:43 pm

A VARIG ainda detém quase 80% do mercado internacional. Logo, quando certos veículos da mídia dizem que não haveria choque no caso de parada da VARIG, estão logicamente dizendo uma mentira, para dizer o mínimo. A empresa gera uma enormidade de divisas anualmente e tem muita gente boa de olho nessa boca. Não haveria melhor coisa para esses que a quebra da empresa e as "outras" assumirem as rotas que foram consolidadas durante 80 anos de trabalho e governos de todo tipo. Agora me digam, que empresa terá condições de adquirir cerca de 40 aviões de grande porte, no mínimo tipo 767? Nenhuma nacional.




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#22 Mensagem por cebola » Ter Abr 11, 2006 8:51 am

Não venceu ainda nem no STJ, e ainda falta chegar ao STF.


Caro Rodrigo, vc está enganado, a VARIG já venceu no STJ, o processo agora está no STF, e é concenso entre todos os juristas que estudaram o caso que ganhará tb naquele tribunal.
Outro coisa importante ressalter é que a Transbrasil recebeu após o julgamente pelo STJ, infelizmente a administração daquele empresa continuou com a mesma cultura e a empresa quebrou mais adiante.
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#23 Mensagem por rodrigo » Ter Abr 11, 2006 11:16 am

Caro Rodrigo, vc está enganado, a VARIG já venceu no STJ, o processo agora está no STF


http://www.stj.gov.br/webstj/Noticias/d ... icia=15154

http://www.stj.gov.br/webstj/Noticias/d ... icia=16067

O número do processo está no fim da página, e pode clicar que ele é um link direto ao andamento do processo.

Outro coisa importante ressalter é que a Transbrasil recebeu após o julgamente pelo STJ, infelizmente a administração daquele empresa continuou com a mesma cultura e a empresa quebrou mais adiante.
A tranbrasil ganhou no STF. O valor da indenização foi de aprox. 1,4 bilhão. O governo criou um grupo de estudo, chefiado pelo então Min. Malan, que determinou o seguinte:
1º - O valor a ser discutido seria 50% do avaliado pelo STF - 700 milhões
2º - todos os débitos com o governo seriam abatidos antes, como previdência e etc
3º - no fim, sobraram 20 milhões, que foram pagos em dinheiro à transbrasil




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#24 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Abr 11, 2006 6:25 pm

Mas, pode-se indagar, a "Lei do Mercado" não é contrária a soluções e medidas dessa natureza?

Não, eis que a "Lei do Mercado" não impediu os Estados Unidos da América - a maior economia de mercado do mundo - de socorrerem as companhias aéreas americanas, "através de uma lei proposta por Bush, aprovada em setembro de 2004, que autorizou US$ 5 bilhões em compensações por perdas relacionadas ao atentado de 11 de setembro - três vezes mais do que os prejuízos reais causados pela paralisação, segundo críticos da medida - e mais US$ 10 bilhões em garantias financeiras" (cf. Antonio Luiz M.C. da Costa, "Políticas de Bem-Estar Corporativo", in Carta Capital, ed. de 08.06.05, ano IX, n. 345 [On-line]).

"Lei do mercado", ademais, que não obstou: (a) o "chanceler alemão, Gerard Schroeder, a elaborar um plano de salvamento de US$ 400 milhões para o grupo de telecomunicações MobilCom, depois que sua controladora francesa, a France Télécom, decidiu não mais investir na parceira alemã; (b) o governo francês a socorrer a France Télécom - talvez a empresa mais endividada do mundo - com US$ 9 bilhões, e (c) o governo inglês a rolar a dívida de US$ 1 bilhão da British Energy´" (mesma fonte).

"Lei do mercado", enfim, que não está infensa, nem pode negar-se a valorar os relevantes interesses públicos e sociais, gerais e coletivos, inerentes e decorrentes da crise de uma "empresa privada de interesse público", como sói ser a Varig, que impõem soluções e medidas de ordem política, tendo em mente e em conta os reflexos sociais que produzirão a curto, médio e longo prazos a sua falência.


Como pode ser visto pelo texto, o Brasil(e alguns brasileiros) quer ser mais capitalista que os maiores capítalistas. O problema da VARIG hoje é político (e mais alguns outros interesses).

A Varig é econômica e financeiramente viável, afirmam a Deloitte Consultores e a Alvarez & Marsal, empresas de renome internacional, reputação ilibada e indiscutível capacidade técnica, opinião manifestada, mais de uma vez, aos doutos juízes que presidem o seu processo de recuperação judicial, desde que, com urgência, haja: (a) um choque de gestão, (b) a repactuação de determinados créditos extraconcursais e (c) a recomposição do capital de giro.

O choque de gestão está em curso, liderado pela Alvarez & Marsal, com a colaboração dos credores, os quais, na assembléia de 05 de abril p.p., decidiram nomear o Banco Brascan administrador e gestor do FIP-Controle. A repactuação de créditos extraconcursais é possível, pois os credores têm dado inequívocas demonstrações do firme propósito de socorrer e salvar a companhia.

A recomposição do capital de giro pode ser obtida através de mútuos e/ou financiamentos do Banco do Brasil e/ou do BNDES, mediante garantia de penhor do Smiles, avaliado, em 11 de outubro de 2005, pela Ernest & Young, em US$ 375.000.000,00.


Até o dito dinheiro a empresa pode arrumar, mas falta só um pouquinho de boa vontade política. Pelo dito acima, é fácil concluir-se que existe interesse em quebrar a companhia, pois que as opções que se colocam têm garantias.

Alguém viu isso aí nos jornais????




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#25 Mensagem por rodrigo » Qua Abr 12, 2006 11:22 am

12/04/2006 | 0:00

Tiazinha

No protesto de funcionários da Varig no Planalto, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) ganhou o apelido de “Tiazinha”: é “baixinha, mascarada e sempre com chicote na mão para bater em quem não segue suas ordens”.

http://www.claudiohumberto.com.br/




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#26 Mensagem por cebola » Qua Abr 12, 2006 6:03 pm

Já que a questão do julgamento do STJ foi alvo de dúvidas segue um link abaixo.

Folha de S.Paulo - Crise no ar: STJ dá à Varig indenização de R$ 2,5 bi; governo recorre - 15/12/2004


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinhei ... 200404.htm




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#27 Mensagem por cebola » Qua Abr 12, 2006 6:05 pm

A propósito, o pagamento para a Transbrasil ocorreu após a decisão do STJ




Carlos Mathias

#28 Mensagem por Carlos Mathias » Qua Abr 12, 2006 6:24 pm

MAs é o que eu estou falando, o dinheiro só vai sair quando a empresa estiver quebrada. Se sair agora resolve, e aí desagrada a quem deu dinheiro na campanha presidencial, quem já investiu muito contando com isso e etc..




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#29 Mensagem por Paisano » Qua Abr 12, 2006 7:13 pm

rodrigo escreveu:12/04/2006 | 0:00

Tiazinha

No protesto de funcionários da Varig no Planalto, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) ganhou o apelido de “Tiazinha”: é “baixinha, mascarada e sempre com chicote na mão para bater em quem não segue suas ordens”.

http://www.claudiohumberto.com.br/


Eu acho que ela está mais para TIAZONA. :roll:




Carlos Mathias

#30 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Abr 13, 2006 6:16 pm

Governo tem responsabilidade pela crise

CARLOS LESSA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Para fins promocionais, lançamos um astronauta ao espaço. Vamos quebrar a Varig? Sua marca é patrimônio brasileiro; tem presença nos aeroportos internacionais. É uma empresa estratégica para integrar o espaço aéreo brasileiro ao espaço-mundo. Seu colapso levará o Brasil a perder o direito de freqüência nos aeroportos do mundo. É líder de cadeia produtiva de empresas.
Dispõe de quadros experientes e competentes. Gera mais de US$ 1 bilhão em serviços aéreos no exterior. A Varig empregava 17 mil pessoas -agora, são apenas 11 mil. Lentamente, vai sendo atrofiada -quer no mercado interno, quer no internacional. Tem sido uma crônica de morte anunciada.
A situação atual da empresa combina a governança historicamente predatória da Fundação Ruben Berta e a complacência de variadas instâncias governamentais. Lula disse que há oito anos ouve falar dos problemas da Varig. Por omissão, é inquestionável a responsabilidade federal com a crise de uma concessionária pública dessa importância.
Até novembro de 2004, no BNDES, buscamos solução. Como é sabido, os recursos do banco pertencem aos trabalhadores brasileiros, donos do FAT. A instituição não tem recursos a fundo perdido e só apoiaria uma Varig saneada. Para tal, fez esforços. Invoco o testemunho da Presidência do Sindicato dos Aeronautas e da Direção da Associação de Pilotos da Varig.
Projetamos uma Varig com US$ 500 milhões a US$ 600 milhões de capital de giro. Operaria "em céu de brigadeiro" e poderia honrar seu passivo desde que repactuado. Acompanhando a BNDESPar, seriam novos acionistas controladores a Infraero, a Petrobras BR e o Banco do Brasil, além dos anteriores. Credores externos, sondados, aceitariam o novo formato e remanejariam seus créditos -bastaria que o governo acenasse com a importância da Varig para o Brasil. Não lhes é brilhante seqüestrar aviões para depositá-los naquele deserto no Arizona. Em simultâneo, o banco considerava imprescindível a definição de uma organização do setor aéreo brasileiro.
Dois problemas impediram que o banco resolvesse a questão: de um lado, a Fundação Ruben Berta resistia a se retirar do comando. De outro, Fazenda e Previdência foram intransigentes no sentido de reduzir e remanejar dívidas. Foram patrimonialmente irresponsáveis, pois, com a quebra da Varig, os créditos viram pó. A Fazenda se dizia impedida pelo acordo com o FMI. A Previdência alegou razões legais. Hoje, a dívida é R$ 7,7 bilhões. À frente do esforço dos funcionários para salvar a empresa, Márcio Marsillac disse: "Se quebrar, não teremos nem presente nem futuro. Não teremos como manter nossos empregos nem como alimentar nossos filhos". Para pagar direitos dos demitidos, concordam que sejam retirados US$ 30 milhões do fundo de pensão. Estão dispostos a concordar com redução de 30% dos salários e corte de 2.900 dos 11 mil funcionários.
Se a complacência das empresas públicas permite à Varig voar, sua omissão impele a progressiva degradação da companhia e posterga a reestruturação. Perdem com a quebra aeroviários e aeronautas; adquirentes de passagens ainda não usadas (25 mil lugares vendidos só para a Copa); quem tenha créditos Smiles (6 milhões de inscritos). O simples anúncio da crise produziu queda de 25% na venda de pacotes com bilhetes Varig.
Na Inglaterra, o governo ultraliberal salvou a Rolls-Royce. Razões: prestígio de qualidade da indústria britânica e o caráter estratégico da tecnologia de produção de turbinas para aviões a jato. No Brasil, Lula e seus ministros disseram: "Não é papel do Estado salvar empresas privadas da falência". Que ninguém duvide do compromisso liberal do presidente Lula.

Carlos Lessa, economista, é professor titular do Instituto de Economia da UFRJ. Foi reitor da UFRJ (2002) e presidente do BNDES.


Intervenção e boa vontade. Agora, nem o nosso próprio dinheiro podemos usar.




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