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Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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César
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#61 Mensagem por César » Qui Abr 15, 2004 11:00 pm

Paisano escreveu::evil: Bandido bom, é bandido morto !!! :evil:


"Época triste a nossa, onde é mais fácil quebrar um átomo que quebrar um preconceito"

Einstein, 1950.




"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

Antoine de Saint-Exupéry
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#62 Mensagem por Spetznaz » Qui Abr 15, 2004 11:29 pm

César.
Nao é apenas questao de preconceito. É uma questao de desrepeito à vida humana, à humanidade e ao mínimo do racional. É a infraçao do mínimo ético e moral do ser humano.
Por mais que eu tente respeitar esse tipo de pensamento, as vezes me escapa alguma coisa. Esse tipo de discussao costuma levantar calorentos debates, e devemos sempre nos segurar. :lol:
Valeu gente.




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"O Lenin dizia que socialismo é igual a ferro mais energia. Hoje é educação mais educação."

Cristovam Buarque
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#63 Mensagem por Paisano » Sex Abr 16, 2004 12:48 am

Prezados César e Spetznaz,

Não é preconceito, é profilaxia. Toda erva daninha deve ser arrancada.

E a pior das ervas daninhas atende pelo nome de traficante de drogas.

Perguntem as famílias que têm algum de seus entes queridos no inferno do vício. Não desejo esse tipo de sofrimento a ninguém.

Respeito a opinião de todos, mas este é o meu pensamento.

Um abraço a todos.




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Vinicius Pimenta
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#64 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Abr 16, 2004 1:26 am

Spetz,

Pelas reaçoes que vc apresentou até agora, entendo eu, que vc nao comemorou a morte daquele "dito" Chefe do Trafico, em confronto com a polícia. Vc comemorou a MORTE dele, dizendo que iria continuar COMEMORANDO a cada bandido que moresse. Em nenhum momento daquelas mensagens disse a palavra confronto ou reaçao. Tanto que no meu texto passado disse que era completamente justificável a morte de um bandido, caso ele reagisse. É uma excludente de antijuridicidade -legitima defesa- e blá blá blá.....


Eu nunca falei em confronto? Na MESMA passagem que você retirou minha frase em que eu dizia que iria comemorar cada morte eu escrevi:

Mas há uma enorme diferença entre matar bandido e inocentes. Comemorei e vou continuar comemorando a morte de bandidos. Acho que você é que está tendo uma atitude diversa da que você sempre falou. Se você acha normal as execuções de inocentes em regimes totalitários, como pode ser contra a morte, disse morte, não execução sem julgamento, de bandidos? O traficante morreu em confronto com a polícia. Antes ele do que um dos nossos policiais! Isso eu vou continuar comemorando.


Sinceramente, vc acha que todos os DITOS bandidos sao mortos dessa forma que vc citou? A polícia nao executa ditos bandidos?


Certamente não. Alguns são executados sim.

A polícia, certamente uma herança da nossa grandiosa ditadura, se delicia com uma grande autonomia arbitrária quanto aos atos praticados contra qq cidadao, seja ele de bem ou nao. Pode saber que grande parte desses ditos bandidos sao EXECUTADOS, torturados, entre outros "ados" pouco dignos.


Isso acontece desde que o mundo é mundo! Pode saber que muitos policiais e pessoas inocentes foram antes executadas pelos mesmos bandidos que estão sendo mortos. Não que eu ache isso bom, eu defendo a pena de morte depois de um julgamento justo. Porém, apesar de condenar atos desse tipo, não me vem o menor sentimento de pena para com esses bandidos. Acho que isso é desnecessário nos dias de hoje, eles devem ser presos, julgados e, se condenados, dependendo do que for, receberem a pena capital.

O que seriam crimes hediondos com agravantes? Nossa legislaçao é ridicula; tenta seguir os clamores sociais e sempre confecciona leis de momento, que nao resolvem nada.
Para vc ter uma idéia, a pessoa que falsificar um shampoo comete crime hediondo.


É por isso que eu defendo reformas no judiciário e etc... Você entendeu o que eu quis dizer com crimes hediondos com agravantes, tipo seqüestro, tortura e assassinato sem chance de defesa (tudo junto). Pra ficar mais claro, um bandido seqüestra um cidadão, o tortura e o mata de forma bárbara. Isso eu chamo de crime hediondo com agravantes.

Países com poderes tao fracos como os nossos nao podem se dar ao luxo de terem penas de morte. Um judiciário corrompido, uma polícia corrompida e uma legislaçao deficiente, acarretariam em injustiças jamais sanáveis em nosso sistema. Nem quero entrar na discussao do valor da vida......acho q seria por demias desvio do topico.


Respondi acima; reformas sérias, etc, etc...

Bem, aqui nao sei se peço desculpas ou se tento me defender. Porém, para nao criar mais celeumas peço desculpas, nao pelo que eu falei, mas pela intimidade que achava ter. Em nenhum momento tentei te desqualificar, pq nao acho que IDADE seja uma desqualificaçao. Porém, a interpretaçao depende de tantas variantes que é melhor nem discutir mesmo.


Não é questão de ter intimidade. Se você fala comigo isso por ICQ, é uma coisa, ali é uma conversa muito mais informal, eu faço uma piada você responde e etc. Aqui, onde eu suponho que o debate seria um pouco mais sério, e onde diversas pessoas, com interpretações diferentes lêem, acho que suas palavras tiveram um tom estranho. Deixei claro que achava que não tinha sido sua intenção, mas você tem que lembrar que um texto não necessariamente transparece exatamente o que nós queremos dizer e talvez por isso eu tenha entendido algo errado. É por isso que temos que tomar um certo cuidado com as palavras, pois elas podem dar uma margem para falsas iterpretações. Tudo esclarecido? Caso encerrado. Não precisa pedir desculpas.




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#65 Mensagem por Clermont » Sex Abr 16, 2004 1:27 am

(...) bandido é ser humano e que a polícia não pode atirar pra matar (...)


Oh, mas bandidos são humanos, sim. Pelo menos, eles também usam papel higiênico... Se não aceitarmos isso, iremos nos transformar em Cuba ou Coréia do Norte. E quem foi que disse que polícia não pode atirar pra matar? A única vez que ouvi algo assim, foi na Guarda Municipal de São Paulo, nos tempos da Luiza Erundina. Agora, o que a polícia não pode fazer é assassinar seus prisioneiros. Como costuma fazer com bandido pé-de-chinelo. Ou com chefões, em casos muuuito especiais. Estou com a nítida impressão de que a morte do "Lulu" (o chefão da Rocinha) se inclui nesse último caso. Mas é só uma opinião pessoal...

(...)enquanto nossa justiça continuar soltando bandidos, enquanto nossas leis não forem mais duras, os bandidos continuarão a fazer suas barbaridades em todo o país(...)


Aí, eu concordo 100 %. Mas, infelizmente, são tantas as forças (OAB, Igreja, esquerdas, parlamentares criminosos) que se opõem a idéia do que elas chamam de "terrorismo penal" que tão cedo não iremos ver a alteração dos nossos códigos.

(...)Enquanto não tomarmos medidas sérias como patrulhamento de fronteiras, leis mais duras e apoio às polícias, cenas como as que estamos vendo na Rocinha acontecerão com cada vez mais freqüência.(...)


Concordo de novo. Mas aí, entramos no velho problema. Não dá pra ter polícia e forças armadas, superequipadas ao mesmo tempo. Não com nosso nível econômico atual. Então, o que o governo deve fazer? Aumentar a polícia federal e botá-la pra vigiar as fronteiras ou comprar uma porção de tanques Leopard, ou mais uns 20 JAS 39 depois da conclusão do atual programa FX? E o que é melhor, uma porção de novos destróieres com um porta-aviões novo, ou criar a guarda-costeira? Afinal, boa parte dos tóxicos e das armas, chegam é por mar, e não pela fronteira com o Paraguai...

Muitas prioridades. Poucos recursos...

(...)O fato de se ouvir um fuzil ou não é o de menos, a Glock ou o 38 matam da mesma forma.


Pois é. Já li um texto de um oficial da PM que não apoia o uso de fuzis por policiais comuns (exceto, é claro, os grupos especializados). Pois acabam resultando nas mortes de inocentes devido à potência das armas. É uma total inversão de valores. A polícia se vendo obrigada a incrementar seu poder de fogo, quando o correto seria reduzir o poder de fogo dos marginais. E a população é que paga o pato...

Há duas unidades temidas pelos bandidos, o BOPE e a CORE (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais), da polícia civil.


Pois é, triste situação. Até mesmo forças especiais tem de existir aos pares. Para não desagradar as duas polícias. Uma das coisas que deveriam ser feitas, é unificar as polícias. Mas, enquanto isso não é feito, um governador que tivesse tutano devia fundir essas forças especiais numa só. Passando por cima do paroquialismo dos chefes da PM e da Civil.

Infelizmente, a nossa governadora não tem tutano. Tem um belo "bumbum", tutano não...

Comemorar a morte de um dito CHEFE do trafico, nao é uma coisa muito racional.


Por uma questão de ética, pode-se concordar com tal afirmativa. Porém, com certeza, não é motivo para tristeza. Desde que fique comprovado que o marginal foi morto em ação. E não assassinado.

O fato de eu ser um jovem não significa que necessariamente meus pensamentos vão mudar com o tempo. Siceramente, desqualificar meus pensamentos por achar que é coisa de "fase" não pegou bem.


Necessariamente, não. Mas tem um ditado que diz, mais ou menos, assim: "Só os tolos nunca mudam de opinião". Não é uma questão de desqualificar as opiniões de ninguém. Mas, em assuntos como esses, que envolvem vida e morte, é normal que os anos levem a novas reflexões. Tanto a favor ou contra medidas de cunho extremo. Um promotor público americano, só depois de muitos anos de serviço e de ter enviado uma porção de pilantras para o corredor da morte, mudou de idéia e passou a combater a pena de morte. Embora, ele declare que a maioria dos que ele ajudou a eliminar, não mereciam outra coisa mesmo...




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#66 Mensagem por Clermont » Sex Abr 16, 2004 1:42 am

Bem, agora, o que o Brasil deveria fazer para resolver essa situação do tráfico de drogas?

Sei lá. Chegou a um ponto que, às vezes, fico pessimista, e penso que não tem mais volta.

Como disse, não gosto de viciados. E, pessoalmente, não me custaria nada, defender uma repressão total e implacável, contra todos eles. Como disse uma vez a Victor, é o mais básico princípio de estratégia atacar o inimigo no seu ponto mais fraco. E o ponto fraco do comércio de entorpecentes, é o viciado. Os traficantes tem AR-15, AK47 (pagos com o dinheiro de pessoas da nossa melhor sociedade.). Viciados não usam AR-15 nem AK-47. Então, repressão neles.

Essa seria uma, como diria o "leão-da-montanha", "uma saída pela direita"... (mmm, acho que pouca gente aqui vai lembrar desse desenho animado...)

Riscos de uma saída "pela direita"? Nos jogar, à todos, no fascismo. Pois seria preciso um poder ditatorial pra pegar a famosa e gostosíssima atriz, chamada (censurado); os filhos dos moradores dos condomínios fechados da Barra da Tijuca; os filhos de desembargadores; de coronéis do Exército; de executivos de multinacionais. E enfiar, a todos, em clínicas de desintoxicação à força. E, se reincidissem, em plantações de cana-de-açucar, para prestarem trabalho forçado. Sem dúvida, muitas brutalidades, e milhares de vidas seriam destruídas, para sempre.

Já imaginaram, aquele galã da novela, o (censurado) da Rede (censurado) cortando cana pra deixar de cheirar cocaína?

Mas, o "leão-da-montanha" poderia usar sua famosa "saída pela esquerda". E qual seria?

Liberar, totalmente, o consumo de qualquer espécie de tóxico. É isso mesmo que vcs leram: deixar rolar baseado, cocaína, heroína, crack, sexo explícito na novela das oito. E tudo o que o diabo gosta.

Detalhes como seria nem me perguntem. Se seria a iniciativa privada ou o governo que iria vender tóxico, não sei.

Agora, imagino que isso liquidaria o tráfico de tóxicos nas favelas. Podendo comprar cocaína na farmácia, quem iria dar dinheiro para um traficante da Rocinha? E, sem dinheiro, da onde saíriam os AR-15 e os AK-47?

Riscos? Bem, o consumo poderia subir como um foguete. Muita gente poderia morrer de overdose. Mas, como disse, não gosto de viciados mesmo. Se alguns deles ficarem duros e frios, cheirando cocaína, não sou eu que vou derramar lágrimas. Se isso fizer esses traficantes safados pararem de dar tiros por aí, valeria a pena, ver uma porção de "socialites" se estourarem de tanto crack...

Outro risco, é como será que o mundo reagiria a um Brasil onde se vende cocaína e crack nas farmácias, ou nos postos de saúde? Será que o Brasil seria considerado um "narco-estado"? O que diria Bush Baby, reeleito?

Probabilidades de uma dessas duas saídas radicais, "pela direita e pela esquerda", serem adotadas? Nenhuma. A da direita jamais seria aceita pelas esquerdas, pelos setores "progressistas" da Igreja Católica, pela OAB, pelos juristas. E a da esquerda, jamais seria tolerada pelos militares, pelas polícias. Pelos setores de direita. Pelos setores tradicionalistas da Igreja Católica; pelos evangélicos.

Então, eu acho que estamos condenados a viver nessa eterna hipocrisia do meio-termo. Nem reprimimos, totalmente, os viciados, por que "eles são pobres doentinhos que precisam de amor, carinho e compreensão". E também não legalizamos as drogas, totalmente, por que isso "seria entregar nossa juventude nas garras do vício".

Assim, o futuro será assistirmos a polícia dando tiros em bandidos pobres favelados que vendem drogas aos viciados, de classe média ou classe alta. E estes receberão "amor, carinho e compreensão", quando forem pegos dando dinheiro aos bandidos pobres e favelados, que receberão, "pau-de-arara, choque elétrico e tiro na cara" por estarem vendendo drogas aos viciados artistas de televisão, que irão receber, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá.......




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#67 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Abr 16, 2004 1:50 am

Fala Clermont,

Oh, mas bandidos são humanos, sim. Pelo menos, eles também usam papel higiênico... Se não aceitarmos isso, iremos nos transformar em Cuba ou Coréia do Norte. E quem foi que disse que polícia não pode atirar pra matar? A única vez que ouvi algo assim, foi na Guarda Municipal de São Paulo, nos tempos da Luiza Erundina. Agora, o que a polícia não pode fazer é assassinar seus prisioneiros. Como costuma fazer com bandido pé-de-chinelo. Ou com chefões, em casos muuuito especiais. Estou com a nítida impressão de que a morte do "Lulu" (o chefão da Rocinha) se inclui nesse último caso. Mas é só uma opinião pessoal...


Assim como o Brizola que quando governador impediu que a polícia subisse os morros. Acabou fortalecendo tudo.

Pois é. Já li um texto de um oficial da PM que não apoia o uso de fuzis por policiais comuns (exceto, é claro, os grupos especializados). Pois acabam resultando nas mortes de inocentes devido à potência das armas. É uma total inversão de valores. A polícia se vendo obrigada a incrementar seu poder de fogo, quando o correto seria reduzir o poder de fogo dos marginais. E a população é que paga o pato...


Isso é de fato uma verdade, seria o ideal que a polícia não usasse fuzis, seria melhor ainda que não precisasse usar nem armas! Mas aqui no Brasil, particularmente no Rio, seria um crime mandar um PM de arma leve pra enfrentar Ak-47 e FAL.

Pois é, triste situação. Até mesmo forças especiais tem de existir aos pares. Para não desagradar as duas polícias. Uma das coisas que deveriam ser feitas, é unificar as polícias. Mas, enquanto isso não é feito, um governador que tivesse tutano devia fundir essas forças especiais numa só. Passando por cima do paroquialismo dos chefes da PM e da Civil.


É mas assim como as polícias militar e civil, tanto o BOPE quanto o CORE tema tribuições diferentes, embora sejam forças especiais. O BOPE é o "bota a cara" na hora da encrenca, assim como a PM. O CORE é mais chegado em ações planejadas, geralmente para cumprir, ordem judiciais, assim como a Civil. Não que com isso eu defenda o fato de termos duas polícias, pelo contrário, sou a favor da unificação. O caso é que, como temos 2 polícias, temos 2 unidades de elite, cada qual cumprindo as funções de suas corporações.

Necessariamente, não. Mas tem um ditado que diz, mais ou menos, assim: "Só os tolos nunca mudam de opinião". Não é uma questão de desqualificar as opiniões de ninguém. Mas, em assuntos como esses, que envolvem vida e morte, é normal que os anos levem a novas reflexões. Tanto a favor ou contra medidas de cunho extremo. Um promotor público americano, só depois de muitos anos de serviço e de ter enviado uma porção de pilantras para o corredor da morte, mudou de idéia e passou a combater a pena de morte. Embora, ele declare que a maioria dos que ele ajudou a eliminar, não mereciam outra coisa mesmo...


É sei que muita coisa do que eu penso hoje pode não ser o que eu pensarei no futuro, eu até ia escrever isso na mensagem original pro Spetznaz, mas acabei apagando. O fato é que, naquela hora eu achei que não tinha muito a ver com a discussão eu ser jovem ou não. De todo modo, já esclareci numa mensagem acima tudo certinho. Pelo menos eu espero...




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#68 Mensagem por SUNDAO » Sex Abr 16, 2004 10:35 am

OLA SRS

Gostaria inicialmente de me congratular com os foristas neste tópico. Observo que mesmo nos momentos críticos prevaleceu o bom senso. Alguns cacoetes de argumentação que podem ser utilizados para "vencer" discussões aí fora não devem ser utilizados aqui, simplesmente não é este o objetivo. Falo por todos agora.

Neste aspecto queria parabenizar o SPETZ em particular, que mesmo não abrindo mão de seu ponto aquiesceu em benefício do melhor conduzir do debate.

Ao moderador, o Pimenta, extremamente sereno, parabéns.

--------------------------------------------------------------------------------------

Quanto ao tópico.

O Estado/polícia há muito tempo tem como filosofia não reprimir ao criminoso contumazes, mas impedir que cidadãos comuns partam para delinquência. Neste aspecto são os "buldogues do Estado".

Por isso, tem-se de fazer uma clara distinção entre a repressão ao criminoso contumaz, que deve ser dura e mesmo exemplar, a aquela ao cidadão comum. Não há, porém, como fazer infelizmente no atual situação esta distinção neste momento, isto é apenas desejável.

Me lembro, certa vez, de um comentário de um amigo inglês que, nos bons tempos pré Bin Laden, se sentia ofendido/intimidado com a simples posse ostensiva de armas pela polícia, em todos os ambientes, aqui no Brasil. E ele não viu ainda que os fuzis agora são orgânicos às guarnições!

O problema que as PMs são a nossa guarda nacional exposta muito mais diretamente do que devia ao crime. Ela, sob os holofotes, tem de ser a mais forte, na ausência clara de uma polícia mais técnica (civil) mais eficiente e acreditem até pró-átiva em relação aos crimes.

Dizendo melhor a PM é em muitos casos a única barreira que separa o cidadão comum do caos.

Se me perguntarem qual é a solução para o crime hoje eu lhes diria que é a repressão dura e incessante, sem concessões estamos numa situação emergencial.

Se me falarem em investimentos sociais como solução para o crime eu só diria neste momento que é "bull shit". Na verdade isto é mais um conto que se passa a nós cidadãos como aquele da responsabilidade conjunta da sociedade pela criminalidade.

A responsabilidade na repressão é da polícia, ela foi criada pela sociedade organizada para isto e não cabe, a não ser em pequena escala a nós ajudá-la nisto.

O fato de se gastar fortunas de dinheiro em carros e armas e delegacias "bonitinhas" para as PMs e a Polícia Civil, é um desplante na medida que não se investe o devido na Polícia técnica, que oferece a repressão/desestímulo a sociedade como um todo em delinquir. Isto se daria pelo risco maior de punição ( não impunidade ) e, talvez até, senão com uma economia de meios - pelo menos de uma maneira mais efetiva.

No Rio a Polícia Civil ( tanto como a PF como falei em outro tópico ) está ganhando muito bem para lidar com serviços burocráticos de escritório desviando-se de suas funções principais ( talvez estas no caso das polícias estaduais pudessem até ser melhor remuneradas se fossem oferecidos novas carreiras burocráticas com menor remuneração ).

Outro fator interessante seria o aumento cada vez maior de casas de correção que pudessem acolher todos os que estão a disposição e os já condenados pela justiça.

Não falarei de Leis, há advogados no fórum. Só acho que não se deve ser tão humanista nesta situação. Os morros - e em menor quantidade as comunidades suburbanas não organizadas - favelas horizontais - oferecem sim um problema talvez recorrente.

A esquerda "revolucionária" no país historicamente tem uma dose de culpa bastante forte nisto. Lutou para que não houvessem guetos de miséria propositalmente ( no que foi ineficiente) e, com o auxílio da igreja católica, viabilizou também (através da inclusão proposital de comunidades carentes em bairros de classe média e altao um inferno criando nestas comunidades um "caldo social" , na esperança de ganhos políticos ou de uma maior "coincientização social".

Os seja aquela situação de todos serem culpados pela pobreza ( principalmente os não pobres ) em benefício dos eventuais pobres, que podem ser inclusive amorais ( só o são por falta de oportunidade e educação !?!?!? ).

Pode haver algo real no exposto acima, creio efetivamente que haja, mas a distribuição irrestrita de responsabilidade só se provou eficiente na medida que diluiu a responsabilidade do Estado ( que é uma prática comum 3o. Mundista ). Este mesmo estado se omitiu em muitos casos em benefício de outros afazeres, talvez até menos lícitos.

A solução seria muito mais do Estado, que foi investido nisto por todos nós, do que do poder da culpa impingida. Nenhuma ONG, sumidouro de dinheiro público me fará pensar diferente.

Tudo isto faz parte do que se chama de "projeto de poder" . Neste projeto ganham mais estes políticos matreiros defensores de "projetos sociais" e as firmas de proteção. Quem perde ...

Sundao




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#69 Mensagem por ZeRo4 » Sáb Abr 17, 2004 4:07 pm

o CORE ta mais pra "CORRE" do que pra CORE! só tem playboyzinho filhinho de delegado ou contextinho q na hora q achapa esquenta eles correm...

Já o BOPE bota a cara legal... os mlk são disposição!

mas como dizem os mlk do ADA...

"Mas se for TCP, ta jurado de morte. Pra nós é treinamento trocar tiro com o BOPE"




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Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
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#70 Mensagem por Fernando Gaspar » Sáb Abr 17, 2004 9:46 pm

Na minha opinião este problema não será resolvido, a cultura do trafico e de dinheiro fácil já está estalada, + a miséria da população + a corrupção da policia + disputa política.

Solução Definitiva = não vou estar vivo pra ver

Solução Provisória = matar os traficantes, permitir que a policia do Rio opere pelo menos dois urutus e o governo federal mande + recursos.

Obs. Manter o exercito fora disso.

Previsão: Ainda vou ouvir falar que o exercito não subiu o morro da Rochinha e acabou enviando soldados pra morrer no Haiti.




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....

#71 Mensagem por Super Flanker » Sáb Abr 17, 2004 10:09 pm

Fernando, gostaria de saber o por que de você não querer o exercito nas ruas.

Eu sou totalmente a favor que o exercito vá para as ruas, com tudo o que tem direito, blindados, o cascavel. Só não falo que tem que entra com tanque de gueraa, por que acho que não caberia nas ruas.

T++




"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
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#72 Mensagem por Fernando Gaspar » Sáb Abr 17, 2004 10:41 pm

Acho que a polícia tem competência para resolver isto, mesmo que seja provisoriamente, + como disse anteriormente este problema voltara, na minha opinião o exercito não iria fazer melhor.

No primeiro momento intimidaria a bandidagem impondo respeito mais depois agiria igual a policia, deixando na população do país inteiro uma imagem de descrédito.

O melhor a fazer é torcer que a corrupção diminua e prover o Estado do Rio de mais recursos.

O que o exercito faria de diferente do BOPE?

Seria uma catástrofe perante a mídia, ver algum membro das FAs sendo seduzido pelo poder financeiro do trafico.




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#73 Mensagem por Clermont » Sáb Abr 17, 2004 11:55 pm

Saudações, Fernando Gaspar.

Manter o exercito fora disso.


Concordo. Já tivemos o Exército umas duas ou três vezes nas ruas. Basicamente, a única serventia foi termos um Desfile de 7 de Setembro fora de época.

O Exército e os Fuzileiros podem ocupar a cidade, como foi feito no temp da Rio-Eco 92. E como, certamente, será feito no Panamericano que irá se realizar aqui. Mas isto não é combate à criminalidade. É, tão somente, controle de zona urbana. Uma ação para a qual os generais são adestrados. É, mais ou menos, como se o Brasil tivesse de ocupar uma cidade inimiga.

Eu acharia interessante o auxílio dos militares em áreas que envolvessem tão somente, apoio logístico e de material bélico: por exemplo, helicópteros de transporte. Talvez pudessem ser úteis para a polícia conseguir interceptar os "bondes" de marginais que circulam pelas ruas. Uma vez, já ouvi alguém sugerir que, bem no meio de algumas dessas favelas se poderia construir grandes abrigos de concreto reforçado, à prova de balas, ocupados por um contingente razoável de policiais, que não pudesse ser encurralado pelas quadrilhas de traficantes. Quem sabe, até com heliponto. Quem disse isso, lembrou que seria mais fácil para a polícia, descer o morro, do que subir. Talvez os oficiais de engenharia do Exército e dos Fuzileiros pudessem usar suas habilidades para determinar se isso seria ou não viável.

Ou então, se fosse tentado um controle de todas as saídas e entradas de viaturas dos principais redutos de traficantes, isso exigisse a presença de um número considerável de soldados e policiais das Forças Armadas e das polícias estaduais. Embora, algo assim fosse provocar uma grita geral de que as autoridades estariam tranformando as comunidades populares em "guettos". E, se fosse de longa duração poderia expor os militares à contaminação do tráfico.

Agora, tentar combater a criminalidade, cara-a-cara, não é tarefa para militares, mas para policiais. Daí, inclusive, por que eu não concordo com essa postura dos militares de insistirem em tomar o controle em quaisquer situações que suas tropas se vejam envolvidas. Se o Rio de Janeiro precisasse de uns 4 mil homens para uma emergência que não envolvesse uma intervenção federal, com o conseqüente afastamento do Governo estadual, não vejo por quê um general do Exército devesse assumir o comando. Os 4 mil soldados federais deveriam, isso sim, ficar sob o comando dos coronéis da PM e delegados da Polícia Civil.

Mas é claro que o orgulho dos generais e almirantes jamais toleraria isso. Até por que, aqui temos essa bobagem da PM como "reserva do Exército". Daí que se Brasília intervier com uns mil soldados (um batalhão reforçado, sob o comando de um tenente-coronel, ou coronel) o Exército fará absoluta questão de que, um general-de-brigada, "assuma o comando". Passando por cima dos comandantes da PM, com vinte ou trinta anos de experiência nos piores buracos do Rio de Janeiro.




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#74 Mensagem por Super Flanker » Dom Abr 18, 2004 12:42 am

O "X" da questão é que a policia não intimida mais ninguém, as armas são umas piores que a outra, estão sem munição, etc, etc.
Quando o exército estava nas ruas, não se viu um tiroteio nas ruas, ao contrario da poilicia.
Que fique o exercito o tempo q for no Rio, uma semana, um mês, um ano...eles são treinados pra isso mesmo. E já que a policia não resolve a questão, que ponha o exercito nas ruas.

Flows.




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Vinicius Pimenta
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#75 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Abr 18, 2004 2:07 am

Acho que vocês, principalmente quem não é do Rio, estão com uma impressão exagerada da situação atual. A violência no Rio, de uma maneira geral, pouco difere da violência em outros grandes centros. Realmente o que aconteceu na Rocinha é algo que outras cidades nunca viram, porém essa situação já foi controlada. O Exército de nada adiantaria, até porque, se for pra colocar o EB no Rio pela desculpa da violência, vai faltar soldado, pois vão ter que colocar no Brasil inteiro.




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