Senhores,
na minha primeira participação neste prestigiado fórum, devo dizer, com pesar, percebo imensa prevenção contra opiniões favoráveis aos nomes soviéticos, quanto ao voto de grande comandante da 2ª grande guerra. Por certo, isto ocorre devido ao fato histórico de terem passado toda a existência imersos dentro do contexto histórico da guerra fria, sob os efeitos da propaganda norte-americana. Neste aspecto, desponta o fato de que a produção de textos sobre história militar na Grã-Bretanha ser bastante rica e que esta possui uma característica notória: a de favorecer os feitos ingleses, sob um tom literário aparentemente "imparcial".
Vamos então à essência histórica: a guerra foi ganha e perdida no leste!
Portanto, os comandantes soviéticos merecem o reconhecimento e a gloria deste acontecimento.
No leste, o volume e emprego de tropas foi superior ao oeste numa proporção de
11:1!
Os soviéticos suportaram a carga completa de 189 divisões, completas, simultâneamente!
Detalhe: numa guerra de vida ou morte! Sem quartel!
Por isso, peço:
Vamos parar com lendas preconceituosas:
1º O "rolo compressor soviético", ou seja, o desapego por baixas por parte dos soviéticos é uma lenda propagandista da Guerra-fria. Não podia ser de outra forma
pois isto seria reconhecer a capacidade operativa dos comandantes soviéticos em toda a sua plenitude! No cerco de Briansk os soviéticos perderam soldados na casa dos milhões, não se pode sofrer perdas desta magnitude sempre! Economia de esforços e meios, foi a tônica do governo soviético pela guerra afora.
2º A leitura do pequeno livro de Sun-Tzu, parece ter sido uma obsessão dos comandantes soviéticos, pois o engodo ao inimigo, o aproveitamento das circunstâncias e do terreno foram sempre realizados, nunca esquecidos. O famoso ataque frontal é outra peça de propaganda da guerra-fria, atacava-se pelo flancos, onde em geral estava a peça fraca do sistema defensivo (vide os italianos em Stalingrado).
3º Tendo a primeira parte da guerra demonstrado que os comandantes soviéticos da velha guarda eram incompetentes (tirando destes Timoschenko e Budenny), sobreveio um naipe de comandantes de extrema competência: Tchuycov, Koniev, Rokossovisky e Yeremenko. Além de Zhukov. Tchuycov, foi simplesmente o comandante que à frente do dilapidado 62º Exército, sustou Von Paulus em Stalingrado! Koniev, comandante brilhante, tem ao seu mérito destruição e cerco de mais de 10 divisões alemãs, entre elas a Waffen Wallonien... Rokossovisky simplesmente arrebento com o grupo de exércitos-centro... Yeremenko, sobrevivente em Briansk, foi o responsável pelo contra-ataque em Stalingrado, algo que só foi possível devido a sua grande capacidade de improvisação.
Zhukov, por sua vez, exibe na sua folha de serviços uma rara distinção para um comandante: jamais obteve um revés!
Dos confrontos contra os japoneses até o final, às portas de Berlin, superou vitorioso todos os seus oponentes. Além do mais, usou do gênio militar em grandes improvisações, como de sustentar Leningrado dada por perdida pelo incompetente, puxa-saco e fanfarrão Voroshilov! (Um feito talvez maior que o de Moskow e sempre esquecido).
Não retiro o brilhantismo dos comandantes germânicos e aliados. Mas por justiça histórica, as cinco primeiras posições devem ser reservadas aos comandantes do exército vermelho!
Lembro a todos, que a resistência alemã foi toda voltada ao leste, e que a operação Bagration, muito pouca estudada em contra-ponto ao Dia-D, envolveu recursos imensamente superiores em volume, extensão e logística, mas...
Portanto senhores, devido ao exposto acima, o meu voto será:
1º Zhukov
2º Rokossovisky
3º Koniev
4º Tchuycov
5º Yeremenko
Observações: [1] "Enemy at The Gates", conhecido como círculo de fogo, apesar da beleza como obra de arte possui impropriedades históricas. Além de ser diferente do livro em várias partes. Por exemplo: Kullick não é morto ao saltar, como no filme, ao contrário, ao realizar um mapeamento fotográfico junto com Zaitzev, descobriram que o esconderijo do Major era a chapa de ferro. Mas isto... Não tem graça, tem?
Ora, então que se mude a história!
[2] Defender é muito mais fácil que atacar. Budenny nunca foi um comandante brilhante, mas evitou ser cercado! Não se diz, mas este velho cabo de guerra que poupou ao máximo seu comandados ao mesmo tempo que diminuía e escora suas frentes, pode ter salvo tanto quanto Zhukov em Moscow, a União Soviética...
Obrigado pela atenção.
