Giap
Moderador: Conselho de Moderação
- Pablo Maica
- Sênior
- Mensagens: 8981
- Registrado em: Seg Dez 01, 2003 4:55 pm
- Localização: Santa Maria Rio Grande Do Sul
- Agradeceu: 303 vezes
- Agradeceram: 545 vezes
SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu:SGT GUERRA escreveu:rodrigo escreveu:Giap e seus exércitos fizeram o que fizeram porque tinham China e União Soviética patrocinando-o, com ajuda de pessoal, material e econômica. Alguns historiadores americanos dizem que a guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, os conflitos no Oriente Médio e no fim o Afeganistão foram todas batalhas da 3ª guerra mundial. Quem venceu?
No plano politico foi os EUA. É igual aquela história, Japão destruido na 2ª GM e um belo dia eles aparecem e compram o Rockfeller Center.
Mas pelo menos na querra do Vietna eles levaram ferro
Sim e complementando o que eu disse, os vietnamitas também perderam as batalhas. Que alguem me explique como todos esses invasores não conseguiram ganhar a guerra contra eles.
Eu vou tentar.
1º VietnaxImperio Japones: Contra os japoneses invadiram a Indochina naum estavam preparados p/ uma guerra d querrilhas contra um inimigo q se escondia nas selvas q eles naum conheciam e atacavam suas linhas d suprimentos e deixavam baixas terriveis nos exercitos japoneses em emboscadas e depois se escondiam nas florestas, em abrigos subteraneos e quando o Japao foi derrotado rapidamente eles procçamaram o indenpencia
2º VietnaxFrança: Os franceses naum aceitaram a indenpendencia do Vietna e mandaram tropas pra restaurar o dominio gaules sobre a antiga colonia, apesar d terem feito um bloqueio naval ao Vietna estes recebiam armas e viveres atraves da China, em uma querra d desgaste o general Giap foi imprimindo grandes baixas as forças francesas ( ate 1952 eram 90 mil franceses ja haviam morrido ), a opiniao publica francesa se voltou contra o governo pelos elevados custos das guerras ( alem do Vietna os franceses tb estavam envolvidos na querra de indenpencia da Argelia ) com a rendiçao da fortaleza d Bien du Baen ( naum sei s e assim q se escreve ) o franceses pediram a paz
3º VietnaxEUA: O tratado d paz firmado com a França garantia q o Vietna seria reunificado apos as eleiçoes d 1956, como os comunistas iriam ganhar as eleiçoes os EUA intervem, cancelam as eleiçoes e istalam a ditadura d Diem no Vietna, com isso começa a querra, com a passar do tempo os EUA se envolvem cada vez mais, em mais uma querra d desgaste os EUA vao sofrendo grandes baixas, e depois d ofensiva d Tet a opiniao publica dos EUA se voltam contra a querra, ( outros escandalos envolvedo tropas dos EUA ocorreram como o massacre de My Lai e os dos soldados q p/ aquentar a querra se drogavam ) a querra tb teve um grande custo financeiro a os EUA chegando a consumir 13% do orçamento do pais, o presidente Nichard Nixon assina a paz com os norte-vietnamitas, e com a saida das tropas dos EUA o Vietna acaba se unificando
4º VietnaxChina: O Vietna invade o Camboja e derruba o regime do Kher Vermelho q era apoiado pela China com isso explode a querra, elea acaba em um acordo entre os paises e realizado um plebiscito no Camboja q restaura a monarquia
Bem galera eu coloquei apenas um resumo, pq se fosse colocar td mesmo eu ai ficar o dia inteiro escrevendo duvidas e so falar
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
No exemplo clássico da guerra do Vietnã, boa parte da indústria bélica soviética e chinesa estavam trabalhando para repor as perdas dos norte-vietnamitas. Centenas de pilotos de caças estavam sendo treinados em escolas soviéticas e chinesas. A logística envolvida no transporte e fornecimento de material e pessoal era imensa, e continuo a afirmar que sem esse apoio maciço dos aliados comunistas, não teria havido nem guerra, apenas guerrilha igual ao Iraque de hoje.
O mesmo caso existiu nas guerras envolvendo Israel. O lado judeu recebendo ajuda maciça americana e o lado árabe com ajuda soviética.
O mesmo caso existiu nas guerras envolvendo Israel. O lado judeu recebendo ajuda maciça americana e o lado árabe com ajuda soviética.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
Mas tb eles estavam em querra com os EUA q alem d ser a maior potencia mundial, tinha o apoio dos seus aliados capitalistas d regiao, e o Vietna era dividido e o Sul "pertencia" os EUA, e numa comparaçao d forças era praticamente impossivel o Vietna ganhar e ganhou, tds os analistas militares da epoca achavam q a vitoria americana era apenas uma questao d tempo, se achavam superiores aos seua adversarios, mas foram superendidos por um homem q era professor ginacial, os generais americanos q se formando em inumeras academias militares naum sabiam o q fazer usaram armas quimicas contra o inmigo, mas mesmo assim este naum se rendia, e seu proprio povo se vontou contra seu governo, obrigo os EUA a negociarem a paz, isso prova q por mais dificil q parece vencer o inimigo, se vc lutar com força e amor ao seu pais vc acaba obrigando mais cedo ou mais td o inmigo a negociar a paz, o Vietna nos provou isso
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Me desculpe CFB, mas quem derrotou os americanos foram os AK-47, MIG-21 e etc. Força e amor eram mais importantes antes do descobrimento da pólvora.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
rodrigo escreveu:Me desculpe CFB, mas quem derrotou os americanos foram os AK-47, MIG-21 e etc. Força e amor eram mais importantes antes do descobrimento da pólvora.
Mas quem os utilizava na querra, se os vietnamitas naum tivessem mttt coragem naum enfretariam os EUA, e se lembra q os EUA obrigaram o pais deles a continuar repartido em dois em fez d se reunificar como estava previsto pq os comunistas iam ganhar ( por isso falei q eles tiveram mttt amor pelo pais dele e coragem) , a China e a URSS ajudaram mtttt o Vietna sim eu naum nego isso, mas eles estavam em querra contra os EUA ( simplimente o maior potencia belica e economica do mundo ) a disparidade d forças era incrivel, as unicas vantagem dos vietmitas eram a fato deles conhecerem mttt bem o terreno ( afinal era a casa deles ) e a ajuda dos paises do bloco comunistas )
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14202
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
Pablo Maica escreveu:É como tu falo Guerra a opinião publica conta muito, na segunda guerra cehgavam a morrer 10 a 15 mil homems em uma só batalha, e hj a perda de 3 mil homems em uma guerra já é motivo para um grande reviravolta na opinião da população e até mesmo nos proprios soldados.
Um abraço e t+
É ai que esta a diferença. O povo americano se preparou muitos anos para a 2ª GM. Quando eles entraram na guerra eles já acreditavam que aquilo era o certo.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14202
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
CFB escreveu:SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu:SGT GUERRA escreveu:rodrigo escreveu:Giap e seus exércitos fizeram o que fizeram porque tinham China e União Soviética patrocinando-o, com ajuda de pessoal, material e econômica. Alguns historiadores americanos dizem que a guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, os conflitos no Oriente Médio e no fim o Afeganistão foram todas batalhas da 3ª guerra mundial. Quem venceu?
No plano politico foi os EUA. É igual aquela história, Japão destruido na 2ª GM e um belo dia eles aparecem e compram o Rockfeller Center.
Mas pelo menos na querra do Vietna eles levaram ferro
Sim e complementando o que eu disse, os vietnamitas também perderam as batalhas. Que alguem me explique como todos esses invasores não conseguiram ganhar a guerra contra eles.
Eu vou tentar.
1º VietnaxImperio Japones: Contra os japoneses invadiram a Indochina naum estavam preparados p/ uma guerra d querrilhas contra um inimigo q se escondia nas selvas q eles naum conheciam e atacavam suas linhas d suprimentos e deixavam baixas terriveis nos exercitos japoneses em emboscadas e depois se escondiam nas florestas, em abrigos subteraneos e quando o Japao foi derrotado rapidamente eles procçamaram o indenpencia
2º VietnaxFrança: Os franceses naum aceitaram a indenpendencia do Vietna e mandaram tropas pra restaurar o dominio gaules sobre a antiga colonia, apesar d terem feito um bloqueio naval ao Vietna estes recebiam armas e viveres atraves da China, em uma querra d desgaste o general Giap foi imprimindo grandes baixas as forças francesas ( ate 1952 eram 90 mil franceses ja haviam morrido ), a opiniao publica francesa se voltou contra o governo pelos elevados custos das guerras ( alem do Vietna os franceses tb estavam envolvidos na querra de indenpencia da Argelia ) com a rendiçao da fortaleza d Bien du Baen ( naum sei s e assim q se escreve ) o franceses pediram a paz
3º VietnaxEUA: O tratado d paz firmado com a França garantia q o Vietna seria reunificado apos as eleiçoes d 1956, como os comunistas iriam ganhar as eleiçoes os EUA intervem, cancelam as eleiçoes e istalam a ditadura d Diem no Vietna, com isso começa a querra, com a passar do tempo os EUA se envolvem cada vez mais, em mais uma querra d desgaste os EUA vao sofrendo grandes baixas, e depois d ofensiva d Tet a opiniao publica dos EUA se voltam contra a querra, ( outros escandalos envolvedo tropas dos EUA ocorreram como o massacre de My Lai e os dos soldados q p/ aquentar a querra se drogavam ) a querra tb teve um grande custo financeiro a os EUA chegando a consumir 13% do orçamento do pais, o presidente Nichard Nixon assina a paz com os norte-vietnamitas, e com a saida das tropas dos EUA o Vietna acaba se unificando
4º VietnaxChina: O Vietna invade o Camboja e derruba o regime do Kher Vermelho q era apoiado pela China com isso explode a querra, elea acaba em um acordo entre os paises e realizado um plebiscito no Camboja q restaura a monarquia
Bem galera eu coloquei apenas um resumo, pq se fosse colocar td mesmo eu ai ficar o dia inteiro escrevendo duvidas e so falar
Obrigado CFB, as palavras opinião publica e guerra de desgaste já explicaram tudo.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14202
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
rodrigo escreveu:No exemplo clássico da guerra do Vietnã, boa parte da indústria bélica soviética e chinesa estavam trabalhando para repor as perdas dos norte-vietnamitas. Centenas de pilotos de caças estavam sendo treinados em escolas soviéticas e chinesas. A logística envolvida no transporte e fornecimento de material e pessoal era imensa, e continuo a afirmar que sem esse apoio maciço dos aliados comunistas, não teria havido nem guerra, apenas guerrilha igual ao Iraque de hoje.
O mesmo caso existiu nas guerras envolvendo Israel. O lado judeu recebendo ajuda maciça americana e o lado árabe com ajuda soviética.
Sim Rodrigo, voce esta certissimo, o apoio estrangeiro foi fundamental. Tanto foi assim que toda vez que os Vietnamitas tentaram uma ofensiva eles se F... e tiveram que voltar a guarra de resistencia. Quem tirou os EUA do Vietnan foi a opinião publica americana.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu:SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu:SGT GUERRA escreveu:rodrigo escreveu:Giap e seus exércitos fizeram o que fizeram porque tinham China e União Soviética patrocinando-o, com ajuda de pessoal, material e econômica. Alguns historiadores americanos dizem que a guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã, os conflitos no Oriente Médio e no fim o Afeganistão foram todas batalhas da 3ª guerra mundial. Quem venceu?
No plano politico foi os EUA. É igual aquela história, Japão destruido na 2ª GM e um belo dia eles aparecem e compram o Rockfeller Center.
Mas pelo menos na querra do Vietna eles levaram ferro
Sim e complementando o que eu disse, os vietnamitas também perderam as batalhas. Que alguem me explique como todos esses invasores não conseguiram ganhar a guerra contra eles.
Eu vou tentar.
1º VietnaxImperio Japones: Contra os japoneses invadiram a Indochina naum estavam preparados p/ uma guerra d querrilhas contra um inimigo q se escondia nas selvas q eles naum conheciam e atacavam suas linhas d suprimentos e deixavam baixas terriveis nos exercitos japoneses em emboscadas e depois se escondiam nas florestas, em abrigos subteraneos e quando o Japao foi derrotado rapidamente eles procçamaram o indenpencia
2º VietnaxFrança: Os franceses naum aceitaram a indenpendencia do Vietna e mandaram tropas pra restaurar o dominio gaules sobre a antiga colonia, apesar d terem feito um bloqueio naval ao Vietna estes recebiam armas e viveres atraves da China, em uma querra d desgaste o general Giap foi imprimindo grandes baixas as forças francesas ( ate 1952 eram 90 mil franceses ja haviam morrido ), a opiniao publica francesa se voltou contra o governo pelos elevados custos das guerras ( alem do Vietna os franceses tb estavam envolvidos na querra de indenpencia da Argelia ) com a rendiçao da fortaleza d Bien du Baen ( naum sei s e assim q se escreve ) o franceses pediram a paz
3º VietnaxEUA: O tratado d paz firmado com a França garantia q o Vietna seria reunificado apos as eleiçoes d 1956, como os comunistas iriam ganhar as eleiçoes os EUA intervem, cancelam as eleiçoes e istalam a ditadura d Diem no Vietna, com isso começa a querra, com a passar do tempo os EUA se envolvem cada vez mais, em mais uma querra d desgaste os EUA vao sofrendo grandes baixas, e depois d ofensiva d Tet a opiniao publica dos EUA se voltam contra a querra, ( outros escandalos envolvedo tropas dos EUA ocorreram como o massacre de My Lai e os dos soldados q p/ aquentar a querra se drogavam ) a querra tb teve um grande custo financeiro a os EUA chegando a consumir 13% do orçamento do pais, o presidente Nichard Nixon assina a paz com os norte-vietnamitas, e com a saida das tropas dos EUA o Vietna acaba se unificando
4º VietnaxChina: O Vietna invade o Camboja e derruba o regime do Kher Vermelho q era apoiado pela China com isso explode a querra, elea acaba em um acordo entre os paises e realizado um plebiscito no Camboja q restaura a monarquia
Bem galera eu coloquei apenas um resumo, pq se fosse colocar td mesmo eu ai ficar o dia inteiro escrevendo duvidas e so falar
Obrigado CFB, as palavras opinião publica e guerra de desgaste já explicaram tudo.
Naum tem d quer duvidas e so perguntar
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14202
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
CFB escreveu: numa comparaçao d forças era praticamente impossivel o Vietna ganhar e ganhou, tds os analistas militares da epoca achavam q a vitoria americana era apenas uma questao d tempo,
Mas no inicio os americanos arrasaram com os vietcongs. Depois, no decorrer da guerra o exército americano foi perdendo a força, porque foi terminando o comissionamento da parte profissional do exército e ai começou a queda.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
- Sênior
- Mensagens: 14202
- Registrado em: Dom Abr 27, 2003 10:47 pm
- Agradeceu: 53 vezes
- Agradeceram: 135 vezes
CFB escreveu:rodrigo escreveu:Me desculpe CFB, mas quem derrotou os americanos foram os AK-47, MIG-21 e etc. Força e amor eram mais importantes antes do descobrimento da pólvora.
Mas quem os utilizava na querra, se os vietnamitas naum tivessem mttt coragem naum enfretariam os EUA, e se lembra q os EUA obrigaram o pais deles a continuar repartido em dois em fez d se reunificar como estava previsto pq os comunistas iam ganhar ( por isso falei q eles tiveram mttt amor pelo pais dele e coragem) , a China e a URSS ajudaram mtttt o Vietna sim eu naum nego isso, mas eles estavam em querra contra os EUA ( simplimente o maior potencia belica e economica do mundo ) a disparidade d forças era incrivel, as unicas vantagem dos vietmitas eram a fato deles conhecerem mttt bem o terreno ( afinal era a casa deles ) e a ajuda dos paises do bloco comunistas )
É mas atrás disso tudo tinha uma mente pensando, e essa cabeça era Giap.
Eu não usaria a palavra "amor" ao pé da letra, usaria como "inspiração". Giap perdeu a esposa e o pai (esse morreu de doença que contraiu numa prisão colonial) durante a luta. O que ele tinha (não sei se tem ainda) era raiva mesmo.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu: numa comparaçao d forças era praticamente impossivel o Vietna ganhar e ganhou, tds os analistas militares da epoca achavam q a vitoria americana era apenas uma questao d tempo,
Mas no inicio os americanos arrasaram com os vietcongs. Depois, no decorrer da guerra o exército americano foi perdendo a força, porque foi terminando o comissionamento da parte profissional do exército e ai começou a queda.
Mas depois da ofensiva d Tet, a entrada do exercito regular do Exercito do Vietna do Norte no conflito, e o fato d os vietcong terem suprimentos constantes pela trilha d Ho Chi Min, principalmente pela opiniao publica americana a querra mudou d lado
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
SGT GUERRA escreveu:CFB escreveu:rodrigo escreveu:Me desculpe CFB, mas quem derrotou os americanos foram os AK-47, MIG-21 e etc. Força e amor eram mais importantes antes do descobrimento da pólvora.
Mas quem os utilizava na querra, se os vietnamitas naum tivessem mttt coragem naum enfretariam os EUA, e se lembra q os EUA obrigaram o pais deles a continuar repartido em dois em fez d se reunificar como estava previsto pq os comunistas iam ganhar ( por isso falei q eles tiveram mttt amor pelo pais dele e coragem) , a China e a URSS ajudaram mtttt o Vietna sim eu naum nego isso, mas eles estavam em querra contra os EUA ( simplimente o maior potencia belica e economica do mundo ) a disparidade d forças era incrivel, as unicas vantagem dos vietmitas eram a fato deles conhecerem mttt bem o terreno ( afinal era a casa deles ) e a ajuda dos paises do bloco comunistas )
É mas atrás disso tudo tinha uma mente pensando, e essa cabeça era Giap.
Eu não usaria a palavra "amor" ao pé da letra, usaria como "inspiração". Giap perdeu a esposa e o pai (esse morreu de doença que contraiu numa prisão colonial) durante a luta. O que ele tinha (não sei se tem ainda) era raiva mesmo.
Eu tb acho q Giap foi um genio militar, ele sendo vietnamita fez td esse estrago em tds as potenciais q tentaram invadir seu pais e as mandou d volta pra casa, imagina so o q ele naum teria feito se fosse um general do exercito americano, eu vi um video da comemoraçao dos 30 anos do fim da querra do Vietna em q o Gaip via os fogos d artificio e fiquei pensando o q passa pela cabeça desse homem sabendo q foi diretamente responsavel pela indenpendencia e unificaçao d seu povo, e q se naum fosse por ele o Vietna poderia estar dividido ate hj
Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: Giap
GENERAL GIAP.
por Oriana Fallaci - Intervista con la Storia, 1976 - entrevista, originariamente realizada em fevereiro de 1969 para a revista L'Europeo.
Vo Nguyen Giap, líder político e militar vietnamita nascido em 1912, foi o estrategista da vitória contra os franceses na batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Durante a guerra do Vietnã, no final dos anos 60 e início dos anos 70, Giap comandou os norte-vietnamitas contra as tropas dos Estados Unidos e seus aliados do Sul. Educado no liceu francês da cidade de Hue, ele ingressou no partido comunista no início da década de 1930. Em 1939, Giap passou a viver na China. Ali, em parceria com Ho Chi Minh, começou a organizar as forças militares que marchariam em Hanói em agosto de 1945 e em 1946 passou a comandar o Exército Popular do Vietnã. Ministro da Defesa até 1980, Giap abandonou seu posto privilegiado no politburo vietnamita apenas em 1982. Nesta entrevista à jornalista italiana Oriana Fallaci, realizada no auge dos combates contra as tropas dos Estados Unidos, o general foi levado a revelar, com franqueza até então inédita, tudo o que pensava sobre a guerra e sobre seus inimigos americanos. É um raro exemplo, na história das entrevistas, de um chefe militar declarando suas idéias no calor dos combates.
Oriana Fallaci, jornalista italiana, é uma das mais contundentes entrevistadoras da atualidade. Seu pai foi chefe do Partido Anarquista da região toscana. Ele foi preso e torturado pelas forças fascistas durante a Segunda Guerra - época em que a ainda adolescente Oriana trabalhava como mensageira na resistência. Os depoimentos colhidos pela jornalista impressionam pela sinceridade com que são feitas as perguntas e pelo constante tom de desafio que ela impõe a seus personagens.
Ele é o homem cujo nome foi o mais ouvido durante a guerra do Vietnã. E não porque era ministro da Defesa em Hanói, comandante e chefe das forças armadas, primeiro-ministro, mas sim porque foi ele quem derrotou os franceses em Dien Bien Phu. Os americanos viviam no pesadelo de um Dien Bien Phu, e, tão logo as coisas começaram a ir mal, eles disseram: "É Giap, preparando-se para um novo Dien Bien Phu". Ou então simplesmente: "É Giap". Eles falaram de Giap em fevereiro de 1968, quando o Vietcong desencadeou a ofensiva do Tet. Eles falaram de Giap em março e abril, quando os norte-vietnamitas tomaram Hue e sitiaram Khe San. Falaram de Giap em maio e junho, quando os vietcongs desencadearam a segunda ofensiva sobre Saigon e os planaltos centrais. Eles continuariam falando de Giap por anos. O nome, curto e seco como um tapa no rosto, era uma ameaça sempre suspensa no ar, um bicho-papão do paralelo 17 para baixo. Você pode assustar as crianças sussurrando: "Giap está chegando". Além disso, não foram eles mesmos que criaram o mito, com sua mania de lendas? Eles nem perguntaram a si mesmos se a lenda não seria prematura.
Em Dien Bien Phu, Giap realmente triunfou, mas ainda teria que ser confirmado se ele foi realmente um Napoleão asiático, um gênio da estratégia militar, um conquistador perene. Será que a ofensiva do Tet não falhou, assim como a ofensiva de maio? Hue não caiu, e a ocupação de Khe San não foi suspensa no final? A guerra, nesse mês de fevereiro de 1969, estivera mais a favor dos norte-americanos do que dos norte-vietnamitas. A única vitória real de Hanói fora a abdicação de Johnson e a suspensão dos bombardeios sobre o Vietnã do Norte. Em Saigon, Thieu consolidou seu poder.
Mas Giap ainda era Giap. E qualquer um que fosse jornalista ia querer entrevistá-lo. A razão era óbvia. Ho Chi Minh já era muito velho, estava muito doente. Ele apertava a mão dos visitantes, fazia alguns comentários sobre a vitória final, e então saía, tossindo. Um encontro com Ho Chi Minh era bom só de um ponto de vista humano e pessoal, isto é, você poderia dizer depois: "Eu conheci Ho Chi Minh". Mas não haveria muita coisa mais a dizer. Mas um encontro com Giap! Giap tinha muitas coisas a dizer, e ele não as dissera desde 1954. Mais arredio do que Ho Chi Minh, ele não aparecia nem mesmo nos eventos oficiais; muitas vezes circulara o boato de que estava morto.
Então, logo que cheguei a Hanói naquele fevereiro de 1969, pedi para ver Giap, e com uma esperança obstinada preparava-me para o encontro relendo cuidadosamente a sua biografia. Uma biografia fascinante! Filho de um camponês reduzido à pobreza, ele fora criado numa família rica, francesa, longe de uma educação marxista. Como um bom burguês, ele estudara no colégio imperial em Hue, depois na Universidade de Hanói, onde se formou em direito e filosofia; finalmente foi professor de literatura e história no liceu francês de Hanói, atormentando seus alunos com as campanhas de Napoleão. Ele costumava desenhar, no quadro-negro, os detalhes das batalhas, analisando-as na íntegra, e seus colegas brincavam com ele: "Você quer se tornar um general?"
Como revolucionário ele começou muito cedo, aos 14 anos de idade. Aos 18 já estivera na prisão; aos 20 alinhou-se com Ho Chi Minh. Por causa de suas explosões de fúria e silêncios gélidos, Ho Chi Minh costumava chamá-lo de Vulcão Coberto de Neve, e pela sua coragem o chamava de Kui, ou Diabo. Em 1935 ele entrou no Partido Comunista e casou-se com uma de suas camaradas, Minh Tai. Em 1939, o ano em que os comunistas foram considerados fora da lei, ele fugiu para a China, e Minh Tai ocultou a sua fuga deixando-se prender em seu lugar. Mas ela morreu na prisão, em 1941, numa cela infestada de ratos. Muitos acreditam que por causa disso Giap aprendeu a odiar, fechou-se à piedade, e abriu-se à crueldade. Foi o que os franceses descobriram quando entre 1945 e 1954 eles caíram em suas armadilhas cheias de abelhas venenosas e poços cheios de cobras, ou eram explodidos por minas escondidas sob corpos abandonados à margem dos caminhos.
Um mestre da sabotagem, ele gostava de dizer que a guerra de guerrilhas sempre teria vantagens sobre as arma modernas. E assim ele prossegue, sem dizer que em Dien Bien Phu ele vencera com canhões. Uma centena de canhões transportados pelos vietnamitas peça por peça, nas costas, em bicicletas, em marchas forçadas e sem rações. Se Dien Bien Phu custara aos franceses 12 mil mortos, custara a Giap uns 45 mil. E prossegue, sem dizer que o mencionaria com indiferença e desprendimento. "A cada dois minutos trezentas mil pessoas morrem no planeta. O que são 45 mil para uma batalha? Na guerra a morte não conta." Sua frieza não estava livre de cinismo, e de fato ele tinha pouco em comum com os austeros marxistas de Hanói. Ele usava sempre uniformes novos e bem passados, morava numa bela vila colonial construída pelos franceses e mobiliada ao gosto francês: possuía uma limusine com cortinas, e casara-se com uma bela jovem, muitos anos mais moça que ele. Em resumo, ele certamente não levava a vida de um monge ou de um Ho Chi Minh.
Em Hanói meu pedido para entrevistar Giap foi recebido com muitas reservas pelos norte-vietnamitas. "Por que tem que ser Giap? Giap não é o único nessa guerra. E, além disso, Giap não recebe visitantes." Mas três dias antes de minha partida, minha guia e intérprete, An The, trouxe-me as novidades, dizendo que sim, eu poderia encontrar-me com Giap. "Amanhã às três e meia da tarde. Mas não para uma entrevista oficial, lembre-se; apenas para um bate-papo informal. E não sozinha; acompanhada das outras mulheres da delegação! As outras mulheres da delegação eram duas comunistas e uma socialista do PSIUP (Partido Socialista Italiano da Unidade Proletária) com as quais eu fora convidada a ir ao Vietnã do Norte.
Seus nomes eram Carmem, Giulia e Marisa, mulheres inteligentes e amistosas. Elas compreenderam a dificuldade que me fora criada por esse compromisso coletivo e prometeram não abrir a boca, para que eu pudesse ficar à vontade nas minhas perguntas. Prometeram também trocar de lugar comigo caso ele escolhesse uma delas para se sentar ao seu lado, e a fazer anotações caso ele proibisse o uso de um gravador.
No dia seguinte elas se vestiram cuidadosamente e estavam quase prontas ao meio-dia. Eu também - tensa e nervosa. De fato, não me lembro do que aconteceu a partir do meio-dia, lembro-me somente que saímos escoltadas por An The, sua assistente Huan e o intérprete Ho, e que havia oficiais da equipe esperando por nós na entrada do Ministério da Guerra, todos sérios e bem vestidos em seus uniformes verde-oliva. Então um a um eles se inclinaram, com amplos sorrisos, e nos escoltaram ao longo de um corredor até um grande recinto com um divã e muitas poltronas ao longo das paredes. No centro da sala, rígido como um soldado de chumbo, estava Vo Nguyen Giap. O legendário Giap.
(continua...)
por Oriana Fallaci - Intervista con la Storia, 1976 - entrevista, originariamente realizada em fevereiro de 1969 para a revista L'Europeo.
Vo Nguyen Giap, líder político e militar vietnamita nascido em 1912, foi o estrategista da vitória contra os franceses na batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Durante a guerra do Vietnã, no final dos anos 60 e início dos anos 70, Giap comandou os norte-vietnamitas contra as tropas dos Estados Unidos e seus aliados do Sul. Educado no liceu francês da cidade de Hue, ele ingressou no partido comunista no início da década de 1930. Em 1939, Giap passou a viver na China. Ali, em parceria com Ho Chi Minh, começou a organizar as forças militares que marchariam em Hanói em agosto de 1945 e em 1946 passou a comandar o Exército Popular do Vietnã. Ministro da Defesa até 1980, Giap abandonou seu posto privilegiado no politburo vietnamita apenas em 1982. Nesta entrevista à jornalista italiana Oriana Fallaci, realizada no auge dos combates contra as tropas dos Estados Unidos, o general foi levado a revelar, com franqueza até então inédita, tudo o que pensava sobre a guerra e sobre seus inimigos americanos. É um raro exemplo, na história das entrevistas, de um chefe militar declarando suas idéias no calor dos combates.
Oriana Fallaci, jornalista italiana, é uma das mais contundentes entrevistadoras da atualidade. Seu pai foi chefe do Partido Anarquista da região toscana. Ele foi preso e torturado pelas forças fascistas durante a Segunda Guerra - época em que a ainda adolescente Oriana trabalhava como mensageira na resistência. Os depoimentos colhidos pela jornalista impressionam pela sinceridade com que são feitas as perguntas e pelo constante tom de desafio que ela impõe a seus personagens.
Ele é o homem cujo nome foi o mais ouvido durante a guerra do Vietnã. E não porque era ministro da Defesa em Hanói, comandante e chefe das forças armadas, primeiro-ministro, mas sim porque foi ele quem derrotou os franceses em Dien Bien Phu. Os americanos viviam no pesadelo de um Dien Bien Phu, e, tão logo as coisas começaram a ir mal, eles disseram: "É Giap, preparando-se para um novo Dien Bien Phu". Ou então simplesmente: "É Giap". Eles falaram de Giap em fevereiro de 1968, quando o Vietcong desencadeou a ofensiva do Tet. Eles falaram de Giap em março e abril, quando os norte-vietnamitas tomaram Hue e sitiaram Khe San. Falaram de Giap em maio e junho, quando os vietcongs desencadearam a segunda ofensiva sobre Saigon e os planaltos centrais. Eles continuariam falando de Giap por anos. O nome, curto e seco como um tapa no rosto, era uma ameaça sempre suspensa no ar, um bicho-papão do paralelo 17 para baixo. Você pode assustar as crianças sussurrando: "Giap está chegando". Além disso, não foram eles mesmos que criaram o mito, com sua mania de lendas? Eles nem perguntaram a si mesmos se a lenda não seria prematura.
Em Dien Bien Phu, Giap realmente triunfou, mas ainda teria que ser confirmado se ele foi realmente um Napoleão asiático, um gênio da estratégia militar, um conquistador perene. Será que a ofensiva do Tet não falhou, assim como a ofensiva de maio? Hue não caiu, e a ocupação de Khe San não foi suspensa no final? A guerra, nesse mês de fevereiro de 1969, estivera mais a favor dos norte-americanos do que dos norte-vietnamitas. A única vitória real de Hanói fora a abdicação de Johnson e a suspensão dos bombardeios sobre o Vietnã do Norte. Em Saigon, Thieu consolidou seu poder.
Mas Giap ainda era Giap. E qualquer um que fosse jornalista ia querer entrevistá-lo. A razão era óbvia. Ho Chi Minh já era muito velho, estava muito doente. Ele apertava a mão dos visitantes, fazia alguns comentários sobre a vitória final, e então saía, tossindo. Um encontro com Ho Chi Minh era bom só de um ponto de vista humano e pessoal, isto é, você poderia dizer depois: "Eu conheci Ho Chi Minh". Mas não haveria muita coisa mais a dizer. Mas um encontro com Giap! Giap tinha muitas coisas a dizer, e ele não as dissera desde 1954. Mais arredio do que Ho Chi Minh, ele não aparecia nem mesmo nos eventos oficiais; muitas vezes circulara o boato de que estava morto.
Então, logo que cheguei a Hanói naquele fevereiro de 1969, pedi para ver Giap, e com uma esperança obstinada preparava-me para o encontro relendo cuidadosamente a sua biografia. Uma biografia fascinante! Filho de um camponês reduzido à pobreza, ele fora criado numa família rica, francesa, longe de uma educação marxista. Como um bom burguês, ele estudara no colégio imperial em Hue, depois na Universidade de Hanói, onde se formou em direito e filosofia; finalmente foi professor de literatura e história no liceu francês de Hanói, atormentando seus alunos com as campanhas de Napoleão. Ele costumava desenhar, no quadro-negro, os detalhes das batalhas, analisando-as na íntegra, e seus colegas brincavam com ele: "Você quer se tornar um general?"
Como revolucionário ele começou muito cedo, aos 14 anos de idade. Aos 18 já estivera na prisão; aos 20 alinhou-se com Ho Chi Minh. Por causa de suas explosões de fúria e silêncios gélidos, Ho Chi Minh costumava chamá-lo de Vulcão Coberto de Neve, e pela sua coragem o chamava de Kui, ou Diabo. Em 1935 ele entrou no Partido Comunista e casou-se com uma de suas camaradas, Minh Tai. Em 1939, o ano em que os comunistas foram considerados fora da lei, ele fugiu para a China, e Minh Tai ocultou a sua fuga deixando-se prender em seu lugar. Mas ela morreu na prisão, em 1941, numa cela infestada de ratos. Muitos acreditam que por causa disso Giap aprendeu a odiar, fechou-se à piedade, e abriu-se à crueldade. Foi o que os franceses descobriram quando entre 1945 e 1954 eles caíram em suas armadilhas cheias de abelhas venenosas e poços cheios de cobras, ou eram explodidos por minas escondidas sob corpos abandonados à margem dos caminhos.
Um mestre da sabotagem, ele gostava de dizer que a guerra de guerrilhas sempre teria vantagens sobre as arma modernas. E assim ele prossegue, sem dizer que em Dien Bien Phu ele vencera com canhões. Uma centena de canhões transportados pelos vietnamitas peça por peça, nas costas, em bicicletas, em marchas forçadas e sem rações. Se Dien Bien Phu custara aos franceses 12 mil mortos, custara a Giap uns 45 mil. E prossegue, sem dizer que o mencionaria com indiferença e desprendimento. "A cada dois minutos trezentas mil pessoas morrem no planeta. O que são 45 mil para uma batalha? Na guerra a morte não conta." Sua frieza não estava livre de cinismo, e de fato ele tinha pouco em comum com os austeros marxistas de Hanói. Ele usava sempre uniformes novos e bem passados, morava numa bela vila colonial construída pelos franceses e mobiliada ao gosto francês: possuía uma limusine com cortinas, e casara-se com uma bela jovem, muitos anos mais moça que ele. Em resumo, ele certamente não levava a vida de um monge ou de um Ho Chi Minh.
Em Hanói meu pedido para entrevistar Giap foi recebido com muitas reservas pelos norte-vietnamitas. "Por que tem que ser Giap? Giap não é o único nessa guerra. E, além disso, Giap não recebe visitantes." Mas três dias antes de minha partida, minha guia e intérprete, An The, trouxe-me as novidades, dizendo que sim, eu poderia encontrar-me com Giap. "Amanhã às três e meia da tarde. Mas não para uma entrevista oficial, lembre-se; apenas para um bate-papo informal. E não sozinha; acompanhada das outras mulheres da delegação! As outras mulheres da delegação eram duas comunistas e uma socialista do PSIUP (Partido Socialista Italiano da Unidade Proletária) com as quais eu fora convidada a ir ao Vietnã do Norte.
Seus nomes eram Carmem, Giulia e Marisa, mulheres inteligentes e amistosas. Elas compreenderam a dificuldade que me fora criada por esse compromisso coletivo e prometeram não abrir a boca, para que eu pudesse ficar à vontade nas minhas perguntas. Prometeram também trocar de lugar comigo caso ele escolhesse uma delas para se sentar ao seu lado, e a fazer anotações caso ele proibisse o uso de um gravador.
No dia seguinte elas se vestiram cuidadosamente e estavam quase prontas ao meio-dia. Eu também - tensa e nervosa. De fato, não me lembro do que aconteceu a partir do meio-dia, lembro-me somente que saímos escoltadas por An The, sua assistente Huan e o intérprete Ho, e que havia oficiais da equipe esperando por nós na entrada do Ministério da Guerra, todos sérios e bem vestidos em seus uniformes verde-oliva. Então um a um eles se inclinaram, com amplos sorrisos, e nos escoltaram ao longo de um corredor até um grande recinto com um divã e muitas poltronas ao longo das paredes. No centro da sala, rígido como um soldado de chumbo, estava Vo Nguyen Giap. O legendário Giap.
(continua...)