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Mensagem
por Túlio » Dom Fev 19, 2006 6:51 am
Aí, tigrada, acabei de ler Elisa Lynch - Mulher do Mundo e da Guerra. Gozado que nunca tinha me interessado em ir tão fundo num conflito que foi um divisor de águas para nossas FFAA, como a Guerra do Paraguai. É um livro estupendo, recomendo sem reservas. Em 593 páginas, o autor, Fernando Baptista, enquanto expõe a personalidade e biografia da mulher mais poderosa da AL no século XIX, descreve com interessantes minúcias o que, como e porque houve o conflito.
Agora, faz pensar: é inevitável traçar um paralelo entre Francisco Solano Lopez e duas outras figuras históricas, uma que o antecedeu e outra que o sucedeu. Um é Napoleão, outro é Adolf Hitler.
Todos os três tomaram o poder no modo republicano, mas desejavam implantar um império, monarquia, portanto. Todos desenvolveram economias fortes e elevaram a auto-estima e sentimento nacional de seus povos ao apogeu. Todos criaram as FFAA mais poderosas da região em que viviam. Todos tentaram expandir seus domínios, Napoleão em busca de mercados consumidores numa era ainda fortemente mercantilista, Solano em busca de uma saída para o mar e Adolf em busca de lebensraum para sua crescente população e reservas minerais. Todos comandavam pessoalmente seus exércitos, e nisso a semelhança se acentua mais entre Solano e Hitler, eis que ambos fizeram cagadas que selaram seu destino. Todos também implantaram regimes de terror, com execuções por simples suspeitas ou conjeturas, tendo Solano inclusive mandado executar seu irmão Benigno por traição e aprisionar sua própria mãe, D. Joana Paula pela mesma razão, tendo ela sido inclusive espancada a planchaços de sabre durante seu interrogatório. Finalmente, todos se ferraram legal e deixaram suas Pátrias em escombros, após amplo morticínio. Que isso seja um aviso a todos os que esperam um 'Messias' armado. Coisas assim acabam mal...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)