Mais manifestações contra caricaturas de Maomé

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Mais manifestações contra caricaturas de Maomé

#1 Mensagem por P44 » Seg Fev 06, 2006 10:17 am

Fonte :JN


Mais manifestações contra caricaturas de MaoméSírios e palestinianos detidos em Beirute




Mais de 100 manifestantes sírios e palestinianos foram detidos em Beirute após os tumultos hoje registados no bairro cristão, onde foi incendiado o consulado da Dinamarca, informou o Primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora.

"Mais de metade dos cerca de 200 manifestantes detidos são sírios e palestinianos", assinalou aos jornalistas.

Para Siniora, estes actos de violência "fazem parte de um plano de desestabilização de que o Líbano é vítima há vários meses", uma referência à vaga de atentados de que o país tem sido palco desde Outubro de 2004.

Uma manifestação organizada em Beirute contra a publicação na Europa de caricaturas do profeta Maomé degenerou em tumultos no quadro dos quais foi incendiada a legação dinamarquesa e se registaram confrontos com a polícia que fizeram cerca de 30 feridos.

O Movimento 14 de Março, que agrupa os partidos muçulmanos e cristãos anti-sírios, maioritário no Parlamento libanês, responsabilizou Damasco pelo sucedido.

Em comunicado, este Movimento afirma que "o sinal foi dado sábado em Damasco", onde manifestantes incendiaram as embaixadas da Dinamarca e Noruega.

"Eles (os sírios) ameaçaram fazer do Líbano uma terra queimada e, desde que foram forçados a sair, tentam desesperadamente executar as suas ameaças. Mas o seu plano fracassará", lê-se no mesmo comunicado.


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http://visaoonline.clix.pt/default.asp? ... tId=329421

Ânimos exaltados

Caricaturas provocam onda de violência e protesto

Um pouco por todo o mundo, a reprodução das polémicas caricaturas de Maomé, publicadas inicialmente por um jornal dinamarquês, está a servir de mote para as mais variadas manifestações e ataques a embaixadas ocidentais nos países árabes

VISAOONLINE 6 Fev. 2006

Vidros partidos, edifícios incendiados e ânimos muito exaltados têm composto o cenário nas representações diplomáticas dos países europeus cujos jornais que publicaram as caricaturas do profeta.


Na Tailândia, por exemplo, cerca de 400 muçulmanos manifestaram-se este fim-de-semana frente à embaixada da Dinamarca, pisando a bandeira e gritando palavras de ordem contra a publicação de caricaturas de Maomé na imprensa ocidental.

Na Indonésia, cerca de 300 manifestantes muçulmanos concentraram-se frente à embaixada dinamarquesa em Jacarta em protesto, mas aqui não houve registo de actos violentos.

Por outro lado, confrontos entre as forças de segurança afegãs e centenas de manifestantes que protestavam em Mitharlam, centro do Afeganistão, contra a publicação de caricaturas de Maomé, no sábado, provocaram um morto e quatro feridos, segundo o Ministério do Interior afegão.

A onda de reacções do mundo islâmico levou já a Dinamarca a apelar aos seus cidadãos residentes no Líbano que abandonem o país depois de milhares de manifestantes contra terem incendiado o consulado dinamarquês em Beirute. Pelo menos 28 pessoas ficaram feridas nos confrontos registados entre as forças da ordem e manifestantes na capital libanesa, de acordo com fontes hospitalares.

Juntamente com a Dinamarca, também a Noruega já tinha apelado aos seus residentes na Síria para abandonarem o país depois das violentas manifestações de sábado terem culminado no incêndio dos edifícios das embaixadas dos dois países escandinavos em Damasco. Também o ministro francês dos Negócios Estrangeiros indicou ter dado conselhos de prudência aos franceses residentes na Síria depois das manifestações de sábado, mas acrescentou não ter sido tomada «nenhuma medida especial».

Num comunicado publicado sábado ao fim da noite, a presidência austríaca da União Europeia (UE) classificou como «inaceitáveis» os ataques e ameaças contra embaixadas de países escandinavos na Síria e territórios palestinianos, em protesto pela publicação de caricaturas do profeta Maomé na imprensa europeia.

O Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, por sua vez, mostrou-se «alarmado» e apelou à calma, salientando que «o ressentimento não pode justificar a violência».

O jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou a 30 de Setembro 12 caricaturas do profeta Maomé, incluindo uma em que é representado com um turbante em forma de bomba, e que foram reproduzidos no último dia 10 por um jornal norueguês, gerando uma onda de protestos dos muçulmanos. A reprodução das caricaturas, intituladas «Os Rostos de Maomé», por parte de vários media ocidentais, intensificou as manifestações de repúdio, que se tornaram agora mais violentas, com ataques a representações ocidentais em vários países árabes e ameaças aos interesses dos países europeus onde foram publicados os desenhos.




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Clermont
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#2 Mensagem por Clermont » Ter Fev 07, 2006 2:51 pm

MENSAGEM DE UM SOLDADO BRITÂNICO NO IRAQUE.

Eu tenho de descarregar isso agora que estou soltando fumaça.

No sábado ocorreu uma marcha através de Londres por manifestantes islâmicos, a polícia interrompeu o tráfego para que a marcha pudesse continuar sem ser incomodada. A bandeira britânica foi queimada e gritos de “morte à Grã-Bretanha” e “todos os britânicos irão morrer” eram ouvidos regularmente.

Cartazes onde se lia: “Massacrem aqueles que insultam o Islam”; “Decapitem aqueles que insultam o Islam”; “Como muçulmanos, estamos preparados para lutar contra vocês”.

Como nos Estados Unidos, nós temos o direito à livre expressão, entretanto nós também temos políticas contra aqueles que promovem o ódio e os crimes de ódio. Milhares de chamadas por londrinos furiosos inundaram as centrais da polícia sobre essa manifestação e a natureza e linguagem dela.

O resultado – nem uma só detenção, de fato nem uma única ação foi tomada de todo.

Um oficial de polícia que estava realmente transtornado pelo incidente disse, “Se tivesse sido um grupo de rapazes brancos gritando pela morte de todos os muçulmanos, nós não teríamos opção exceto detê-los a todos”. Por quê então se permitiu que isso continuasse e por quê nem uma única coisa foi dita ou feita?

Eu me sento, frustrado além de quaisquer palavras pelo modo como as coisas estão acontecendo, em meu próprio governo e na força policial.

Eu e meus irmãos em armas fomos enviados a países para libertá-los da tirania, certo ou errado. Mas agora temos nossos próprios países cheios de pessoas que nos odeiam e nos querem a todos mortos. Isso é loucura pura! Eu estou no Iraque, mas o meu medo é pelo meu próprio lar.


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Pantera
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#3 Mensagem por Pantera » Ter Fev 07, 2006 3:27 pm

Estes islamicos não batem bem da bola..
Qualquer dia,vão ser criados partidos políticos islamicos na Europa,que defendem coisas e direitos próprios do mundo árabe,aos poucos vamos sendo ocupados,e é a união europeia a facilitar a entrada da Turquia na União Europeia,mas quem sofre com isso é o povo.Os primeiros a sofrer é sempre a população civil,os nossos politicos é só fugir,tal como acontece em outros cenários como a crise económica em Portugal que foi tudo a dar à sola(Gueterres,Barroso).


O mais engraçado é que se pode queimar bandeiras ocidentais e decapitar pessoas ocidentais que ninguem protesta deste lado,mas basta fazer umas caricaturas é logo destruição e morte.

Pergunto-me se o Napalm funciona em islamicos fanáticos,é que resultava em vietnamitas




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Guilherme
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#4 Mensagem por Guilherme » Ter Fev 07, 2006 3:31 pm

HIPOCRISIA MUÇULMANA

Janer Cristaldo

Tudo começou em 1989, quando o indiano Salman Rushdie publicou Versículos Satânicos. Neste livro, Rushdie reproduziu os versículos Gharanigh, não aceitos pelos canonistas do Corão. Trocando os queijos de bolso - ou mutatis mutandis, como preferem os juristas - é como se no Ocidente fossem publicados os evangelhos apócrifos ou gnósticos, não aceitos pela Igreja Católica, que aliás são publicados em várias línguas do Ocidente. Embora fosse indiano com nacionalidade britânica, Rushdie foi alvo de uma fatwa do aiatolá Khomeini, então todo-poderoso da "revolução" no Irã.

Eu informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo inteiro que o autor do livro Os Versículos Satânicos, que é contrário ao Islã, ao Profeta e ao Corão, assim como todos os implicados em sua publicação e que conhecem seu conteúdo são condenados à morte. (...) Apelo a todo muçulmano zeloso a executá-los rapidamente, onde quer que eles estejam. (...) Todo aquele que for morto nessa empreitada será considerado mártir.

A Europa aceitou tranqüilamente a sentença do aiatolá. Em vez de isolar o Irã, o Reino Unido passou a dar proteção a Rushdie. Os demais países da comunidade se mantiveram em silêncio obsequioso. Sem atinar que não se tratava apenas de proteger um escritor perseguido. Mas de repudiar a pretensão megalômana de um padre persa, que pretendeu legislar inclusive no estrangeiro. A apostasia, ou crime, segundo os muçulmanos, havia ocorrido em Londres, com a publicação do livro. Do alto dos minaretes de Teerã, Khomeiny ordenou não só a condenação à morte - como também a execução da sentença - de Rushdie, assim como de todos os implicados na publicação do livro - em território europeu ou onde quer que estes "criminosos" estivessem. Em 1991, o tradutor do livro para o japonês foi assassinado e em 1993 o editor de Rushdie na Noruega foi atacado quando saía de casa.

Só a apatia dos países europeus, na época, pode explicar a reação desmesurada dos árabes às caricaturas anódinas de um obscuro jornal do sudoeste da Dinamarca. Se as democracias ocidentais cortassem relações com o regime do aiatolá naqueles dias, provavelmente não estaríamos vendo hoje as fogueiras histéricas em toda a Europa e países muçulmanos, onde se queimam bandeiras da Dinamarca e Noruega.

Reação tardia, diga-se de passagem. As doze caricaturas de Maomé foram publicadas dia 30 de setembro do ano passado, no Jyllands-Posten, e reeditadas no 10 de janeiro passado pelo jornal norueguês Magazinet. Jornais que não circulam no mundo árabe e muito menos na Europa, mas apenas na Dinamarca e Noruega, dois países de minorias lingüísticas. A reação muçulmana revelou-se uma estratégia de jerico. As charges publicadas no jornal da Jutlândia estão hoje reproduzidas na Internet e nos principais jornais do Ocidente.

Embora uma das charges mostre a cabeça de Maomé formada por uma bomba, não é isto o que preocupa os muçulmanos. Seria absurdo protestar contra caricaturas, um recurso rotineiro do jornalismo desde priscas eras. Alegam então que a religião islâmica proíbe imagens do profeta ou de Alá. O que não passa de um esfarrapado pretexto para agredir a Europa. Iconografia sobre Maomé é o que não falta no Ocidente e inclusive no mundo árabe. Enciclopédias, livros e jornais publicaram desde sempre imagens de Maomé e só hoje, em 2006, os muçulmanos houveram por bem manifestar indignação. Hipocrisia deslavada.

Sem ir muito longe, dou dois passos até minhas estantes e apanho o Diccionario Literario Bompiani, editado em Barcelona, 1963. No segundo volume de Autores, no verbete Mahoma, há nove gravuras do profeta, na maioria da Universidade de Edimburgo, desde seu nascimento até a colocação da pedra negra na Caaba e o encontro com o arcanjo Gabriel. Estas duas últimas gravuras estão em miniaturas de manuscritos árabes. Há também uma miniatura persa do século XV, na qual Maomé monta um camelo ante sua mulher Khadigia. Ou seja, mesmo em universo muçulmano a imagem do profeta já era reproduzida. Este soberbo dicionário (15 volumes) está publicado nas principais línguas da Europa e nunca vi muçulmano algum condená-lo por blasfêmia. A julgar-se pela escalada da violência, vão acabar pedindo a proibição da Divina Comédia, onde Dante joga o profeta no oitavo círculo do Inferno, destinado aos semeadores de discórdia.

Em vez de protestar contra os jornais, os muçulmanos queimam bandeiras e embaixadas dos países envolvidos na affaire. Dirigem-se não aos jornalistas, mas aos Estados. Para um muçulmano, é óbvio que todo Estado tem controle da imprensa. Esta é a norma nas teocracias árabes, onde não há liberdade alguma de expressão. Estes senhores precisarão de mais alguns séculos para entender que, em países democráticos, a imprensa é uma instituição que limita inclusive os desmandos do Estado.

Se criticar religiões ou deuses fosse proibido no Ocidente, a Europa ainda chafurdaria nas trevas da Idade Média. O Ocidente sempre foi crítico em relação a seus deuses, e mesmo Jeová, o único, teve de ouvir poucas e boas de pensadores e poetas como Voltaire, Diderot, Guerra Junqueiro ou Nietzsche. Ainda há pouco, eu escrevia: na Europa de hoje você pode dizer o que quiser até mesmo da mãe do Cristo. Só não pode criticar Maomé.

Y a las pruebas me remito, como dizem os espanhóis. Ano passado, terminei a leitura de La Virgen María - Biografia no autorizada, do jornalista britânico Michael Jordan. Neste gordo ensaio de 400 páginas, com base nos evangelhos apócrifos, o autor sustenta a tese de que Maria teria sido uma das prostitutas sagradas. A tradução que tenho em mãos foi publicada em Barcelona e o texto original em Londres. Escândalo algum no Ocidente. Ora, na escatologia cristã Maria tem quase o status de uma deusa. Nem por isso alguém saiu a queimar embaixadas ou livros em protesto contra o autor. Imagine o leitor se alguém afirmar que Maomé seduziu e violou Zainab, a mulher de um pupilo. Ou que casou-se com Aisha, quando esta tinha nove anos.

Que a religião islâmica proíba imagens de Maomé, nada temos contra. Mas não venham estes cortadores de clitóris pretender que países não islâmicos proíbam a seus jornais, enciclopédias e bibliotecas publicar as ditas imagens. Os alaridos do mundo árabe não passam de mera farsa. Que acesso têm à imprensa habitantes de um universo majoritariamente analfabeto? Que acesso tem o mundo árabe a dois jornais da Escandinávia? A onda de protestos não passa de uma agressão planejada à Europa, fruto do ressentimento de habitantes e imigrantes do Terceiro Mundo muçulmano.

Chefes de Estado europeus estão se desmanchando em salamaleques aos árabes, pedindo desculpas pelas ofensas ao Islã. No fundo, negam - ou propositadamente esquecem - o acórdão de Handyside, reconhecido pela Corte Européia de Direitos do Homem, em 1976. Que reza: "A liberdade de expressão vale não apenas para as informações ou idéias acolhidas com favor, mas também para aquelas que ferem, chocam ou inquietam o Estado ou uma fração qualquer da população. Assim o querem o pluralismo, a tolerância e o espírito de abertura, sem o qual não existe sociedade democrática".

Mas de nada adianta falar de democracia para brutos.

http://cristaldo.blogspot.com/




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#5 Mensagem por rodrigo » Ter Fev 07, 2006 4:05 pm

Sem comentários.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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#6 Mensagem por Patton » Ter Fev 07, 2006 4:51 pm

Sera' que o mundo esta finalmente acordando para a perigo de Islamismo? Assim como as outras duas ideolegias que destestam liberdade de expressao, nomedamente facismo e communismo, o Islamismo e' um inimigo para a liberdade.

Deus abencoa nossos bravos soldados no Iraq e Afganestao. Enquanto o Iraq/Afganestao comecam a mudar mais longe do Islamismo, os Paises vao crecer ainda mais. Nao e' um secreto que a unica pais no oreinte medio que nao e' Muslimano, tambem e' o mais rico, mais avancado, mais livre, e mais poderoso. Por isso os Islamicos odeim Israel assim em parte.




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"Agora eu quero que vocês se lembrem que nenhum filho de *** ganhou uma guerra morrendo de pena dele. Ela ganhou ao forçar o outro filho da *** a morrer pelo seu país"~
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#7 Mensagem por Tripeiro » Ter Fev 07, 2006 5:22 pm

É o resultado do politicamente correcto e de políticas de imigração que são mais que irresponsáveis, são criminosas. Só estamos a assistir aos primeiros sinais do que está para vir...




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#8 Mensagem por Clermont » Ter Fev 07, 2006 9:10 pm

No geral, um texto muito bom.

Guilherme escreveu:HIPOCRISIA MUÇULMANA

Janer Cristaldo


A Europa aceitou tranqüilamente a sentença do aiatolá. Em vez de isolar o Irã, o Reino Unido passou a dar proteção a Rushdie. Os demais países da comunidade se mantiveram em silêncio obsequioso. Sem atinar que não se tratava apenas de proteger um escritor perseguido. Mas de repudiar a pretensão megalômana de um padre persa, que pretendeu legislar inclusive no estrangeiro.

Só a apatia dos países europeus, na época, pode explicar a reação desmesurada dos árabes às caricaturas anódinas de um obscuro jornal do sudoeste da Dinamarca. Se as democracias ocidentais cortassem relações com o regime do aiatolá naqueles dias, provavelmente não estaríamos vendo hoje as fogueiras histéricas em toda a Europa e países muçulmanos, onde se queimam bandeiras da Dinamarca e Noruega.

A julgar-se pela escalada da violência, vão acabar pedindo a proibição da Divina Comédia, onde Dante joga o profeta no oitavo círculo do Inferno, destinado aos semeadores de discórdia.

Em vez de protestar contra os jornais, os muçulmanos queimam bandeiras e embaixadas dos países envolvidos na affaire. Dirigem-se não aos jornalistas, mas aos Estados. Para um muçulmano, é óbvio que todo Estado tem controle da imprensa. Esta é a norma nas teocracias árabes, onde não há liberdade alguma de expressão. Estes senhores precisarão de mais alguns séculos para entender que, em países democráticos, a imprensa é uma instituição que limita inclusive os desmandos do Estado.

Se criticar religiões ou deuses fosse proibido no Ocidente, a Europa ainda chafurdaria nas trevas da Idade Média.

Ah, disso eu não gostei! Pô, gente, a Idade Média foi legal!

Que a religião islâmica proíba imagens de Maomé, nada temos contra. Mas não venham estes cortadores de clitóris pretender que países não islâmicos proíbam a seus jornais, enciclopédias e bibliotecas publicar as ditas imagens.

Aqui, o autor cometeu um equívoco: a circuncisão de clitóris não é uma prática religiosa muçulmana, ela é uma prática tribal de comunidades da África Negra islamizadas. O que é muito diferente. Evidente que, se poderia perguntar por quê, nesses séculos todos, nenhuma fatwa tenha sido proclamada contra esse costume.

Chefes de Estado europeus estão se desmanchando em salamaleques aos árabes, pedindo desculpas pelas ofensas ao Islã.


Realmente, essa última frase é que me causa espanto. Por quê as lideranças políticas européias são tão tímidas ao se lidar com esse tipo de interferência estrangeira dentro de seus próprios países?

Seria o medo da falta de petróleo? Mas, vem cá, o petróleo não vai acabar mesmo? E não dizem que isso ainda vai se dar no tempo de vida da garotada mais jovem, aqui desse fórum? Então, pra quê se humilhar tanto? Confesso que não entendo. Se eu fosse cidadão europeu, eu iria exigir que meu país fizesse tudo para se tornar o mais possível independente das chantagens árabes.

Os americanos, de repente, parecem ter descoberto que o Brasil tem mais a oferecer do que samba e bundas. Álcool, por exemplo...

E tem outra coisa também. Eu não entendo dessas questões, mas eu perguntaria pra rapaziada que sabe das coisas: é possível aos países árabes da OPEP bloquearem as vendas à Europa sem, eles mesmos, irem à falência? Seria viável que a China ou a Rússia, pudessem substituir os países europeus como mercados exclusivos do petróleo?

Eu não sei. Mas, acredito que aqueles xeques árabes, sem o dinheiro europeu, teriam muitas dificuldades de pagar as melhores garotas de programa (muitas delas européias) que eles consomem regularmente.

Outra coisa, já li que, se tirarmos o petróleo, o mundo árabe-persa, inteiro, exporta um valor inferior ao da Finlândia.

Se for isso mesmo, então por quê os líderes políticos europeus temem tanto a "vingança" muçulmana?

Patton escreveu: Sera' que o mundo esta finalmente acordando para a perigo de Islamismo?


Eu, da minha parte, nunca estive "dormindo".

Deus abencoa nossos bravos soldados no Iraq e Afganestao.


Nada contra. A maioria é composta de rapazes e moças de bem. E de grande coragem. Se dependesse de mim, embora não sejam meus compatriotas, nem um só soldado dos Estados Unidos teria morrido nesses locais. Infelizmente, eu - junto com muitos cidadãos americanos - temo que as mortes deles acabem por representar um sacrifício inútil de uma excelente geração.

Enquanto o Iraq/Afganestao comecam a mudar mais longe do Islamismo,


Acho que são outras as pessoas que precisam acordar para a realidade. O triste é que esse despertar irá custar muito sangue inocente. Vide parágrafo acima.

Nao e' um secreto que a unica pais no oreinte medio que nao e' Muslimano, tambem e' o mais rico, mais avancado, mais livre, e mais poderoso. Por isso os Islamicos odeim Israel assim em parte.


É claro que ninguém de bom-senso pode desconhecer a supremacia israelense. Mas é preciso ter consciência de que, seis bilhões de dólares por ano, enviados pelo contribuinte americano tem sido de grande valia para Israel.

Embora, existam U.S.A citizens que se perguntem, em qual parte da Constituição se encontra a permissão para se desviar dinheiro dos impostos para uma potência estrangeira...




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#9 Mensagem por Don Pascual » Ter Fev 07, 2006 9:17 pm

Patton, va a merda. Essa não é a primeira vez que vens a ofender o islamismo. Va se juntar aos seus amiguetes islamofobos do mp.net e nos deixe em paz. Aproveite que te mandei a merda e use o seu maldito livreco mormom para se limpar.
Acabo de sair do citado forum e não estou com a minimo saco pra escrever uma resposta educada e bem elaborada aqui.




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#10 Mensagem por Carlos » Ter Fev 07, 2006 9:22 pm

Nao e' um secreto que a unica pais no oreinte medio que nao e' Muslimano, tambem e' o mais rico, mais avancado, mais livre, e mais poderoso. Por isso os Islamicos odeim Israel assim em parte.


Acho que a Arábia Saudita faz parte do Oriente Médio? Ou estou enganado?

Falou,

Carlos.




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#11 Mensagem por César » Ter Fev 07, 2006 10:15 pm

Bloqueado temporariamente pela moderação.




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#12 Mensagem por Don Pascual » Qua Fev 08, 2006 12:02 am

Eu queria me desculpar com o uuario Patton. Eu não gostei da atitude dele, achei-a tremendamente ofensiva, fiquei nervosso e me excedi, insultando não somente o Patton mas também a religião dele. Agora que estou mais calmo percebo o meu erro, espero que o Patton também me desculpe pela minha reação.




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#13 Mensagem por César » Qua Fev 08, 2006 12:05 am

Enfim, após a retratação do usuário Don Pascual, a moderação decidou apenas adverti-lo publicamente, para que eventos como esse não voltem a ocorrer e a convivência entre os usuários seja a mais respeitosa e proveitosa possível.

Assim sendo, Don Pascual, você foi advertido publicamente.

Abraços

César




Editado pela última vez por César em Qua Fev 08, 2006 12:25 am, em um total de 1 vez.
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#14 Mensagem por Túlio » Qua Fev 08, 2006 12:19 am

Bonitaço isso aí, o índio ficou de cabeça quente, disse uma montoeira de barbaridades, daí caiu em si e se retratou...
Legal também o teu papel na coisa toda, César, é isso aí, num é só mijar o cara e suspender, há que se contextualizar...
Sei que num tenho nada que meter o bedelho, mas bons exemplos devem ser enaltecidos... E esse foi um belo exemplo de civilidade!
Parabéns...
E o DB tá cada vez melhor, justamente por coisas assim, já viram o FHC x LULA? Todo mundo discutindo, mas no máximo respeito...
Muito tri mesmo, cambada... :D




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#15 Mensagem por Paisano » Qua Fev 08, 2006 12:53 am

O Deus de cada um*

Fonte: http://www.jb.com.br

A razão ocidental considerou exagerada a irada defesa muçulmana de seu Profeta, contra os desenhos que o caricaturaram na Dinamarca. Há duas formas de ver as religiões no mundo: a teológica e a histórica. Temos, os ocidentais - a partir de Agostinho, passando por Tomás de Aquino e chegando aos pensadores contemporâneos -, a preocupação de encontrar explicações lógicas para confirmar a existência de Deus. Em uma das aventuras do padre Brown, The blue cross, Chesterton faz o suave e astuto sacerdote desmascarar falso colega, com o argumento de que ele desprezara a lógica, e desprezar a lógica é má teologia.

Os muçulmanos, que tanto contribuíram para a lógica ocidental, não têm tanta preocupação em explicar a fé com os recursos da razão. Ela se codifica e se justifica no Alcorão - aquilo que deve ser lido. Tal como outras grandes religiões, o islamismo é um contrato com o Absoluto, que, em seu caso, se identifica em Alá. Por esse contrato, o crente aceita as cláusulas de conduta, que as escrituras estabelecem, e, em troca, tem direito à paz eterna. O que os torna bem diferentes, em nossa visão, é a obediência rigorosa aos preceitos religiosos, apesar da divisão política entre xiitas e sunitas. E é singularmente notável sua tolerância com a crença dos outros. O vice-presidente de Saddam, Tarik Aziz, é católico.

O islamismo foi o grande veículo para a expansão dos povos árabes rumo ao Ocidente. Houve, então, a combinação dialética: a fé os levou ao Maghreb, e do Maghreb à Espanha Meridional, à África e à Ásia. Em todos esses movimentos, a expansão religiosa foi maior do que a étnica, com a conversão paulatina dos povos.

Os mesmos muçulmanos que consideramos bárbaros em certos costumes, como o da mutilação das mulheres, inaceitáveis em nossa visão de mundo, trouxeram para o Ocidente conhecimentos científicos que nos possibilitaram construir a sociedade moderna. O que seria, só para um exemplo, a ciência sem os algarismos árabes? É, portanto, necessidade identificar os povos muçulmanos como primitivos. Do ponto de vista histórico, somos devedores de sua alta contribuição ao desenvolvimento das idéias que, vindas do Oriente, passaram pela Grécia, conservando-se nas margens do Mediterrâneo durante os altos tempos medievais, para reocupar a Europa, entre os séculos 10 e 15, e possibilitar o surgimento da Idade Moderna.

O que está em discussão é mais profundo do que a História. É a fé. A fé é a identidade mais forte dos seres humanos: é a ligação com aquelas razões da vida que a ciência jamais conhecerá. Podemos saber, amanhã, como o mundo surgiu - e o big-bang é apenas uma hipótese entre outras -, mas, jamais, por quê: o porquê só podemos intuir com a fé. A fé, para expressar-se, necessita de símbolos. No caso dos muçulmanos, a não imagem de Alá e a não imagem do Profeta são símbolo maior: os homens não podem profanar a fé com a reprodução das figuras divinas.

Há alguns anos, um infeliz pastor, a serviço da rendosa seita de Edir Macedo, escoiceou a imagem de Nossa Senhora diante de milhões de espectadores de uma emissora de televisão. Os católicos reagiram, e com toda razão. Não interessa à fé saber se a imagem de Maria é autêntica, ou não. É uma forma de reverenciá-la, como reverenciamos os nossos antepassados e deles guardamos retratos. Ao escoicear a estátua, o pastor escoiceou todos os católicos brasileiros. Era o que pretendia, em seu fundamentalismo menor.

Não há explicações para o sentimento religioso, a não ser aquela certeza lógica de que nunca saberemos de onde viemos. O título do livro de memórias de Zélia Gattai, Anarquistas, graças a Deus, é revelador dessa fé, às vezes discreta, mas sempre presente. E para que sejamos respeitados em nossa crença, ou em nossa descrença, temos o dever de respeitar o outro, em seu contrato particular com o Absoluto. A fé não é separada de nós. Ela está em nós, porque Deus está em nós; quando respeitamos o outro, respeitamos a sua fé - ou a sua descrença. Dizia Juarez que ''el derecho ajeno es la paz''. Sobretudo o direito de crer.

*MAURO SANTAYANA




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