UCRÂNIA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: UCRÂNIA

#1666 Mensagem por Bolovo » Qua Jul 27, 2016 10:10 pm

Agora vamos ao que interessa: como está vivendo a população em Donestk e Lushank? O povo deve estar vivendo o limbo existente entre Ucrânia e Rússia.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: UCRÂNIA

#1667 Mensagem por akivrx78 » Qui Jul 28, 2016 3:59 am

Washington descontente com conduta de generais ucranianos
© AFP 2016/ ALEXEY KRAVTSOV

27.07.2016

Os militares norte-americanos estão descontentes com a conduta não profissional dos generais ucranianos durante os exercícios militares Sea Breeze 2016.

As respectivas informações foram dadas pela deputada da Suprema Rada da Ucrânia Nadezhda Savchenko na sua página no Facebook.

Savchenko contou que durante os treinamentos militares ocorreram falhas sérias por culpa do comando ucraniano.

"Não só eu, mas também os americanos mostram seu descontentamento pelo trabalho do comando ucraniano. O desembarque se atrasou 40 minutos – devido ao fato de os generais terem chegado ao navio com um atraso de 40 minutos e depois tiravam selfies", reclamou.

Os exercícios multinacionais Sea Breeze 2016 tiveram início em 18 de julho. Eles incluíram a componente de missões aeronáuticas, realizada perto da cidade de Nikolaev, e em 24 de julho em Odessa teve lugar a abertura oficial da fase ativa (naval).




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Re: UCRÂNIA

#1668 Mensagem por akivrx78 » Qui Jul 28, 2016 4:21 am

Entre o sangue e as lágrimas, a Ucrânia sua para ser “europeia”

Por João Ruela Ribeiro (em Kiev)
25/07/2016 - 07:38

As mudanças no país são muito poucas e pequenas, mas começam a surgir, embora em Bruxelas ninguém prometa uma integração rápida.

É provável que, por estes dias na Ucrânia, haja poucos homens com mais pressão aos ombros do que Artem Sytnyk. Mas a tranquilidade com que este procurador de 36 anos se dirige a um grupo de jornalistas quase faz esquecer que ele é o primeiro director da Agência Nacional Anti-Corrupção (NABU) da história do país. Em pouco mais de um ano desde que foi criada, a NABU já abriu mais de cem investigações, sobretudo centradas em juízes e magistrados, e deteve 25 pessoas. “É o tipo de progresso que a sociedade espera de nós”, resume Sytnyk, que trabalhou como procurador entre 2001 e 2011, quando se afastou da magistratura em protesto contra as políticas para a Justiça do ex-Presidente, Viktor Ianukovich.

Há muito trabalho a ser feito na Ucrânia para dar continuidade àquilo que motivou a série de protestos iniciados no final de 2013 e que culminaram no derrube de Ianukovich. Nos livros de História, esse processo é lembrado como a Revolução da Dignidade, mas ninguém se atreve a dizer que essa revolução terminou. A corrupção endémica continua a ser um dos grandes entraves ao desenvolvimento desta ex-república soviética, a classe política mantém os vícios do clientelismo e continua habituada à falta de prestação de contas e os oligarcas continuam a ter uma influência considerável nos assuntos públicos. Algumas mudanças reais vão sendo alcançadas, como a criação da NABU, mas quem tomou parte nos protestos na praça Maidan diz ver outras revoluções, mais pequenas, mas igualmente importantes.

Apesar do voluntarismo da nova agência, não houve qualquer condenação de personalidades relevantes e mesmo os casos menores raramente se traduzem em algo de significativo. O problema, diz Sytnyk, está nos tribunais superiores que não cumprem a sua parte por integrarem o sistema que a agência quer derrubar. Para poder passar aos famosos oligarcas e aos políticos, é necessário “purgar” o sistema judicial. A tarefa está longe de ser fácil, ou segura, como mostrou o caso recente de um juiz de Odessa que foi apanhado a receber um suborno e atirou sobre os inspectores.

Uma das revoluções operadas pela NABU, que tem recebido aconselhamento do FBI, é a sua própria existência. Sytnyk fala de uma “independência funcional” em relação ao poder político e judicial. O processo de selecção é muito rigoroso e os candidatos a inspectores têm de passar por várias fases de exames, não só de conhecimentos, mas também de personalidade e honestidade, incluindo um teste de polígrafo. Dentro da agência, há ainda uma divisão responsável em exclusivo por investigar casos internos de agentes suspeitos de corrupção. Num ano de funcionamento ainda não houve qualquer processo aberto, diz Sytnyk, mas há uma vigilância constante aos mais de 150 inspectores: é comum haver, por exemplo, testes de rotina para avaliar a permeabilidade dos agentes a situações em que podem estar a ser corrompidos. “Vou ter tolerância zero à corrupção e estou empenhado em alcançar resultados sem qualquer receio ou favores das personalidades políticas em questão”, escrevia Sytnyk, na altura em que a agência foi inaugurada.

Fome de transparência

Há muitas causas para que um site possa ceder por causa do tráfego excessivo: a espera por um novo gadget electrónico, o lançamento de bilhetes para um concerto do mais recente fenómeno pop ou a saída de mais um episódio da série de dragões e mortos-vivos mais popular do momento. Mas acompanhar a negociação de um contrato público em tempo real deve estar bem para baixo nesta lista.

Foi o que aconteceu com um dos primeiros concursos públicos do Ministério da Defesa ucraniano mediado por uma nova plataforma electrónica, em Junho do ano passado. Um conhecido blogger alertou para o acontecimento que se aproximava e disse aos seus seguidores para acompanharem a licitação. Esta fome de transparência apanhou de surpresa até os próprios criadores da ProZorro, um grupo de activistas que participaram nas manifestações na Maidan. Os jovens, vindos de áreas como a Informática, Gestão ou Finanças, calcularam que as más práticas que envolviam os contratos públicos causavam perdas no valor de dois mil milhões de euros todos os anos para os cofres do Estado. Surgiu então a ideia de criar uma plataforma electrónica onde instituições públicas e fornecedores estabelecessem contacto e fosse possível aceder a toda a informação relativa a cada negócio e acompanhá-los em tempo real. Em pouco mais de um ano, foram feitos mais de 130 mil negócios através deste sistema e a ProZorro foi galardoada num concurso mundial de contratação. Desde Abril que todas as agências governamentais, assim como as empresas estatais monopolistas, estão obrigadas por lei a usar este serviço.

O deputado Alexei Ryabchyn diz não ser possível “saltar etapas” no desenvolvimento da Ucrânia. “Gosto sempre de dar o exemplo da Roménia, que mesmo sendo membro da UE continuou a ser um país corrupto e só após dez anos de reformas é que venceram a luta anti-corrupção. Nós não temos fundos europeus, nem apoios europeus como os Estados-membros, mas temos a vontade desesperada do povo ucraniano em querer aproximar-se da Europa”, diz o parlamentar do partido pró-europeu Pátria (Batkivshchyna), liderado pela carismática e polémica ex-primeira-ministra, Iulia Timochenko.

O caminho europeu da Ucrânia não tem sido fácil, mesmo se se ignorar a guerra no Leste que já fez quase dez mil mortos. Em Abril, um novo Governo tomou posse, depois de meses de crise política. Vários ministros encarados como “reformistas” abandonaram o executivo, sem esconder o desânimo pela lentidão das reformas e pela manutenção dos velhos hábitos corruptos. Um deles foi Aivaras Abromavicius, um lituano com passado na banca de investimento e que era titular da pasta da Economia, cuja saída do Governo, em Fevereiro, foi um dos primeiros sintomas de que o espírito reformista e pró-europeu dos novos líderes ucranianos estaria a esmorecer.

O Fundo Monetário Internacional decidiu adiar o pagamento da segunda tranche do programa de assistência financeira de 36 mil milhões de euros concedido em 2014 e a pressão para que o novo Governo faça avançar as reformas tem aumentado. Em Kiev para avaliar os primeiros cem dias do novo Governo, o comissário europeu responsável pela Política de Vizinhança e Alargamento, Johannes Hahn, assume que a corrupção é o grande obstáculo ao desenvolvimento da Ucrânia. Três meses depois da visita anterior, Hahn diz que começa a ser adoptada a “legislação necessária” para lidar com a corrupção: “O básico está lá, agora trata-se de implementar:”

Uma das reformas que mais impacto está a ter na vida quotidiana dos ucranianos é a do sector do gás. Desde a independência, em 1991, que a Rússia manteve os subsídios ao gás consumido na Ucrânia, criando preços artificialmente baixos. Com a anexação da Crimeia e a quebra quase total das relações diplomáticas e económicas entre os dois países, o mercado ucraniano passou a ficar privado desses subsídios. “A Naftogaz [empresa pública ucraniana de distribuição de gás] era usada maioritariamente como um instrumento para fazer duas coisas: primeiro, para subornar o eleitorado através de enormes subsídios pré-pagos e, em segundo lugar, para práticas corruptas”, disse o novo director da empresa, Andrei Kobolyev, em entrevista ao Wall Street Journal. Agora, os preços estão sujeitos às flutuações normais do mercado, o que significou um choque inicial de uma subida para o quádruplo da conta paga pela maioria dos consumidores.

O corte com a Rússia tem outras implicações económicas. Entre 2013 e 2014, as trocas entre os dois países caíram mais de 40%, o que não foi compensado pelo crescimento de 12% das trocas com os países da UE. “Não podemos, de um dia para o outro, compensar as perdas devidas às restrições da Rússia”, admite Hahn. O comissário diz que houve um financiamento de 200 milhões de euros aos países que assinaram acordos de comércio livre com Bruxelas — Ucrânia, Moldávia e Geórgia — para que os tratados sejam “acomodados”.

Continuar a revolução

Há, porém, uma recusa muito forte em não deixar o desenho do futuro da Ucrânia apenas nas mãos das instituições internacionais ou dos políticos. Nos últimos dois anos, começaram a proliferar as mais diversas associações cívicas, como os voluntários para apoiar deslocados internos da Crimeia e das zonas ocupadas do Leste, grupos para monitorizar os orçamentos locais ou para desenvolver e propor reformas em diversas áreas. Uma delas é o Pacote de Reanimação de Reformas, uma organização não-governamental, financiada pela US Aid e pela Comissão Europeia, que reúne mais de 300 especialistas e think-tanks que se têm debruçado sobre várias áreas de políticas públicas e que já participaram na elaboração de 85 diplomas legislativos. Uma das grandes prioridades é a reforma judicial, diz-nos um dos responsáveis na sede da associação, cujas paredes brancas, frases inspiradoras e um exército de computadores Macintosh lembram uma start-up.

Mykhailo Zhernakov começa por notar que a confiança da sociedade nos tribunais varia entre os 4% e os 12%. “Em alguns inquéritos, está ligeiramente abaixo da confiança nos media russos”, diz o ex-juiz. Uma vez mais, é a corrupção que mina o sistema. Zhernakov diz que há duas formas de alguém se tornar juiz na Ucrânia: “Paga um suborno incrivelmente alto; ou então tem ligações com alguém de alto nível.”

O acesso à carreira de magistrado é, portanto, um dos pontos mais sensíveis na reforma judicial. Actualmente, é um comité composto maioritariamente por juízes, académicos e advogados, e que está muito dependente da administração presidencial, que escolhe os juízes do Supremo Tribunal. Se este modelo não for mudado, “podemos livrar-nos dos juízes de Ianukovich e acabar por ter os juízes de Poroshenko”, avisa Zhernakov.

Quando as últimas tendas foram levantadas da Praça da Independência, Oleg Slabospitsky, de 27 anos, pôs-se uma pergunta que era, naquele momento, transversal aos jovens ucranianos: “Questionei-me se seria mais eficaz no Exército ou a controlar o trabalho do Governo.” A guerra começava a rebentar no Leste da Ucrânia contra os separatistas pró-Moscovo, mas Oleg percebeu que havia tanto a fazer pelo futuro do seu país num escritório em Kiev como na frente de batalha. Tornou-se assessor pro bono de um deputado independente e está envolvido na reforma para a descentralização administrativa.

Recorda agora os tempos em que passava os dias na Maidan e lamenta a pouca mobilização que se seguiu. “Toda a gente queria participar na altura, era algo de moderno e popular, mas agora temos muito trabalho, não há concertos todos os dias, não há manifestações”, diz. Calcula que apenas 10% dos manifestantes estejam hoje envolvidos de alguma forma em associações cívicas. “Se todas as pessoas que participaram na Euromaidan se envolvessem no processo de reformas, acho que teríamos um país novo em dois anos.”

É impossível saber quanto tempo irá demorar até a Ucrânia se tornar no país imaginado na Maidan, ou mesmo se esse dia irá chegar. A integração europeia é o objectivo último, mas ninguém quer alimentar falsas esperanças. “Não devemos especular sobre nenhum futuro possível, para não falar de nenhum prazo”, disse o comissário europeu, Johannes Hahn, admitindo, porém, que há expectativa de que o regime de vistos para viajar para a UE seja abolido no Outono.

Isto é sabido em Kiev, mas, por agora, o empenho é em fazer as reformas necessárias que foram adiadas nas últimas duas décadas. Alexei Ryabchyn diz que “não é justo dizer à UE ‘aceitem-nos como somos’”. “Quando construirmos as nossas instituições, quando abrirmos os nossos mercados, quando cumprirmos os nossos orçamentos sem pedir assistência, mas competindo por investimento, aí estaremos perante um país diferente.”

O país ainda não mudou como queriam os activistas da Maidan, mas há pequenas revoluções que se vão fazendo. As ruas de Kiev estão apinhadas de pessoas nesta altura do ano. Onde antes a polícia e os manifestantes entravam em confronto, agora há concursos de dança. O país está mais pobre — no ano passado, a moeda perdeu mais de 60% do seu valor face ao dólar — e as esplanadas estão vazias, mas as pessoas contentam-se com os muitos quiosques que animam os passeios das largas avenidas e onde o café e os sumos são substancialmente mais baratos.

A capital está longe de ser uma cidade deprimida. “Os pequenos negócios começaram a florescer, mesmo sendo difícil em termos económicos”, conta Myroslava Karpyn, 27 anos, que trabalha em marketing e participou nas manifestações na Maidan. “As pessoas querem fazer a sua própria roupa, querem fazer os seus sapatos, querem fazer gelados e querem vendê-los”, diz.

Kate Voznytsya, 29 anos, que participou nas manifestações e editou filmagens feitas por outros activistas, conta que recentemente foi a uma festa de recolha de fundos para uma revista cultural, algo “pouco provável” há dois anos. Aos sábados, é habitual grupos de pessoas juntarem-se para limparem as suas ruas, conta Myroslava. ”Acho que começámos a viver nestes standards mais europeus, pelo menos no nosso imaginário — e eles são mais elevados do que os reais.”

O jornalista viajou a convite da Comissão Europeia.
https://www.publico.pt/mundo/noticia/en ... 64?page=-1




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Re: UCRÂNIA

#1669 Mensagem por EDSON » Qui Jul 28, 2016 9:38 am

Que bobagem já que a Ucrânia foi desinstrua lizada e milhões estão abandonando o país.




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Re: UCRÂNIA

#1670 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 28, 2016 12:32 pm

Se esta mesma reportagem trocasse Ucrania por Brasil, não tinha problema nenhum. Dois países, a mesma (vergonhosa) realidade.

abs.




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Re: UCRÂNIA

#1671 Mensagem por akivrx78 » Qui Jul 28, 2016 6:51 pm

http://www.youtube.com/watch?v=9QNf6r7hD7Q

Que diabos de exercício é este onde se faz rasantes em baixa altitude em áreas urbanas.


http://www.youtube.com/watch?v=-XakKEt3qH8

http://www.youtube.com/watch?v=SjHJUzp869k




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Re: UCRÂNIA

#1672 Mensagem por EDSON » Qui Jul 28, 2016 9:42 pm

Aqui você pode ver os homens caídos pelas forças ucranianas.

http://memorybook.org.ua/index3.htm




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Re: UCRÂNIA

#1673 Mensagem por FOXTROT » Sex Ago 12, 2016 8:36 am

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/no ... 48061.html


Ucrânia coloca tropas em alerta perto da Crimeia
11/08/2016 - 19h28min

A Ucrânia colocou nesta quinta-feira suas tropas em estado de alerta ao longo da linha de demarcação com a Crimeia após a retomada da tensão com a Rússia, que afirmou ter frustrado atentados preparados por Kiev nesta península anexada em 2014.

Mais de dois anos depois da anexação da península ucraniana após um referendo considerado ilegal pelos países ocidentais, a denúncia de Moscou, desmentida por Kiev, deu lugar a uma troca de acusações como não havia ocorrido em meses e obrigou as duas partes a reforçar seus dispositivos militares na zona.

"Eu ordenei a todas as unidades nas regiões situadas na fronteira administrativa com a Crimeia e ao longo da linha de frente no Donbass (leste da Ucrânia) que entrem em estado de alerta", anunciou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

Poucas horas antes, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que reforçaria a segurança na Crimeia, após acusar as autoridades ucranianas de "passar ao terror".

"Foram debatidas medidas adicionais" no conselho de segurança russo "para garantir a segurança dos cidadãos e das infraestruturas vitais da Crimeia", explicou a Presidência. Os participantes "estudaram detalhadamente as possíveis medidas antiterroristas para proteger as fronteiras terrestres, as águas territoriais e o espaço aéreo da Crimeia".


Este Conselho de Segurança reuniu o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, os ministros das Relações Exteriores, Serguei Lavrov; da Defesa, Serguei Choigu, e do Interior, Vladimir Kolokolsev, assim como encarregados dos serviços secretos russos (FSB), Alexandre Bortnikov, e da inteligência exterior (SVR), Mikhail Fradkov.

Uma autoridade da Otan declarou que a Aliança acompanha "de perto e com preocupação" a situação na região da Crimeia.

"A Rússia não forneceu nenhuma prova tangível de suas acusações contra a Ucrânia", acrescentou.

Neste contexto, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta quinta para discutir a tensão crescente entre Rússia e Ucrânia.

"Estamos extremamente preocupados com o aumento da tensão perto da fronteira administrativa entre a Crimeia e a Ucrânia", declarou, por sua vez, a porta-voz do departamento de Estado americano Elizabeth Trudeu.

Desviar a atenção?

O FSB acusou Kiev de ter lançado várias incursões de "sabotadores-terroristas" que terminaram em confrontos armados e que custaram a vida, segundo Moscou, de um agente do FSB e de um militar russo.

Segundo o FSB, um primeiro grupo foi descoberto perto da cidade de Armiansk, na Crimeia, na madrugada de 7 de agosto em posse de vinte artefatos explosivos caseiros e vários quilos de TNT. Outros dois grupos foram interceptados na noite seguinte, apoiados por disparos do exército ucraniano, segundo a mesma fonte.

Fontes citadas pelo jornal russo Kommersant afirmaram que as pessoas detidas queriam atacar zonas turísticas da península, conhecida por suas praias, para "semear o pânico" provocando pequenas explosões.

Poroshenko denunciou acusações "absurdas e cínicas", que servem de "pretexto para novas ameaças militares contra a Ucrânia".

O ministério da Defesa ucraniano evocou uma "tentativa de justificar a mobilização e as agressões" das forças russas na região.

Moscou afirmou ter detido um oficial da inteligência militar ucraniana, Evguen Panov, qualificado de "refém" pelo governo ucraniano. A TV russa mostrou o suposto interrogatório do prisioneiro, que apresentava marcas de agressões e admitia ter sido recrutado por Kiev para atacar um ferry, uma base de helicópteros, um depósito de petróleo e uma fábrica química.

Consultados pela AFP, vários cidadãos da Crimeia que vivem perto da fronteira ucraniana disseram ter visto grandes movimentos de veículos militares na região nos últimos dias.

Os Estados Unidos, através de seu embaixador na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, disseram não ter "visto nada que corrobore as acusações da Rússia" e culparam Moscou por utilizar "frequentemente falsas acusações para desviar a atenção de seus atos ilegais".

Em um comunicado, o ministério russo das Relações Exteriores recomendou aos ocidentais que apoiam Kiev que mostrassem "sensatez".

Em teleconferência com seu contraparte francês, Jean-Marc Ayrault, o chanceler russo, Serguei Lavrov, pediu ao Ocidente para advertir à Ucrânia "contra medidas perigosas que poderiam ter as piores consequências".

Processo de paz contestado

Guardas fronteiriços ucranianos anunciaram ter reforçado seu dispositivo entre a Ucrânia e a Crimeia desde "7 de agosto, quando apareceram os primeiros sinais de tensão".

"Nós nos preparamos para tudo", declarou à AFP um alto funcionário dos serviços de segurança ucranianos, considerando que uma invasão russa era possível. "É uma escalada, certamente", disse.

Na quarta, Putin pediu aos ocidentais para "pressionar" as autoridades de Kiev "se quiserem realmente alcançar um acordo pacífico" para o conflito ucraniano.

"Nestas condições, um encontro no 'formato Normandia' (França, Alemanha, Rússia e Ucrânia) na China (durante o G20, em 4 e 5 de setembro) não faz sentido", avaliou o presidente russo.

A Crimeia foi anexada pela Rússia em março de 2014, após uma intervenção militar seguida de um referendo de incorporação, denunciado como ilegal por Kiev e os países ocidentais.

Esta anexação provocou as maiores tensões entre as potências ocidentais e a Rússia desde o fim da Guerra Fria e foi seguida de uma onda de sanções europeias e americanas contra Moscou.




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Re: UCRÂNIA

#1674 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 12, 2016 1:23 pm

Bom, parece que chegaram a um impasse. Na frente leste, um lado e outro não conseguem avançar ou determinar uma vantagem militar impositiva sobre o oponente de forma a estabelecer suas próprias condições para o final do conflito.
Assim, talvez a abertura de uma segunda ou até mesmo terceira linha de frente possa ser algo significativo, já que as combalidas forças militares ucranianas não tem, ou teriam condições, de suportar mais esta pressão em seus sistemas logísticos e de combate.
Se uma nova frente aparecer na Crimeia, acho bem difícil os ucranianos segurarem a sua integridade territorial.
A não ser que os seus novos amigos acidentais fizessem alguma coisa.
Mas o que eles fariam, de fato, ou poderiam fazer contra os russos?
Chutar cachorro morto mundo afora qualquer um faz, mas em um urso... :roll:
Duvido que a Ucrânia valha tudo isso.

abs.




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Re: UCRÂNIA

#1675 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 19, 2016 9:26 pm

19/08/2016 - 09h10
Rússia reforça presença militar perto da fronteira com a Ucrânia

A Rússia tem ampliado sua presença militar na fronteira oeste do país, com o envio de dezenas de milhares de soldados para bases recém-construídas que ficam bastante próximas da Ucrânia. A operação é realizada no momento em que Moscou segue na disputa para controlar a península da Crimeia, na região do Mar Vermelho.

O Kremlin diz que a mudança nas tropas é parte de uma estratégia para conter supostas ameaças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Analistas militares avaliam que o fato parece ser um esforço para manter uma postura militar mais robusta e permanente perto da Ucrânia, onde os russos já realizaram intervenções militares encobertas, ao apoiar separatistas pró-Moscou, com o objetivo de manter a influência sobre o vizinho. "Os planos da Rússia em relação à fronteira ucraniana mostram uma intenção real de usar a força se necessário", afirmou Anton Lavrov, analista de defesa do centro de estudos CAST, que fica na capital russa. "Eles querem construir a primeira linha de assistência da Rússia se os rebeldes favoráveis aos russos no leste da Ucrânia precisarem de ajuda."

O Ministério da Defesa russo não quis comentar o assunto. Militares dos Estados Unidos disseram que não detectaram sinais de uma ameaça iminente. Segundo alguns analistas sediados nos EUA, a Rússia planeja reorientar suas forças para potenciais áreas de conflito, mas isso não necessariamente indica atividade militar iminente.

A violência no leste ucraniano continua, apesar das tentativas de cessar-fogo de líderes europeus. Na quinta-feira, a Ucrânia informou que três de seus soldados haviam sido mortos nas últimas 24 horas.

A Rússia ainda se prepara para realizar grandes exercícios militares anuais perto da fronteira ucraniana, em setembro. Fonte: Dow Jones Newswires.

http://www.opovo.com.br/app/maisnoticia ... ania.shtml




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Re: UCRÂNIA

#1676 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Ter Ago 23, 2016 8:45 pm

Bolovo escreveu:Agora vamos ao que interessa: como está vivendo a população em Donestk e Lushank? O povo deve estar vivendo o limbo existente entre Ucrânia e Rússia.
Pelo que sei eles usam rublos russos e uma moeda própria. Ganham, também, passaportes russos. Pega no entanto o fato do território ser pequeno e com boa parte dele afeito aos bombardeios da artilharia ucraniana, o que impede a pratica da agricultura e força aos cidadãos de Donestk, principalmente, a ficar boa parte do dia em abrigos.




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: UCRÂNIA

#1677 Mensagem por P44 » Sex Ago 26, 2016 8:26 pm

EPA ESTA GAJA <3 <3 <3 [080] [106] [106] [106]

‘Progressing senility’: Poklonskaya blasts Kiev for calling Crimean elections ‘illegal’

Published time: 26 Aug, 2016 10:39

Imagem
Prosecutor General of the Republic of Crimea Natalya Poklonskaya. © Sergey Malgavko / Sputnik

While Ukraine’s authorities have branded the upcoming elections in Crimea “illegal,” the republic’s chief prosecutor noted that Kiev’s current regime, itself, was installed undemocratically, while slamming its statement as “speculative and irresponsible.”

“This is nothing but senility and we can say that their senility is progressing,” Natalya Poklonskaya told RIA Novosti. “They should rather deal with their own elections, bearing in mind that in 2014 they had an illegal armed power grab, after which they just appointed their own people to all the posts, in violation of the Ukrainian Constitution. They have plenty of things to do there.”

Her remarks came soon after the Ukrainian Ministry for Temporarily Occupied Territories and Internally Displaced Persons issued a statement in which it called all elections that are to take place in the Republic of Crimea on September 18 – all-Russia election day – “illegal,” while threatening to hold all those who participate in organizing the polls criminally responsible.

Prosecutor Poklonskaya called these threats “speculative and irresponsible,” saying that the Kiev authorities were merely trying to distract Ukrainian citizens from the country’s dire problems.

Natalia Poklonskaya became Crimea’s chief prosecutor at age 33 very soon after the republic seceded from Ukraine and joined the Russian Federation in 2014. The newly installed regime in Kiev reacted by threatening her with arrest, and Ukrainian nationalists reportedly even plotted to assassinate her, but were thwarted by Russian security services.

In June of this year, Poklonskaya announced that she herself would be running in the September elections for a seat in Russia’s State Duma, the lower house of the country’s legislative branch, on the ticket of United Russia, a centrist, pro-Putin political party.

“I plan to work in the State Duma if I am elected. This is a new level and I plan to apply the skills and knowledge I have received while working in law enforcement,” Poklonskaya told reporters. “[President] Vladimir Vladimirovich [Putin] has charged us with renewing the State Duma and I would like to be a part of this process.”

https://www.rt.com/politics/357273-pokl ... ations-on/




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Re: UCRÂNIA

#1678 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Dom Ago 28, 2016 1:13 pm

Ela é linda. Linda demais!
:D

Apaixonante!
A japonesada pira!

Saca só:
http://s00.yaplakal.com/pics/pics_original/4/3/6/3016634.jpg

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/5c/cf/2a/5ccf2a47b96fe75cc3760a25c0ea2607.jpg

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/4f/9f/0e/4f9f0ebab923be8c9e29feca59a0d9e9.jpg

http://img09.deviantart.net/e018/i/2014/095/5/5/natalia_poklonskaya__meme_by_sombra222-d7d5w6x.png

E isso foi o que eu pude postar, pois, caríssimos, encontrei coisas que ofenderiam uma mente pudica (japas tarados, credo).




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg


Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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Re: UCRÂNIA

#1679 Mensagem por FOXTROT » Ter Set 06, 2016 8:19 am

https://www.publico.pt/mundo/noticia/um ... os-1743149


Relatos do dia a dia na guerra.

Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: UCRÂNIA

#1680 Mensagem por wagnerm25 » Sex Out 07, 2016 4:28 pm

Li em algum lugar e até vi fotos que aquele mercenário brasileiro, que tb era black bloc em SP, foi preso em um aeroporto ucraniano pela polícia de lá.

Não encontrei mais o link.




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