UCRÂNIA
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Re: UCRÂNIA
21 helicópteros, repito 21 helicópteros, repito 21 helicópteros!!!
Editado pela última vez por cabeça de martelo em Sáb Out 21, 2023 12:06 pm, em um total de 1 vez.
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Re: UCRÂNIA
Os tugas gostam do Marcelo.
Acompanho o canal dele no Telegram e em diversos momentos parece mais um propagandista.
- Suetham
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Re: UCRÂNIA
Suetham escreveu: ↑Sáb Out 14, 2023 2:22 pmEu não duvido que os canos estejam tão desgastados a ponto de fazê-los estourar, mas só levar isso em consideração é algo que não é minimamente sensato, a menos que seja um propagandista, como vários trolls nas redes sociais. Vários outros fatores podem ajudar a compreender essas estatísticas, alguns desses fatores podem até se sobressair sobre a questão maximalista dos canos estourados. Quaisquer que sejam as taxas de tiro de ambos os lados - advém da doutrina soviética, eles ainda se baseiam fortemente em operações ofensivas nas quais precisam de superioridade de fogo para obter a maior parte do sucesso tático.
O próprio gráfico que você postou exemplifica isso, veja que a taxa de tiro no 2º trimestre de 2022 era de 40 mil disparos de artilharia diários, em seguida, essa taxa de tiro cai 50% no 3º trimestre de 2022 em relação ao 2º trimestre, onde a Rússia tinha mudado sua postura ofensiva para defensivo, ainda após quando os ucranianos recuperaram Kharkiv e Kherson, mesmo período quando Surovikin assumiu e, permaneceu assim até um pouco depois na virada de ano, quando a Rússia inicia a sua ofensiva de inverno em janeiro de 2023, logo a taxa de tiro aumenta 40% no 1º trimestre de 2023 em relação ao 4º trimestre de 2022, totalizando 28 mil rodadas diárias, logo em seguida, a taxa de tiro começa a despencar, quando os preparativos da Rússia na posição defensiva estavam sendo levantados massivamente e os ucranianos se preparando para a ofensiva de verão.
Dito isto, o lado defensor normalmente só precisa disparar artilharia para parar um ataque do inimigo, como em tiros direcionados a alvos específicos que são previamente identificados e abertos durante alguma direção do ataque, tentando, esperançosamente, romper um obstáculo para fixá-los no terreno ou atrasar o movimento. Além disso, eles podem fazer contra ataques, atacar áreas de reunião e concentração de tropas, ataques de assédio e interdição oportuna, etc... mas em si não são totalmente obrigatórios. Quem está defendendo não precisa realizar disparos de preparação para suprimir uma posição ou destruí-la antes de um ataque (que tanto a Rússia como a Ucrânia tendem a favorecer). O defensor também não precisa realizar disparos supressivos ou destrutivos prolongados. E, estes tipos de ataques consomem muita munição de artilharia. É por isso que os ucranianos foram capazes de se defender adequadamente na guerra nos seis primeiros meses de 2022, na maior parte, apesar dos russos terem tido uma cadência de disparo muito maior - como exemplifica o próprio gráfico - numa proporção de 1:3-5, alguns dizem até mais, supostamente até 1:10 nos eixos reais que estão sendo atacados, isso só foi possível não porque os ucranianos são simplesmente fantásticos na artilharia, foi porque eles não precisavam disparar tanto para cumprir a sua missão se posicionando na defensiva. Essa consideração é especialmente verdadeira quando você considera as normas soviéticas/russas para artilharia, as operações defensivas consumem menos recursos do que encontraria em uma posição ofensiva com apoio de artilharia, porque essa é a tendência doutrinária dos russos/soviéticos.
Vamos poder visualizar isso na prática se os ucranianos interromperem essa ofensiva, essas taxas de disparos eventualmente irão cair. Logisticamente, ningúem permanece na ofensiva indefinidamente, porque não pode abastecê-la. Se eles pararem de tentar avançar, mas mantiverem altas taxas de tiro, ainda não conseguirão sustentar isso. A única coisa que pode mudar é a diminuição dos problemas de mão de obra com menos baixas, mas geralmente é isso que realmente esgotam as ofensivas. Eles precisariam interromper as operações, reduzir a cadência de tiro ao mínimo, porque cada dia que não dispararem na ofensiva, podem armazenar o que não atiraram para uma data posterior na defensiva. Até mesmo para uma ofensiva futura ou ficar mais bem preparada para resistir a uma ofensiva inimiga.
Eu acredito que a Ucrânia não preparou reservas estratégicas para esta ofensiva. Eles explodiram seu estoque de 2022 durante o outono(Kherson e Luhansk) e no inverno(Bakhmut). Conseguiu mais suprimentos de emergência em março, estragou isso durante a primavera, conseguiu mais, estragou tudo novamente. Então, eles conseguiram o estoque de munição da Córeia do Sul em maio, algumas centenas de milhares de cartuchos, principalmente HE, isso foi o suficiente para iniciar essa ofensiva. Mas eles estragaram esse estoque, o que deixou claro que não terminaria a ofensiva rapidamente, de modo que os EUA desbloquearam o DPICM para que eles os transportassem para a Ucrânia, conseguindo mais centenas de milhares de munições. Agora eles estão usando o estoque restante da Córeia do Sul, além de obter mais DPICM dos EUA, além da maior parte das taxas de produções mensais dos EUA (que não são tantas), além das taxas mensais da UE(que são menores ainda). Talvez outros estoques como o Paquistão podem ter aliviado um pouco mais isso, mas nada maior que faria tanta diferença na margem final dos estoques acumulados. Mas isso não vai durar para sempre, nem existem mais enormes estoques globais aos quais os ucranianos possam certamente ter acesso rápido e que lhes darão centenas de milhares de projéteis de cada vez, porque dezenas de milhares são queimados em questão de dias.
Exatamente por esses motivos que há certa preocupação recentemente sobre 2024 de munições por parte da Ucrânia e aliados, porque a Ucrânia irá provavelmente queimar a maior parte dos seus atuais estoques antes que o aumento da produção de artilharia dos EUA comece no final de 2024 e muito menos na UE. E, mesmo assim, provavelmente a produção mensal NÃO acompanhará as queimas de munições mensais, nem mesmo depois dos EUA e a UE acelerarem a produção a todo vapor. E, isso não considera o GMLRS que também não é infinito. Eles eram normalmente usados com moderação no passado contra alvos de nível operacional, mas agora estão sendo usados taticamente contra alvos pontuais aleatórios, um luxo que não pode durar para sempre. Se eles acabarem, algo inesperado os substituirá ou eles perderão o que equivale à sua maior capacidade de fogo de contrabateria. Então, se eles esgotarem seus estoques agora, eles poderiam potencialmente se ferrar em 2024. Talvez eles sejam socorridos novamente, os EUA ou outra nação mergulharão novamente em seus próprios estoques estratégicos para salvá-los, mas isso é uma aposta desconhecida e perigosa de se fazer.
Já pelo lado da Rússia, pelo que estamos vendo agora, estão recorrendo ao estoque de munições do KPA, esses vagões recentes que foram registrados para a Rússia até o depósito de munição na região sudoeste, próximo de Tikhoretsk, a cerca de 290 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, poderiam potencialmente ter levado algumas centenas de milhares de munições, as fontes sugerem que essa entrega total do KPA como parte do acordo com os russos pode ser de até 10 milhões de projéteis, o que seria uma reserva estratégica surpreendente, algo que o Ocidente jamais conseguiria equiparar nesse momento, essa quantidade seria o total equivalente que os russos usaram durante todo o ano de 2022. A Coreia do Norte enviou 1.000 contêineres que, cada um pode transportar entre 20 a 25 toneladas de carga útil, isso totaliza entre 20.000 a 35.000 toneladas já enviados para a Rússia, isso seria uma remessa total entre 500.000 até 875.000 projéteis de 152 mm, considerando um peso médio de 40 kg, aliado a produção anual russa que pode ser estimado em até 2,5 milhões de projéteis anuais, os russos parecem bem mais confortáveis para o ano de 2024 sobre seus estoques de munições de artilharia do que a Ucrânia.
https://www.france24.com/en/live-news/2 ... hite-house
Um outro fator a se considerar também são os ataques do VKS com PGM(kit UMPK) que se tornaram mais intensos na linha de frente, ao mesmo tempo em que, a taxa de uso de munição diária russa na defensiva diminuiu, mesmo que ainda não substitua a vantagem da artilharia terrestre.
Se a Ucrânia não dispara o suficiente é porque ou eles não planejaram o suficiente ou estão guardando como reserva para os próximos meses.
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Re: UCRÂNIA
Eu sinceramente duvido demais quanto a essa alegação de que os obuses Russos estão quebrando e isso teria diminuído a taxa de artilharia deles, pois os Russos só estão em ofensiva nos dois setores, que é Avdiinvka e Kupyansk, onde a artilharia está sendo muito intensa. O resto, como as defesas em Zaporizhzhia e contra-ataques menos na região, além de duelo em Kherson, os Russos utilizam supressão com artilharia burra e está optando muito mais por utilizar FPVs e UMPGs para precisão.
Além disso, se todos acham que os Russos tem muitos carros de combate em estoque, precisa ver o estoque de obuses, que é gigantesco. Chegou a ser "confirmado" que os Russos estariam carregando também obuses Norte-Coreanos e essa era a "prova" de que os obuses atuais estavam quebrando pelo uso intenso, mas até agora tem se provado que apenas estão utilizando munição deles.
Avdinvka é um caso, pois os Russos não transferiram tropas extras para a região e a barragem de artilharia é a única coisa que está salvando os Russos de um desastre na região, pois as altas perdas até agora podem até ser consideradas baixas frente ao que é uma fortaleza de quase 10 anos de construção, muito mais sofisticada que as linhas de defesa Russas em Zaporizhzhia.
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Re: UCRÂNIA
Essa coisa de que a artilharia russa vai acabar (pela idade dos obuseiros ou por falta de munição) está aí desde abril de 2022.gabriel219 escreveu: ↑Qui Out 26, 2023 8:06 amEu sinceramente duvido demais quanto a essa alegação de que os obuses Russos estão quebrando e isso teria diminuído a taxa de artilharia deles, pois os Russos só estão em ofensiva nos dois setores, que é Avdiinvka e Kupyansk, onde a artilharia está sendo muito intensa. O resto, como as defesas em Zaporizhzhia e contra-ataques menos na região, além de duelo em Kherson, os Russos utilizam supressão com artilharia burra e está optando muito mais por utilizar FPVs e UMPGs para precisão.
Além disso, se todos acham que os Russos tem muitos carros de combate em estoque, precisa ver o estoque de obuses, que é gigantesco. Chegou a ser "confirmado" que os Russos estariam carregando também obuses Norte-Coreanos e essa era a "prova" de que os obuses atuais estavam quebrando pelo uso intenso, mas até agora tem se provado que apenas estão utilizando munição deles.
Avdinvka é um caso, pois os Russos não transferiram tropas extras para a região e a barragem de artilharia é a única coisa que está salvando os Russos de um desastre na região, pois as altas perdas até agora podem até ser consideradas baixas frente ao que é uma fortaleza de quase 10 anos de construção, muito mais sofisticada que as linhas de defesa Russas em Zaporizhzhia.
Saiu hoje um bom artigo do jornal francês le monde. Os jornalistas buscaram informações com o exército francês e osint.
Eles afirmam acerca dos russos:
- há cerca de 10 milhões de munições em estoque (de obuseiros)
- os russos fabricam cerca de 3 milhões por ano
- compraram 350 000 dos coreanos do norte
- passaram da fabricação de 40 para 100 misseis de cruzeiro por mês
- nos últimos meses usaram menos mísseis e munições do que fabricam.
Eles chegaram a conclusão que não somente os russos podem continuar sem sentir falta de munição como estão aumentando os estoques, talvez para alguma ação ofensiva de grande porte.
Essa guerra não está perto de acabar, os ucranianos recebem armamento da OTAN toda e os russos são relativamente autossuficientes em produção.
- gabriel219
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Re: UCRÂNIA
Se colocar de lado os erros, alguns crassos, que os Russos estão se beneficiando demais com essa guerra e quanto mais de passa o tempo, aparentam ganhar mais dinheiro.Poti escreveu: ↑Qui Out 26, 2023 1:49 pm Essa coisa de que a artilharia russa vai acabar (pela idade dos obuseiros ou por falta de munição) está aí desde abril de 2022.
Saiu hoje um bom artigo do jornal francês le monde. Os jornalistas buscaram informações com o exército francês e osint.
Eles afirmam acerca dos russos:
- há cerca de 10 milhões de munições em estoque (de obuseiros)
- os russos fabricam cerca de 3 milhões por ano
- compraram 350 000 dos coreanos do norte
- passaram da fabricação de 40 para 100 misseis de cruzeiro por mês
- nos últimos meses usaram menos mísseis e munições do que fabricam.
Eles chegaram a conclusão que não somente os russos podem continuar sem sentir falta de munição como estão aumentando os estoques, talvez para alguma ação ofensiva de grande porte.
Essa guerra não está perto de acabar, os ucranianos recebem armamento da OTAN toda e os russos são relativamente autossuficientes em produção.
Estamos vendo algo impensável até a uns anos atrás, que é os Russos pararem de pensar em soluções pé de bói e sim focar em equipamentos mais tecnológicos, modernizando tudo que pode em estoque pra der enviado, além de voltarem com programas tidos como mortos.
Estava vendo uma conversa entre um Britânico e um Austríaco sobre, que até obuses D-20 e D-30 dos estoques estão sofrendo algum tipo de modernização ao serem enviados.