UCRÂNIA

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Re: UCRÂNIA

#10591 Mensagem por Suetham » Sáb Out 14, 2023 2:22 pm

cabeça de martelo escreveu: Sáb Out 14, 2023 6:49 am
Eu não duvido que os canos estejam tão desgastados a ponto de fazê-los estourar, mas só levar isso em consideração é algo que não é minimamente sensato, a menos que seja um propagandista, como vários trolls nas redes sociais. Vários outros fatores podem ajudar a compreender essas estatísticas, alguns desses fatores podem até se sobressair sobre a questão maximalista dos canos estourados. Quaisquer que sejam as taxas de tiro de ambos os lados - advém da doutrina soviética, eles ainda se baseiam fortemente em operações ofensivas nas quais precisam de superioridade de fogo para obter a maior parte do sucesso tático.

O próprio gráfico que você postou exemplifica isso, veja que a taxa de tiro no 2º trimestre de 2022 era de 40 mil disparos de artilharia diários, em seguida, essa taxa de tiro cai 50% no 3º trimestre de 2022 em relação ao 2º trimestre, onde a Rússia tinha mudado sua postura ofensiva para defensivo, ainda após quando os ucranianos recuperaram Kharkiv e Kherson, mesmo período quando Surovikin assumiu e, permaneceu assim até um pouco depois na virada de ano, quando a Rússia inicia a sua ofensiva de inverno em janeiro de 2023, logo a taxa de tiro aumenta 40% no 1º trimestre de 2023 em relação ao 4º trimestre de 2022, totalizando 28 mil rodadas diárias, logo em seguida, a taxa de tiro começa a despencar, quando os preparativos da Rússia na posição defensiva estavam sendo levantados massivamente e os ucranianos se preparando para a ofensiva de verão.

Dito isto, o lado defensor normalmente só precisa disparar artilharia para parar um ataque do inimigo, como em tiros direcionados a alvos específicos que são previamente identificados e abertos durante alguma direção do ataque, tentando, esperançosamente, romper um obstáculo para fixá-los no terreno ou atrasar o movimento. Além disso, eles podem fazer contra ataques, atacar áreas de reunião e concentração de tropas, ataques de assédio e interdição oportuna, etc... mas em si não são totalmente obrigatórios. Quem está defendendo não precisa realizar disparos de preparação para suprimir uma posição ou destruí-la antes de um ataque (que tanto a Rússia como a Ucrânia tendem a favorecer). O defensor também não precisa realizar disparos supressivos ou destrutivos prolongados. E, estes tipos de ataques consomem muita munição de artilharia. É por isso que os ucranianos foram capazes de se defender adequadamente na guerra nos seis primeiros meses de 2022, na maior parte, apesar dos russos terem tido uma cadência de disparo muito maior - como exemplifica o próprio gráfico - numa proporção de 1:3-5, alguns dizem até mais, supostamente até 1:10 nos eixos reais que estão sendo atacados, isso só foi possível não porque os ucranianos são simplesmente fantásticos na artilharia, foi porque eles não precisavam disparar tanto para cumprir a sua missão se posicionando na defensiva. Essa consideração é especialmente verdadeira quando você considera as normas soviéticas/russas para artilharia, as operações defensivas consumem menos recursos do que encontraria em uma posição ofensiva com apoio de artilharia, porque essa é a tendência doutrinária dos russos/soviéticos.

Vamos poder visualizar isso na prática se os ucranianos interromperem essa ofensiva, essas taxas de disparos eventualmente irão cair. Logisticamente, ningúem permanece na ofensiva indefinidamente, porque não pode abastecê-la. Se eles pararem de tentar avançar, mas mantiverem altas taxas de tiro, ainda não conseguirão sustentar isso. A única coisa que pode mudar é a diminuição dos problemas de mão de obra com menos baixas, mas geralmente é isso que realmente esgotam as ofensivas. Eles precisariam interromper as operações, reduzir a cadência de tiro ao mínimo, porque cada dia que não dispararem na ofensiva, podem armazenar o que não atiraram para uma data posterior na defensiva. Até mesmo para uma ofensiva futura ou ficar mais bem preparada para resistir a uma ofensiva inimiga.

Eu acredito que a Ucrânia não preparou reservas estratégicas para esta ofensiva. Eles explodiram seu estoque de 2022 durante o outono(Kherson e Luhansk) e no inverno(Bakhmut). Conseguiu mais suprimentos de emergência em março, estragou isso durante a primavera, conseguiu mais, estragou tudo novamente. Então, eles conseguiram o estoque de munição da Córeia do Sul em maio, algumas centenas de milhares de cartuchos, principalmente HE, isso foi o suficiente para iniciar essa ofensiva. Mas eles estragaram esse estoque, o que deixou claro que não terminaria a ofensiva rapidamente, de modo que os EUA desbloquearam o DPICM para que eles os transportassem para a Ucrânia, conseguindo mais centenas de milhares de munições. Agora eles estão usando o estoque restante da Córeia do Sul, além de obter mais DPICM dos EUA, além da maior parte das taxas de produções mensais dos EUA (que não são tantas), além das taxas mensais da UE(que são menores ainda). Talvez outros estoques como o Paquistão podem ter aliviado um pouco mais isso, mas nada maior que faria tanta diferença na margem final dos estoques acumulados. Mas isso não vai durar para sempre, nem existem mais enormes estoques globais aos quais os ucranianos possam certamente ter acesso rápido e que lhes darão centenas de milhares de projéteis de cada vez, porque dezenas de milhares são queimados em questão de dias.

Exatamente por esses motivos que há certa preocupação recentemente sobre 2024 de munições por parte da Ucrânia e aliados, porque a Ucrânia irá provavelmente queimar a maior parte dos seus atuais estoques antes que o aumento da produção de artilharia dos EUA comece no final de 2024 e muito menos na UE. E, mesmo assim, provavelmente a produção mensal NÃO acompanhará as queimas de munições mensais, nem mesmo depois dos EUA e a UE acelerarem a produção a todo vapor. E, isso não considera o GMLRS que também não é infinito. Eles eram normalmente usados ​​com moderação no passado contra alvos de nível operacional, mas agora estão sendo usados ​​taticamente contra alvos pontuais aleatórios, um luxo que não pode durar para sempre. Se eles acabarem, algo inesperado os substituirá ou eles perderão o que equivale à sua maior capacidade de fogo de contrabateria. Então, se eles esgotarem seus estoques agora, eles poderiam potencialmente se ferrar em 2024. Talvez eles sejam socorridos novamente, os EUA ou outra nação mergulharão novamente em seus próprios estoques estratégicos para salvá-los, mas isso é uma aposta desconhecida e perigosa de se fazer.

Já pelo lado da Rússia, pelo que estamos vendo agora, estão recorrendo ao estoque de munições do KPA, esses vagões recentes que foram registrados para a Rússia até o depósito de munição na região sudoeste, próximo de Tikhoretsk, a cerca de 290 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, poderiam potencialmente ter levado algumas centenas de milhares de munições, as fontes sugerem que essa entrega total do KPA como parte do acordo com os russos pode ser de até 10 milhões de projéteis, o que seria uma reserva estratégica surpreendente, algo que o Ocidente jamais conseguiria equiparar nesse momento, essa quantidade seria o total equivalente que os russos usaram durante todo o ano de 2022. A Coreia do Norte enviou 1.000 contêineres que, cada um pode transportar entre 20 a 25 toneladas de carga útil, isso totaliza entre 20.000 a 35.000 toneladas já enviados para a Rússia, isso seria uma remessa total entre 500.000 até 875.000 projéteis de 152 mm, considerando um peso médio de 40 kg, aliado a produção anual russa que pode ser estimado em até 2,5 milhões de projéteis anuais, os russos parecem bem mais confortáveis para o ano de 2024 sobre seus estoques de munições de artilharia do que a Ucrânia.

Imagem
https://www.france24.com/en/live-news/2 ... hite-house

Um outro fator a se considerar também são os ataques do VKS com PGM(kit UMPK) que se tornaram mais intensos na linha de frente, ao mesmo tempo em que, a taxa de uso de munição diária russa na defensiva diminuiu, mesmo que ainda não substitua a vantagem da artilharia terrestre.




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Re: UCRÂNIA

#10592 Mensagem por akivrx78 » Dom Out 15, 2023 7:27 pm

<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="en" dir="ltr">The Russian offensive around Avdiivka has been ongoing since 4 days and what I see is just a stream of videos showing Russian vehicles being blown up. This is another Vuhledar for the Russian army. <br><br>I do not think that it is over yet and that they will still throw in resources… <a href="https://t.co/vfq7LemoVI">pic.twitter.co ... </p>&mdash; (((Tendar))) (@Tendar) <a href=" 13, 2023</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>




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Re: UCRÂNIA

#10593 Mensagem por gabriel219 » Seg Out 16, 2023 9:47 am

Pelo que andei vendo, após as perdas, os Russos decidiram não invadir Avdiivka em si, mas cercar e cortar a rota e suprimentos. Essa é a maior fortaleza da Ucrânia, conta com vários campos minados e uma série de túneis, onde os Russos se infiltraram entre eles.




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Re: UCRÂNIA

#10594 Mensagem por Suetham » Ter Out 17, 2023 9:56 am

AFU atacou dois aeródromos ontem, um em Berdyansk e outro em Luhansk. Estão sugerindo que foi um ataque com ATACMS, por causa da identificação das submunições M74.




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Re: UCRÂNIA

#10595 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Out 17, 2023 12:52 pm

Parece que o ATACMS já chegou à Ucrânia e já fez estragos.


(vídeo)
A base aérea de Berdyansk, sob ocupação militar russa desde março de 2022, foi fortemente atacada na noite passada, com grandes explosões vistas e ouvidas no local. De acordo com algumas fontes, pode ter se tratado do primeiro ataque ucraniano com o ATACMS, o míssil de longo alcance do HIMARS. Os números ainda precisam ser confirmados por imagens de satélite, mas algumas fontes referem que os russos podem ter perdido ali até 9 helicópteros de ataque e alguns depósitos de munições e combustível.

#BREAKING: The remains of M74 submunitions from the MIM-140 ATACMS missile with cluster warhead were found at the Russia-controlled Berdyansk Airport following last night's Ukrainian strikes.

This is the first confirmation of the use of this US-delivered weapon by the Armed Forces of Ukraine.
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...and here it is.

The remains of the MGM-140 ATACMS ballistic missile in the vicinity of the Russia-controlled Berdyansk Airport in southeastern Ukraine.
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Pro-Russian source Rybar claims Ukraine attacked with a combination of GLSDB and ATACMS this morning at Berdyansk airport. According to him, a total of 6 missiles were launched of which 3 hit their target.

"An ammunition depot was hit, and several helicopters received varying degrees of damage," Rybar adds.
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SSO of Ukraine gave details about the attack (Operation DRAGONFLY) on Berdyansk and Luhansk. A total of 9 helicopters of different modifications, special equipment, air defense launchers, runways and an ammunition warehouse were either damaged or destroyed.

Based on Sentinel Hub satelite images of Berdyansk airport taken on 15-10-2023, it looks like a minimum of 20 helicopters could have been present. Assuming they haven't moved since that date.

If we overlay FIRMS data, a significant part of them are within the area's of fire. We will have to wait for better satelite images to be able to confirm the damage.
Imagem




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: UCRÂNIA

#10596 Mensagem por P44 » Ter Out 17, 2023 4:09 pm





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Re: UCRÂNIA

#10597 Mensagem por akivrx78 » Ter Out 17, 2023 4:27 pm





















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Re: UCRÂNIA

#10598 Mensagem por Suetham » Qua Out 18, 2023 11:11 am


Eu não me surpreenderia se a Ucrânia estivesse planejando fazer o mesmo, só que em uma escala menor.

https://www.politico.com/news/2023/10/1 ... e-00121969
Inside Biden’s decision to secretly send longer-range U.S. missiles to Ukraine

Sobre o ATACMS:
Alguma reação repercutirá em relação aos russos. O ATACMS complementados com GMLRs, GLSDBs e projéteis cluster de 155 mm permitem que os ucranianos mantenham quaisquer ativos russos num raio de 300 km em risco, quanto as ameaças lançadas de aeronaves de JDAMs a SCALP/Storm Shadow, tudo dentro do raio de alcance de +400 km também está em risco. As novas capacidades de longo alcance negam assim aos russos, o uso do aeródromo de Berdyansk ou de qualquer outra base aérea dentro do alcance do ATACMS. Obviamente que as novas capacidades muitas vezes causam maior impacto quando são introduzidas, com uma queda constante ao longo do tempo, ainda mais se for usado em pequenas quantidades, ainda não dá para discutir isso sem saber quais mísseis foram enviados além do que foi usado e nem em quais quantidades foram enviados, porém, isso forçaria os russos a posicionarem seus helicópteros de ataque e aeronaves mais longe, mesmo que não empurre imediatamente a aeronave para fora do alcance da linha de frente, aumentará no mínimo, os tempos de resposta de contra-ataque dos Ka-52 para conter os ataques ucranianos e reduzirá o tempo que a aeronave pode gastar no lançamento de ATGMs nos contra-ataques ucranianos antes que fique sem combustível(alcance de 450 km). A margem de vitória para ataques de violação é muitas vezes incrivelmente estreita, onde mesmo alguns minutos de atraso podem condenar um ataque contra uma linha densamente fortificada, porque dará ao inimigo mais tempo para reunir as suas reservas móveis para um contra-ataque de exploração. Os Ka-52 têm sido particularmente valiosos durante a contraofensiva de Primavera/Verão como uma força de reação rápida capaz de deter temporariamente ou perturbar as formações ofensivas ucranianas, enquanto as forças terrestres mais pesadas e de elite, como o VDV, se posicionam para um ataque de flanco contra o saliente em Zaporizhzhia. Afastar as suas bases operacionais ainda mais da linha de frente aumenta assim a janela de tempo para uma força de assalto ucraniana explorar uma brecha numa posição fortificada da linha da frente antes que cheguem reforços russos para os expulsar.

Os M39 (Block I) têm alcance máximo de 165 km.
Imagem

Eles ainda podem ter pequenos locais avançados de reabastecimento e rearmamento e manter a manutenção bem atrás, fora até mesmo do alcance moderno do ATACMS. Entretanto, os russos vão ter recuar ainda mais, até que os EUA forneçam uma variante de maior alcance. O alcance de combate do Ka-52 é supostamente de aproximadamente 450 km. No entanto, isto impõe requisitos de manutenção adicionais significativos aos russos, uma vez que cada hora de voo requer muitas horas de trabalho de manutenção em terra.
Já, quanto ao ATACMS de 300 km:
Imagem
O efeito seria ainda maior. Acredito que o ATACMS terá o efeito de estimular a Rússia usar mísseis balísticos iranianos e norte-coreanos, agora que essa carta está em jogo, ainda mais se a Ucrânia usar contra território russo nas profundezas, como usaram o Tochka-B contra a base aérea de Millerovo em Rostov, embora ainda existem diversos alvos que os ucranianos possam atingir antes de escalar para isso, na Crimeia devem ter ainda centros C2, HUBs logísticos, posições DAAe, áreas de manutenção de aviação e locais fixos de mísseis balísticos Iskander, tudo isso está densamente posicionado na Crimeia, o que na minha visão seria o alvo estratégico dessa guerra.

A validação desses alvos não devem ser um problema para a Ucrânia. O JSTARS pode rastrear todos os veículos em movimento a uma distância de cerca de 250 km. As capacidades completas do Global Hawk não foram publicadas, mas são provavelmente ainda mais impressionantes simplesmente por ser um sistema mais recente. As pessoas também tendem a esquecer que FIVE EYES tem cobertura SIGINT global contínua através de 8 satélites GEO. Essas coisas são literalmente os maiores satélites em órbita, com enormes antenas parabólicas de 100 metros sugando e localizando com precisão tudo, desde rádios VHF até telefones celulares. Penso que é muito razoável dizer que as formações e movimentos de grande escala da Rússia são largamente transparentes para a informação da OTAN. No nível tático, as coisas seriam mais opacas, especialmente com unidades que exercem boa disciplina de rádio ou recorrem ao uso de tecnologias alternativas. Simplesmente não há o que comparar.

A Rússia está muitos degraus abaixo nessa área, mesmo se comparado aos chineses, a Rússia possui apenas nove aeronaves AWACS (3 A-50 e 6 A-50U modernizados). Inicialmente operaram na Belarus, mas agora mudaram-se para o continente após os ataques na Crimeia e, principalmente após a perda do navio Moskva. Se 2 A-50 estiverem em patrulha constante, essa será toda a frota AWACS que o VKS terá disponível. Os russos ainda podem ter o Su-34 que vem com Khibiny integrado que pode detectar e rastrear fontes de emissão de rádio inimigas. E se for esse o caso, Khibiny também pode ser adicionado a outros Flankers. A situação dos Il-20 é complicado. A Rússia pode adicionar apenas cerca de 20 Il-20 de fuselagem obsoleta que executam ELINT, mas estas aeronaves não são de forma alguma suficientes para fornecer as informações necessárias em tempo real. Existem apenas duas novas plataformas Tu-204 ELINT em serviço. Isso significa que a Rússia está voando com dados atrasados ​​por várias horas, na melhor das hipóteses e, uma vez no ar, sua capacidade de adaptação a uma mudança na situação tática é limitada. Seria uma tremenda covardia comparar as capacidades da OTAN + aliados nos recursos aeroespaciais, até mesmo se comparado a China. Como adendo, os satélites espiões dos EUA parecem ter capacidades de resolução extraordinária que devem facilitar a detecção de depósitos logísticos:
https://www.npr.org/2019/08/30/75599459 ... ge-of-iran

A validação de alvos não deve ser problema nenhum aqui. Na Guerra do Golfo, o JSTARS foi capaz de detectar, localizar e rastrear uma variedade alvos de alto valor enquanto estavam em movimento e transmiti-los para o módulo da estação terrestre. Esses alvos incluíram lançadores Scud, comboios logísticos, locais de travessia de rios, áreas de montagem e logística e pontos de reabastecimento. O VII Corps usou as aquisições JSTARS como um meio responsivo para planejar alvos ATACMS, mesmo estando em falta. Dadas as notícias sobre o ATACMS, esta tese é interessante, pois discute um pouco da história operacional do ATACMS durante a Tempestade no Deserto e a IOF e as suas vantagens e desvantagens, em vários eixos para vários tipos de operações e alvos. Algumas delas estão desatualizadas e, obviamente, muitas delas, especialmente no que diz respeito à coordenação de forças, não se aplicam imediatamente à Ucrânia, mas incluem alguns dados úteis e interessantes.
https://apps.dtic.mil/sti/pdfs/ADA429075.pdf

Uma última coisa, vale lembrar que existem cerca de 1.000 ATACMS recondicionados, uma mesma quantidade de mísseis expirados só precisariam de pequenos ajustes antes que possam ser enviados para a Ucrânia, houve um podcast Geopolotics Decanted com Dmitri Alperovitch e ele falou isso:

https://geopolitics-decanted.simplecast ... rom-atacms




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Re: UCRÂNIA

#10599 Mensagem por gabriel219 » Qua Out 18, 2023 2:59 pm





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Re: UCRÂNIA

#10600 Mensagem por Suetham » Qua Out 18, 2023 6:31 pm

Ainda muito reboliço disso. Tem gente alegando 6 helicópteros destruídos, outros alegando 9 destruídos e outros alegando 20 entre destruídos e danificados. Eu acho que só tem como confirmar a destruição de apenas 2 helicópteros, nenhum deles helicóptero de ataque, além disso, há de se considerar também a análise de iscas entre outros elementos.




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Re: UCRÂNIA

#10601 Mensagem por gogogas » Qua Out 18, 2023 6:40 pm

Com o Atacms podem os russos reforçar mais ainda seus aeródromos e centros logísticos ! Até mesmo a opção de trabalharem mas afastados da linha de frente




Gogogas !
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Re: UCRÂNIA

#10602 Mensagem por Suetham » Qua Out 18, 2023 8:35 pm

gogogas escreveu: Qua Out 18, 2023 6:40 pm Com o Atacms podem os russos reforçar mais ainda seus aeródromos e centros logísticos ! Até mesmo a opção de trabalharem mas afastados da linha de frente
Eles podem dispersar os meios aéreos, mas isso criaria mais pressão nas equipes de apoio em terra, seria necessário expandir esse apoio pra suportar essa distribuição.

Se trabalhar mais afastado, o tempo de reação do apoio aéreo seria maior, podendo a AFU explorar esse intervalo pra assaltar as posições russas, além disso, precisa considerar também o alcance do apoio de asa rotativa, o Ka-52 tem alcance de combate de 450 km, se colocar em qualquer uma das bases próximo de Sebastopol, o alcance da linha de contato é de aproximadamente 200 km, isso não permitirá o apoio aéreo trabalhar por mais tempo, isso porque até o momento, com o VKS operando nas bases avançadas, eles têm o tempo necessário pra escolher cada tipo de alvo para neutralizar, os mais visados são os CC da AFU.

Cada escolha terá consequência.




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Re: UCRÂNIA

#10603 Mensagem por gabriel219 » Qua Out 18, 2023 9:24 pm

Salvo engano, os Russos chegaram a operar em Kherson com pontos mais avançados, apenas para reabastecer os helicópteros e ou até armar eles próximos da linha de frente.

Há esse tipo de doutrina faz um tempo, lembro de ter visto vídeos de treinamento desse gênero lá por 2010.

Segundo fotos de satélites, 6 helis foram atingidos, 3 teriam sido destruídos. Três mísseis teriam passado, um atingiu os helicópteros, outro teria errado o alvo e outro atingiu um depósito de munição.

Lembrando que, muito provavelmente, todos os dados para ataque foram fornecidos pelo RQ-4, que vou quase dentro da Criméia.

Eu não consigo entender o porque dos Russos ainda deixar esses helis operar livremente assim.




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Re: UCRÂNIA

#10604 Mensagem por akivrx78 » Qui Out 19, 2023 12:18 am



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Re: UCRÂNIA

#10605 Mensagem por akivrx78 » Qui Out 19, 2023 3:28 pm













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