Míssil anti-aéreo nacional: Uma Análise
Enviado: Sex Mai 04, 2007 1:28 pm
Ontem eu coloquei uma mensagem falando a respeito da produção de um míssil terra-ar pela Mectron e concluí que a produção sob licença do RBS-70 seria a melhor opção. Então pensei em abordar melhor este assunto.
Analisando o RBS-70 e o MSS-1.2 podemos perceber uma grande semelhança nas tecnologia empregadas nos dois projetos apesar da gigantesca diferença entre ambos e suas aplicações, pois cada um veio com um objetivo diferente. Mas vejamos:
Ambos utilizam guiagem por laser do tipo “beam-rider” com sensores colocados na parte de trás do míssil, próximos à tubeira do motor-foguete e utilizam sistemas óticos semelhantes.
A própria Mectron admite que o míssil é capaz de voar com total controle a mais de 4000 metros, e consequentemente o seu sistema ótico deverá Ter alcance maior que este. Se descontarmos o grande peso da carga anti-carro do MSS-1.2, poderíamos ampliar ainda mais o seu alcance.
Observando tudo isso, é possível de se perceber que boa parte das tecnologias empregadas no RBS-70 já foi desenvolvida pela Mectron e de outra maneira, aplicada ao MSS-1.2. Tudo isso facilitaria em muito a produção licenciada do RBS-70. Uma vez que bastaria apenas adaptações a tais tecnologias já desenvolvidas. A produção desse míssil demandaria inclusive um menor investimento, pois poderia (suposição minha) aproveitar em partes a linha de montagem do MSS-1.2, com algumas alterações.
Mas alguém poderia sugerir que desenvolvêssemos o nosso próprio projeto de míssil solo-ar. Mas aí ficaria a pergunta: Valeria a pena fazer tamanho investimento em um novo projeto para depois comprar não mais que 150 lançadores?
Quais países se interessariam (e se arriscariam) em importar um novo sistema anti-aéreo que não tem demanda logística nem mesmo no seu país de origem?
Tecnologicamente falando, o caminho mais curto para um míssil nacional anti-aéreo de baixa altura seria mesmo a opção por mísseis guiados por laser. Mísseis portáteis da classe do Igla, Stinger e Mistral necessitariam de novas tecnologias e o desenvolvimento de buscadores infra-vermelho de porte reduzido, encarecendo ainda mais o projeto. O RBS-70 é um míssil de maiores dimensões (principalmente o diâmetro), e é de se supor que exigiria uma menor redução dos sistemas eletrônicos, tornando o processo mais barato e simples.
No final das contas, se seguíssemos essa linha em um projeto de míssil anti-aéreo nacional, acabaríamos por desenvolver apenas um concorrente para o RBS-70 (já tradicional no mercado, com cadeia logística ampla, de conhecida confiabilidade), sendo que no mercado internacional, aparentemente não teríamos capacidade de concorrer, caso não desenvolvêssemos algo realmente novo e único.
Parece-me muito tentadora a opção da produção sob licença do RBS-70. Juntaria a fome com a vontade de comer, uma vez que o Exército já demonstrou grande interesse em contar com o equipamento e que já fora oferecida a produção do míssil em terras brasileiras.
abraços]
Analisando o RBS-70 e o MSS-1.2 podemos perceber uma grande semelhança nas tecnologia empregadas nos dois projetos apesar da gigantesca diferença entre ambos e suas aplicações, pois cada um veio com um objetivo diferente. Mas vejamos:
Ambos utilizam guiagem por laser do tipo “beam-rider” com sensores colocados na parte de trás do míssil, próximos à tubeira do motor-foguete e utilizam sistemas óticos semelhantes.
A própria Mectron admite que o míssil é capaz de voar com total controle a mais de 4000 metros, e consequentemente o seu sistema ótico deverá Ter alcance maior que este. Se descontarmos o grande peso da carga anti-carro do MSS-1.2, poderíamos ampliar ainda mais o seu alcance.
Observando tudo isso, é possível de se perceber que boa parte das tecnologias empregadas no RBS-70 já foi desenvolvida pela Mectron e de outra maneira, aplicada ao MSS-1.2. Tudo isso facilitaria em muito a produção licenciada do RBS-70. Uma vez que bastaria apenas adaptações a tais tecnologias já desenvolvidas. A produção desse míssil demandaria inclusive um menor investimento, pois poderia (suposição minha) aproveitar em partes a linha de montagem do MSS-1.2, com algumas alterações.
Mas alguém poderia sugerir que desenvolvêssemos o nosso próprio projeto de míssil solo-ar. Mas aí ficaria a pergunta: Valeria a pena fazer tamanho investimento em um novo projeto para depois comprar não mais que 150 lançadores?
Quais países se interessariam (e se arriscariam) em importar um novo sistema anti-aéreo que não tem demanda logística nem mesmo no seu país de origem?
Tecnologicamente falando, o caminho mais curto para um míssil nacional anti-aéreo de baixa altura seria mesmo a opção por mísseis guiados por laser. Mísseis portáteis da classe do Igla, Stinger e Mistral necessitariam de novas tecnologias e o desenvolvimento de buscadores infra-vermelho de porte reduzido, encarecendo ainda mais o projeto. O RBS-70 é um míssil de maiores dimensões (principalmente o diâmetro), e é de se supor que exigiria uma menor redução dos sistemas eletrônicos, tornando o processo mais barato e simples.
No final das contas, se seguíssemos essa linha em um projeto de míssil anti-aéreo nacional, acabaríamos por desenvolver apenas um concorrente para o RBS-70 (já tradicional no mercado, com cadeia logística ampla, de conhecida confiabilidade), sendo que no mercado internacional, aparentemente não teríamos capacidade de concorrer, caso não desenvolvêssemos algo realmente novo e único.
Parece-me muito tentadora a opção da produção sob licença do RBS-70. Juntaria a fome com a vontade de comer, uma vez que o Exército já demonstrou grande interesse em contar com o equipamento e que já fora oferecida a produção do míssil em terras brasileiras.
abraços]