"Lula não sabe tomar decisões"

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jambockrs
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"Lula não sabe tomar decisões"

#1 Mensagem por jambockrs » Sáb Abr 07, 2007 6:03 pm

Meus prezados:
"Lula não sabe tomar decisões"
Entrevista: Marco Antonio Villa. historiador
São Paulo
O historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, diz que a administração da crise aérea é mais um dado da personalidade "indecisa" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Villa afirma que Lula montou uma equipe concebida para não decidir. A seguir, trechos da entrevista:
Pergunta - O governo Lula tem sido identificado com a dificuldade de tomar decisões políticas e administrativas. O senhor concorda?
Marco Antonio Villa - Lula não sabe tomar decisões, não fica confortável diante delas. É uma característica pessoal. Em 1980, por exemplo, sumiu de vista em dias decisivos da greve em São Bernardo do Campo. "Cadê o Lula?", perguntavam todos. Estava em um sítio, perto de uma represa. Foram lá dar uma dura nele e ele reapareceu no dia seguinte, na assembléia da Vila Euclides. O jornal local estampou a manchete "Ele voltou!". Lula tem uma dificuldade de tomar decisões que não começou na Presidência, ficou evidente em todos os momentos-chave de seu primeiro mandato e reapareceu agora.
Pergunta - Em que momentos essa característica ficou evidente?
Villa - Há até excesso de exemplos. Foi assim quando Lula tentou fazer a primeira reforma ministerial, processo que levou cinco meses e, ao final, acabou em mudanças irrelevantes. Foi assim com a escolha dos novos nomes do segundo mandato, que só acabou há poucos dias com a nomeação de mais de 34 ministros e secretários importantes. É a maior equipe da história do Brasil. Nesse ritmo, por pouco não dividiu a Secretaria Especial da Pesca nas pastas da Água Salgada e Água Doce. Ainda assim, aí está o Ministério da Defesa à espera de uma decisão. Na dificuldade de fazer escolhas, o presidente fatiou o governo para acomodar 11 partidos, outro recorde histórico. É um governo concebido para não decidir.
Pergunta -O senhor está dizendo que Lula não governa?
Villa - O presidente Lula não gosta de ser um executivo, reunir equipes, levar relatórios para casa, pegar retornos técnicos e, com base nisso, tomar decisões. Nesse sentido, ele não preside. O presidente gosta do poder, é encantado pelo cerimonial do Palácio e por tudo o que é externo ao ato de governar. Gosta de fazer discursos com temáticas pessoais, autobiográficas. Gosta do mundo palaciano em que presidentes jamais são vaiados e exerce uma Presidência do Espetáculo que lembra o Absolutismo, em que tudo é revelado.
fonte: jornal "Zero Hora" 7 abr 2007
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rodrigo
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#2 Mensagem por rodrigo » Sáb Abr 07, 2007 6:46 pm

'Presidente foi uma decepção', critica Noam Chomsky

Herton Escobar e Renata Cafardo, BOSTON

Intelectual americano e um dos ícones da esquerda mundial, Noam Chomsky está frustrado com o governo Lula. “Lula é uma boa pessoa, mas como presidente é uma decepção”, disse Chomsky ao Estado, após uma palestra para jornalistas nesta semana no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston. “Ele prometeu reforma social, mas tudo que fez foi pagar os banqueiros.”

O acadêmico, de 78 anos, já havia manifestado sua insatisfação com o presidente no Fórum Social Mundial, em 2005, em Porto Alegre, quando assinou um documento de militantes do PT contra Lula e a favor da então senadora Heloísa Helena, que foi expulsa do partido.

Chomsky é professor de lingüística do MIT - uma das universidades mais conceituadas do mundo - há mais de 50 anos e mundialmente conhecido como oponente da política internacional americana. É um dos maiores críticos do presidente George W. Bush e da guerra no Iraque. “Os EUA invadiram o Iraque porque o país está no centro da maior região produtora de petróleo do mundo.”

Depois da reeleição, Lula já se encontrou duas vezes com o presidente americano.

Mesmo crítico, Chomsky falou com simpatia do presidente brasileiro e contou que conheceu Lula em 1996. “Ele me ensinou a recusar as primeiras carnes servidas no churrasco e esperar pelas melhores, que vêm depois”, lembrou, com uma gargalhada. Apontou também o fim da dependência financeira do Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI) como uma vitória do governo Lula.

Sobre o polêmico presidente venezuelano Hugo Chávez, também falou com otimismo. “Se você olhar os programas que criou, não é tão mau assim.”

http://www.estado.com.br/editorias/2007 ... 06.3.1.xml




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#3 Mensagem por Einsamkeit » Sáb Abr 07, 2007 6:49 pm

Esquerdismo cego, desprovido de bom senso

Essa esquerda bananeira podre da america do sul nao aprende nunca....

Só o Chile se salva

8-]




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
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Re: "Lula não sabe tomar decisões"

#4 Mensagem por coelho » Sáb Abr 07, 2007 6:51 pm

jambockrs escreveu: Meus prezados:
"Lula não sabe tomar decisões"
Entrevista: Marco Antonio Villa. historiador
São Paulo
O historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, diz que a administração da crise aérea é mais um dado da personalidade "indecisa" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Villa afirma que Lula montou uma equipe concebida para não decidir. A seguir, trechos da entrevista:
Pergunta - O governo Lula tem sido identificado com a dificuldade de tomar decisões políticas e administrativas. O senhor concorda?
Marco Antonio Villa - Lula não sabe tomar decisões, não fica confortável diante delas. É uma característica pessoal. Em 1980, por exemplo, sumiu de vista em dias decisivos da greve em São Bernardo do Campo. "Cadê o Lula?", perguntavam todos. Estava em um sítio, perto de uma represa. Foram lá dar uma dura nele e ele reapareceu no dia seguinte, na assembléia da Vila Euclides. O jornal local estampou a manchete "Ele voltou!". Lula tem uma dificuldade de tomar decisões que não começou na Presidência, ficou evidente em todos os momentos-chave de seu primeiro mandato e reapareceu agora.
Pergunta - Em que momentos essa característica ficou evidente?
Villa - Há até excesso de exemplos. Foi assim quando Lula tentou fazer a primeira reforma ministerial, processo que levou cinco meses e, ao final, acabou em mudanças irrelevantes. Foi assim com a escolha dos novos nomes do segundo mandato, que só acabou há poucos dias com a nomeação de mais de 34 ministros e secretários importantes. É a maior equipe da história do Brasil. Nesse ritmo, por pouco não dividiu a Secretaria Especial da Pesca nas pastas da Água Salgada e Água Doce. Ainda assim, aí está o Ministério da Defesa à espera de uma decisão. Na dificuldade de fazer escolhas, o presidente fatiou o governo para acomodar 11 partidos, outro recorde histórico. É um governo concebido para não decidir.
Pergunta -O senhor está dizendo que Lula não governa?
Villa - O presidente Lula não gosta de ser um executivo, reunir equipes, levar relatórios para casa, pegar retornos técnicos e, com base nisso, tomar decisões. Nesse sentido, ele não preside. O presidente gosta do poder, é encantado pelo cerimonial do Palácio e por tudo o que é externo ao ato de governar. Gosta de fazer discursos com temáticas pessoais, autobiográficas. Gosta do mundo palaciano em que presidentes jamais são vaiados e exerce uma Presidência do Espetáculo que lembra o Absolutismo, em que tudo é revelado.
fonte: jornal "Zero Hora" 7 abr 2007
Um abraço e até mais...


Eu concordo com o historiador.
Mas, não diria "Lula não sabe tomar decisões", e sim "Lula não tem coragem de tomar decisões", pois, dizer que ele "não sabe tomar decisões" pode indicar que as toma, ainda que erroneamente.




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#5 Mensagem por Sniper » Sáb Abr 07, 2007 7:40 pm

Ele tem medo e não tem competência para tomar decisões... :evil:




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#6 Mensagem por Kratos » Sáb Abr 07, 2007 7:44 pm

Einsamkeit escreveu:Esquerdismo cego, desprovido de bom senso

Essa esquerda bananeira podre da america do sul nao aprende nunca....

Só o Chile se salva

8-]


O Chile se salva porque lá fizeram um limpa completo.

Sniper escreveu:Ele tem medo e não tem competência para tomar decisões... :evil:


Touché. :twisted:




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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#7 Mensagem por Einsamkeit » Sáb Abr 07, 2007 7:46 pm

Culpa da Ditamole :cry: :cry: :cry:




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
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ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
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#8 Mensagem por Kratos » Sáb Abr 07, 2007 7:48 pm

Einsamkeit escreveu:Culpa da Ditamole :cry: :cry: :cry:


:cry: :cry: Culpa da ditamole mesmo.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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#9 Mensagem por suntsé » Sáb Abr 07, 2007 8:27 pm

Pessoal antigamente eu me cobrava muito, eu achava que não estava a aautura de nenum cargo publico quanto mais de presidente.

Ma [066] is vendo os politicos que estão ai, hoje eu me acho o cara mais capas do mundo.

Acho que vou até me candidatar futuramente a algum cargo publico.

Quem sabe eu também não consigo a presidencia? [009] [009] [029] [029] [029] [018] [018] [018] [018] [029]




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Re: "Lula não sabe tomar decisões"

#10 Mensagem por delmar » Sáb Abr 07, 2007 10:28 pm

coelho escreveu:
jambockrs escreveu: Meus prezados:
"Lula não sabe tomar decisões"
Entrevista: Marco Antonio Villa. historiador
......
fazer a primeira reforma ministerial, processo que levou cinco meses e, ao final, acabou em mudanças irrelevantes. Foi assim com a escolha dos novos nomes do segundo mandato, que só acabou há poucos dias com a nomeação de mais de 34 ministros e secretários importantes. É a maior equipe da história do Brasil. Nesse ritmo, por pouco não dividiu a Secretaria Especial da Pesca nas pastas da Água Salgada e Água Doce. Ainda assim, aí está o Ministério da Defesa à espera de uma decisão. Na dificuldade de fazer escolhas, o presidente fatiou o governo para acomodar 11 partidos, outro recorde histórico. É um governo concebido para não decidir.
......
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Eu concordo com o historiador.
Mas, não diria "Lula não sabe tomar decisões", e sim "Lula não tem coragem de tomar decisões", pois, dizer que ele "não sabe tomar decisões" pode indicar que as toma, ainda que erroneamente.


Se Lula não soubesse tomar decisões seria hoje um metalúrgico aposentado pelo INSS morando em algum subúrbio, na grande São Paulo. Ele cresceu e prosperou dentro dos sindicatos onde vale a política do conchavo, da rasteira, da intriga e do punhal nas costas. Sobreviveu e triunfou dentro deste ambiente. É um mestre.
Lula acomodou 11 partidos em seu governo. A maioria absoluta dos deputados. Onde o historiador ve indecisão eu vejo maquiavelismo e a preparação para um terceiro mandato "atendendo o apelo de todos". Com mais preocupação vejo muita gente considerando Lula um simplório, um individuo primário, incapaz de planejar a longo prazo. Desprezar e desconhecer o inimigo é o primeiro passo para a derrota.
Vamos continuar achando o Lula um indeciso e, não mais que de repente, estará ele aí com um terceiro mandato.

saudações




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#11 Mensagem por hayes » Sáb Abr 07, 2007 10:30 pm

Sr. Delmar e demais colegas foristas,


A possibilidade de um novo mandato do sr. Lula é nula.

Primeiro, por motivos legais-institucionais.

Segundo, por motivos puramente políticos.




LUGAR DE OFF TOPIC É NO OUTRO TÓPICO
"Essa é a nossa eterna tragédia. Temos inveja dos outros, mas não queremos fazer os mesmos sacrificios."
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#12 Mensagem por Kratos » Sáb Abr 07, 2007 10:38 pm

hayes escreveu:Sr. Delmar e demais colegas foristas,


A possibilidade de um novo mandato do sr. Lula é nula.

Primeiro, por motivos legais-institucionais.

Segundo, por motivos puramente políticos.


E Terceiro por um certo outro motivo, verde-oliva, branco e azul.




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#13 Mensagem por delmar » Sáb Abr 07, 2007 10:39 pm

hayes escreveu:Sr. Delmar e demais colegas foristas,


A possibilidade de um novo mandato do sr. Lula é nula.

Primeiro, por motivos legais-institucionais.

Segundo, por motivos puramente políticos.


Sr. Hayes, gostaria de ter a sua convicção. Sinceramente espero que estejas certo.

saudações




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#14 Mensagem por hayes » Sáb Abr 07, 2007 10:53 pm

delmar escreveu:
hayes escreveu:Sr. Delmar e demais colegas foristas,


A possibilidade de um novo mandato do sr. Lula é nula.

Primeiro, por motivos legais-institucionais.

Segundo, por motivos puramente políticos.


Sr. Hayes, gostaria de ter a sua convicção. Sinceramente espero que estejas certo.

saudações

Eu também espero estar, sr. Delmar.


De qualquer forma, o sr. está coberto de razão ao manter-se vigilante.

Sigamos tal exemplo.




LUGAR DE OFF TOPIC É NO OUTRO TÓPICO
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#15 Mensagem por Sniper » Sáb Abr 07, 2007 11:22 pm

'Nenhum presidente passou à história só com carisma'

Marco Antônio Villa: historiador

Historiador diz que crise aérea é mais um dado produzido
pelo governo de um presidente que não consegue fazer escolhas

Angélica Santa Cruz

O caos imperou nos aeroportos no Natal, assombrou todos os feriadões e voltou a parar o País há uma semana. Por várias vezes, o governo declarou que a crise estava debelada. Para o historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, a administração da crise aérea é mais um dado da personalidade “indecisa” do presidente da República. Observador cáustico do governo, Villa afirma que Lula é inebriado por tudo o que é externo ao ato de governar, mas é avesso às obrigações executivas e montou um governo concebido para não decidir. “Nenhum presidente sobreviveu à história só com carisma. Getúlio era um administrador dedicado.”

OESP - O governo Lula tem sido identificado com a dificuldade de tomar decisões políticas e administrativas. O senhor concorda?

Villa - Lula não sabe tomar decisões, não fica confortável diante delas. É uma característica pessoal. Em 1980, por exemplo, sumiu de vista em dias decisivos da greve em São Bernardo do Campo. “Cadê o Lula?”, perguntavam todos. Estava em um sítio, perto de uma represa. Foram lá dar uma dura nele e ele reapareceu no dia seguinte, na assembléia da Vila Euclides. O jornal local estampou a manchete “Ele voltou!”. Lula tem uma dificuldade de tomar decisões que não começou na Presidência, ficou evidente em todos os momentos-chave de seu primeiro mandato e reapareceu agora, no primeiro trimestre de seu segundo governo. O apagão aéreo é apenas um exemplo de uma lista extensa.

OESP - Em que momentos essa característica ficou evidente?

Villa - Há até excesso de exemplos. Foi assim quando Lula tentou fazer a primeira reforma ministerial, processo que levou cinco meses e, ao final, acabou em mudanças irrelevantes. Foi assim com a escolha dos novos nomes do segundo mandato, que só acabou há poucos dias com a nomeação de mais de 34 ministros e secretários importantes. É a maior equipe da história do Brasil. Nesse ritmo, por pouco não dividiu a Secretaria Especial da Pesca nas pastas da Água Salgada e Água Doce. Ainda assim, aí está o Ministério da Defesa à espera de uma decisão. Na dificuldade de fazer escolhas, o presidente fatiou o governo para acomodar 11 partidos, outro recorde histórico. É impossível ter homogeneidade de decisões assim. Portanto, é um governo concebido para não decidir.

OESP - Não pode ser positivo ter um presidente que não toma suas decisões apressadamente e sob pressões?

Villa - O presidente Lula apresenta a lentidão de suas decisões como sapiência, como a elogiável capacidade dos líderes de decidir quando querem, como querem. É um recurso que não resiste nem mesmo a uma análise histórica. Grandes decisões foram tomadas no calor do momento. Se o presidente Lula estivesse no lugar de Dom Pedro I no momento em que recebeu a correspondência às margens do Ipiranga, dificilmente teria proclamado a Independência, provavelmente teria sugerido uma paradinha ali à beira do rio. A Revolução de 30 se deu rapidamente, no calor da conjuntura favorável - apenas para ficar em exemplos brasileiros. O presidente acredita que, passando o tempo, as coisas se acomodam sozinhas. Governar não é isso.

OESP - Em momentos de crise, quando ânimos estão exaltados, não pode ser prudente do ponto de vista político adiar decisões relevantes?

Villa - A indecisão do presidente é boa para ele, mas péssima para o País. Quando o caso Waldomiro Diniz estourou, ele adiou a decisão sobre o que fazer com José Dirceu, o homem que naquele governo representava quem de fato tinha pendor para as tarefas executivas. Acabou precisando tomar essa decisão mais adiante, em circunstâncias mais penosas. Demorou a decidir pela saída de Antonio Palocci - quando a quebra do sigilo bancário é um ato gravíssimo - , depois foi esvaziando o prestígio de Luiz Gushiken. Deixou a nação por dias esperando explicações sobre o mensalão e foi falar o que quis, sem contraditório, em uma entrevista em Paris. Politicamente, a indecisão pôde ser boa para ele, que foi reeleito. Mas são escolhas ruins para o Brasil, porque desmoralizam valores republicanos. No sentido mais amplo, é também uma escolha perigosa, porque tributária de uma política conservadora.

OESP - Como assim?

Villa - Apostar no esquecimento é uma característica do conservadorismo político. Nos últimos tempos as pessoas têm falado muito da frase do Ivan Lessa, que disse que a cada 15 anos o Brasil esquece de tudo o que aconteceu nos 15 anos anteriores. O governo Lula atua em uma faixa que mistura essa máxima com a lógica de Delúbio Soares, que previu que toda a denúncia do mensalão acabaria em “piada de salão” - e tinha razão. Lula assumiu o segundo mandato e os protagonistas do episódio continuam em lugares importantes dos partidos que atuam junto com o governo. É a vitória do esquecimento.

OESP - Na política internacional, há críticas contra o que seria a permissividade de Lula em episódios como a nacionalização do gás, com Evo Morales, ou com o populismo de Hugo Chávez. O senhor concorda?

Villa - Não defendo nem uma política agressiva, nem uma política de panos quentes. Parece mesmo ser uma bobagem para o presidente se transformar em um anti-Chávez ou anti-Morales, até porque o raio de influência deles, como se verá, não é tão grande quanto muitos acreditam. O problema da indecisão do presidente nessa área está em dois pontos. Um deles é que estamos falando de questões de soberania nacional brasileira, e fica claro que Lula não sabe como lidar com ela por não ter claro o que deve fazer, a não ser uma escolha por seguir a política hegemônica em curso no Itamaraty. O outro ponto é a maneira às vezes até clandestina de tentar resolver - como essa edição sem alarde de uma medida provisória que libera R$ 20 milhões para fazer uma reforma agrária na fronteira entre Bolívia e Brasil, sob a justificativa frágil de que há muitos agricultores brasileiros na área.

OESP - O presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a ser definido como um político que não sabia dizer não. Qual é a diferença entre ele e Lula nesse quesito?

Villa - Fernando Henrique também teve ampla base no Congresso, mas foi testado em outras esferas. Pegou a economia mundial em situação complicada, enfrentou problemas com as reservas. Aí tomou decisões. Lula pegou céu de brigadeiro na economia mundial e nem assim soube aproveitar o momento favorável para dar um salto em relação à situação que encontrou. Manteve a política econômica no ponto em que pegou. As crises econômicas mundiais aparecem em ciclos e os especialistas dizem que há outra em vista. Vai chegar em breve o momento em que vamos precisar de um presidente com perfil executivo, que saiba decidir. E nós não temos. Usando as analogias futebolísticas que agradam a Lula, uma coisa é ser técnico do Santos na década de 60, com aquela equipe de estrelas que se moviam sozinhas; outra é ser técnico do Corinthians hoje.

OESP - O senhor está dizendo que Lula não governa?

Villa - O presidente Lula não gosta de ser um executivo, reunir equipes, levar relatórios para casa, pegar retornos técnicos e, com base nisso, tomar decisões. Nesse sentido, ele não preside. O presidente gosta do poder, é encantado pelo cerimonial do Palácio e por tudo o que é externo ao ato de governar. Gosta de fazer discursos com temáticas pessoais, autobiográficas. Gosta do mundo palaciano em que presidentes jamais são vaiados e exerce uma “Presidência do Espetáculo” que até lembra o Absolutismo, em que tudo é revelado. Até no site da Presidência aparece sua história de sacrifícios. Mas Lula precisa se encantar também com o terceiro andar do Planalto, com a mesa de onde precisa administrar o País. Nenhum governante sobreviveu à história apenas com sua cota de carisma. Getúlio Vargas era um administrador dedicado. Criou grupos de trabalho, entendia seu governo. Em seus diários, essa rotina fica clara. Há anotações com lembretes para ler relatórios e livros que poderiam ajudá-lo a governar. Não à toa Lula se cerca de colaboradores com atribuições de primeiros-ministros, como José Dirceu, no primeiro governo, e Dilma Rousseff, agora. Presidentes que não fugiram de decisões não se cercaram de gente forte assim. A dificuldade para decidir, em um presidente, não é só curiosidade. O País precisa de administradores reais.http://www.defesanet.com.br/zz/br_aereo_51.htm




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